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MetaReciclagem cada vez mais aparece por aí em eventos como a semana de c&t, campus party e outras coisas. É legal, mas sempre tem aquela questão de uma visão limitada do que é a MetaReciclagem. Eu continuo achando que pra chamar qualquer coisa de MetaReciclagem tem que no mínimo informar na lista. E aí fica a dúvida,  deixamos rolar? Metemos o pé pra ocupar melhor os espaços?

Tem horas que acho que dependendo de quem é o pé tem mais é que meter. Ao mesmo tempo fico pensando que o lance todo é saber como a Metareciclagem chegou lá, se há alguém da lista envolvidx, porque aí fica tudo mais fácil. Sei que não tem como ter esse "controle", imagina o tanto de gente que já assistiu oficina com alguém da lista e não interagiu com a lista em si etc... Mas se tiver um logo da coca-cola ou da intel eu apoio um questionamento sobre o uso do nome. Ou coisa do tipo: se a cria é filha de pai incógnito resta saber se o pai é mesmo quem cria.

O pior de tudo é que os caras utilizam o nome mas não documentam nada e nem permitem que participemos deste processo para auxiliar na disseminação dos corretos ideais do conceito, que vão além do simples reuso e descarte para empresas especializada no e-lixo. Quem dera podermos realizar vários Bailux pelo país, mas precisamos que o pessoal abra as portas para podermos falar.

Seria legal termos um how-to explicativo e enviar para as pessoas que utilizam o nome,  solicitando o porque não participarem da lista e da documentação. É que lá fora (da lista),  no "disse e me disse",  a MetaReciclagem se resume a sucata funcionando.

Me lembro uma atividade que organizamos na Taina, junto com EL, estava o Cris, Jean Habbib e outros. Vimos um tal de evento do Jovem.Com que tinha a logo Metarec e da Microsoft. Foi foda ver isso e questionamos na época. Vejo em muitos eventos o pessoal falando de metarec, mas sem a propriedade devida e às vezes cada besteirada que sai que eu fico sempre na dúvida:  "sera que dou um toque pro camarada ou sera que o cara é do coletivo?" Já que temos muitos aqui na lista que não se conhecem bem. Estou falando dos ativos e também os não ativos na lista. Ai entro mudo e saio calado das atividades, nunca sei o que falar de fato para esses caras. Seria de bom tamanho pelo menos eles darem referência de onde surgiu o movimento e os grupos ativos e como entrar em contato. Eu faço isso quando tenho que dar alguma palestra e cito os coletivos. É deste jeito que contribuo para o crescimento do conceito e da cooperação. Mas, independente das minhas ações me parece que alguns se confundem com o livre e o que fazer  com o livre. Pô, parte do "livre" é dar atribuição de autoria.

Acho mesmo que parte significativa das apropriações "indevidas" se devem ao fato de não comunicarmos claramente alguns princípios mínimos. A gente fez um bate-papo sobre isso no último fisl, na conversa com o povo do Estúdio Livre, e houve algumas críticas à forma como o metarec se posiciona em relação a isso. Acho que as críticas tinham sentido e a que mais me tocou tem relação com não deixar tão claro essa questão de relacionamento com o nome. Na real, eu nunca liguei muito pra isso, pois sempre achei que o conceito ia sendo apropriado de formas diferentes e que deixar isso flexível favorecia muito seu próprio espalhamento. É isso? Faz sentido?

MetaReciclagem virou hype e isso já faz alguns anos. Dá para fazer algo em relação a isso? acho que dá, mas acho que vale a pena puxar uma thread na lista explicitando o que seria esse mínimo que gostaríamos de deixar mais explícito sobre como funcionamos e os processos em que nos regulamos por aqui. Acho que até para a própria lista seria uma dinâmica interessante.  Por isso acho que vale ser um pouco mais explícito nisso no site e fazer um certo how-to para explicar passo-a-passo como gostaríamos que fosse feito. E isso tá ligado também à gente documentar mais nossos trabalhos,  pra servir como material de apoio. Esse how-to ficaria em uma mesma página com o histórico da rede MetaReciclagem e a origem do nome, em um link único para ser facilmente divulgado, mesmo que seja a posteriori.

Na verdade acho também que as apropriações não são exatamente indevidas, elas tem de acontecer mesmo,  a questão é que elas são muito superficiais. Podemos falar sobre o meta coisas além de recuperar pc velho e dispensar sucata no lugar certo. Além disso, eu acho bobeira total  usar o nome metareciclagem pra promover ações insustentáveis (como aqueles editais de meta que são na verdade um lixão). Isso não é metareciclagem, nem chega a ser reciclagem na real, pura confusão, muito oportunismo e muitas ações que além de fugir do escopo da rede são muito bizarras, como a do projeto de descarte de lixo na bahia que discutimos na tredi passada, as pessoas consomem mais porque agora descartam de consciência tranquila já que tem uma galera mó legal catando lixo pra fazer arte, péssimo criar essa mentalidade,  né?

Nós podemos comunicar princípios mínimos da rede, do conceito e das ações, mas ainda assim nem todo mundo vai entender, normal !  Faz parte de tudo nós sermos os braços pegajosos que vão contaminando as ações com aquilo que faz parte da nossa filosofia. E poderíamos escrever uma licença de uso e atribuição pensando nisso.

