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dom, 01/12/2013 - 20:01

Reuso de recipientes de Arla32

Arla32 é um dos nomes comerciais de um produto obrigatório atualmente para uso em certos veículos mais novos com motor diesel. Basicamente é 32% de Uréia +  68% de Água.

Me deparei com a bombona do Arla32 como uma possível solução para mini reservatórios de água para minhas plantas, instalando um sistema de equipamento de soro.

Mas a instrução na bombona é clara: não reutilizar!

Então antes de montar o sistema fui procurar tudo que eu pudesse de informação sobre o Arla32 (e o nome comercial internacional -adBlue). Pesquisei em português,espanhol e inglês para saber possíveis riscos de contato com a substância e não achei nada que me parecesse justificar o não reuso para fins como esse.

 
O que me preocupa agora?
É que mesmo tendo lido que o líquido não é tóxico, tendo lavado a bombona com sabão e bastante água (que reutilizei para lavagem de chão), tendo deixado alguns dias com água apenas para depois reutilizar como reservatório, eu não entendo nada de química e fico pensando nos porquês de não poder reutilizar. Entendam, eu consigo achar sensata a não reutilização de vasilhames que originalmente portavam líquidos tóxicos. Mas, por tudo que pesquisei, este não é o caso do Arla32.
 
E então, essa determinação de não reutilização é só pro forma? Especificação necessária para evitar que as pessoas usem, por exemplo, para transportar água para fins de consumo direto?
 
Alguém por acaso entende mais dessa relação entre essas bombonas plásticas, as químicas e riscos?
 
Alguém afim de fazer testes?
 
Estou sendo imbecil pensando no reuso para um negócio que a indústria diz especificamente para não reutilizar?
Acho que tem um monte de implicações filosóficas e políticas nessas perguntas, mas, se eu for tentar falar disso agora acho que o post vira um livro.
7501 leituras blog de o2
qui, 28/11/2013 - 16:42

Responsabilidade Social

As pessoas às vezes me perguntam porque é que eu sou tão chato com certas coisas.

Para a grande maioria destas perguntas eu não tenho nenhuma resposta racional. Mas para algumas eu tenho.

Vou tomar o exemplo da parceira entre o Matehackers e a ONG Abrace, da Embratec.

Quando eu fui lá fazer as primeiras entrevistas com o pessoal da Embratec, da ONG Abrace e do Matehackers (no caso, somente eu), eu relatei que ando pelo Brasil e vejo muita coisa que não acontece conforme as minhas expectativas.

Tem legislação para descarte e destinação de equipamentos eletroeletrônicos, e também para resíduos eletroeletrônicos que eu lutei junto pra construir.

Tem inúmeras iniciativas de empresas, organizações, instituições, pessoas para tentar atingir alguns objetivos de descarte e destinação de equipamentos e resíduos eletroeletrônicos por todo o mundo.

Não há uma única iniciativa satisfatória, no mundo inteiro. Qualquer pessoa dedicada e interessada certamente chegará à mesma conclusão, e se não chegar é porque não buscou direito. Nunca ouvi uma opinião contrária a esta que não passasse por desinformação. Quem quiser tentar refutar, sinta-se à vontade.

Quando eu aceitei e assumi a responsabilidade lá junto com o Vagner, com a Embratec, com a ONG Abrace e com o Matehackers, eu declarei explicitamente que eu tinha esperança de fazer alguma diferença.

Porque todo e qualquer processo de destinação de computadores termina da mesma forma: máquinas são desviadas, componentes e equipamentos são descartados no lixo comum, vão para os aterros de onde estávamos tentando evitar que eles fossem, ou vão para a casa de pessoas que precisam daquelas máquinas menos que outras pessoas que teriam menos acesso à tecnologia.

As minhas experiências, e a minha interpretação acerca das experiências de muita gente me permitem afirmar que:
<ul>
<li>Dar computadores para as pessoas não é o suficiente. De fato, simplesmente largar o computador nas mãos das pessoas pode causar mais problemas do que providenciar soluções, em todos os casos que eu já presenciei.</li>
<li>Observar, influenciar, interferir nas consequências sociais que causa a tecnologia na vida das pessoas (também chamado de "impacto"), é uma coisa desejável.</li>
<li>A pergunta que para mim faz sentido fazer sempre, escrever nas paredes, embaixo do travesseiro, nos muros, na tela do computador, e na mente de todo mundo que estiver por perto, é: "Como é que a tecnologia vai ser utilizada pelas pessoas e não o contrário?".</li>
<li>Termos como por exemplo, mas não limitados a "apropriação crítica da tecnologia" são de suma importância.</li>
</ul>
Uma coisa é alguém ver na televisão, ouvir alguém falar e fazer de conta que concorda, aceita e reconhece que existem pessoas com necessidades reais e que precisam ter acesso à tecnologia.

