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sab, 15/12/2012 - 21:16

Existe diferença entre ser o ego e estar no ego?

Parte do texto extraída da lista de e-mail metareciclagem@lists.riseup.net para contextualizar, a última resposta eu resolvi postar aqui em vez de responder na lista.

Em 14-12-2012 23:39, eiabel lelex escreveu:

tenho coisas prá compartir, claro que não no nível de vcs,

 

Em 14 de dezembro de 2012 22:52, Iuri Guilherme escreveu:

Eu vou registrar aqui meu desejo sincero, de que antes de eu partir deste mundo, esta frase se torne um absurdo sem sentido, a ponto de nenhum ser humano ter algum tipo de condição de sequer pensar que existe alguma possibilidade de se dizer isto.

Até quando seremos atormentados por estes conceitos que nos obrigam a olhar para as pessoas e classificá-las em níveis?

A Lelex deixou escapar porque ela não consegue evitar de ser sincera o tempo inteiro, mas quantas vezes a gente tenta camuflar no nosso discurso, quantas vezes a gente fica tentando fazer de conta que não é com a gente? Quantas vezes a gente fica se enganando que a gente não vê as pessoas como inteligentes e burras, estultas e sábias, boas e ruins? Quantas vezes a gente se ilude de que a gente não classifica as pessoas em níveis através de medidas abstratas ou empíricas, níveis intelectuais, níveis emocionais, níveis de liberdade, níveis de sucesso, níveis de aglutinação financeira ou de outra ordem? Quantas vezes olhamos para as pessoas e "percebemos" facilidade e dificuldade nisto e aquilo, como se uns fossem melhores ou piores que os outros?

Será que antes de eu morrer eu vou ter o direito de ter outro assunto com alguém além de presunções, julgamentos?

O que é que falta para mostrar pra todo mundo que todo mundo tem alguma coisa para compartilhar? O que é que falta para mostrar pra quem acha que tem muito e pra quem acha que tem pouco que todo mundo tem a mesma coisa, e ninguém pode ganhar nada, ninguém pode acumular nada, todo mundo só pode dar e receber sem nunca perder ou ganhar alguma coisa em primeiro lugar?

 

Em 15 de dezembro de 2012 03:55, Orlando da Silva escreveu:

Iuri, queria conseguir te ler sempre.
Ô consistência!

 

Em 15-12-2012 08:24, eiabel lelex escreveu:

identificar a cognição com o pleno processo da vida - incluindo percepções, emoções e comportamento - entendendo como um processo que não envolve uma transferência de informações nem representações mentais de um mundo exterior. Na teoria dos sistemas vivos a mente não é uma coisa, mas um processo.

essa hora da manhã, tanta criatura que depende de mim nessa casa, me empolguei com a fala do Iuri, mas minha cabeça tá cantando e os gatos estão miando, ainda bem que os cachorros não estão latindo... al´m do que, meus neurônios ficam gritando: entender a complexidade da natureza não é possível através do controle e da dominação, mas sim por meio do respeeito, da coopeeração e do diálogo; coloque 8 partícula do lado esquerdo, é só uma manira d fazer isso, mas, se colocar 7 do lado esquedo e uma do lado direito, há 8 possibilidades diferentes, pois a unica partícula do lado direito pode ser cada uma das 8 partículas por vez; ai... vou fazer um chimas... organizar os neurônios, limpando a casa e fazendo terapia: ter a pia cheia de louça para lavar.

 

Alguma coisa que provavelmente vai ser identificada como Iuri Guilherme, compulsoriamente ou voluntariamente, tanto faz, em algum momento próximo ao que seria o agora, escreveu:

"A fala de Iuri está causando problema para a ordem do Universo"

Quando foi o momento em que minha mente esteve ausente que eu permiti, sem reprender, sem reprimir, que alguma pessoa pudesse concluir que um personagem meu tem algum tipo de relevância no processo de vida de alguém?

Parece o contrário de ser livre de algum tipo de ego para mim.

Parece que eu deliberadamente aceitei ser alguém, ser algum tipo de coisa que é possível nomear, comparar, julgar, idealizar.

Tem como sentir alguma coisa além de nojo? Como é que alguém pode querer isto em primeiro lugar?

Sinto que faço um desserviço para qualquer um que estava tentando fugir de ter que ler isto,

sinto que não tem como não escrever,

e se eu pudesse escrever nas paredes e depois queimar a casa comigo dentro?

 

Licença: Use o texto, contanto que não cite o meu nome. De preferência assuma a autoria e seja ridicularizadx no meu lugar.

1599 leituras blog de iuriguilherme
sex, 07/12/2012 - 06:27

Por enquanto essa TAZ desliga

Sábado foi meu último dia no LabLivre:Experimentações EletrOrgânicas, que por enquanto vai ser descontinuado e virar outra coisa no SESC Sorcaba, coisas de TAZ's.

Na parte da manhã tentei entender o que não deu certo na experiência dos musgos com grafites, talvez a luz muito forte. Depois seguimos para documentações finais da Autonomias do Silêncio (em breve saindo um paper com o pessoal da Nuvem).

Na parte da tarde, participei a convite do Hudson, de uma Roda de Conversa na sala da Internet Livre: A Tecnologia Rompendo Barreiras. A Atividade fez parte da Virada Inclusiva do SESC.

1605 leituras blog de mairabegalli
sex, 07/12/2012 - 06:09

Bailux e Resiliências

Na última quarta-feira (28/11)  tive que entregar o traballho da disciplina Manejo e Conservação de Recursos Naturais.

Uma disciplina teórica, com conceitos "hard" de manejo, metapopulações, resilência, prestação de serviços ambientais.

Dentre as avaliações precisaria entregar uma apresentação/estudo de caso. Conversei com o Regis Bailux, e fizemos essa apresentação (que não linka os conceitos teóricos) mas traz o Regis como individuo fundador de uma metapopulação baseada em apropriação tecnologia/nômade e um núcleo que se baseia em resilências.

