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HistoricoMetaReciclagem

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Começo

A MetaReciclagem surgiu dentro da rede organizada ProjetoMetaFora, que se propunha a ser uma "chocadeira colaborativa" para projetos independentes relacionados a arte, design, educação e tecnologia. Em determinado momento, tivemos algumas [Bad link] sobre se a MetaReciclagem deveria corporificar-se, tornar-se uma instituição em si. Depois de muito desgaste, entendemos que a perspectiva que faria mais jus ao modo com que trabalhávamos era tratar a MetaReciclagem como um movimento aberto, do qual qualquer pessoa ou organização pudesse fazer parte, desde que seguisse alguns princípios básicos. Nesse sentido, a MetaReciclagem não é uma organização estruturada em si, mas o conjunto emergente de pessoas e organizações que se denominam parte da MetaReciclagem. Com base nesse posicionamento, uma série de diferentes Esporos e ConecTAZes foram desenvolvidas sob o nome MetaReciclagem em diferentes localidades. A replicabilidade é um de nossos fundamentos. A MetaReciclagem como um todo é sustentável exatamente por não depender do sucesso específico de uma pessoa ou organização, e sim do interesse de diferentes atores em desconstruir tecnologia e compartilhar conhecimento, interesse que sempre existirá, e possivelmente em crescimento exponencial. Outra garantia de sustentabilidade, por paradoxal que possa parecer, é o fato de que a MetaReciclagem não precisa de escala. Não temos a necessidade de entrar em uma espiral crescente de captação de recursos, basicamente porque não existe um corpo MetaReciclagem que precise ser alimentado e crescer rapidamente. A idéia permanece. O movimento, como saída da inércia, como dinâmica, pode perdurar para sempre.
 
== Outra versão pra mesma história ==
 
Desde 2002, sou um dos articuladores da MetaReciclagem, que começou como um grupo de pessoas que recolhiam doações de computadores, reciclavam-nos e os encaminhavam para projetos sociais, em parceria com a ONG Agente Cidadão, em São Paulo. Com o tempo, a MetaReciclagem tornou-se uma rede auto-organizada que replica uma metodologia colaborativa de desconstrução e re-apropriação tecnologias de informação e comunicação em diversas cidades de todo o Brasil. Durante todo esse tempo, fui o responsável por transformar o que era ação isolada de um grupo em uma metodologia que deu origem a um movimento em rede, replicável em qualquer lugar. Baseados nessa perspectiva, desenvolvemos alguns laboratórios na grande São Paulo e prestamos suporte ao desenvolvimento de diversos outros laboratórios em diferentes partes do país. Criamos o conceito de “esporos” - laboratórios auto-geridos, totalmente adaptados e integrados às características locais, mas integrados em rede. Hoje, há esporos de MetaReciclagem em desenvolvimento em Belo Horizonte, Brasília, Teresina, Arraial d’Ajuda, Curitiba e diversas outras cidades. Também tive um papel ativo em levar idéias relacionadas à MetaReciclagem a projetos como os Pontos de Cultura, do Ministério da Cultura, GESAC (internet por satélite), do Ministério das Comunicações. Em 2003, fui selecionado como fellow da Waag/Sarai Platform, que reúne a fundação holandesa Waag e a ONG indiana Sarai para prestar suporte a iniciativas de mídia tática e ICT4D (tecnologias de informação e comunicação para o desenvolvimento). Apresentei a MetaReciclagem em eventos internacionais como o Next5Minutes4, em Amsterdam - Países Baixos (2003); DebConf, em Porto Alegre (2004); FISLI, em Porto Alegre (2004); Alternative Law Forum, em Bangalore - Índia (2004); Incommunicado, Amsterdam (2005). Escrevi artigos para o caderno Mais da Folha de São Paulo, e para diversas publicações eletrônicas como o Com.Ciência, veículo de jornalismo científico da Unicamp. Prestei consultoria relacionada a apropriação tecnológica, inclusão digital e criatividade coletiva para a prefeitura de Santo André, Secretaria de Programas e Projetos Culturais / Ministério da Cultura; Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural / Ministério da Cultura; Escola do Futuro / USP, para o programa Acessa São Paulo; e o programa Casas Brasil, coordenado pela Casa Civil da Presidência da República.
 
== Referências ==
 
 * Tese de Miguel Caetano, comentário aqui: http://blogs.metareciclagem.org/fff/?p=3431
 * LivroVerdeOrigens
 
== English ==
 
Por FelipeFonseca
 
MetaReciclagem was created as the infrastructure solution to a wide range of demands from Projeto Metá:Fora, a “collaborative incubator” that in 2002-2003 aggregated almost two hundred people all around Brasil around the development of projects that dealt with art, media, education and technology, under a perspective that knowledge should be free and re-usable. Its members came from different areas: journalists, artists, designers, software developers, social scientists and others. Nearly 25 projects have been created, structured and developed collectively. Among them, the first brasilian Tactical Media event (prov0s, 2002), a collaborative website about nonprofits and entrepreneurship (metaong.info), an online publication on technology, economy and society (buzzine), research related to a de-centralized laboratory of language, narratives and art experimentation (memelab), public interventions (recicle1politico), webradio experiences and conecTAZes – multimedia celebrations, like neuromob :: book xchange, a party / bookcrossing.
 
During projeto Metá:Fora's short life span, we reached a point where we needed some kind of infrastructure to develop the projects. At the time, we were trying to bring the perspective of collaborative production and collective creativity to the world of digital inclusion, and we needed computers to test some hypothesis. We thought of asking for a donation to a north-american institution that got used computers from companies and delivered them to NGOs, but the bureaucracy was too complex. Someone reminded us that brasilian companies also dumped lots of computers every year, and the idea of MetaReciclagem was born: we would get those computers, recycle them using F(L)OSS and deliver them to social projects.
 
At first, we made an agreement with Agente Cidadão, an NGO that manages donations in São Paulo: we would take care of every technological device they received (from computers to old VCRs or faxes), in exchange for a place to work and internet connection. We then started working within their network of nearly one hundred NGOs. With time, we conquered other spaces: the Parque Escola (School Park), in Santo André, and a laboratory downtown São Paulo, in Olido Gallery.
 
Based on our defense of the idea of free knowledge, in a given moment we realized that MetaReciclagem was not a group identity for some people in São Paulo, but rather a de-centralized methodology that should be appropriated, replicated and re-created everywhere, by whoever would want to. Since then, MetaReciclagem has got many different faces: from a one-man spore with no computer in the coast of Bahia to a educational approach strategically adopted by huge projects developed by the Ministry of Culture and the Ministry of Communications.