Diálogos na Casinha – Diversidade e cultura digital XX de XXX de XX (arquivo: repo_4173_4173_2-gambiarra_110607_divdig) PARTE II Ségio Amadeu - “Veja, agora... escuta, escutei você um monte de vezes... tá vou passar... (…) bem o que é um conceito de cultura digital? Cultura digital foi um termo lançado mas as pessoas na academia, os pesquisadores, enfim, que você pode dizer que têm a legimitimidade deles, mas têm, eles usam outro termo, eles usam cibercultura. Porquê? Porque eles acham que caracteriza melhor a produção de uma cultura que nasceu dentro do ciberespaço. Cultura digital para eles é aquela cultura que é produzida como a cultura de massa, a cultura de massa não é uma cultura popular, as pessoas dividem, qual é o problema? Ah, você vai dizer: A cultura de massa é qualquer coisa, não é. Você pode dizer que uma cultura de massas é um cultura da indústria cultural, produzida, ela absorve a cultura de massa, ela absorve a cultura erudita. Agora você pode não aceitar essa classificação, resta o seguinte: a classificação de digital quer dizer alguma coisa? Eu particularmente acho, tanto é que no blog eu coloquei naquele texto inicial lá a seguinte questão: eu acho existe uma cultura de rede, existe uma cultura que é de tratamento simbólico da sociedade que é a sua digitalização e eu posso interpretar tudo isso pelo ponto de vista semiótico e você vai falar o seguinte: o que isso quer dizer? Quer dizer que a digitalização não é só colocar em 0 e 1 a digitalização é um processo diferente da analogia, por mais que eu olhe esse cartaz é analógico, uma vez que eu consigo escanear esse cartaz, bater uma foto que não é mais analógica eu consigo digitalizar e fazer com que toda produção simbólica ela possa caminhar para a rede usando um ou mais padrões isso é uma completa diferença do que a gente tinha antes, ou seja nós estamos libertando a arte e a idéia de seu suporte, de qualquer suporte. A única coisa que conseguiu fazer isso foi a digitalização em rede. (Interrompe a fala sob alguns protestos: não eu tô libertando sim...), porque o digital liberta sabe porque porque eu tô pegando essa impressão, tirando desse suporte e ela pode aparecer na tela de um computador, em outros suportes analógicos, ela pode e é completamente diferente da imagem da globo quando eu tinha que fazer uma coisa muito limitada, eu jogava ela no máximo para uma fita e saía trabalhando essa fita. Hoje não, os caras que estão querendo controlar a tv digital, um carinha pode tentar pegar um set-up box, tirar a transmissão que está tendo lá dentro, jogar na internet, dessa internet ir para um celular, ir para um ipod, ou seja, é completamente diferente. Isso não quer dizer que isso ganha um status de uma cultura, o que eu estou dizendo é que a digitalização permite o nascimento de produções e de elementos de confluência que você possa chamar de cultura. Você não pode chamar de comunidade já que existem tantas comunidades na rede? O termo comunidade era muito próximo dos locais, quem jogou de novo esse termo foi o Rheingold, ele falou esse termo é proprio da rede, ela gera comunidades. Agora a pergunta é: essas comunidades que tratam com questões digitalizadas, que algumas são livres, outras não, essas comunidades constituem determinados traços que nós poderíamos chamar de cultura? Essa é a pergunta. Eu defendo uma cultura de rede, de compartilhamento mas eu sei que tem gente que usa o digital, eu sei que tem gente que posta o conteúdo e contribui nessa coisa toda e é contra o compartilhamento. Agora resta saber o seguinte: eu não sou a favor do que eles fazem, mas o que eles fazem deve ser defendido no âmbito de uma diversidade ou não?” Voz masculina - “Eu só queria falar... em cima dessa sua colocação como você vê essa questão do artista, da arte gerando demanda de