Outra coisa completamente diferente é alguém ser obrigadx a passar o dia inteiro, todo dia, vendo estas coisas. Vendo e convivendo com gente que tem necessidades reais, e que precisam de gente trabalhando pra garantir que terão condições melhores. Quando eu digo "condições melhores", não estou dizendo que eu sei o que as pessoas precisam. Estou me referindo à capacidade das pessoas de poderem decidir se é interessante terem condições melhores, e o que são condições melhores em primeiro lugar.

Eu poderia ilustrar o que eu digo e fazer documentários, fotografias, escrever relatos de pessoas que  são realmente carentes, pobres, ou sei lá qual é o novo termo moderno e menos preconceituoso que esta sociedade inventou para rotular estas pessoas. No meu tempo usavam "gente humilde", "pessoas que vivem em área de vulnerabilidade social", etc.

Mas este trabalho seria desgastante e a única coisa que eu ia ganhar com isto seria visibilidade e reconhecimento. São duas coisas que eu tenho asco e dispenso. Eu prefiro que as pessoas tenham nas mãos a capacidade de fazer fotografias, documentários, e escrever sobre as suas vidas e suas histórias para realizar a mudança que pretendem.

Mas se estas pessoas não têm estes recursos à disposição, como é que a sociedade vai ver que elas precisam destes recursos, se eles não tem os recursos para mostrar para a sociedade que eles precisam de recursos? Peculiar.

Como eu sempre digo, estas coisas não têm como depender de mobilização social. Porque a midia convencional não vai registrar estas coisas e mostrar pra todo mundo. E tu, que já tem a interpretação prejudicada, vai ver as crianças recebendo computadores, criando contas no Facebook e utilizando o computador estritamente para isto, e vai achar normal.

Não te incomodará o fato de que empresas resolverão o problema de descarte dando computadores que iriam para o lixo para comunidades, para que estas comunidades tenham acesso a serviços e produtos de parceiros destas empresas. Porque quando uma comunidade começa a ter acesso ao pouco dinheiro que nunca tiveram antes, lá estará a força de equilíbrio do capitalismo pronta para introduzir aquelas pessoas na mesma vala comum dos consumidores que já existiam antes.

A máquina tem que girar. E eu sou conivente.

Não te incomodará o fato de que 100% das pessoas, organizações e instituições que declaram ser transparentes não têm a mínima noção do que é que significa este termo. O que estas pessoas, organizações e instituições realmente deveriam dizer é que são um fiasco no que tange a transparência e que têm muito a aprender sobre isto. Mas elas geralmente se anunciam como "a primeira em transparência" ou coisa parecida.

Matehackers não é exemplo de transparência. Eu não sou exemplo de transparência.

Se tem como atingir este conceito, só temos chance nos associando, nos agrupando, colaborando, cooperando. Isto é uma premissa básica e antiga, não estou reiventando a roda, tampouco propondo algo revolucionário ou extraordinário.

Cooperação neste caso seria transformar o velho no novo.

Com menos vaidade, menos descaso, mais atenção e mais boa vontade alguém teria alguma chance de alcançar a transparência.

Mas há poucxs interessados porque transparência não é uma coisa que tu, verme infeliz, consegue enclausurar em um recipiente fechado e vender aos poucos. É o exato oposto disto.

1340 leituras blog de iuriguilherme
ter, 12/11/2013 - 19:11

Hudson fala sobre lixo eletrônico em Sorocaba

Na lista metareciclagem: 

http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/60910

Vou comentar o que rola em Sorocaba, onde a Prefeitura faz o que chamam de "Metareciclagem / Metarreciclagem", onde qualquer empresa / instituição entra em contato com a Secretaria de Parcerias (Separ) e forma um convênio onde poderá "transferir" o seu lixo eletrônico ao município, pois existe quatro cooperativas, sendo uma exclusiva em trabalhar com este material.
 
Onde são separados e vendidos as empresas que compram sucatas e algumas máquinas novas são doadas a instituições de Sorocaba. 
 
