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Caderno submidiático #7 - em busca do Brasil profundo
http://pub.descentro.org/caderno_submidiatico_7_em_busca_do_brasil_profundo

Caderno submidiático #6 - Ciclo Gambiarra
http://pub.descentro.org/caderno_submidiatico_6_ciclo_gambiarra

Mais:

Caderno Submidiático #1 - Teoria, cade?  http://pub.descentro.org/caderno_submidiatico_1_teoria_cade

Ciclo Gambiarra   http://pub.descentro.org/ciclo_gambiarra

mimoSa - metareciclagem aplicada  http://pub.descentro.org/mimosa

Metáfora 1.0  http://pub.descentro.org/metafora_1

Case Liganóis http://pub.descentro.org/case_liganois

Um rabisco  http://pub.descentro.org/um_rabisco

Também tem o projeto do Mutirão enviado ao DesCentro: http://pub.descentro.org/mutirao_da_gambiarra

 

Histórico

O processo de evolução e maturação da MetaReciclagem partiu de um grupo de pessoas em São Paulo que propunha o reaproveitamento de computadores usados e considerados obsoletos, com o objetivo de criar espaços informacionais em comunidades que ainda não tinham acesso a esse tipo de estrutura. Partia de uma perspectiva de desconstrução da tecnologia para criar processos inclusivos, que não se limitassem a oferecer somente acesso, mas também promover a dinamização de redes de mobilização social e aprendizado distribuído. Com o passar do tempo, a MetaReciclagem não cabia mais na denominação genérica e oportunista da inclusão digital, e seus integrantes passaram a procurar níveis mais elaborados de ação crítica e compreensão da apropriação de tecnologia como fenômeno social. Conceitos como colaboração, produção coletiva de conhecimento, re-significação da tecnologia e apropriação crítica passaram a servir de base para outros níveis de experimentação e criação. Do grupo inicial, a MetaReciclagem transformou-se em metodologia livre e aberta, passível de replicação em qualquer localidade. Com o tempo, passou a ser adotada em diversos projetos de tecnologia social e a pautar e influenciar políticas públicas de universalização do acesso à tecnologia, além de interagir com outros projetos em todo o mundo. A MetaReciclagem recebeu menção honrosa no Prêmio APC Betinho de Comunicações em 2005, e na categoria Digital Communities do Prix Ars Electronica 2006. Foi também selecionada como finalista no prêmio APC Chris Nicol de Software Livre e de Código Aberto em agosto de 2007.

Proponente

Felipe Fonseca é pesquisador e articulador de projetos relacionados com produção colaborativa, mídia independente, software livre e apropriação crítica de tecnologia. Foi um dos coordenadores da ação Cultura Digital do Ministério da Cultura, que levou conceitos e práticas de produção multimídia com software livre à rede de centenas de Pontos de Cultura em todo o Brasil. Participou como palestrante em conferências internacionais como o Shift (Lisboa, 2006), Wizards of OS (Berlim, 2006), iSummit (Rio, 2006), Incommunicado (Amsterdam, 2005), Alternative Law Forum (Bangalore, 2004), Next 5 Minutes (Amsterdam, 2003). Foi fellow brasileiro da plataforma de intercâmbio Waag-Sarai em 2004. É um dos criadores da MetaReciclagem e membro do conselho consultivo do Descentro.

A publicação multimídia de código aberto Mutirão da Gambiarra contará ainda com um time de dezenas de colaboradores, integrantes da Rede MetaReciclagem.

Publicação de código aberto

O movimento do software livre conseguiu provar a viabilidade do desenvolvimento descentralizado e emergente de produção intelectual. Centenas de milhares de programadores em todo o mundo são responsáveis pelo desenvolvimento de uma miríade de soluções para virtualmente qualquer necessidade de software.

