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Recombinação e digitofagia relacional da tecnologia instalada


        A internet é  maquínica, pois recria no âmago da sociedade um poder nômade que se recria a cada instante, catalisado pelos nós das redes. (…) As multiplicidades de singularidades formam a multidão hiperconectada.

        HERNANI DIMANTAS, Linkania: a sociedade da colaboração

         

A concepção abrangente do hackeamento como produção da diferença que gera diferença, conforme propõe Wark (2004), fundamenta a identificação de diferentes arranjos entre a arte e a tecnologia. Nessas conjugações, os dois campos se contaminam, se chocam e negociam a delimitação flexível das especialidades de seus respectivos discursos, disciplinas e indisciplinas. Decorrem dessas circunstâncias, o questionamento e a transformação mútua dos conceitos e práticas constituídos em cada lado. Assim, podemos dizer que o próprio sistema de arte é extravasado, compartilhado e hackeado, enquanto no sentido inverso a tecnologia tem revelada suas virtualidades estéticas.

Os experimentos e os dissensos tecnológicos agenciados pela arte_hackeamento (ou pelo hackeamento_arte) resultam em processos e situações em que comunidades de interesses absorvem e transformam as configurações funcionais, éticas e estéticas ligadas aos dispositivos rígidos e maleáveis. Conjuntos que organizam a distinção da materialidade de corpos, objetos, ferramentas, suportes de gravação, mecanismos e hardware eletrônico (placas, fios, telas, interfaces de acionamento físico) e a imaterialidade de conceitos, linguagens, afetos, mídias, protocolos e programas.

A interferência entre arte e tecnologia está presente na desmontagem e remontagem de computadores com peças usadas, nos ambientes de experimentação e aprendizagem digital e nas conexões e fluxos de desenvolvimento colaborativo e troca de conhecimento sobre tecnologias livres promovidos pela Rede MetaReciclagem. São situações que agenciam uma ampla e dissidente máquina heterogenética ([DELEUZE; GUATTARI,1977]), composta por meio de recorrências e comunicações, sem se opor ao humano, já que este se torna seu componente quando se combina com outros pares, com ferramentas, com o meio ambiente e toda alteridade e diferença1.

Essa disposição se multiplica pela abertura de sua própria estrutura de organização. A Rede MetaReciclagem ([2009]) não se define como grupo, mas sim como conjunto emergente, descentralizado e anárquico de pessoas e instituições, surgido a partir de 2002. Declara-se essencialmente como uma metodologia crítica e replicante de ação distribuída, dedicada à “apropriação tecnológica para a transformação social”. Essa tática semeia a noção de digitofagia, que surge de sua associação com a tradição do pensamento modernista brasileiro sobre a absorção do alheio (da diferença) por meio da antropofagia ([ROSAS; VASCONCELOS, 2006]). Podemos pensar que essa digitofagia transforma em poética relacional a subversão da tecnologia instalada – componentes e programas preparados pelo fabricante, pelos técnicos especializados, considerados prontos assim como as peças fabricadas do ready made (ou objeto encontrado) de Duchamp.

A tática de agregação antropofágica e digitofágica da MetaReciclagem se apoia na partilha de dados pelos blogs de seus integrantes, na manutenção de um site colaborativo e no diálogo por uma lista de correio eletrônico, com adesão franqueada a qualquer interessado. Todos esses são recursos de emprego comum desde as primeiras comunidades hackers ([STERLING, 1994])2 e atualmente alcançam uso difundido entre as redes sociais formadas pela internet. Além disso, devemos enquadrá-los em função análoga a que desempenham vários meios de comunicação (como manifestos, revistas, programas de rádio e jornais) no estabelecimento de vínculos e na mobilização coletiva no terreno da política e da arte, sobretudo a partir das vanguardas do século XX. Mas a Rede MetaReciclagem não só se articula pelos meios de comunicação que adota, como também é ela mesma produto das discussões travadas na lista de correio eletrônico e no wiki3 do Projeto Metáfora (realizado entre 2002 e 2003), que por sua vez é derivado da lista e do blog Joelhasso, todos administrados por Felipe Fonseca ([CAETANO, 2006]).