produto e da indústria, de onde parte? É uma troca, uma simbiose entre e o artista e a idústria? O vídeo-artista ela vai gerar o hardware de uma undústria? Como você vê isso?” Voz masculina - “Assim queria colocar nessa questão do digital, da cópia, de você poder digitalizar uma coisa e essa coisa parecer ser uma coisa diferente. Tipo esse cartaz do bandido da luz vermelha, se eu escanear isso e transformar isso em um arquivo digital ainda é um cartaz do bandido da luz vermelha. Uma situação boa é que se eu trazer uma maça e o amigo trazer uma maça, nós teremos duas maças. Mas se ele trouxer uma idéia e eu outra idéia teremos duas maças (…) ainda teremos uma maça no sentido da maça porque ainda é reprodução. (Interrompe a fala: copia sim, concordo nesse ponto, mas é só mais uma maça...) Se eu vou comer a maça, se eu vou fazer uma maça do amor, se eu vou jogar fora, se essa maça tem bicho é uma outra história, é um caso de semântica, vamos voltar essa idéia (…) deixa eu só terminar... outra coisa é a questão do estado, que o felipe colocou, que se preocupa também quando sarney vai falar, está falando de cultura digital ou quando esse documento gerado no diversidade digital e cultural vai prá ONU, vai prá UNESCO que é uma instância política de qualquer modo. É diferente do congresso brasileiro, apesar que o congresso brasileiro tenha sido papagaio de pirata dos estados unidos, mas a ONU é muito mais, tem muito mais papagaio do que o congresso brasileiro, digamos nesse sentido, que a UNESCO que tá ligado né? é um orgão da ONU. Acho muito bacana os itens que eles colocam porque pensam a cultura como uma coisa muito mais ampla que o digital, isso eu acho bastante interessante, mas ainda é restrito, ainda é restrito. Eu como sou anarquista e não de carterinha e tudo mais, então vou sempre me voltar contra essas instuições temporárias digamos assim... porque a ONU não existiu sempre e também não vamos dizer que ela vai existir para todo o sempre. No caso lá que ele colocou da época da revolução francesa não havia meios digitais nesse sentido que a gente tem hoje, mas o que se fazia era a divulgação por panfletos. Você usava a escrita na forma de panfletos e aí divulgava essa escrita. E aí, manifestos. E as idéias não eram sempre as mesmas nesses manifestos, eram idéias diferentes.” Voz masculina - “Só colocar aqui, primeiro o que o felipe falou sobre o josé sarney, me corrija se estiver errado, não era do fato de sarney ser um político era o fato do sarney ser o sarney (…) é né? (…) não tem tanto a ver com o fato dele ser isso daí. Com o questionamento aí da questão da maça, você resolveu ela logo depois quando você diz tá tenho essa maça se você vai fazer dela uma maça caramelizada se é uma maça com bicho é outra coisa, mas eu diria o seguinte: quando chega nesse ponto é que você tá falando de cultura digital, você pega o cartaz, escaneia o cartaz e coloca ele no computador, isso é cultura digital? Não, você está alterando o suporte, legal. Onde é que a cultura digital entra nisso? Quando você manda esse cartaz prá alguém na índia e esse cara tem a possibilidade de reconfigurar esse cartaz, porque ele tem acesso a esse conteúdo e ele pode, como disse bem o sérgio amadeu, remixar esse conteúdo isso é uma propriedade que não é exclusiva mas que é extremamente punjente no digital. Quando você tem um ponto de cultura que desenvolve um filme, que desenvolve uma música, desenvolve qualquer coisa isso aí não é digital. Quando ele põe na rede e manda e um outro ponto de cultura lá do outro lado do brasil se apropria disso e pode transformar em outra coisa que por sua vez vai passar de novo - ou que vai ficar ali porque a produção também pode ser de ponto a ponto - aí você tem elementos que formam uma cultura digital propriamente dita.” Vozes ao