Hoje (6/12) a professora enviou um email, me convidando para fazer a apresentação em uma aula de outra disciplina.

 

1735 leituras blog de mairabegalli
dom, 02/12/2012 - 18:52

Manifesto da irrelevância

Este texto originalmente era para ter sido enviado como resposta a um e-mail da lista metareciclagem@riseup.net com o assunto "Todos os Caminhos Levam a Ele".

Parece que o meu caminho me levou a associar questões políticas do meu país com questões sociais com questões individuais, e dissociar cada uma destas coisas ao mesmo tempo.

Um paradoxo do pretérito imperfeito, um complexo com a teoria da relatividade.

O caso é que nem tudo o que eu escrevo eu posto, principalmente quando fica muito extenso. Sou um analfabeto em comunicação social e não consigo ver que as pessoas contemporâneas querem textos curtos e "direto ao ponto", desculpa aí.

O título desta postagem faz referência a um blog que eu tenho no blogspot e estou tentando fechar.

O texto propriamente dito é o que segue:

"Eu entendo muito pouco ou quase nada sobre política partidária.

Sou um grande observador de debates "politizados" e escuto sem contrapor qualquer um que tenha algo a dizer sobre política.

Sou incapaz de não me considerar mais sábio que qualquer um que apresente qualquer conhecimento sobre ciência política. Para mim é um absurdo a ideia de que alguém pode ter algo a dizer porque recebeu algum tipo de informação. Sou incapaz de admitir que há alguma informação relevante para ser recebida.

Eu direi então que tenho uma observação clara para compartilhar sobre a situação que conseguiu chegar até minha ótica limitada:

A mensagem do Governo Federal para mim é clara. O pessoal do PT está me dizendo que não tem outro partido melhor para estar no poder além do PT. O que deveria ser óbvio, considerando o fato de que o partido que se encontra no poder hoje é o PT. Mas parece que se faz necessário constatar o presumidamente óbvio, enquanto algo não é elucidado vai continuar mistificado.

Tudo bem, hoje é o PT quem manda, falou ta falado, não tem discussão. Contudo, é evidente para todos que o que o Governo Federal está fazendo tem pouco ou nada a ver com "trabalho" e mais a ver com "social democracia", que é a música que o PSDB vinha cantando antes do PT e hoje já é uma roupa que não nos serve mais.

Tudo bem então, está claro para todos que a força contrária é grande a tal ponto que uma massa partidária como a do PT não tem nada para apresentar a não ser uma versão pseudo-diferente do mais do mesmo. E a Dilma sabe disto, o Lula sabe disto, o Álvaro Dias sabe disto. Ninguém do PT é cego assim como ninguém do PSDB é cego e tampouco alguém aqui do limbo é cego. E antes que falem uma merda, quando digo "cego" não estou falando de deficiência física-visual.

Outra coisa clara que o Governo Federal veio me dizer é que eles não estão lá para trabalhar. Eles estão lá para garantir que a gente que está no ativismo, no trabalho, na fodelança, tenha um mínimo de condições, de recursos pra conseguir pelo menos manter o pouco que a gente conquistou, que eu que sou um guri de merda que ainda não saiu das fraldas não posso mensurar, quem é do tempo que não podia contar piada na rua sem ser abordado pela polícia deve ter mais material para comparar um estado com o outro (e talvez para ver que continuamos no mesmo estado).

Toda vez que alguém vem apresentar alguma conclusão determinando que o PSDB está errado, que o PT está errado, ou então que os dois estão errados, ou então que a ideia de partido está errada, ou então que não há partido que esteja certo, o que esta pessoas realmente estão me dizendo é que elas têm a sua própria versão da fantasia. Não importa qual é a opinião ou ideologia de cada um. Qualquer um que carregue a bandeira do PSDB, do PT, do PMDB, do PCdoB, do PV, do DEM, do PSOL, do PartidoPirata, do NãoPartido, do Socialismo, do Comunismo, do Anarquismo da Anarquia, está dizendo que encontrou a satisfação e o porto seguro. E não se confundam aqui aqueles que não carregam bandeira alguma. Um indivíduo não pode simplesmente não carregar bandeira alguma e concluir por consequência disto que é diferente de alguém que carrega uma bandeira. O porto seguro do desbandeirado é a falta de bandeira. Qualquer um que precise afirmar sua posição ou sua "não-posição", ou então sua inexistência da necessidade de afirmar sua posição ou sua "não-posição" está correndo atrás do rabo.

Este é o discurso que eu escuto desde que eu nasci. Eu nasci quando o José Sarney era presidente e até o presente momento ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais. Mas como é que vamos cantar uma música nova se não temos condições de admitir a existência de uma música diferente em primeiro lugar? Como é que vamos ter consciência de nossa cegueira, de nossa incapacidade de ver que há algo novo? Como é que alguém pode estar consciente de que há luz fora da caverna se é incapaz de perceber a diferença entre a luz e a escuridão porque nunca viu luz, ou se viu era tão forte que não foi capaz de determinar que aquele era o contrário da escuridão?

No momento em que fiz este último questionamento, um militante do Governo Federal comparou esta frase com alguma coisa que ele deve ter lido em algum lugar que não tenho certeza mas se não me engano ele chamou de "Caverna de Plutão" ou coisa parecida. Depois que eu mandei ele parar de ser ridículo jogando pra cima de mim esse lixo filosófico ele riu e me disse que eu posso e devo fazer todas as críticas que se fizerem necessárias, e também as que não forem necessárias, para o PT ou para qualquer outro partido. Mas me esclareceu satisfatoriamente como era necessária a intervenção do partido dele da forma que está sendo feita.

Isto me possibilitou perceber que a pecabilidade de qualquer um que lute por alguma causa é a causa propriamente dita. A partir do momento que alguém consegue concluir que está direcionado para alguma causa, ideologia, ou princípio, então está criada a miséria e o fracasso, porque sucesso é fantasia.