Outra coisa interessante é ver alguns anarquistas falando de apropriação indevida. É engraçado apenas quando tu não entende o que é anarquismo. Mas não entendo essa trédi, ela sempre volta. Acho que agora é por causa das eleições.  Tem gente que vai nos lugares e fala que "inventou a metareciclagem" com a mesma propriedade que se apropria de tudo que a gente escreve, inventa, pensa, brincando. Fica arrotando no bar e chamando de "porra loca" pelas costas. Já vi listas e moderadores irem e virem. Me lembro quando a internet era um telefone. Não precisa responder não, escolhe uma música e põe na vitrola pra galera que tá facinho.

Penso que posso ser mal interpretado por alguns, principalmente quem não me conhece direito pessoalmente. Peço desculpa pela ansiedade e pela vertigem. Não queria ser destrutivo com as propostas que tão rolando na lista. Por favor,  continuemos. Vou tentar colaborar mais. Não encarem como pessimismo. Foi um desabafo. A babaquice toda de guerra santa da eleição essa semana e outros problemas no entorno ajudaram na ebulição. Espero que compreendam e não levem pro lado pessoal. É uma vertigem mesmo, de quem ta envolvido de alma com isso tudo. Quem tá sabe do que estou falando,  sabe sim e espero que ajude a elucidar isso tudo pra nós,  bando. E se falei de Carnaval de Finados falei dessa vertigem toda mesmo, de encarar de frente, sapeateando na frente do azar, que isso aqui não é brincadeira não. Quem tá junto tá mesmo. É pra muito além. Quem ainda não me conhece espero conhecer mais, de carne osso,  e quem eu ja conheço e levo comigo: saudades sempre!

Você é uma grande inspiração!! Controle, que controle? controle remoto é o icone na preguiça!! No mais a questão é como a gente sensibiliza mais as pessoas que o nome metareciclagem está relacionado com um conceito que elas não tão captando...  ou to boiando?

Mesmo as palavras amor, flores e carinho podem gerar inúmeras interpretações. E felizmente isso é algo incontrolável, assim como <<é bom e incontrolavel>> não existe amarras que amarrem o termo gambiarra e impeçam gambiarra ser desde a cordinha que o cara coloca para sustentar uma antena até um capacete que alguém amarra uns fiozinhos e manda para o Itau Cultural dizendo ser uma grande gambiarra tecnológica. Vai da interpretação de cada um achar que isso ou aquilo é ou não é gambiarra. Ou que tipo... vários meandros. 

Quanto a "tem gente que vai nos lugares e fala que "inventou a metareciclagem"" esse é outro tipo de discussão que acho importante, afinal de contas em ""uma rede onde malucxs conversam, jogam bola, mandam emails, discutem e fazem as pazes, filosofam sobre vida e morte, colaboração, apropriação de tecnologia, como as coisas são por dentro, de onde viemos e para onde vamos" é estranho falarem que inventaram e começaram e blábláblá. Rárárá..muitos metarec 's no século 16..como eles ficam?

Tirei meu chapéu e fiquei angustiado nos últimos dias de ler esse monte de conversas gostosas pelo celular e não conseguir responder muito. É bom ver que tem movimento forte por aqui quando a gente encontra uns focos. Temos potência,  a força aparece quando alguns fatores se alinham. Felizmente, não temos uma fórmula pronta (e descobrir é o que move).

Acho que existe uma linha tênue entre o raquear e o ser raqueadxs,  e a gente sempre precisa prestar atenção a essa fronteira se quisermos continuar mantendo essa conversa livre que rola aqui em que nada é offtopic e onde as pessoas chegam, se encontram e gostam de "conviver" (por mais que isso signifique encontrar as pessoas uma vez  por ano e passar os outros 360 dias lendo e escrevendo uma carajada de emails). Contralaboratório a gente faz todo dia. Metareciclagem é contralaboratório continuado. Mobilização tá aí acontecendo à nossa
volta. A metalicença pode ser criada para _garantir o descontrole_!

Talvez nessa discussão de apropriação indevida tenha um pouco de confusão entre o conceito de metareciclagem e a rede metareciclagem. Quando se fala de apropriação indevida metarec sempre fico me perguntando se esta se falando de uma coisa ou de outra, e aí faz toda diferença a meu ver. Porque metareciclar é verbo,  MetaReciclagem é rede. Não tem como colocar licença no verbo, mas tem como, de repente, colocar o que é o que + ou  - explicadinho.

Tem uma questão boa aí porque talvez esteja na esfera das obviedades-não-óbvias.  O conceito de metareciclagem pressupõe ou não uma participação na rede metarec? dá pra separar/delimitar isso?

Na verdade não me importo tanto com os nomes e nem desejo encontrar o controle perdido num tempo que eu não vivi. Ah, e não acredito em apropriação indevida, nem da metareciclagem, nem de coisa alguma. Apropriação tem uma liberdade intrínseca que permite que as pessoas façam aquilo que desejam. Além disso, a opção da metarec tem sido "influenciar"  - pessoas, grupos, espaços, contextos, situações, etc  etc. Influenciar é agir no campo das sutilezas. nem sempre com combinados explícitos e conscientes, percebidos "no agora". No mundo dos contratos, usualmente se faz licença ou pra se respaldar ou pra controlar. A gente também pede/dá licença quando (alguém) quer passar. Faz isso também quando a gente vai na casa/ no espaço do outro e quer ser educado. Metareciclagem já está no mundo, não precisa de licença pra isso.

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Se você leu esse negócio todo e chegou até aqui acho que deu pra perceber que eu não sou um, sou pelo menos alguns respondendo e propondo na lista metareciclagem. Em algum lugar por aí, acho que na própria lista, alguém registrou que tentou fazer esta organização da "minha fala" e colocar aqui. Só um exercício, mas é bom deixar registrado.