fundo. “Vamos encerrar gente? Ele quer falar...” Voz masculina - “Bom então, é assim... quando você falou que a cultura digital entra quando você pega esse cartaz, escaneio, mando prá pessoas e um cara lá na índia pode remixar o cartaz. Aí eu queria falar de novo. Por isso que eu digo que isso não necessariamente é cultura digital. Eu acho que o termo que a gente devia bater é no de cultura livre porque se o cartaz... se eu por exemplo tirar uma xerox colorida desse cartaz, mandar pelo correio pro cara na índia e o cara na índia for lá bater um outro xerox com um chifrinho recortado na cabeça do bandido da luz vermelha, ele remixou esse cartaz. A grande questão é: você autorizou, o cara foi autorizado a fazer esse remix? Ele vai ser preso se ele fizer esse remix? Hoje a defesa que deve ser feita é em prol de uma cultura livre, onde você amplie o nosso... vamos falar assim... os arquivos sobre os quais nós podemos fazer citações. Que na verdade se você pensar em quantas pessoas que você conhece que já teve uma idéia? Uma assim, mas daquelas idéias boas, que o cara faz assim: nada nessa mão, nada nessa mão e de repente ele..tchamm... idéia! Ninguém tem uma idéia só sua, as idéias são sempre citações. Então acho que quando a gente defende a cultura livre, independente se ela é digital ou analógica, você está defendendo que se amplie o material sobre o qual a gente pode fazer novas citações. É isso daí que eu queria falar.” Vozes. “Cadê o cara que queria falar? Desistiu?” Ségio Amadeu - “Eu quero falar assim sobre a questão que você levantou mas eu acho assim muito complicado. Eu acho que existe uma coisa interessante que está acontecendo. Eu li isso em algum lugar, eu vou estar cometendo uma injustiça de não lembrar o nome do autor que eu li mas esse autor dizia assim: no renascimento os artistas ampliaram as possibilidades de criação mas só que eles controlavam a técnica, a técnica era intrinsecamente ligada à arte. Então eles controlavam o instrumento, ele fazia a própria tinta, ele criava a própria tela, e ele fazia aquilo. Então de certa maneira, nós obviamente não estamos tendo exatamente um retorno ao passado mas a tecno-arte que é muito forte dentro disso que é cultura digital, cibercultura, cultura de rede, essa técnica, essa criação artística ela hoje exije um conhecimento técnico, ela exije (...) tanto mais autonomia tem o artista quanto mais ele é criador de sua técnica. Então o que a indústria faz? (Interrompe a fala: é de elite... eu acho que essa arte é de elite, ainda...) e como era no renascimento e como era em vários momentos, agora você, bom, tem até uma crítica da turma da escola de frankfurt, que era também elitista, mas a crítica deles, quando eles negam o termo cultura de massa por indústria cultural ele dizem que essa cultura não é das massas, ela é feita para transformar os sujeitos em massa, em unidades, extao, na verdade quando você fala o pessoal faz cultura de massa, não é bem assim... (Interrompe a fala.) Eu tô mais falando do texto do Adorno, sobre indústria cultural dentro do texto sobre o Iluminismo, mas enfim, só estou dizedo que não é fácil essa questão... só que eu tenho uma questão para o marcelo que é a seguinte: a cultura, essa cultura que está sendo produzida no interior das redes ela é uma cultura anárquica? Ela exije ou aponta para um revigoramento da anarquia enquanto superação das instâncias de poder que a humanidade criou até então?” Marcelo - “Acho que a anarquia existia muito antes da internet, não depende da internet, depende das pessoas né? Tanto que as formas de controle as vezes não estão no estado, estão na cabeça das pessoas. Não adianta falar que eu não sou, que eu já não pertenço ao estado, mas como eu passei pelo governo do estado muito disso ficou introjetado na minha pessoa, então