Por essas listas, articulam-se inicialmente profissionais da comunicação como Hernani Dimantas, Paulo Bicarato e Charles Pilger, para discussão de temas como internet sem fios, dispositivos em rede, blogs, computadores de bolso, integração de equipamentos, software livre, fronteiras entre o digital e o analógico e conversações4. Mas a adoção de uma linguagem compreensível para pessoas de diversas áreas de formação, apelida de xemelê5, faz com que Projeto Metáfora se expanda de maneira transdisciplinar, com a adesão de duas centenas de hackers, filósofos, jornalistas, artistas, antropólogos, designers, provenientes sobretudo de São Paulo, além de cidades como Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Os adeptos se engajam em quatro frentes de experimentação e de pesquisa de respostas para questões comuns: comunicação, tecnologia, educação e arte.

Seguindo um parâmetro de aprendizagem distribuída sustentada na pluralidade de repertórios, o grupo passa a disseminar conhecimentos de forma multilateral, constrói no wiki um banco de referências para notícias e artigos disponíveis na internet e elabora uma série de subprojetos. A MetaReciclagem é um desses derivados e herda em sua metodologia os efeitos da concepção heterogenética, em meio ao caos de diferenças não-hierárquicas e atos de organização espontânea incubados em um contexto virtual de convivência.

Essa situação é descrita por participantes da lista como “caordem” ([CAETANO, 2006]), termo absorvido ou deglutido (em termos antropofágicos) do discurso mercadológico6 sobre a cooperação de agentes independentes em torno de uma finalidade comum. Uma segunda possibilidade de análise dessa dinâmica operativa segue a comparação com os mutirões, o carnaval e a operação pirata, proposta por Dimantas (2006). O traço comum a todos os casos reside na concorrência entre um indispensável empenho coletivo voluntário e as possibilidades de decisão autônoma quanto à forma de participação. Para o autor, a MetaReciclagem é ainda uma manifestação de linkania, conceito de engajamento em rede e troca generosa do conhecimento que se aplica também às comunidades hackers envolvidas na programação de software livre.

Podemos afirmar, portanto, que a hipersubjetividade é um fator inerente aos arranjos tecnológicos da MetaReciclagem conseguidos por bricolagem, gambiarra e anamorfose. Processos que interferem e desviam os parâmetros relativos não só à infraestrutura física – uma vez que os componentes de computadores reciclados desrespeitam a obsolescência programada pela indústria para estimular o consumo sucessivo de aparelhos, na medida em que sua performance exige mais e mais capacidades de memória e processamento. Alteram também a infraestrutura lógica – já que o código livre usado em sistemas, aplicativos e protocolos de rede se contrapõe às soluções proprietárias de acesso restrito. E influenciam a interação – pois o envolvimento comunitário e direto com a tecnologia subverte à separação entre produtores e consumidores, servidores e usuários.

O aspecto relacional se manifesta nas intervenções e iniciativas de disseminação realizadas em eventos com os quais os adeptos da MetaReciclagem se envolvem ou participam, a exemplo dos festivais e conferências Provos, Mídia Tática Brasil, Next 5 Minutes, Digitofagia e Submidialogia7. Está presente também nos laboratórios ligados à Rede e classificados em duas categorias. Os Esporos são espaços de referência, investigação, desenvolvimento e replicação da MetaReciclagem, com foco na pesquisa e experimentação. Já os ConecTAZes são iniciativas de espaços temporários ou permanentes, fixos ou móveis, que abrigam ações de mobilização de redes sociais e de conversações, desde oficinas de colaboração com lápis e papel até sessão de vídeos e festivais de instalação do sistema operacional Linux (CAETANO, 2006; METARECICLAGEM, 2010).

Em uma perspectiva histórica, devemos mencionar os exemplos das ConecTAZes Autolabs e do Esporo IP://. O projeto Autolabs consistia em uma série de laboratórios de produção cultural independente, experimentação e apropriação tecnológica localizados em de centros de atendimento à juventude de bairros da periferia de São Paulo (METARECICLAGEM, 2010; ROSAS, 2004). Empreendida durante um semestre de 2004, em parceria com outros grupos e coletivos, o poder público e empresas, a iniciativa é considerada como o protótipo das redes de Pontos de Cultura no Brasil, e dos Bricolabs, espaços de desenvolvimento local e mundial de infraestruturas de ação comunitária para investigação de conteúdos e tecnologias livres8.

