Jump to Navigation

PremioMidiaLivre

Inscrevendo a MetaReciclagem no Prêmio de Mídia Livre do Minc. O foco da inscrição é tratar da infralógica como espaço de articulação da rede. Abaixo (e anexo, em PDF), o conteúdo da inscrição. Também anexo em PDF, o comprovante de categoria (para provar que o projeto é nacional, e não regional). A instituição responsável foi o AgenteCidadao, que tem uma longa história com a MetaReciclagem. Em breve, o material do portfolio enviado em CD estará disponível em http://rede.metareciclagem.org/material/portfolio.

---

4) IDENTIFICAÇÃO DA CATEGORIA

  1. Sua iniciativa de comunicação é destinada apenas ao público local/estadual, ou possui alcance regional/nacional ?

A Rede MetaReciclagem é composta por centenas de pessoas e organizações que desenvolvem ações ligadas à desconstrução e à apropriação crítica de tecnologias de informação, em diversos contextos institucionais: de grupos locais auto-organizados a programas governamentais de inclusão digital ou de desenvolvimento cultural. Trata-se de uma iniciativa de alcance nacional, que atualmente conta com participantes diretos dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Amazonas, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. A iniciativa também está presente em muitas outras localidades através da integração com diferentes projetos de âmbito regional ou nacional relacionados à apropriação crítica e ao uso social de tecnologias de informação e comunicação, como os Pontos de Cultura, o GESAC e as Casas Brasil. Um mapa (incompleto) de ações da MetaReciclagem está disponível no site: http://rede.metareciclagem.org/map/node

5) CONTEXTUALIZAÇÃO DA INICIATIVA DE COMUNICAÇÃO

5.1) Qual título da iniciativa de comunicação?

Plataforma em Rede MetaReciclagem.

5.2) Qual o objetivo da iniciativa de comunicação?

Articular o desenvolvimento de uma plataforma de comunicação híbrida, descentralizada e colaborativa para fortalecer a troca de experiências, o aprendizado distribuído e a articulação de projetos em rede entre as diferentes iniciativas de MetaReciclagem, através de ferramentas colaborativas online e de encontros presenciais.

5.3) Qual o público-alvo da iniciativa de comunicação?

Pessoas e projetos de todas as partes do país interessadas em travar contato com a MetaReciclagem. Esse contato pode se dar de diversas formas: oferecer doações de equipamentos eletrônicos para reuso, aprender a reutilizar, re-significar e recriar equipamentos, requisitar material que tenha sido remanufaturados, articular projetos com a rede, ou mesmo fazer parte da MetaReciclagem, que é aberta a qualquer pessoa ou organização interessada na desconstrução e apropriação crítica das tecnologias de informação e comunicação.

5.4) Quais suportes típicos das comunicações são utilizados na iniciativa?

A rede MetaReciclagem articula-se principalmente através da internet (http://rede.metareciclagem.org), com a publicação online e as conversações em ambientes colaborativos, mas também se estende em cada localidade de atuação de outras formas: mídia impressa, transmissão de áudio ao vivo pela internet, rádios locais e outros.

5.5) Quais plataformas da internet são utilizadas na iniciativa de comunicação?  Descreva como são utilizadas.

Um conjunto de ferramentas colaborativas através da internet é utilizado para a integração da rede MetaReciclagem:

  • um ambiente colaborativo online - baseado em um sistema livre de gestão de conteúdo – com diversos recursos de publicação (wiki, blogs, subgrupos, páginas de projeto) funciona como espaço de documentação e consolidação das atividades coletivas – http://rede.metareciclagem.org;

  • uma lista de discussão funciona como espaço de troca, brainstorm e convívio cotidiano – http://lista.metareciclagem.org;

  • um sistema livre de publicação de bookmarks compõe uma coleção de mais de 5.000 links ligados às áreas de atuação da MetaReciclagem – http://lista.metareciclagem.org;

  • um canal de chat para reuniões remotas e decisões rápidas.