Na cooperativa Reviver trabalham 3 cooperados que desmancham estas máquinas e revendem as empresas de São Paulo e Suzano estes materiais. Esta cooperativa é gerida por Julio Andrade que tem uma empresa de resíduos sólidos que recebe verbas municipais para realizar esta ponte, onde uma parte deste lucro vai para sua empresa, outra parte para cooperativa.
 
A cada seis meses repassam um pouco mais de 100 computadores as instiuições sociais da cidade e a cada três meses no espaço que chamam de Metareciclagem realizam cursos de word, excel, webdesigner e manutenção para a população em geral com este material recebido da cooperativa.
 
Neste ano, a Prefeitura de Sorocaba assinou com  a empresa  ERS Serviços de Reciclagem de Eletrônicos para investir aproximadamente R$ 10 milhões em sua planta, gerando inicialmente 160 empregos, sendo 40 de forma direta, para reciclar cerca de 98% do lixo produzido e oferece aos clientes uma extensa linha de serviços para eliminar de forma ambientalmente correta, os equipamentos eletrônicos obsoletos. (http://nave.wordpress.com/2013/02/20/sorocaba-ganha-a-primeira-empresa-v...)
 
Na minha opinião este modelo será utilizado para trabalhar com o lixo eletrônico nos municípios paulistas.
 
Aqui tem mais informações do projeto Metarreciclagem da Prefeitura de Sorocaba: http://metareciclagemdesorocaba.blogspot.com.br/ e aqui o que foi divulgado nas mídias sobre Metareciclagem em Sorocaba: http://nave.wordpress.com/tag/metareciclagem/.
 
Meus dois cents....

 

 

2205 leituras blog de o2
qui, 07/11/2013 - 16:56

Quilombo da Fazenda (3)

Consdireações pessoais sobre o processo 1º Tropixel / Quilombo da Fazenda de outubro de 2013.

Em minha visita ao Quilombo da Fazenda na penúltima semana de outubro de 2013, muita gente que estava no evento Tropixel foram até o quilombo e parte da comunidade se reuniu para receber xs visitantes.

Eu, que tenho a mania de fugir do coquetel de inauguração e procurar o chiclete atrás do corrimão pra ver que gosto tem, sondei, especulei, questionei e concluí que um dia de trabalho era pior do que nem ter ido até lá em primeiro lugar.

Afirmei veementemente que estaria lá no dia seguinte, quinta feira.. Pois na quinta feira cheguei lá e o meu contato lá na comunidade estava me aguardando com o esquema pronto pra me receber, assim como também estava lá a pessoa do Tropixel que também estava apoiando a ação direta.

Dois dias provaram ser insuficientes para deixar o telecentro funcionando, e porque eu não poderia voltar no dia seguinte, afirmei novamente que segunda feira eu estaria lá.

Na segunda feira, feriado de aniversário do município de Ubatuba, cheguei no Quilombo cedo conforme prometido. A comunidade não estava me esperando com balões e champagne, e era exatamente isto que eu esperava.

Uma das quilombolas me relatou que não concordava com a postura da comunidade, e segundo a sua interpretação, eu deveria ter sido tratado como uma pessoa importante digna de atenção constante de muitos moradores da comunidade.

Eu então aceitei a interpretação dela sem julgar e relatei que ela podia concordar que a comunidade não estava acostumada com esta dinâmica, e a reação à minhas intervenções na comunidade não poderia ser mais natural.

A dinâmica que o Quilombo da Fazenda está acostumado é a seguinte:

Pessoas vão até lá, ficam fascinadas, enxergam todas as possibilidades, relatam que vão fazer e acontecer, que vão salvar o mundo, dizem que vão voltar no dia seguinte e nunca mais são vistas.

Ou então alguém faz algum estudo, pesquisa, garimpo, oitiva, ou qualquer registro, e levam as coisas mais preciosas que o quilombo tem para fazer qualquer coisa menos ajudar a comunidade.

O telecentro, por exemplo, como deve ser do conhecimento de algumas pessoas que já viram alguns deles, teve que contar com inúmeros projetos e artifícios do governo federal para chegar até lá da forma que eu encontrei.

A mobília era de um ministério, os computadores de outro, software de outro, máquinas foram instaladas por um programa/projeto, software por outro, reformulado por outro, a antena GESAC veio através de outro programa/projeto/decreto, etc. Tem muito mais coisas pra relatar sobre a história de qualquer telecentro semelhante, mas quem não conhece não vai entender e quem conhece não quer mais saber. Vou me ater ao que eu experienciei na Fazenda.

