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BhIntroMetarec

'''Introdução (Num registro bem pessoal...)'''

Desde o contato com outras iniciativas de reciclagem tecnológica, vimos cogitando a possibilidade de estabelecer uma ação multidimensional de transcriação dos recursos de comunicação.

A primeira referência que tive foi com o CDI de Rodrigo Baggio, num evento promovido pela Sucesu/MG. Apesar do discurso edificante e caritativo de nossos cripto-lobbistas do soft-jaula, algo me causou desconfiança. Mas a idéia de reciclagem era boa, tão boa que não deveria ficar só com o hardware informático (e principalmente, não para o adestramento para o consumo de ferramentas proprietárias)...

Visitar o galpão do MetaReciclagem na periferia de Sampa, em 2002 e observar a lógica de disseminação do software livre abriu novas possibilidades. Mas me parecia um tanto precária a estratégia, porque não parecia haver um planejamento mais consciêncioso da apropriação dos recursos por quem os recebia: comunidades, organizações não-governamentais, grupos variados. Mas o espírito era realmente estimulante, e para melhorar a organicidade do processo não contradiria absolutamente o caminho trilhado até ali. Para usar uma metáfora (ou melhor, catacrese), parecia exigir apenas definir uma função e adicionar um procedimento... (Isso foi logo antes da implosão do metarec1 em 2002)

Mas permanecia minha questão: "Por que só tralhas informáticas?" Como vidieiro e radieiro, sei que existem zilhões de câmeras de vídeo, microfones, gravadores, vts, videocassetes, rádios etc. por aí, juntando poeira em prateleiras, encostados por alguns defeitos mínimos ou por falta de casamentos, férias, batizados, primeiros filhos etc.

A questão era que, para reciclar objetos físicos, é preciso reciclar objetos mentais: os usos. Sem deslocar recursos de um uso narcísico/privado para um dionisíaco/público, não há reciclagem de máquinas (ou mesmo de algoritmos, máquinas lógicas) que seja "metaformoseador".

Então, eis que aparece no Gato Negro ("espaço libertário" que existia em BH...) um tal de Pontone, mostrando uns vídeos violentíssimos e falando de um tal de Movimento Salve o VHS ( http://salveovhs.tk ). Depois de alguma conversa, convergência: vamos começar a reciclar tralha videográfica junto.

Depois, fui numa oficina de um grupo (Minaslivre http://www.minaslivre.org ) que pensava em organizar uma ong (e que acabou meio se desentendendo por causa disso... revival da implosão do metafora1). Essa galera já era militante do sofware livre, alguns já tinham montado telecentros em/para organizações sociais de base, e costumam realizar oficinas e palestaras para a difusão do soft.

E, recentemente, nas atividades de organização de uma rádio livre, travei contato com mais um tanto de pessoas que acharam a idéia boa, e com uma ONG que toparia fazer as mediações institucionais formais.

Todos os ingredientes, bem misturados, a massa está chegando no ponto. Mas agora, temos que untar a forma, e fazer a cobertura.