5.6) Descreva quais as ações são implementadas para mobilizar a participação do público-alvo na iniciativa de comunicação?

A rede MetaReciclagem tem como premissa fundamental a articulação aberta e em rede. Mais do que focar na participação de um público-alvo externo e abstrato, sua principal estratégia é fortalecer o contato, o convívio e o intercâmbio entre as pessoas que circulam por ela, e sempre atrair pessoas que possam trazer elementos relevantes para a rede. Dessa maneira a rede se transforma e se expande em uma lógica que evolui da ideia tradicional de público-alvo para a ideia de potenciais integrantes efetivos da rede. Sendo uma rede aberta, os públicos da MetaReciclagem são múltiplos e transitórios, e também o são as estratégias para dialogar entre esses públicos. A fronteira entre quem está dentro e fora da rede não é clara, e é essa uma de suas forças ao longo do tempo.

5.7) Quais são as principais metodologias de mobilização da iniciativa de comunicação?

A MetaReciclagem nunca optou por estratégias de crescimento em escala, tendo evoluído desde 2002 de uma forma muito mais lenta e aprofundada. Mais do que atingir mais pessoas com a mesma mensagem, sempre interessou mais contagiar, conquistar pessoas que pudessem transformar a própria rede. A princípio, qualquer pessoa ou projeto que siga alguns princípios de autogestão definidos coletivamente pode considerar-se parte da MetaReciclagem. Existem três camadas de interação da rede:

  • Esporos são locais que sediam ações de MetaReciclagem, atuam como espaços regionais de referência e contribuem para a consolidação da própria rede – http://rede.metareciclagem.org/listas/esporos;

  • ConecTAZes são ações coletivas que podem ser presenciais ou via internet, muitas vezes de natureza temporária, e nas quais se faz uso de tecnologia “metareciclada” - http://rede.metareciclagem.org/listas/conectazes;

  • Infralógica é o conjunto de ambientes colaborativos que facilitam a integração entre as outras camadas.

As dinâmicas de comunicação que acontecem nessas três camadas são totalmente contextuais e dinâmicas, sendo adaptadas para cada caso de acordo com a necessidade.


 

ANEXO 3

1) IDENTIFICAÇÃO

1.1)Título da iniciativa de comunicação compartilhada e participativa:

Plataforma em Rede MetaReciclagem

2) DESCRIÇÃO DA INICIATIVA

A plataforma em rede é o espaço de agenciamento da MetaReciclagem - uma rede de pessoas e organizações em todo o Brasil que atuam na desconstrução e apropriação crítica das tecnologias de informação e comunicação. Mais do que um website, trata-se de um conjunto de tecnologias colaborativas online, complementadas por encontros presenciais, que configuram um espaço de convergência, troca e articulação para centenas de pessoas que compartilham uma curiosidade fundamental pelo funcionamento interno das tecnologias e seu potencial para a transformação social.

A MetaReciclagem entende “tecnologia” em um sentido amplo: não apenas computadores e dispositivos similares, como também a comunicação, a educação, sistemas sociais e políticos, e até a linguagem. Suas ações e projetos tratam conceitualmente de desconstruir e apropriar-se de tecnologias, promovendo a aproximação delas com as pessoas e sua vida cotidiana. É essa visão abrangente que orienta todas as estratégias e esforços desta iniciativa de comunicação.

A MetaReciclagem recebeu menção honrosa no Prêmio APC Betinho de Comunicações (2005) , no Prix Ars Electronica, categoria Comunidades Digitais (2006), e foi pré-selecionada no Prêmio APC Chris Nicol de Software Livre (2007). A MetaReciclagem também participou de intercâmbio internacional com a plataforma Waag-Sarai (Holanda/Índia), foi mencionada como História de Sucesso no site do IFAP (Programa Informação para Todos da Unesco), e exerceu papel ativo na elaboração e implementação de políticas públicas de tecnologia em projetos como os Pontos de Cultura, GESAC, Casas Brasil, Acessa São Paulo e muitos outros.