burocrata ele não é criado exatamente dentro do estado, ele aparece na sociedade, mesmo dentro de uma cultura livre pode aparecer um burocrata. Em termos de anarquia, anarquia não se define pela rede, eu acho que está muito distante até. Interessante que hoje quem se diz anarquista usa o suporte da rede, existem vários sites, acredito até que a anarquia, o anarquismo voltou em função da internet, porque as pessoas puderam não mais de forma isolada, mas de forma compartilhada, discutir as suas idéias e independe... se hoje tivesse uma catástrofe e a rede desaparecesse eu continuaria a ser anarquista. (Interrompe a fala: então, é o que eu acabei de falar, a rede não cataliza...) ela pode catalizar e ela pode controlar do mesmo jeito, ela é uma faca de dois gumes, ela tanto liberta de um lado quanto corta cabeças de outro, como uma gilhotina, ela cortava cabeça do mesmo jeito, e liberava sim, liberava de algumas pessoas.” Jeff - “Só para a gente voltar um pouquinho naquele lance que a gente tava falando, de anonimato, não sei o quê. E acabei de chegar aqui num blog, do uirá, que deve estar nos escutando, deixa eu ver o título que ele colocou aqui que foi bem legal... googleismos do google... e aí no google maps tem um serviço novo que é o google maps street view e tem uma frase bem assim: explore neigborhoods and street level virtuality e então agora você pode acompanhar as pessoas ao nível da vizinhança, explore seus vizinhos, vejam o que eles fazem, os caras estão criando um reality show ali online na verdade, então é um pouco do que a gente tava falando, vamos ser anônimos mas até que ponto a gente vai conseguir isso? Até que ponto nós vamos saber se não tem um satélite ali a alguns quilômetros pegando o que a gente tá falando aqui? Então não é nóia mas eu vou usar esse termo no sentido que as pessoas estão em um ponto em que não falam mais porque alguém pode estar ouvindo na rede... (Interrompe a fala sob protestos: ok, eu vou colocar uma coisa que aconteceu comigo no ônibus, não... só uma experiência que rolou comigo.) Eu tava na última fileira de bancos do ônibus, e tinha um cara do meu lado com um celular simplezinho assim com o visor virado para a frente apoiado segurando no banco do ônibus, e aí um senhor ia descer e se posicionou na porta enquanto não chegava no ponto e diz assim: o que você tá me filmando? Pára de me filmar, desliga isso aí. Mas nem tenho câmera. Então porque você está me filmando? Então, eu não estou colocando uma coisa minha, até porque eu sou muito tranquilo com essas questões, mas tem uma galera, e eu acho que a gente tem que ter essa preocupação com essa galera que tá em volta da gente, que não tem esse tato com o digital. Ah, eu olho esse telefone e sei que ele é uma porcaria, que não tem câmera, saca? Mas esse cara olhou pro telefone no sentido de porque você tá me filmando, sabe? As pessoas estão com esse receio, elas não tem esse tato da tecnologia. (…) Que relação ele tem com o celular que para ele representa uma ameaça, sacou?” Voz feminina - “Com relação à nóia eu já senti uma coisa que é muito nóia mesmo, quando um cara falou em uma palestra: é, porque a gente tá aqui discutindo isso mas daqui a dez anos alguém pode puxar essa conversa e vai falar - porque você tava discutindo isso há dez anos atrás? E eu, como assim, calma né gente? E até liga um pouco com essa questão que o marcelo e sérgio estavam falando do anarquismo e do digital, acho até importante diferenciar um pouco anarquismo de anarquia porque anarquismo seria mais relacionado às teorias e ao movimento histórico talvez, algumas pessoas diferenciam outras não, e anarquia de como você vive, como você faz para viver diferente, buscar algo diferente, e eu acho que tudo depende mesmo da pessoa como o marcelo falou, é buscar o que você faz dentro