Essa maneira de produzir tem influenciado outras áreas de conhecimento. Muitas experiências têm sido realizadas com base nos princípios do software livre. Entretanto, acabam muitas vezes se limitando à distribuição de obras acabadas, e não ao profundo processo de catalisação da colaboração que o software livre propõe. Propor a geração de conhecimento livre não se trata apenas de permitir a sua livre distribuição, mas de criar processos efetivamente abertos e colaborativos, amparados em comunidades ativas de desenvolvimento.

A idéia de uma publicação de código aberto vem, nesse sentido, propor mais do que a mera disseminação de conhecimento, mas a adoção de princípios colaborativos para todo o processo da obra - publicação das fontes, material bruto, entrevistas, referências, artigos, criação de uma comunidade editorial colaborativa e processos coletivos de decisão.

Áreas de investigação

Como publicação de código aberto, a idéia é que a proposta editorial detalhada seja desenvolvida de maneira colaborativa. Entretanto, como incentivo ao debate, será utilizada uma primeira provocação, uma proposta editorial que tem por objetivo ser questionada. Ela se compõe de três partes:

I. História da e histórias de MetaReciclagem

A MetaReciclagem surgiu em 2002 como fruto de intensas trocas em uma lista de discussão que contava com mais de uma centena de pessoas distribuídas por todo o Brasil, e vindas de diferentes áreas do conhecimento. A princípio um grupo de ação localizado em São Paulo que propunha a reutilização de equipamentos eletrônicos usados, logo a MetaReciclagem foi catalisada como rede de identidades múltiplas que propunha a desconstrução da tecnologia – aqui entendida de maneira ampla, de computadores à linguagem – e sua re-significação em outros contextos, tendo como horizonte a transformação social. Tomando como referência o movimento do software livre, a MetaReciclagem passou de um grupo de pessoas a uma metodologia aberta e livremente replicável. Nesse ínterim, travou diálogo e mútua influência com projetos de governo, terceiro setor, universidade e empresas. Todas essas interações geraram histórias que, de maneira emergente, compõem uma linha evolutiva da idéia de MetaReciclagem.

II. Teoria da prática da teoria e vice-versa

Todo o processo de desenvolvimento da MetaReciclagem foi construído colaborativamente, por meio de profundo diálogo entre aquelas pessoas mais voltadas à prática e aquelas de base mais teórica. Nesse sentido, ela está carregada de diversas referências conceituais e simbólicas, explícitas ou veladas. Pelo menos duas teses de mestrado já foram elaboradas tomando a MetaReciclagem como tema ou referência, e outras estão a caminho. Até o momento, no entanto, pouco foi feito para integrar e relacionar toda essa produção.

Uma série de iniciativas que tinham por objetivo o aprofundamento da reflexão relacionada à MetaReciclagem foram planejadas no fim de 2006, e posteriormente levadas a cabo, sob a definição genérica de Ciclo Gambiarra: o LaMiMe, Laboratório de Mídias da MetaReciclagem, que ocupou a sala de internet livre do Sesc Av. Paulista no verão de 2007, e os Diálogos na Casinha, debates simultaneamente presenciais e online sobre questões relacionadas à apropriação tecnológica, improviso e o tal "jeitinho brasileiro".

Uma série de questões foram levantadas tanto na prática do LaMiMe quanto nas conversas na Casinha, totalmente relacionadas com outras questões já históricas na MetaReciclagem. Nesta seção da publicação, o objetivo é justapor as referências teóricas e práticas da MetaReciclagem, e buscar as relações possíveis.

III. Metamitogênese

Se por algum tempo a MetaReciclagem tentou definir-se como um movimento que buscava a desmitificação da tecnologia, hoje existe uma compreensão que vê o mito como fundamental na aprendizagem social instintiva, na identidade de grupo e na proposição de uma imanência cultural. Hoje a MetaReciclagem não tenta mais somente destruir os mitos que acompanham o desenvolvimento da indústria tecnológica, mas também usar seus restos como base para novos mitos que ajudem na construção de arranjos sociais humanos, abertos e colaborativos. Esta seção vai abrigar produção simbólica e experimentação narrativa relacionada à rede MetaReciclagem: música digital low-tech, ficção tecnomágica, vídeos documentais, quadrinhos pedagógicos, e todas as possíveis combinações dessas palavras.