2.1) PROPOSTA EDITORIAL

2.1.1) Qual a proposta editorial? Descreva.

Alguns elementos que perpassam as diferentes estruturas online da MetaReciclagem são a abertura, a ênfase na auto-publicação e a moderação coletiva. Cada ambiente tem sua maneira distinta de operar: a lista de discussão abriga conversas mais informais e cotidianas. O site colaborativo registra principalmente a preparação e documentação de projetos e encontros. O site de bookmarks coletivos coleciona e classifica referências externas.

Embora operem de modo distinto, os ambientes o fazem de forma integrada. É comum acontecer, por exemplo, de uma conversa informal gerada na lista de discussão ganhar corpo e se transformar numa ConecTAZ, uma ação individual informada conquistar adeptos e proporcionar um encontro presencial, ou ainda, as realizações dos Esporos cadastrados serem comentadas e discutidas em mais de um ambiente, e servirem de referência para ações em outros contextos.

A abertura e a moderação coletiva se apresentam como importantes características por balizarem as ações do grupo sem a determinação de regras fixas ou parâmetros pré-definidos. Tais escolhas editoriais permitem não só a reinvenção das próprias regras e a construção permanente de parâmetros, mas também garantem a formação de um ambiente não hierárquico e extremamente dinâmico. Esta atmosfera favorece a autonomia dos integrantes da rede, possibilitando e estimulando a prática da auto-publicação e um nível constante de inovação.

A proposta editorial está, portanto, diretamente ligada a propósitos caros à rede MetaReciclagem: atuar de forma descentralizada e trabalhar com desconstrução e apropriação crítica.

2.1.2) Quais são as temáticas mais recorrentes? Descreva.

Grande parte do que é publicado nas diferentes estruturas online da MetaReciclagem concentra-se em questões relacionadas a conhecimento livre, transformação social, meio ambiente, arte, educação, sustentabilidade e tecnologia. Também existe uma conversa continuada sobre a natureza da própria rede, e como ela se desdobra em diferentes contextos geográficos, institucionais e simbólicos.

2.1.3) Qual a dinâmica de gestão, produção e difusão da iniciativa? Descreva.

A rede MetaReciclagem se estrutura de maneira totalmente descentralizada: cada projeto se insere de forma diferente na rede, e justamente por isso define sua própria metodologia de gestão, produção e difusão. A natureza das ações também determina a dinâmica que melhor lhes cabe. Ao mesmo tempo em que uma ConecTaz pode acomodar a discussão de um assunto ou tema no site e na lista de discussão, um Esporo pode se propor a montar um laboratório físico de MetaReciclagem. Enquanto uma envolve troca de mensagens, comentários e atualizações nos conteúdos publicados, o outro exige uma mobilização de pessoas, equipamentos, infra-estrutura e registros de outra ordem. Logo, a primeira requer uma dinâmica de gestão, produção e difusão mais simples, em que estas instâncias se sobrepõem. Já o segundo pode demandar apoios institucionais, planejamento logístico, formação de grupos de trabalho, edição de registros e depoimentos, compartilhamento de processos e publicação dos conteúdos que configuram uma dinâmica com outro nível de complexidade.

Por último, é válido lembrar que os propositores-participantes apresentam formações, habilidades e repertórios diversificados. Sua capacidade de articulação, liderança, retórica, disciplina, atitudes e empatia interferem no modo como as dinâmicas de gestão, difusão e produção são construídas.

É o conjunto desses fatores descritos – a descentralização das propostas, a autonomia dos projetos, a natureza das ações e as pessoas envolvidas – que “dita” a dinâmica de gestão, produção e difusão das iniciativas. O que elas têm em comum é, então, o compromisso de compartilhar seu desenvolvimento e dialogar com/na rede.

2.1.4) Por que o material produzido é relevante para o público a que se destina? Descreva.

