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MutiraoEmergindodasEntranhas

 

O dia de trabalho foi intenso. Terminamos a última oficina de MetaReciclagem de um projeto que estou coordenando no acessasp. O projeto está sendo legal. A idéia é montar uma ponte metarecicleira no PEFI - Parque Fontes do Ipiranga, local onde era a FEBEM. Contribuir para a mudança, para a transformação do local pela apropriação e replicação da tecnologia é muito importante.

Tudo isso, muitas vezes, passa batido. Bem, no MetaReciclagem dá para fazer coisas muito legais. Experimentar conceitos, brincar, conversar, trocar links, blá blá blá... Gosto de pensar que aproximamos do artesanato. Aliás, penso nos hackers como artesãos da tecnologia. As vezes, são artistas. E, de certa forma, o metareciclagem ousou em fazer arte. Fazemos monstros cibernéticos, computadores pelados, pendurados e pintados. Outras pessoas também se colam nessa inspiração. Nas oficinas percebemos que é possível criar relações que possibilitam entrar pelos meandros da rede. Encontrar os atalhos para outro futuro. Acho isso duca!

Bem, cabe explicar que Metareciclagem não é sobre reciclagem de computadores, não é apenas sobre software, nem sobre hardware. Desta forma, eu tento separar o que é "O metareciclagem", ou aquilo que é entendido pela imprensa, por parte do poder público, ou por quem não quer pensar muito sobre isto, daquilo que é "A Metareciclagem".

Pelo menos para mim, todo esse processo que é 'a metareciclagem' nos remete à idéia de inquietude potencializada. Potência de querer transformar, de engajamento no espaço informacional. De apropriação e replicação das relações tranformadoras. Atuamos na arte, na política pública, na cultura... Estamos construindo um modelo de transformação social. Não se trata de um invento, de uma criação. Somos parte de um movimento colaborativo imenso.
De uma imensidão de comunidades de desenvolvedores de softwares. De blogueiros, de linkadões espalhados pelo mundo com objetivos semelhantes na produção colaborativa. Muita gente ronda pelos bastidores cibernéticos.

Todo esse processo começa a criar rizomas. Um modelo começa a emergir das entranhas da rede. Gosto de pensar que o paradoxo se torna paradigma no ritmo de uma cultura de remix. O conhecimento começa a se libertar das instituições. E faz da rede um repositório colaborativo.

Fico um pouco abestalhado a ler meu próprio texto. Repito muitas palavras. Tags como colaboração, transformação, apropriação e replicação tornam-se carne de vaca nesse universo. Palavras do momento. Jargão de um mundo que emerge do caos. Talvez, a nossa contribuição nessa ladainha toda seja apenas colocar um pouco de ordem. O Felipe Fonseca chama isso de caordem. Mas isso é um assunto para ser tratado mais para frente.

Bem, fico feliz por entender que abrimos mais possibilidades de atuação. Essa sempre foi minha função nesse processo. Abrir portas, criar links, cuidar da interface.... daqui a pouco continuo. Vou almoçar.