Há quem diga que o vencedor da guerra é aquele que para de lutar. Eu direi no entanto que não há vitória em uma guerra e parar de lutar é perder. Uma guerra com início, meio e fim não é guerra, é teatro. Estive observando manifestações de 50 anos atrás, onde as pessoas afirmavam que estavam cansadas de guerra e por consequência disto estavam na busca da paz. Pesquisei a história anterior e não encontrei uma guerra sequer. Há quem diga e se convença que o mundo viu duas grandes guerras mundiais. Eu não estive lá para ver, mas o que se apresenta nos livros de história para mim tem pouco ou nada a ver com guerra. Desculpe aí estudantes de história, doutores, professores, mestres. Eu tenho essa mania chata de não acreditar no que os outros dizem, ouvir todas as versões e filtrar por mim mesmo, às vezes sem nem saber muito bem o que é que é o "mim mesmo", tal são os disparates de vossa ignorância que ficam sendo atirados no meu colo, fantasiados de inocência. Guerra para mim não tem absolutamente nada a ver com técnicas pífias de impercutir medo em massas. Isso Hitler fazia muito bem e nem ele nem outro "pseudo-tirano" não promoveu guerra alguma, somente medo de guerra com a finalidade clara de controlar massas.

O que funcionou muito bem. Temos uma geração inteira de entorpecidos repetindo "paz e amor" como se isso fosse o maior tesouro que alguém pode ter. Para mim parece açúcar. Para mim parece que as pessoas exaltam, ou acreditam que exaltam a paz como se soubessem o que é guerra e são capazes de determinar que guerra é ruim. Não da pra culpar estas pessoas. Elas estão acostumadas a ver filmes e livros de história associar "guerra" com "morte", "caos", "destruição", "ruim", "mau", "mal", "terror", "horror", "medo", "medo", "medo". Sou incapaz de ver diferença entre uma massa na frente do cinema de hollywood comendo pipoca, alunos prestando atenção em sandices nas escolas de história, sociologia e filosofia (que diga-se de passagem nem é bom eu criticar muito porque nem entraram no ensino fundamental em primeiro lugar, olha o atraso em que a gente se encontra), ou então gente falando besteira nos bares e se entorpecendo. Talvez o aluno de história tenha um ego mais engessado e consiga criar a ilusão de que é diferente daquelas pessoas na frente da televisão, mas se convencer de que é diferente não torna alguém diferente. Um convencido será sempre igual a outro convencido, enquanto convencido. Escolha sua droga, mas continue aqui do meu lado se drogando.

Como é que a gente chegou neste ponto? De ficar correndo atrás do rabo de tal forma, que não somos capazes mais nem de apreciar nossa condição? Como é que alguém consegue se convencer de que é superior a alguém porque não se considera superior em primeiro lugar? Faz sentido isto? Toda vez que alguém propõe alguma coisa diferente do mais do mesmo, é relegado ao limbo e taxado como "utópico", "sonhador" ou coisa parecida. Eu direi no entanto, tenho conversado com pessoas e a "realidade" que qualquer um me descreve para mim é o "sonho". Uma pessoa não pode simplesmente determinar o que é realidade e assumir que a realidade é aquilo porque ela determinou. Um sonho continua sendo um sonho, quer o sonhador esteja convencido de que está experimentando a realidade ou não. Não tem ninguém aqui tentando acordar, este não é o objetivo. Mas qualquer um que não separe o que é fantasia e o que é realidade vai começar a ler estas sandices que as revistas, a televisão, as tantas outras mídias que são controladas pelos partidos políticos e pelos grupos religiosos, os artigos dos blogueiros ativistas, e francamente, isto que estou escrevendo aqui e começar a achar que quem escreveu está falando sério. Qualquer um incapaz de perceber que estou despejando um caminhão de merda aqui com estas palavras está admitindo que está tão atolado na merda que não sabe mais diferenciar merda de não-merda.

É evidente para mim que não tem ninguém que tenha algo de bom para falar, mas enquanto a gente não começar a falar, em contraposição ao que estamos fazendo até agora, que é fazer de conta que estamos falando, como é que vamos conseguir separar o que é besteira do que é sério? Eu estou colaborando dando o meu material para fins de comparação aqui, estou dando a certeza para qualquer um que precisar de certeza que tudo o que está neste texto certamente é besteira e não deve ser levado a sério. Mas tenho a impressão de que não está adiantando. Tenho a impressão de que ainda tem gente que lê esta merda e leva a sério. Exatamente como massa de manobra aplaudindo discursos de pé. Não sei se tem gente que tem prazer nisto, para mim é repugnante e me dói como uma facada ouvir "ah que legal o teu texto". Eu fico me perguntando: "o que é que eu posso falar que vai fazer todo mundo jogar pedra e me mandar calar a boca?" mas parece que estou cada vez mais longe do meu objetivo.

E quando algum filho da puta (filho da puta mesmo, foi isto que eu escrevi) vier me dizer que estou me botando no papel de vítima, que estou fazendo isto para chamar atenção e promover meu próprio ego, vai estar me fazendo um serviço muito grande, porque toda vez que eu escuto isto sinto que estou sendo incompreendido e consequentemente toma conta de mim uma tristeza muito grande e uma depressão mórbida, que criam um vazio enorme em mim que a natureza se encarrega de preencher com mais agressividade e me da forças para continuar falando. Não é o caso que eu tive a vontade de começar a falar em primeiro lugar. Não tem como alguém querer isto. Assim como qualquer outro membro que faz parte desta massa, meu objetivo é a paz, ficar quieto e ver o mundo passar diante de meus olhos. Se eu faço alguma coisa em algum lugar, em algum momento, é porque não tenho outra escolha a não ser levantar o cu da cadeira porque a água bateu na bunda e a situação que se apresenta está impedindo a minha tranquilidade.