Com sua natureza híbrida entre estrutura e comunidade, a MetaReciclagem se configura como espaço de desenvolvimento auto-organizado e de aprendizado direto: as pessoas se reconhecem umas nas outras. Mais do que ter acesso a informação relevante para suas próprias ações – o que de fato ocorre -, sentem-se também parte de uma movimentação coletiva, que por sua vez abre novos horizontes, novas curiosidades, novos caminhos para realizações. Uma das funções que a MetaReciclagem cumpre é a de identificar e pôr em contato direto pessoas com o potencial de desenvolverem-se como inventores, criadores, artistas e técnicos críticos, e promover entre elas a troca de conhecimento e a articulação em rede.

2.1.5) Qual é o perfil da equipe? Descreva.

A Rede Metareciclagem é formada por centenas de pessoas com formação e experiência em diversas áreas: tecnologia, comunicação, meio ambiente, educação, artes, projetos sociais e outras. Não existe uma divisão estanque de funções, por sua estrutura de rede aberta. Cerca de vinte pessoas estão envolvidas mais diretamente com a plataforma colaborativa online, na criação e administração dos sistemas ou documentando processos.

2.2) QUALIDADE ESTÉTICA

      1. Descreva a proposta de linguagem e conceitos estéticos desenvolvidos na sua iniciativa? Qual a relação entre sua estética e seu público? Descreva.

O desenvolvimento da plataforma colaborativa online da MetaReciclagem sempre contou com o tempo livre de seus integrantes. Por isso, o foco sempre foi muito mais a funcionalidade do que a qualidade estética da interface – uma preocupação muito maior em satisfazer o público interno, que se interessa mais pela dinâmica de conversações e por textos compartilhados do que por outros aspectos. Por essa atuação quase tangencial da preocupação estética, um traço característico sempre foi um híbrido de impermanência e precariedade. Por vezes, o projeto da página inicial da MetaReciclagem na rede era intencionalmente feio, como provocação aos designers que fazem parte da rede para que fizessem alguma coisa. Em outros momentos, a página inicial funcionava somente como espaço para as informações mais importantes para os públicos externos, e os sistemas colaborativos eram colocados à parte, e utilizavam a interface padrão. Nos últimos dois anos, foi decidido configurar o sistema de gestão de conteúdo Drupal como ambiente colaborativo central da MetaReciclagem. Uma das ConecTAZes – projetos em rede da MetaReciclagem – trata justamente de otimizar a infra-estrutura lógica, e uma das ações foi formar um grupo de trabalho para trabalhar na interface do ambiente colaborativo. Aos poucos, no ritmo possível em uma rede que se pauta em grande medida por esforços voluntários, está sendo estruturada uma proposta de arquitetura de informação e design de interface, que já começa a dar frutos, com uma página inicial mais clara e acesso direto a recursos da plataforma.

2.2.2) Qual é a principal mídia utilizada na sua iniciativa? Descreva.

A plataforma em rede MetaReciclagem consiste em um conjunto de ferramentas colaborativas online.

2.3) GRAU DE INTERATIVIDADE

      1. Como o público interage com o material produzido? Há espaços específicos destinados para essa participação? Descreva.

A própria essência da plataforma colaborativa online da rede MetaReciclagem é oferecer variadas formas de interatividade: das páginas de wiki, editáveis por qualquer pessoa cadastrada no site, aos formulários de contato direto com usuários e áreas para comentários. Pessoas que não fazem parte da rede podem enviar mensagens de contato que são recebidas por todos os cadastrados na lista de discussão, e um dos planos para o futuro é oferecer uma ferramenta para doadores em potencial encontrarem destinação para seus equipamentos usados. Reuniões (locais) e encontros (regionais/nacionais) de MetaReciclagem também atuam como espaços temporários de reconhecimento da rede, e existem planos para o desenvolvimento de residências entre os diferentes projetos de MetaReciclagem, com o objetivo de gerar documentação sobre os projetos.