Por sua vez, o IP:// (Interface Pública) foi um espaço de trabalho montado no Rio de Janeiro, em 2005, em parceria com o centro de mídia Sarai, de Nova Déli, e a sociedade WAAG, de Amsterdã. Nele, foram promovidas atividades na área de interseção entre arte, comunicação e tecnologia, incluindo oficinas, residências de artistas, ativistas e hackers, encontros, publicações, rádio web, mostras de vídeo, exposições e alguns projetos artísticos ([CAETANO, 2006];[IP://, 2006]).

Entre eles está mimoSa: Máquina de Intervenção Urbana e Correção Informacional, trabalho iniciado em 2005, comissionado pela iniciativa Turbulence ([MIMOSA, 2010a], [2010b]) e apoiado pela Fundação Andy Warhol para as Artes Visuais. mimoSa é descrita como oficinas que reúnem artistas, artesãos, ativistas e outros participantes para a construção de máquinas que possam, “mesmo que em uma escala pequena, alterar o cenário de produção e repressão midiática no Brasil”. O fundamento reside na aposta pela emergência do pensamento crítico sobre os meios de comunicação a partir da produção e operação desse aparato, capaz de gravar histórias públicas e vídeos em bancos de dados digitais, de efetuar emissões sonoras via alto-falantes ou rádio em baixa potência. Com isso, espera-se “atingir uma melhor distribuição de representações, visibilidade e poder”.

O trabalho se destaca ainda pela proposta de difusão dos registros colhidos, que envolve a inscrição no ambiente urbano de um número de telefone e de um endereço da internet pelos quais as histórias podem ser conhecidas, além da gravação de um CD de áudio para os entrevistados, composto por seu próprio relato e os dos demais participantes. mimoSa é resultado da colaboração interdisciplinar entre programadores, pesquisadores, artistas e midiativistas – são eles Alexandre Freire, Etienne Delacroix, Giuliano Djahdjah, Luís "Asa" Fagundes, Ricardo Ruiz, Romano, Tatiana Wells e Shawn Micallef, integrante do projeto canadense Murmur, voltado ao documentarismo da história oral relacionada aos espaços cotidianos.

Os efeitos éticos e estéticos de mimoSa reverberam entre outros agentes que dela se apropriem. Sob a condição de atribuição à proposta original, o registro do projeto em Creative Commons permite o seu uso não-comercial, o seu compartilhamento e o seu desdobramento em obras derivadas. Procedimento que se assemelha à noção de licença sugerida por Yoko Ono, que defende a liberdade do faça-você-mesmo no campo artístico e é adotada como princípio organizador da produção de múltiplos e edições de trabalhos da rede de artistas Fluxus ([HENDRICKS, 2002]). Esse antecedente poético nos habilita, então, a relacionar a metodologia recombinante da MetaReciclagem, presente no licenciamento aberto de mimoSa, não apenas com a ética hacker e o movimento do software livre, como também com as marcas da antiarte (ou de uma arte integrada à vida e avessa à sua rendição absoluta ao capital) inscritas nos objetos, situações e atitudes do construtivismo, Dada, Internacional Situacionista, Fluxus, arte conceitual, intervenções urbanas, artivismo, hacktivismo e mídia tática.

Zona Autônoma Sem Fio (ZASF) é o nome de outro projeto de MetaReciclagem articulado sob a perspectiva dessa linhagem de uma produção artística em um território além-mercadoria. Como o próprio nome indica, o trabalho remete à ideia de zona autônoma temporária (TAZ), que Hakim Bey ([1991]) define como uma intensificação da vida, uma tática de desaparecimento e rebelião sem confronto direto com o Estado, ou uma guerrilha de liberação de um intervalo de espaço, tempo ou imaginação na interseção de realidades paralelas. A TAZ seria, para o autor, o lugar e tempo do acontecimento da arte como condição de vida, movida pelo mero jogo criativo.