Agora eu convido x leitorx a apreciar a sua situação. No momento em que escrevi isto estou com o cu sentado e fazendo muito pouco ou quase nada. Que diferença tenho eu de colunistas de revista de sandice? Estás sentadx a ler esta porra (ou então de pé com o "tablet", ou "smarthphone", ou então deitadx com o "noute" ou o "neti" no colo, ou então convencionalmente sentadx na frente do desktop, mas de qualquer forma estás aí olhando para um monitor, ou ouvindo um leitor de texto, pra quem é deficiente visual), mas não tem nenhumx leitorx estabelecendo algum processo de comunicação comigo. E não se iluda. Não adianta responder esta mensagem e achar que está se comunicando comigo. Os caminhos de comunicação de que dispomos, como o postador original colocou, "levam a Ele". Os modelos de comunicação que temos são replicações do mais do mesmo. O que estás a fazer ao ler esta porra, leitorx, é insistir em correr atrás do rabo. Mas como é que vamos fazer algo de novo enquanto alguém não cometer uma heresia? Enquanto alguém não ousar fazer algo diferente?

Agora é o momento onde a pessoa que leu tudo isto espera que eu dê a solução ou então apresente a proposta nova. Se fudeu. Não tenho nada de inteligente para dizer além das tuas próprias sandices, leitorx, talvez com outras palavras. Talvez eu tenha feito isto na ideia de demonstrar como é ridículo ficar lendo o que os outros escrevem e achar que isto se trata de usar o cérebro. Eu ainda tenho uma vantagem enorme de não ter escrito nenhum livro, de não ter conquistado nenhum título, de não ter minhas palavras publicadas em nenhum periódico "famoso", mas tudo isto não foi suficiente para te fazer não ler tudo isto como umx imbecil. Ah sim, eu uso palavras hostis e é fácil entender isto como arrogância. Mas é isto que está todo mundo acostumado a fazer: correr para se abraçar nas pernas da mamãe dizendo "mimimi, o Iuri foi hostil comigo". Dar razão à necessidade que as pessoas têm de ser tratadas com docilidade é afirmar a fraqueza delas. E olhando nos olhos das pessoas não vejo fraqueza alguma. Vejo seres humanos fortes que estão sendo reprimidos por uma sociedade mentalmente retardada. Pode me chamar de presunçoso e de arrogante, dizer que estou sendo preconceituoso com os deficientes mentais. Se tivesse alguém pensando por aí o mundo não estaria da forma como se apresenta. Só faz sentido as coisas estarem como estão se todo mundo fosse retardado, o que é exatamente o caso. Eu tenho a impressão de que vou morrer antes de superar meu próprio retardo mental, então não faz sentido ficar nessa vaidade de esperar eu me libertar para tentar descobrir como é que eu posso libertar os outros. Porque não tem como evitar de perceber que sozinho está meio difícil e não há perspectiva. E é exatamente isto que eu não quero para mim: ficar como todo mundo, sem perspectiva. Mas em uma terra de cego, como é que eu vou encontrar um olho em primeiro lugar?

E agora uma mensagem para os amigos céticos que vão insistir em dizer que eu sou um escritor: é evidente que este material todo pode ser interpretado como um produto que eu estou oferecendo. Todos estamos acostumados com o modelo convencional, né? Eu observo o que está acontecendo, forneço o meu produto de material escrito como se fosse a elucidação da realidade, vocês compram a minha revista como se eu estivesse fazendo o serviço de observar o mundo e dar a minha visão pronta para vocês, né? Pra que pensar, que da trabalho, se tem eu pra ficar observando o que acontece e dar uma ideia pronta, saindo do forno, que é o suficiente? É mais fácil ficar me dando dinheiro para pensar pelxs leitorxs do que cada um escrever sua própria história, né? Tudo bem então, vou aceitar a premissa do companheiro "HD" de que eu me "expresso bem". Eu definirei então esta como sendo a "notícia ruim": de que infelizmente ainda tem que alguém falar em cima do palco e ser aplaudido, como o próprio HD fez aqui em POA. A notícia boa é que não tem nenhuma lei determinando que todo mundo que tem alguma coisa para falar deve ficar quieto. Este texto por exemplo não contém absolutamente nada de bom, porque eu também não vou ficar entregando o ouro assim de graça. Mas eu como meus colegas metareckers também tenho algo bom para falar, e estamos calados porque fomos treinados a acreditar que não tem como falar alguma coisa sem que isto vire produto. Mas aceitar esta premissa parece o contrário de dar um fim ao silêncio para mim.

Aceitar ficar quieto parece o contrário de admitir a possibilidade de falar para mim. Ou tem alguém que fica quieto e fala ao mesmo tempo? Veja bem, não estou falando de linguagem escrita ou de ondas sonoras. Tenho consciência plena de que existe a linguagem corporal, existem sentimentos e emoções e tenho consciência da eficiência superior destas coisas em contraposição aos meios de comunicação restritos ao escopo do lógico-racional. O silêncio que eu falo é justamente este: não só emudecer a voz e a escrita, mas emudecer o corpo, a mente, o coração. Há alguém neste silêncio se comunicando por aí? Há alguém escondido dentro de si mesmo que está comovendo uma única pessoa sequer?

Silêncio para mim continua sendo o contrário de expressão. É justo que continuemos lutando pelo direito de se expressar. E eu vejo claramente que não tem ninguém aí se expressando. Parece um bando de papagaios para mim."

E depois de postar aqui ainda surgiu um adendo:

"Este texto, por exemplo. Não tem como não ver que eu não estou fazendo um esforço para ganhar a atenção de alguém. Vivemos em um momento onde todos querem respostas rápidas, prontas, direto ao ponto, ideias condensadas, enlatadas. E os textos longos que dispomos já não servem mais para nada (a não ser para os intelectuaizinhos de merda ficarem esnobando os "preguiçosos que não lêem"). Mas eu não estou aqui tentando vender minhas ideias para ninguém. De fato, se tem alguém que não quer ser escutado, se existe alguém assim, então provavelmente eu sou aquele que quer terminar de falar de uma vez pra poder ficar quieto, porque falar ou escrever me custa muito.