      1. Há espaço para publicação de material produzido pelo público da sua iniciativa? Quais as ferramentas utilizadas e como estas facilitam a interação com o público da sua iniciativa? Descreva.

A plataforma colaborativa online da rede MetaReciclagem oferece a qualquer usuário cadastrado a criação e edição de páginas de wiki, a publicação de imagens, posts de blog e eventos, a criação de Esporos (espaços físicos) e ConecTAZes (projetos), para agregar informação.

2.4) TIRAGEM/AUDIÊNCIA

      1. Qual o público alcançado? Descreva e quantifique.

Atualmente a lista de discussão tem mais de 390 pessoas cadastradas. O ambiente colaborativo tem quase 700 usuários. A atual página inicial, publicada em setembro de 2008, já foi visualizada mais de 18.000 vezes. O site tem uma média de 200 visitantes únicos diários. Visitantes que vêm por sites de busca procuram por palavras-chave como “metareciclagem”, “heterodesign”, “lixo eletrônico”, “ciclo gambiarra” e outras.

2.4.2) Qual a abrangência da sua a iniciativa (local/estadual ou regional/nacional)? Descreva.

Trata-se de uma iniciativa de alcance nacional, que atualmente já conta com participantes diretos dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Amazonas, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. A iniciativa também está presente em muitas outras localidades através da interação com diferentes projetos de âmbito regional ou nacional relacionados ao uso social de tecnologias de informação e comunicação, como os Pontos de Cultura, o GESAC e as Casas Brasil. Mais de 20 Esporos (laboratórios) dedicados à MetaReciclagem foram criados nos últimos anos em todas as regiões do Brasil, além da participação da rede em outros espaços. Mais de 30 ConecTAZes (ações temporárias ou distribuídas) foram criadas e desenvolvidas por integrantes da rede, além de muitas outras ações não documentadas.

2.5) REPERCUSSÃO

  1. Estime a repercussão da sua iniciativa.

A MetaReciclagem tem duas diferentes medidas de sucesso. A primeira é pontual, em cada localidade em que a rede atua: a quantidade de pessoas envolvidas nessas ações, que podem ter o primeiro contato com as tecnologias, ou começar a aprender o funcionamento interno e o potencial para reinvenção delas; a qualidade do engajamento local e sua relação com diferentes formas de transformação social; os espaços de acesso, aprendizado e ação criados de forma colaborativa. Nesse âmbito local, existem diversas histórias de sucesso da rede MetaReciclagem, como o esporo autônomo Bailux, em Arraial d'Ajuda, que foi totalmente estruturado a partir de interação dos articuladores locais com a rede através da internet: http://bailux.wordpress.com/.

A outra medida de sucesso da rede diz respeito à transformação simbólica. Sem perder o contato com a realidade cotidiana de cada ação local, a MetaReciclagem também promoveu ao longo dos anos um grande nível de interação com organizações do terceiro setor e programas governamentais de inclusão digital, tendo influenciado as estratégias de tecnologia de muitos projetos, no sentido de incorporar a perspectiva da apropriação crítica, da ação em rede, do uso efetivo de software livre e do compartilhamento de conhecimento livre.

2.6) REGULARIDADE

      1. Qual a periodicidade das publicações? Já teve interrupções? Descreva.

As publicações no ambiente colaborativo têm periodicidade variável: quando há projetos novos ou eventos, a frequência de posts aumenta bastante. A lista de discussão também tem volume variável: de 3 até mais de 80 mensagens em um só dia. A lista existe desde 2002, e foi movida de servidores algumas vezes, mas pelo menos cinco anos de histórico estão disponíveis na internet, em http://arquivos.metareciclagem.org.

Desde quando sua iniciativa existe?