A ConecTAZ denominada ZASF ([DESVIO, 2010]) consiste em uma pesquisa fundamentada na montagem circunstancial de redes locais de internet sem fio, montadas com software livre e equipamentos recondicionados e de baixo custo – propósito que deu origem à MetaReciclagem. Essas redes são formadas conforme o diagrama de topologia mesh, em que cada máquina conectada é também um roteador independente para a conexão de outra, dispensando a função de um servidor central. Tal estrutura proporciona a capacidade de contorno de caminhos rompidos ou bloqueados, uma vez que o tráfego pode se dar em diferentes rotas9.

Disponível para o acesso irrestrito em um espaço público, a ZASF estabelece um espaço de navegação fora da internet, disponibilizando serviços como wiki, mensagem instantânea e repositório de documentação técnica e conceitual. Dependendo do contexto, pode oferecer conteúdo específico, atuando como totem sem fio ou ponto de informação. ZASF é uma abordagem prática sobre temas de compartilhamento e proximidade, privacidade, acesso ubíquo, o risco de desligamento da internet e a possibilidade de mistério no mundo. O projeto, que consta entre as ações do núcleo de MetaReciclagem denominado Desvio10, reclama a reapropriação do poder sobre as tecnologias de comunicação, propondo uma fissura de autonomia no espaço estriado das infraestruturas de domínio comercial.

Uma opção que, embora tenha limites de alcance geográfico e de duração, oferece uma área de experiência, produção e partilha independente dos vetores de domesticação da diferença – e de transformação da abstração em commodity, nos termos utilizados por Wark ([2004]). No entanto, a máquina nômade da Rede MetaReciclagem também enfrenta o risco da cooptação pelo poder. Atentos a isso, seus integrantes adotam a publicação de referências conceituais e históricas de suas atividades como medida de reiteração de suas singularidades ([FONSECA, 2009]). Por outro lado, essa defesa é maleável, já que a disseminação viral de sua dissidência tecnológica é uma das finalidades da MetaReciclagem – a subversão e hackeamento dos valores de funcionamento sistemas políticos e institucionais ([ROSAS, 2004]; [CAETANO, 2006]).

Na mesma medida em que os Autolabs se replicam nos Pontos de Cultura, o software livre é assimilado em programas de governo11 e na arte, enquanto o engajamento pela reciclagem de componentes e redução do lixo eletrônico12 encontra poros de infiltração nas políticas públicas e corporativas atentas à importância da sustentabilidade na agenda internacional. Por um lado, o reaproveitamento de hardware gira na contracorrente da obsolescência, sobretudo nas áreas de periferia do desenvolvimento onde a urgência de soluções é atendida pela energia digitofágica do faça-você-mesmo. Por outro lado, a programação colaborativa reverte em soluções mais eficientes e adequados às particularidades da infraestrutura física e de interação com que se conjugam.

Na apropriação tecnológica, material ou imaterial, o envolvimento direto e prático é o que assegura a heterogenia da produção da diferença. A depuração do código é requerimento para o Viver-Junto tecnológico. Em outras palavras, poderíamos propor que a demanda do escovamento de bits de dentro para fora, referente ao ajuste nas rotinas de processamento, não só é comparável ao requisito heideggeriano de inserção na filosofia para a produção do pensamento filosófico ([DIMANTAS, 2006]). É também análoga a tarefa de escovar a história a contrapelo prevista por Benjamin ([2005]) como contrapartida de distanciamento à empatia do historicismo pela versão dos fatos obtida com quem exerce poder. Esse historicismo encontra suas equivalências na aceitação passiva das tecnologias com melhor estratégia publicitária.