Mas tenho a impressão de que vão continuar achando que eu quero ser lido e escutado, que eu estou aqui tentando ganhar a aprovação de alguém, que eu acho que tenho algo bom para dizer. Tudo bem então, já estou acostumado com esta presunção das pessoas que eu estou sempre mentindo. E realmente toda vez que abro a boca ou escrevo não posso oferecer nada além de mentiras, nada mais honesto do que ser interpretado como mentiroso. Eu quieto estou mentindo.

Assim como não quero paz com ninguém, também não quero explicar nada pra ninguém. Quem sou eu para explicar alguma coisa? Eu quero é confusão mesmo."

Edição: Se alguém citar este texto ou parte dele, se alguém for alterar, copiar ou de qualquer forma usar o texto ou parte dele, me faça a gentileza de não citar o meu nome.

2284 leituras blog de iuriguilherme
sex, 30/11/2012 - 15:34

Academia Livre

Voltando a dar um pouco de atenção a este site... criei um grupo chamado "Academia Livre" para reunir pessoas interessadas em pesquisa estruturada ligada aos universos metarecicleiros...

2635 leituras blog de felipefonseca
sab, 24/11/2012 - 15:02

Penúltima semana

Hoje eu e Fabrício scaneamos a planta do SESC e tagueamos os pontos de coleta de áudio. Até a semana que vem, pretendo criar um Prezi sobre, bem parecido com o HotSite da Autonomias do Silêncio. 

Tenho conversado com a Luciana Fleishman sobre a construção de um paper, relatando o intercâmbio entre as duas experiências.

Na parte da tarde coletei os musgos na Rua e fiz a aplicação. Coloquei-os na bancada sob luz forte. esperemos :)

 

1488 leituras blog de mairabegalli
dom, 18/11/2012 - 17:32

Áudios, Imagens, Musgos

Ontem pela manhã finalizamos a coleta de registros do Autonomias do Silêncio, capturamos áudios e imagens do Jardim Vertical e do Orquidário.

Durante a semana sistematizaremos essas coletas e em breve disponibilizaremos. Aproveitamos também para capturar algumas imagens que vamos enviar para o MutSaz do Fim do Mundo :)

Na parte da tarde, conversamos com a Sabrina, mostramos o paper que produzimos sobre a instalação EcoSistema e sobre Autonomias do Silêncio. Pretendemos deixar uma instalação audivisual como continuidade da proposta, que também seja voltada para o público com deficiência visual. Saímos no entorno da unidade para mapearmos possíveis locais para a coleta de musgos, pois na semana que vem faremos uma oficina sobre musgo grafite, transformando os musgos em bioindicadores, das 14hs em diante. Ficamos sem internet :( Em busca de redes sem fio. 

2324 leituras blog de mairabegalli
ter, 13/11/2012 - 22:55

O que Brasília te diz?

A gente cresce com o imaginário de Brasília invisível, terra de políticos e lugar de ternos. Era assim que eu imaginava, até conhecer a terra do Calango e perceber que existem muitas saias coloridas por lá.

Essa parte do cerrado carrega uma mutiplicidade cultural que traz congada, mamulengueiro, quilombolas, que com muita honra alimentam tradições seculares e cheias de força.

E foi nessa cidade que aconteceu a Desconferência Metarecicleira, que nasceu como “Encontrinho Informal METARECS@DF” e organicamente se tornou “Encontro na Terra da Calaganda/ Peregrinação dos Des_finados pelo Fim do Fim do Mundo”, no dia de finados, 02 de novembro de 2012.

Um encontro no centro do Brasil?
Os últimos dois encontros da Rede Metareciclagem aconteceram no Rio de Janeiro e em São Paulo. Duas cidades que são consideradas grandes polos pela quantidade de capital que gira dentro delas. Entretanto, pessoas que estão do outro lado do Brasil não tem tanta facilidade de chegar até essas cidades e a ideia de encontros descentralizados, como o que aconteceu em Brasília, possibilita que mais econtros, desse jeito, possam acontecer e mais pessoas possam se encontrar em lugares diversos. Afinal de contas, a rede metareciclagem está alé dos desenhos de mapas ou conexões astrais.


E quem estava lá?
Pois é, metarecicleirx também é metarecicleirx sem saber, pois é esse sentimento surge do coração e e de uma série de-devires que só aparecem quando estamos abertos ao acaso. Tem gente que escolhe essa abertura como premissa, e essa é uma das coisas que mais achamos no cerne da Metareciclagem: o saber acelerar/desalecerar o passo na hora da novidade. O saber lidar com o imprevisto. O incorporar o erro e transformar em potência. O…


E entre todas aquelas 20 pessoas (número aproximado) deu para sentir a magia do encontro, a importância de reunir não só quem está na lista da Metareciclagem, não só quem nasceu ou mora em Brasília, mas também  gente que está em outros estados, e em outras redes, e que pode pensar junto com os moradores da cidade algumas soluções a partir da mescla de experiências de gente com referências diferentes.
É o caso de Webert Oliveira, que apresentou no encontro fotos e relatos sobre um espaço abandonado no Parque da cidade e jogou a pergunta: “como podemos ocupar esse espaço?”


E de roda em roda o tema foi circulando, junto com as outras conversas que estavam rolando anteriormente, os particpantes do encontro começaram a imaginar soluções para a ocupação desse espaço, que possibilita o desenvolvimento de projetos relacionados a àgua, vídeo, dança, arte, tencnologia, pela sua relação com a natureza e com a cidade.

Senti um ar de um dia de Submidialogia, atuando nas camadas de um lugar desconhecido, tentando entender o que está acontecendo naquele espaço para pensar maneiras de fortalecer as ações.