Eu não percebi em tempo hábil, mas agora eu vejo que talvez o fator significativo que fez a comunidade levar fé que eu ia ser "diferente" e fazer alguma coisa no quilombo, foi o fato de eu ter saído no primeiro dia e a conexão à internet ficou funcionando e de volta no ar, e de eu ter saído na quinta-feira e alguns computadores ficaram dando sinal de vida e também ficou alguma coisa para as pessoas pensarem sobre no fim de semana. A comunidade, e também pessoas de fora da comunidade associaram a minha presença a estas coisas, como se estas coisas tivessem acontecido como consequência da minha ida até o quilombo. Só fui perceber isto depois que eu saí de lá.

No primeiro dia em que eu fui no quilombo eu dei a declaração explícita. Usei todas as palavras necessárias para deixar claro que eu não tenho como ter simpatia por aquele quilombo. Eu não sou quilombola, não nasci em Ubatuba, não moro lá e não há nada indicado que determine que eu vá sair de Porto Alegre tão cedo. Porque é que eu vou me importar com um lugar onde eu fiquei alguns dias e vou demorar pra voltar, se é que eu vou voltar?

Eu declarei explicitamente que eu queria interferir o mínimo possível naquele local, também declarei que eu estava fazendo o possível para garantir que o telecentro ia voltar a funcionar e ia se manter funcionando, mas que isto significa que a mesma porta que se abre para coisas boas é uma porta que se abre para que entrem novos problemas para a comunidade.

Conexão à internet é a tal da fonte que tem água doce e salgada. Por isto a primeira coisa que eu fiz questão de fazer foi integrar pelo menos uma pessoa à rede metareciclagem, que era a única coisa que eu tinha pronta naquela hora pra apresentar. É um vínculo tímido mas condição suficiente para integrar aquele quilombo à REDES DE PESSOAS (Copyleft hd / dpadua) que podem se interessar, ajudar, acompanhar, bater palmas, chorar, se irritar, odiar, amar, lamber, torcer, orar e de qualquer forma, participar do processo.

Se eu morrer agora já fiz minha parte, mas continuo vivo e incomodando e fazendo mais e mais porque eu sou perfeccionista (me ajudem a inventar um termo melhor - por exemplo: "obstinado" (by Lelex)).

Resumindo então, considerando as circunstâncias, posso afirmar o seguinte:

  • A comunidade quilombola da Fazenda é interessada e disposta a receber todos projetos e pessoas que forem lá para somar.
  • A comunidade quilombola da Fazenda é calejada e cética em relação a projetos e pessoas que não cumprem o que prometem. Não estão para conversas, estão para atitudes.
  • Porque eu produzi um sinal preliminar de que eu estava falando sério (mesmo sem ter me dado conta disto), a comunidade depositou a sua confiança e esperança em mim.
  • Fiz a maior parte do trabalho "sozinho" - isto é, com ajuda limitada ou inexistente de pessoas de fora do quilombo, mas com ajuda quase total das pessoas de dentro do quilombo - e não fiquei reclamando que o governo não estava mandando meu salário, meu benefício, meu vale transporte e alimentação, não fiquei reclamando que xs "parceirxs" não estavam pegando junto, etc. (veja bem, não estou criticando ninguém e entendo perfeitamente as limitações de outras pessoas, projetos e processos que acontecem pelo Brasil, e tampouco estou pedindo troféu, medalha ou coisa parecida. Infelizmente faz-se necessário relatar isto desta forma e infelizmente tem que ser pelo meu punho. Ou talvez não seja, se alguém puder me ajudar a diminuir o constrangimento que eu tenho que passar escrevendo isto, me ajude que eu preciso.)
  • Abraçar a Maira é melhor do que sonhar em abraçar a Maira.
  • Se tudo der certo em março de 2014 eu to lá de novo. Mandem forças. Sarava.
7852 leituras blog de iuriguilherme
qua, 30/10/2013 - 19:14

Quilombo da Fazenda (2)

Passei três dias aqui no Quilombo da Fazenda em Ubatuba - SP,

De uma conexão GESAC do Telecentro desta comunidade que foi reativado:

  • Criei o esporo/grupo Quilombo da Fazenda (http://rede.metareciclagem.org/grupo/Quilombo-da-Fazenda);
  • Ensinei e induzi o Joselino, morador do quilombo, a criar uma conta na rede (http://rede.metareciclagem.org/pessoa/joselino-lino);
  • Ensinei e induzi o Joselino a criar página ou páginas wiki aqui no site da rede (http://rede.metareciclagem.org/wiki/estalacao-do-telecentro);
    • Juntamente a isto conversei várias vezes sobre a necessidade de registrar as coisas em texto, fotos, vídeos;
  • Ensinei e induzi o Joselino a entrar na lista Metareciclagem (metareciclagem[arroba]lists.riseup.net);
    • Induzi o Joselino a mandar e-mail para a lista se apresentando, relatei que gente ia se emocionar com isto, e no outro dia de manhã abrimos a caixa de entrada e minha profecia estava cumprida. Sem nenhuma combinação prévia, a solidariedade sincera metarec se manifestou-se;
    • Lembrei sobre a necessidade de manter contato e prometi que sempre teria gente disponível para ajudar no que der e vier, principalmente se der pra ajudar à distância :D
  • Ensinei o Joselino a instalar Debian Wheezy, filmei isto, e ajudei ele a instalar o sistema operacional nos onze computadores do telecentro. Registramos em vídeo o máximo possível deste processo.
  • Registramos em vídeo diversos procedimentos que eu realizei para eu aprender, ensinei o Joselino, e deixei ele fazer sozinho depois, como por exemplo:
    • Instalação das impressoras e scanner;
    • Cópia e impressão de documentos com scanner (atividade comum aqui no Quilombo e que era dificultada por questões técnicas e limitação de equipamentos);
    • Instalação de pacotes .deb com DVDs no Synaptic (gerenciador de pacotes do Debian) - tal procedimento faz-se necessário em decorrência da conexão à internet lenta;
    • Fotografia com câmera USB que o Felipe doou e envio das fotografias pela rede para o pessoal enviar as mesmas para "redes sociais" (fiz questão de não participar nesta parte do processo, parece que o Joselino se virou sozinho ensinando a turma);

O estado atual do telecentro é: todos computadores estão sendo UTILIZADOS pelas pessoas durante o dia inteiro.

Debian Wheezy com GNOME é intuitivo, estável e com certeza os DVDs que eu deixei aqui vão garantir um sistema operante, estável e simples de utilizar por muitos anos.

O aprendizado é mútuo e coletivo. Eu ensinei muito pouco aqui, apesar de algunxs quilombolas insistirem em afirmar o contrário.

Fotografias serão publicadas nos meus blogs, porque o servidor da rede não tem espaço de armazenamento suficiente e eu vou botar os links aqui. Vou fazer upload provisoriamente de algumas hoje em uma das minhas contas Google só pra mostrar aqui na terceira publicação.

Vídeos ficaram aqui nos computadores, principalmente os "screencasts", o Joselino ficou muito feliz quando entendeu que eu estava filmando a tela e narrando com o recordmydesktop. Ele entendeu que isto será extremamente útil toda vez que ele precisar relembrar alguma coisa, ou ensinar para outra pessoa. Assim que eu voltar pra Porto Alegre mando todos vídeos para o Vimeo, e se alguém solicitar, para o Youtube.

Os moradores me acolheram estes dias, vão me acolher mais dois, não faltou almoço, janta, alface orgânico, banana, chuveiro quente, colchão e nem café desde segunda feira :D

Quem conhece meu estado emocional dos últimos meses vai entender isto: estou alegre.

Eu sou o processo. Sou parte do processo. Eu influencio o processo. Sois vós. Vós sois umx comigo. Vós sois x processx. Somos todxs x processx.

Mais relatos virão.

1431 leituras blog de iuriguilherme
qua, 30/10/2013 - 07:37

Plano de Manejo para o Riacho

Desde o mês de abril tenho participado das reuniões colaborativas promovidas pelo subprefeito do Riacho Grande, Wagner Lino e pelo vice-subprefeito, Sergio Hora.

As reuniões acontecem na última segunda-feira do mês, às 18h30 sem horário para acabar, na sede da subprefeitura do Riacho. A população local, inclusive do pós-balsa (área de difícil acesso - estou anexando aqui um trabalho inicial de caracterização do Riacho que devo apresentar em um simpósio na semana que vem na UFABC para ficar mais ilustrativo) participa ativamante.