da rede que pode ser uma coisa anarquista, como você usa a rede para produzir uma coisa diferente do que está sendo imposto mas também entra na mesma questão da segurança e da nóia que se ligam bastante.” Sérgio Amadeu - “A gente vai encerrar, eu vou desplugar daqui a pouco. Eu vou falar uma coisinha rápida e tem que ver quem mais quer falar alguma coisa, só um aviso: quem for, quem tiver interesse em participar do documento nós vamos encerrar sexta-feira ele está com o link do blog vai para um wiki e ele pode ser alterado e enfim, é uma possibilidade de colocar algumas propostas, algumas visões, coisas que são importantes, por exemplo, uma das propostas que está lá, eu acho que a gente tem que disputar recursos arrecadados pela população que vão para o estado e que não estão voltando para os grupos que são inovadores exatamente, então eu estou colocando essa proposta lá. Ela é a única? Não... têm muitas outras, têm várias que poderiam ser colocadas e eles estão na cabaça, não estão lá e tal, então eu gostaria que as pessoas tem que colocar elas ali... (Interrompe a fala: então eu estou dizendo... mas esses não são os grupos inovadores...) grupo inovador só para você ter uma idéia durante muito tempo nós tentamos conseguir recursos para o java livre, eles são super bons, têm vários moleques fazendo coisas fantásticas, a gente tentou arrumar recursos assim muito intensamente para o arquimedes, uma alternativa livre para o autocad. Tá desenvolvido, a molecada batalhando mas não chega. Então eu tô dizendo assim, mas vem cá não precisa brigar, ninguém precisa brigar por nada, só que aqueles que querem brigar e que puder colocar uma questão lá dentro de uma disputa institucional, uns não acreditam, outros acreditam, mas não se trata de fazer com que as pessoas acreditem se trata que aqueles que têm condição de juntar um grupo, se articular e ir lá pressionar, então vale apena, é só isso. O endereço do blog é diversidadedigital.blogspot.com e o jeff já está colocando conteúdo neste blog prá quando ele se desabilitar lá ele continuar e eu insisto nisso tem muito texto bom e isso pode ser utilizado para a continuidade do debate ali, e vai pro estúdio livre. É isso aí. Mais o último aviso aqui vai ter um lançamento, antes do felipe fazer a vaquinha dele, tem um pessoal do grupo chamado troiano que tem o apoio do pessoal do Nomads da USP tá lançando um livro aí quarta-feira chamado “Instalando arte e cultura digital” ali na nova na livraria da vila, na avenida lorena, 1731. É um livro de arte com um pessoal chileno, brasileiro, uma reflexão sobre tecno-arte, eu acho legal, quem poder aparecer lá, é isso aí.” FF - “ Cabô né? Vai embora. Só prá dar um contexto aí, a gente têm feito alguns encontros aqui na casinha, que têm debatido assuntos interessantes, já tivemos 4 ou 5 dessas conversas, eu tenho que sair fora mas algumas pessoas estão aí, a maria lu, se alguém quiser participar a gente vai avisar na lista.metareciclagem.org, serginho aí tá fraco... a gente soma tudo e fala que teve ó 300 ouvintes... mas a gente vai continuar com essas história com a intenção de querer aprofundar um pouco a discussão sobre apropriação tecnológica e a relação disso com diversos projetos no brasil. Então tá, está todo mundo convidado eu vou continuar a aparecer online e espero que as coisas continuem a acontecer por aí, bem-vindos e até mais. Cabô, cabô, alguém quer falar mais, dar um tchau prá galera? (Interrompe a fala: sim o mobile fest.)” Paulo Hartmann - “O Mobile Fest está aberto para chamada de trabalhos pro seminário que vai ser em novembro de 21 a 30 e também estamos abertos para receber conteúdo de fotojornalismo, vídeo, música, tamo elaborando um pit de games e uma bolsa estímulo ao desenvolvimento. Mais novidades no site mobilefest.com.br. Legal.”