Peraê, mas como foi a chegada em Brasilia?
Peguei o mesmo voo que Rafael Beznos, e encontramos no aeroporto de Brasilia Magnus Magno e Webert Oliveira. É divina a sensação de conhecer pessoalmente pessoas que você vê na lista, verdinho no jabber e até já te despertou vários sentimentos sem que você tenha olhado nos olhos dela.
Webert contou a importância daquele encontro acontecer em Brasília, a quantidade de nodos que estavam desconectados e precisavam uma situação como essa para estarem juntos.
Muitas vezes a gente acha que é necessário um motivo para encontrar as pessoas, mas a saudade não é tida como um  motivo plausível. Acho que esse encontro vai despertar saudade em muita gente e saudade consumada é óleo da engrenagem da vida.


Domingo Imaginativo de Resoluções para o Mundo…
Redes federadas, construir nossa própria casa, plantar nossos alimentos, fazer nossa música e tomar banho de cachoeira. E assim passamos o domingo: eu, Fabiana Goa, Farid Abdelnour, Daniel Prado, Leonardo Barboza e Fred Vazquez. A agulha da conversa era a frase “vamos fazer um mundo mais do nosso jeito” , de Zumbi dos Palmares. A linha que ia costurando era o sonho de cada um de um mundo baseado na economia solidária, no amor e nas possibilidades de continuar juntos a caminhada. Inicialmente usar um computador e plantar uma semente são ações completamente desconectadas, mas quando começamos a tentar entender o processo de construção daquele computador, como os softwares são produzidos e quem pode ter acesso, também percebemos que com as sementes não é diferente: como serão plantadas? Como será o seu processo de crescimento? Com ou sem agrotóxicos? E quem poderá comer essas plantas?  Essa reflexão surgiu em uma roda de pessoas muito diferentes, mas que tem como premissa fazer um mundo mais do nosso jeito… Salve Zumbi!


Segunda, Sol, Beco e papelão!
O feriado foi todo de chuva em Brasília, mas na segunda o sol deu as caras em Taguatinga. E foi para lá que fui! Encontrar Farid, que carinhosamente me apresentou o Mercado Sul, conhecido como Beco da Cultura.

Conheci Dona Nen, costureira que estava fazendo as camisetas para o Blender-Pro e toda riqueza que o beco agrega, pois envolve culturas outras, como um violeiro que faz viola caipira e um artista plástico chamado Virgilio Mota, que recria com saco de cimento e papelão. Com o material recriado ele produz cadeiras, mesas e outros objetos. O espaço se chama Tempo Eco Arte.

O mais bacana é que essa galera do Beco está fazendo uma séria de produções no Blender-Pro e mostra de forma concreta que é possível desenvolvermos jeitos de construção pautados pela economia solidária com base na união da comunidade. Uma costura daqui, outro faz a serigrafia ali, outra faz o orçamento ali..e assim, de um jeito gostoso que só, Dona Nen grita da casa vizinha: Farid, vem escolher o azul da camiseta! E lá vou eu junto e já participo da escolha, sem que Dona Nen peça minha identidade e referências anteriores para estar ali…ô jeito leve de fazer as coisas..


Para fechar a viagem, aprendi novos rituais de energização e ouvi um susurro no meu ouvido sobre a importância de estar atenta aos sinais, afinal “eles estão aí o tempo todo, na nossa frente”.

E Brasília, o que te diz?

1520 leituras blog de siliamoan
ter, 13/11/2012 - 17:13

Metatude - Das mãos e Costuras

A presença dos processos analógicos no desenvolvimento de estruturas literárias tem sido questiano desde o surgimento de plataformas que possibilitam outras formas de interação.

Entretanto, nenhuma delas supera a afetividade do cheiro, do toque e do processo de abrir e fechar.

O livro Metatude, que preza pelo processo de construção de mãos que objetivam tocar outras mãos atavés da passagem dessa energia por uma estrutura literária, está na fase da costura.

E semana que vem vai para outras mãos. Quem se habilita a receber o Metatude, intervir e mutiplicar seu conhecimento enviando para outro espaço?

Junto segue lista de lugares que podem receber o livro!

 

 

1272 leituras blog de siliamoan
dom, 11/11/2012 - 17:29

Facebook, MetaReciclagem e a Questão Central

 

Uma (re)produção/tradução/traição de uma thread polêmica na lista MetaReciclagem.
 
7.11
Já quase no finzinho da Tarde  Yzak, talvez por confiar numa consciência crítica das pessoas na lista metareciclagem, expoẽ a sua percepção de bizarrice  sobre uma imagem/texto que está circulando no Facebook.  Que para mim é uma dessas coisas que mais mistificam as "mídias sociais" do que ajudam a compreender como essas coisas podem (ou não) de fato se relacionar com poder.
 
Fabbri quase na mesma hora responde, levando a a questão para uma discussão do uso ou não uso da ferramenta/mídia/espaço, alegando que o uso deve ser feito também para a crtítica ao uso e que estar ausente desse processo não faz ninguém melhor em nada.
 
Mbraz responde algumas horas depois  e não entra no mérito da discussão sobre uso ou não do Facebook. Enfatiza  o problema maior, que é a questão central a qual a imagem/texto está associada. Sua percepção é de que o pressão total precisa ser feita. 
 
Lelex,  já bem mais tarde, mais que  sete horas depois da primeira mensagem, chuta o pau da barra e desconta um acúmulo de percepções num ser genérico.
 
8.11
Yzak  interpreta a colocação da Lelex como sendo uma crítica a ele e responde  logo pela manhã se declarando triste com a atitude.
 
Umas duas horas depoisa a Lelex pede desculpas e diz que era com o Geraldão e sobre uma percepção geral.
 
9.11
Fabbri, retoma a trhread mais de 24 horas depois, como alguém que está entendendo os movimento acumulativos da lelex , tranquiliza o Yzak e diz que nada daquilo era com ele, mas fala em  "cutucada" e "tapinha" genericamente, como se fosse pra uma galera real/imaginária da qual o Yzak, segundo o Fabbri, não faz parte.
 
Lelex  responde alguns minutos depois que se declarando aliviada por alguém a ter entendido.
 
Cleber, lá pelas duas da tarde, mais ou menos também duas horas depois da resposta da Lelex, volta para a Imagem, refraseia o texto, faz uma observação sobre pessoas e tecnologia.
 