Nessas reuniões, alguns dxs secretárixs do muncípio de SBC abrem conversas sobre a situação das políticas públicas na região (que é tão longe-tão perto de SBC), e depois é aberto um dialógo para exposição dos problemas e demandas da localidade.

Temos inúmeros problemas ambientais, de ocupação irregular para moradia e atividades comerciais, muitos problemas de falta de estrutura...

Além disso, as reuniões têm atraído (no geral) moradores com mais de 40 anos, militantes de partidos (PT) na sua maioria. Não existe um interesse real dos jovens. Apenas uma vez, adolescentes participaram pois queriam pedir a construção de uma pista de skate.

A verdade é que as reuniões não são eventos festivos: elas demoram, às vezes são burocráticas, às vezes temos atritos mas é a democracia.

Cada vez mais me sinto muito grata por participar desse processo.

Neste mês, por conta do feriado do dia dx funcionárix público, a reunião aconteceu na terça-feira.

Ontem a Arlete, que trabalha com enfrentamento à violência de gênero, fez uma apresentação sobre a importância do combate a violência contra a mulher. A apresentação faz parte da Campanha do Laço Branco: Homens pelo fim da violência contra as Mulheres que está sendo organizada pelo Grupo Intersecretarial - GI de Políticas Afirmativas da SEDESC - Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania de SBC

Trouxe uma apresentação MUITO CLARA E DIDÁTICA, com dados e exemplos.

De verdade, fiquei muito emocionada. O que parece usual e óbvio nas redes feministas que faço parte, foi um portal com novas informações para aquelas pessoas.

No final da reunião, o Wagner Lino me fez um convite :)

O prefeito vai iniciar a elaboração do Plano de Manejo do subdistrito, e fui convidada para participar de todo processo.

 

1585 leituras blog de mairabegalli
seg, 28/10/2013 - 16:33

Quilombo da Fazenda (1)

Esta publicação está sendo escrita e enviada para a rede.metareciclagem.org diretamente do telecentro do Quilombo da Fazenda em Ubatuba-SP.

No momento estou usando um pendrive com Tails para escrever isto enquanto gravo os DVDs com Debian Wheezy que serão utilizados para instalar o sistema operacional livre Debian nas onze máquinas presentes neste telecentro.

Espero que a próxima publicação, ou as futuras, sejam escritas e publicadas a partir de um Debian instalado em um dos computadores do telecentro, e sejam escritas e publicadas por alguém desta comunidade. Este é um de meus objetivos.

Se esta publicação for ao ar dia 28 de outubro de 2013, é porque a conexão com a internet e os dispositivos de rede aqui estão funcionando conforme o esperado.

Estou aqui com uma pessoa que mora aqui no quilombo e está abraçando a causa do telecentro. Estou passando o máximo possível de informação, conhecimento técnico e experiências que eu consigo.

Existe esforço da comunidade para garantir o funcionamento do telecentro, existe vontade da comunidade para que o telecentro funcione, e existe a necessidade, por parte da comunidade, de um telecentro funcionando.

Semana passada o pessoal que veio para o Tropixel estava aqui, temos vídeos, fotografias e relatos que serão registrados aqui posteriormente.

Mais publicações virão.

1400 leituras blog de iuriguilherme
dom, 11/08/2013 - 23:56

Infra-lógica: plataformas e pessoas

A partir do acúmulo de conversas e experiências de infra-estrutura lógica da Metarec e das reflexões compiladas pelo efefe da última reunião [http://rede.metareciclagem.org/blog/11-08-13/Infralogica-reuniao], vou buscar nessa postagem compilar algumas proposições, ideias e impressões minhas sobre o assunto.

Me parece que o mote inicial para o início dessa re-estruturação que conversamos é uma percepção das limitações de uma única grande lista de emails como principal canal de comunicação dos participantes da rede. Apesar de o site atual contar com diversos recursos (wiki, agregador, blogs, etc), observa-se que este é subutilizado pela maioria das pessoas, principalmente quando em comparação ao uso redes sociais proprietárias - e me incluo nesta auto-crítica.

Portanto, creio que o principal desafio dessa fase que pretendemos iniciar não encontra-se totalmente no âmbito das funcionalidades ou de implementação de novos sistemas. Trata-se antes de pensar como transformar coletivamente as relações com as ferramentas de comunicação da rede, pensando não só a "cultura de uso" de diferentes recursos (blogs, wikis, listas, etc), mas também a apropriação dos mesmos (manutenção, desenvolvimento, atualizações, etc) e ainda a comunicação não apenas endógena, ou seja, a construção de narrativas que consigam também dialogar com quem *não* conhece a rede.