O processo de evolução e maturação da MetaReciclagem começou em 2002, a partir de um grupo de pessoas em São Paulo que propunha o reaproveitamento de computadores usados e considerados obsoletos, com o objetivo de criar espaços informacionais em comunidades que ainda não tinham acesso a esse tipo de estrutura. Partia de uma perspectiva de desconstrução da tecnologia para criar processos inclusivos, que não se limitassem a oferecer somente acesso, mas também promover a dinamização de redes de mobilização social e aprendizado distribuído.

Ao fim de 2002, foi criado o primeiro Esporo (laboratório) de MetaReciclagem, em um espaço cedido pela ONG Agente Cidadão, na Zona Sul de São Paulo. Com o passar do tempo, a MetaReciclagem não cabia mais na denominação genérica da inclusão digital, e seus integrantes passaram a procurar níveis mais elaborados de ação crítica e compreensão da apropriação de tecnologia como fenômeno social. Conceitos como colaboração, produção coletiva de conhecimento, re-significação da tecnologia e apropriação crítica passaram a servir de base para outros níveis de experimentação e criação.

No ano de 2004, a MetaReciclagem participou do Parque Escola, um parque montado em Santo André que se utilizava de material reaproveitado de obras da prefeitura, depósitos municipais e similares. À prática de reuso de tecnologia foi agregado o trabalho do artista plástico Glauco Paiva, com a pintura de computadores e a proposição de usos alternativos para eles. Ao longo daquele ano, a MetaReciclagem também participou de intercâmbio internacional com a plataforma Waag-Sarai (Holanda/Índia). No ano seguinte, integrantes da rede participaram de diversos projetos ligados à inclusão digital, além de tomar parte na elaboração conceitual da ação Cultura Digital, dentro do programa Cultura Viva do Ministério da Cultura. A partir daí, a rede participaria de diversos projetos públicos: GESAC, Casas Brasil, Acessa São Paulo e outros.

De um grupo inicialmente reduzido, a MetaReciclagem transformou-se em uma metodologia livre e aberta, passível de replicação em qualquer contexto. Com o tempo, passou a ser adotada em diversos projetos de tecnologia social e a pautar e influenciar políticas públicas de universalização do acesso à tecnologia e de democratização da produção de conhecimento, além de participar de intercâmbios com outros projetos em todo o mundo.

Hoje em dia, mais de 300 páginas de conteúdo estão disponíveis no ambiente colaborativo, com centenas de imagens e dezenas de apresentações, apostilas e material de referência disponíveis para interessados. Uma publicação online sobre a história da MetaReciclagem está disponível no site http://mutirao.metareciclagem.org

  1. Qual é a atual forma de sustentabilidade da sua iniciativa?

Pela própria natureza da rede, a maior parte das ações ligadas à MetaReciclagem encontra soluções circunstanciais para a sustentabilidade: apoio de governos locais, captação direta de recursos, fundos culturais, vaquinhas e mutirões, cessão de espaços e recursos, doações. Ao invés de ser um agrupamento de pessoas que ainda não se tornou uma organização, a MetaReciclagem tem desenvolvido ao longo dos anos uma perspectiva crítica sobre como atuar no espaço híbrido entre as redes e projetos sociais. Não incorporar-se na figura de uma organização única é parte dessa metodologia distribuída, que traça novas formas de atuar, adequadas à era da informação e das identidades múltiplas. É claro que há dificuldades: se tem a vantagem de manter a autonomia das ações, isso também dificulta o desenvolvimento efetivo de ações próprias da rede, como o desenvolvimento estruturado dos ambientes online e a organização de encontros da rede. É para esse tipo de ação que existe a possibilidade de as organizações ligadas à MetaReciclagem assumirem temporariamente a identidade da rede para construir espaços compartilhados com outras organizações e pessoas. É precisamente o caso da presente inscrição, que se contemplada reverterá em investimento direto na infra-estrutura lógica da plataforma em rede e na realização do próximo encontro nacional de MetaReciclagem.

 

AnexoTamanho
edital_midia_livre.pdf73.87 KB
comprovante_categoria.pdf105.89 KB