José Joaquim, uma horinha depois, segue o retorno à imagem e coloca duas questões cŕiticas genéricas sobre o contexto da imagem/texto.
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Antonio, lá pela mesma hora que o Yzak postou a imagem mas uns dois dias depois, aproveita a imagem/texto para fazer uma crítica à inutilidade do Facebook. Ou à sua utilidade apenas para os "marketeiros".
 
10.11
Fabs entra na discussão já no final da tarde do sabadão. Mais de 24 horas depois do último post na thread,  com uma percepção de que há ali um problema com fato do Yzak ter postado o link na lista. E diz que não entende o porquê. Além disso, a cutucada e o tapinha, foram entendidos pela Fabs como tendo sido dados direto no Yzak e não num ser genérico.
 
Fabbri, já no começo da noite, umas duas horas depois do e-mail da Fabs,  reafirma: "o tapa e cutucao nao foi nele nem pra ele."
 
Iuri, alguns minutos depois,  entra no meio da confusão para posar de hacker Cool, que usa, mas não dá a mínima pro Facebook. (Iuri, eu não podia perder a piada, não é tapinha nem cutucão, certo?!)
 
Fabs, aparentemente pouco antes de sair para a virada cultural, lá pras 2Oh, retoma a discussão acentuando que não ficou claro que o tapinha e o cutucão não eram pro Yzak. Que se não eram pra ele parece que ele foi usado de escudo, o que seria pior segundo ela. Além disso ela levanta uma questão da discriminação quanto a usar ou não o facebook (o que que eu vou chamar aqui  de discriminação inversa ao fluxo).
 
Fabrri, seis minutos depois do e-mail da Fabs, diz que vai dar um tempo e outra hora responde. Diz que tá mais pra outros ares. Deseja uma ida em paz à virada cultural para a Fabs.
 
Lelex , já lá pras quase 11 da noite do sabadão, diz que quem tá dizendo que tem certos problemas na parada é porque está querendo ver e dá um recado pessoal para a Fabi. (Mais na frente a lelex vai confessar que estava falando dá e para a Fabi Borges. Pensando ser ela que estava pontuando a discussão do tapinha/cutucão).
 
11.11
 
7.23 da matina do domingão. Galera acorda cedo ou não foi dormir ainda. Iuri aproveita uma fala da lelex para problematizar a escrita e enaltecer a relação gente-cachorros.
 
Yzak, às 7.33 aproveita a deixa do Iuri e manda: ""E nós valorizamos cada vez mais a palavra e pouco ligamos ao movimento. E também à visão, que usa mais ou menos a metade do 1/3 restante do cérebro. Então, visão e movimento são tudo na vida, desde o nosso nascimento." Alguém citando Gaiarsa"
 
Maira, às 7.34 da uma alô e deseja bom dia!
 
Lelex, às 7.36,  também pega a deixa do Iuri e fala rapidamente sobre a sua boa relação com cachorros e sobre, genericamente mais uma vez,  estarem nos tirando a palavra: "pior que nos tempo da ditadura... cerceamento total da tal da livre expressão.".
 
Iuri, às 7.37, seguindo a jogada de bom humor feita pela Maira na na thread, deseja boa noite para quem é de boa noite.
 
Fabs, às 8.58,  interessantemente não notando que a Lelex estava falando anteriormente com uma Fabi, até passando recado pessoal sobre ligar e esperar em casa, dá uma escrachada chamando o papo de "papinho sabonete", que não assume para quem tá falando.  Mas, acho que o mais  importante, volta para o assunto maior, o problema central que vai apenas como consequencia de diversas relações, gerar a imagem/texto que foi criticada três dias antes pelo Yzak. O problema maior que até então apenas o Mbraz tinha abordado.  E aproveitando a deixa da conversa estar tratando de "Palavra, " joga um texto da Eliane Brun na lista, publicado na época.globo.com, que entre outras coisas fala o que é a palavra, na interpretação de alguns antropólogos para um determinado contexto.
 
Yzak, alguns minutos depois, retoma a crítica aos usos do facebook ("mídias sociais"), reforçando a questão do comportamento automático e da não assimilação da maioria das pessoas sobre o contexto. É um crítica interessantes, porque traz ao mesmo tempo a auto declaraão de usuário. ao mesmo tempo, Yzak acaba retomando assunto que parece que ficou mal entendido: "O Pedestal".
 
Lelex, uma meia hora depois do e-mail do Yzak, fala de seus não usos de msn etc. E  pergunta para "Fabi" (não a Fabs) sobre e para quem ela está falando.
 
Lelex, cinco minutos depois,  percebe que Yzak retomou o assunto  "O pedestal" como algo ainda não esclarecido. E faz uma série de perguntas pra ele sobre seus entendimentos.
 
Fabs, oito minutos depois do e-mail da lelex, mas aparentemente só tendo lido até o e-mail anterior do Yzak,  retoma também o assuno "O pedestal" e seu não entendimento sobre esta "cutucada/tapinha", assim como discorda de posições anteriores sobre o uso da escrita: "A falta de contexto eh que dah margem a tudo isso, e nao a escrita em si", segundo ela.
 
Fabs, cinco minutos depois, responde à pergunta da Lelex ( que ainda achava que estava falando com a Fabi Borges quando perguntou para quem esta estaria mandando recado) sem notar ou sem achar  relevante a questão da troca de identidades. A resposta da Fabs aponta Lelex e Fabbri , como as pessoas que: "distribuiram tapinhas e cutucoes, mas nao assumem quem realmente queriam cutucar. Geraldao que eu saiba nem assina essa lista."
 
Lelex, seis minutos depois do email da Fabs (às 10.14 para ser mais preciso),  propõe então  uma versão sobre  "O pedestal": "quem está no pedestal, sou eu. a critica foi uma autocritica, coisa que é dificil, eu sei, nem todos conseguem, mas eu faço minha auto-critica... peço desculpas se alguém tomou prá si, pois não era minha intenção, trata-se da minha compreensão e percepção do mundo que estou vivendo."
 