Uma das ideias que estamos amadurecendo é a instalação do Lorea (Elgg + plugins) como um piloto de rede social capaz de capilarizar a comunicação da rede de um único grande grupo para um metagrupo e mais vários grupos menores de discussões/trabalhos, levando em consideração a possibilidade de integrar o debate no Lorea com listas de email. Caberia então uma reflexão sobre as sobreposições deste novo ambiente com os atuais (Drupal + lista).

Me parece que o sistema atual em Drupal é bastante satisfatório do ponto de vista das funcionalidades produção e agregação de conteúdos (via twitter, links, wiki, blogs, etc). Por outro lado, as funcionalidades mais voltadas para conversação encontram-se totalmente substituídas pelo contato através da lista de emails (principalmente por conta da rapidez da notificação de interações desta), processo que por sua vez possui suas vantagens e desvantagens, que as dinâmicas impulsionadas pelo MutGamb Fim do Mundo trouxeram à tona. Neste sentido, o Lorea pode ser uma plataforma web que dê conta desta necessidade interna de comunicação, enquanto uma reformulação da arquitetura de informação e layout do Drupal talvez pudesse ser complementar para a divulgação de conteúdos externamente. Tendo claro que esta fronteira entre "fora" e "dentro" não existe, mas também que pessoas com diferentes graus de envolvimento com a rede possuem demandas e necessidades específicas.


Por último, vale lembrar que estes anseios e necessidades possuem muito em comum com a busca por autonomia na comunicação que muitos outros grupos e redes realizam; por exemplo, outras sementes do Lorea (mas não só), como o Saravea, n-1\anillosur, JuntaDados, EstúdioLivre, Soylocoporti; Mocambos; etc. A criação de redes de fato federadas (não apenas no nível da autenticação de usuários) entre várias plataformas livres continua sendo um horizonte desejável.

Observando o esforço feito e as dificuldades de cada um destes coletivos realizarem plenamente suas propostas (seja por falta de recursos físicos, financeiros ou humanos), creio que um debate interessante para a Rede Metarec é pensarmos formas destes diversos grupos cooperarem entre si para manter suas infra-estruturas funcionando e dialogando, criando possibilidade de manutenção e sustentabilidade destas plataformas a longo prazo.

1873 leituras blog de adrianobf
dom, 11/08/2013 - 19:20

Infralógica - reunião

Dando sequência à conversa sobre a infraestrutura de comunicação da rede MetaReciclagem, nos reunimos na noite de quarta-feira passada no canal IRC #metareciclagem do freenode.org. Estivemos presentes e conversando efeefe, iuriguilherme, B3ZN05, deniszubieta, josenetomg, simba_, elenaralelex e adr___, acompanhados ainda de alguns usuários inativos e robôs.

A reunião serviu como um primeiro momento de contato e levantamento de caminhos para avançar. Falamos sobre o elgg/lorea, sobre a necessidade de desenvolver uma política de governança e sustentabilidade para uma eventual nova infralógica. Pensamos em configurar um piloto de rede lorea para a metareciclagem para experiências - contribuindo com o esforço de desenvolvimento da plataforma, mas também adaptando-a para algumas de nossas particularidades. Sugeriu-se investigarmos a possibilidade de criar um metagrupo que se comunique através dos outros, e falou-se sobre a necessidade de atenção especial a arquitetura de informação e experiência de uso, como fizemos com o site da metareciclagem em drupal (ver os anexos no fim da página aqui).

Até o momento, minha sugestão pessoal é que criemos uma instalação do lorea em algum subdomínio da metareciclagem.org, documentando extensivamente cada etapa do processo (documentação esta que será disponibilizada publicamente) e passemos a fazer testes em cima dela. Mas antes de começar, quero conversar mais e entender se esse é realmente o melhor caminho.

Log completo segue em anexo.

2354 leituras blog de felipefonseca
sex, 09/08/2013 - 06:48

A trajetória ambiental e o planejamento urbano no BR

Seminário apresentado no Programa de Pós Graduação de Planejamento e Gestão do Território, em agosto de 2013.

 

1886 leituras blog de mairabegalli
Conteúdo sindicalizado