Fontes e Contribuições

A MetaReciclagem conta com um grande número de simpatizantes e colaboradores, além de ter gerado um grande volume de documentação e análise desde sua concepção. Abaixo, uma listagem preliminar e parcial de potenciais colaboradores e documentação já disponível para análise.

* Miguel Caetano, pesquisador português, desenvolveu sua tese de mestrado analisando a MetaReciclagem frente à conceituação de mídia tática.
* Hernani Dimantas foi um dos fundadores da MetaReciclagem e desenvolveu sua dissertação de mestrado com o tema Linkania – Sociedade da Colaboração.
* Dalton Martins foi o primeiro MetaRecicleiro. Coordenou o laboratório no Agente Cidadão e a experiência no Parque Escola.
* Daniel Pádua é um artesão de redes e tem a MetaReciclagem tatuada no braço.
* Adriana Veloso foi uma das pessoas que fez a MetaReciclagem ser mais do que técnica e assumir seu lado político.
* Elenara Iabel continua insistindo em dizer que não é metarecicleira, o que obviamente não é verdade.
* Ricardo Ruiz e Tatiana Wells, que hoje residem em Pipa, fizeram o primeiro esporo de MetaReciclagem totalmente independente do coletivo de São Paulo.
* Alexandre Freire está começando um esporo de MetaReciclagem no Bonete, litoral paulista.
* Marcelo Braz foi se aproximando da MetaReciclagem enquanto fazia pós-graduação em educação comunitária.
* Paulo Bicarato, jornalista, acompanha a MetaReciclagem há muitas eras, e tem histórias a contar.
* Glauco Paiva, artista plástico, é um palestrante mudo.
* Aoife Giles, fotógrafa irlandesa, passou quase dois anos no Brasil e teve a oportunidade de registrar diversas oficinas de MetaReciclagem.
* Glerm Soares mostrou que não existem limites para a desconstrução simbólica.
* Guilherme Maranhão desenvolve oficinas de refotografia.
* Rafael Evangelista é jornalista, responsável pela Cobertura Wiki do Fórum Social Mundial.
* Marcelo Estraviz foi um dos inspiradores da MetaReciclagem.
* Patricia Cornils é jornalista. Foi redatora da revista A Rede, para a qual escreveu sobre MetaReciclagem.
*Henrique Polart está desenvolvendo seu doutorado com o tema Xamanismo e Ciberespaço.

Documentação disponível

* Diálogos na Casinha – Debate com Çtalker. Tema: Máquinas semióticas.

 

* Diálogos na Casinha – Debate com Luiz Algarra. Tema: aprendizagem informal.

 

* Diálogos na Casinha – Debate com Thiago Novaes. Tema: Simondon, Gilbert.

 

* Diálogos na Casinha – Debate com Marcus Bastos. Tema: O caminho do acesso leva ao palácio da sabedoria?

 

* Diálogos na Casinha – Debate moderado por Sergio Amadeu, parte da desconferência virtual sobre diversidade digital.

 

* Teoria, Cadê? - Caderno Submidiático sobre o primeiro debate da conferência Submidialogia, Campinas, 2005.

 

* Dezenas de fitas Mini-DV com reuniões da MetaReciclagem no Agente Cidadão e no mezanino da galeria Olido.

 

* Mais de uma centena de artigos, posts de blogs e cobertura na mídia sobre MetaReciclagem.

 

* Dezenas de milhares de mensagens por email na lista de discussão da MetaReciclagem.

 

* Estudos de Bernardo Schepop para o desenho da logo da MetaReciclagem.