o philipe do salada rebelde que me ajudou. comecemos pois descontruindo a tecnologia.
vamos desconstruir a relacao que temos com o progresso tecnico. parece algo fora da cultura, fora da sociedade, feito pra evoluir como que por vontade propria, sindrome das fronteiras da disciplina e da ciencia.
desconstruir a relacao de escravidao que mentemos com as maquinas. como disse a gabriela lima, que nao reproduzamos o mito dos robos em nos mesmos. e aih comeco a citar o simondao (gilbert simondon), filosofo frances que escreveu em 1958 um livro (ainda) sem traducao para o portugues chamado Sobre o Modo de Existencia dos Objetos Tecnicos.
Afirma Simondon> prevalesce em nossas sociedades uma relacao de escravidao com a tecnica, uma relacao entre senhores e escravos. A ideia que se tem, e se transmite hegemonicamente, entre filmes e propagandas, e textos e tudo mais, eh que quanto mais evoluido eh um objeto tecnico, mais autonomo em relacao ao humano ele eh. Ou seja, quanto mais capaz de realizar para nos as tarefas que nos libertam para o ocio, melhor, e tudo isso sem sofrer, sem fraquejar, sem questionar, apenas fazendo, realizando, com um simples apertar de botao! O objeto tecnico mais evoluido que se criou foi o robo!
A relacao que se tem com o robo, e com os computadores em especial, eh voltada para execucao de ordens. Somos senhores da tecnologia. Com isso, temos receio que os robos, mas tambem os computadores um dia se insurjam contra nos.
O software livre nos mostra exatamente o contrario: o softaware mais evoluido nao eh aquele fechado, que nao sabemos o que executa, como funciona, nao participamos nem podemos sugerir mudancas, adapatcoes. O softaware mais evoluido eh aquele que eh aberto a novas demandas, a novas funcoes, ao aprendizado e distribuicao de conhecimento tecnico.
No processo de metarec uma importante desconstrucao tem lugar tambem: a de tocar os objetos tecnicos construidos para executar ordens. O afastamento do humano para com a tecnica, sobretudo na passagem de ferramentas para instrumentos tecnicos que alteram a percepcao humana, na educacao burguesa, distinguiu duas classes: os senhores e os burros. Burros no sentido de executarem o trabalho fisico, e estarem despossuidos de conhecimento (poder) para decidir as ordens. Os senhores, por sua vez, nao tocam a maquina porque ela tem apenas utilidade, entre outras, de lhe fornecer tempo.
Basicamente vejo dois tipos de desconstrucao da tecnologia: um abstrato, que se volta para refazer todo o caminho de construcao do objeto tecnico, com seus elementos, conjuntos de elementos, funcionalidades, conjuntos de funcionalidades, em associacao ao processo fisico, corporal, de retomada do contato com o objeto tecnico, que eh crucial pra uma outra relacao que nao de escravidao. Eh um bom comeco.
Ha que desconstruir tambem o lugar social do objeto tecnico. Comeca em casa, jogando a tv no lixo, ou deixando-a no banheiro… auem sabe ela assim saia da centralidade da dominacao e va pra onde merece… Explorando as indeterminacoes dos objetos, nao soh em suas funcionalidades, rebobinando uma fita cassete com uma caneta BIC, por exemplo, mas retomando uma relacao de dignidade com o objeto tecnico, que tem nele cultura, etica, estetica e ecologia. Pinta-lo, esculpi-lo, criar sobre ele, com ele, como um maestro organizando a orquestra dos instrumentos. Sim, desconstruir a tecnologia, coloca em seu lugar, para construir uma outra relacao entre tecnica e cultura, jah que a que herdamos eh utilitarista, mercantil, insustentavel e alienada.
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