Yzak, três minutos depois (às 10.17 para ser mais preciso)  pede desculpas por ter retomado a questão "O pedestal", mas diz que estava meio que se protegendo e contextualizando principalmente por conta da molecada com quem trabalha que são também contatos seus no facebook.
 
Lelex, quase em cima do e-mail do Yzak enfatiza, para a Fabs, que a crítica é para ela mesma e complementa dizendo que quando precisa falar direto fala direto, mas que se alguém tomou para si o que achava que era pro Yzak isso é outro problema.
 
Lelex, uns 3 minutos depois responde ao pedido de desculpas do do Yzak. Diz pra ele  não se preocupar com ironia e menciona um exercício recomendado por Nietzsche que ela executa diariamente.
 
Mbraz então, às 10.28 do domingo,  retoma o que entendo como "a questão central", que foi o que me motivou (juntamente com a resposta seguinte da Lelex) a seguir os tempos e as ênfsases dessa thread. Vale ler direto do próprio Mbraz:  http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/56357/focus=56447
 
Yzak, no minuto seguinte, nitidamente não tendo tido qualquer contato com o e-mail do Mbraz,  segue o  diálogo com a Lelex do "uso de mídias sociais" e orkutização;
 
Lelex, uns vinte minutos depois, pontua rapidinho a elitização nas mídias sociais e então informa que estava só agora se deu conta de que quem tava falando ali era a Fabs Balvedi, não a Fabi Borges.  E aí entra o elemento/prática "troca do nome", que vem ocorrendo nos últimos meses em alguns lugares, em função do assunto central que a imagem/texto incial postadas pelo Yzak a quatro dias atrás, evoca.
Ela pede desculpas. Dá boas vindas de volta à lista para a Fabs e critica a proposição (que me parece foi feita pelo Mbraz) de que a movimentação, sobre o assunto central por trás da imagem/texto enviada pelo Yzaz nasceu nessa ou naquela rede social. E faz um breve relato mencionando Rodrigo, filho da Pi, falando sobre o que era e o que não é mais o FISL. Sobre o antes "as comunidades" e agora "os hackers estrelas".
 
Fabs, quase na mesma hora do último e-mail da lelex, portanto respondendo a um e-mail anterior,  se explica sobre suas colocações enfatizando que a preocupação inicial era com a suposta proposição de uma discussão que nasce na lista metareciclagem depois migrar para o Fabebook.
 
Lelex, 18 minutos depois,  puxa a discussão para o uso de mídias sociais e contextos, novamente. 
 
Fabrri, às 11.27, aproximadamente umas 13 horas depois de ter dito que ia dar um tempo, retorna e então se explica apenas recolocando suas falas. Sobre a validade de no próprio Facebook falar sobre usos do Facebook, porque entende que a discussão do Yzak não ia nesse sentido.
 
Fabs, às 11.42,  em menção às boas vindas de volta da Lelex, diz que sempre esteve na lista. Com menos mensagens, mas nunca saiu. Fala sobre sua percepção de que a troca dos nomes (que tem a ver com a movimentação em torno do assunto vinculado imagem/texto nas mídias sociaiso) só ter ocorrido em sua maioria no Facebook.
 
Bem, enquanto eu terminava isso, lá pras 14.50, já haviam chegado mais duas mensagens: Uma da lelex  (13.58), que parece que confundiu denovo algo que a Fabi Borges fez com algo que teria sido feito pela Fabs. E outra da Fabs (14.42) que respondeu, dizendo que quem tinha afirmado algo sobre o que a Lelex disse tinha sido a Tati Wells, não ela. (Mas na verdade, acredito que a Lelex estava se referindo ao e-mail da Fabi Borges uns dias atrás dizendo que ia sair da lista por um tempo).
 
Enfim, o mané aqui que não tava com tempo pra nada não resisitu e acabou parando para fazer esse registro dessa conversa, e tirando minhas próprias conclusões:
 
a) Nós temos aqui e nas redes aliadxs uma questão mal resolvida com usos das mídias sociais, notadamente do Facebook, que não é de hoje e que se expressa em várias tredis por aí, Kill Facebook, Kill it now! é uma das que eu lembro agora. Aliás acho que isso pode ser uma #tagchave (viu Fabbri e Simone, Glerm Adriando) pra máquina do fim do fim do mundo. E falando nisso, cês perceberam que a Fabs falou em aproveitar o mundo na virada cultural antes do fim do mundo ?
 
b) Como é característico aqui na lista as discussões às vezes caminham para trocas de elogios ou de acusações, defesas e alegações sobre mal entendido etc. Não se desesespere carx leitorx, no meio disso aí há muito mais do que picuinha entre ox malucxs que brigam e fazem as pases. Nessa tredi aqui tem alguns contextos de informação importantes sobre o que eu chamei de "a questão central":
 
A aparente crítica a uma parte desse posicionamento pela Lelex: http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/56357/focus=56449
 
E o texto enviado pela F4bs que, ainda que publicado na época.globo.com, está bem estruturado, trazendo vozes que são reconhecidas como legítimas, para o assunto das "palavras", na "questão central": http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/56357/focus=56441
 
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E no final fico pensando se faz algum sentido esse trabalho todo aqui de colocar os tempos, tentar sintetizar o centro do debate em cada e-mail e dar uma outra visualização para as discussões  tredi.
 
Não sei, a empolgação no durante foi boa.
 
Ter parado pela primeira vez para ler alguma coisa sobre, após ter resistido nesses últimos meses a toda a prescrição de facebook, twitter, lista, o diabo à quatro, para que eu "entendesse" e me "envolvesse" com aquilo que eu chamo aqui nesse texto de "a questão central", também foi uma experiência interessante. Ainda que agora eu esteja bem mais atrasado com todas as minhas coisas do que estava na hora em que comecei a fazer isso.
 
 
Espero que sirva para mais alguém, além de mim, esse exercício.
Bjs.
 
 
 

 

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