Os processos de arte_hackeamento da MetaReciclagem se sustentam no paradigma proveniente da estética relacional (BOURRIAUD, 2002) agenciada por sua energia de agregação transdisciplinar e da ética hacker orientada pelo paritarismo (peeracy) e pela pirataria (piracy). No que diz respeito a estas duas coordenadas, o paritarismo frutifica do compartilhamento de valores pela linguagem que aglutina sua comunidade, enquanto a pirataria é eco da “caordenação”, anárquica e persuasiva, da Rede de colaboradores ao redor de interesses “em código aberto”. Essa composição recupera o constante questionamento sobre os propósitos da arte, em um período de condicionamento às tendências artificiais de mercado.

Para Felipe Fonseca (2009), um dos articuladores iniciais da MetaReciclagem, avalia que “a arte tem perdido espaço como [atividade] geradora de conhecimentos”, conferindo uma condição de “irrelevância” ao artista. Para ele, o antídoto contra esse enfraquecimento estaria na crítica do consumismo, do próprio universo artístico e das escolhas tecnológicas e políticas. Crítica que se realiza pelo exercício da descoberta e do coletivismo, pela atitude digitofágica e pela reiteração dos referenciais do ciberpunk e da história hacker de luta contra as corporações, desvio de usos e formação de enclaves de sociabilidades alternativas.

1Conforme escrevem Deleuze e Guattari, “the man-horse-bow ensemble forms a nomadic war machine under the conditions of the steppe. Men form a labor machine under the bureaucratic conditions of the great empires. The Greek foot-soldier together with his arms constitute a machine under the conditions of the phalanx.” (p. 118)

2Em seu relato sobre a organização do contracultura hacker, Sterling enfatiza o papel desempenhado por publicações em papel como as revistas Phrack e 2600 e os sistemas de telecomunicação BBS (Bulletin Board Systems), em que um servidor central servia como meio de informação e transmissão de mensagens acessado por outros máquinas conectadas pelos cabos telefônicos graças ao uso de moduladores-demodulares (Modems). Na medida em que as tecnologias tornam-se mais variadas, as listas de e-mails, os fóruns de discussão hospedados em sites, os blogs e as redes sociais se somam a essas opções.

3Um wiki é um website ou um software que estabelecem a publicação colaborativa de conteúdos pela internet, que passam a ser criados e alterados livremente pelas comunidades interessadas. A palavra de origem havaiana tem o mesmo sentido do adjetivo “rápido” e, quando repetida, reforça a ideia de agilidade. Fontes: 1) ASKOXFORD: Free online dictionary resources from Oxford University Press. Available at: http://www.askoxford.com/. Retrieved on: 15th Nov. 2009. 2) WIKIPEDIA, the free encyclopedia. Article on “wiki”. Available at: http://en.wikipedia.org/wiki/Wiki. Retrieved on: 15th Nov. 2009.

4Publicado em 1999, o Manifesto Cluetrain é composto por 95 teses baseadas na ideia de conversação que versam sobre os impactos do uso disseminado da internet sobre a economia. O texto sugere as implicações de um novo ambiente econômico caracterizado pelo nível inédito de comunicabilidade alcançado por consumidores e empresas. O manifesto inclui enunciados como “Mercados são conversações” e “Hyperlinks subvertem hierarquia”. Disponível em: http://www.cluetrain.com/. Acesso em 10 de janeiro de 2010.

5Conforme relata Felipe Fonseca, articulador do projeto Metáfora e da Rede MetaReciclagem: “Xemelê é um termo fantasia derivado da denominação do protocolo XML (Extensible Markup Language) — que é um padrão de linguagem para comunicação entre sistemas via web (…) Para facilitar a comunicação (…), transformamos XML em verbo: 'xemelizar' conteúdos (…) Depois transformaríamos em substantivo novamente, mas já devidamente tropicalizado: 'xemelê'”. XEMELÊ. Apresentação no site do projeto. Disponível em: http://xemele.cultura.gov.br/sobre/. Acesso em: 14 de janeiro de 2010.

6O termo de origem inglesa chaord é usado por Dee W. Hock, fundador e diretor-executivo emérito da companhia de cartões de crédito Visa. Designa qualquer sistema físico, biológico ou social que seja complexo, não-linear, auto-organizado e capaz de se adaptar, que reúne em si aspectos caos e ordem. Fonte: HOCK, Dee W. The Chaordic Organization: out of control and into order. World Business Academy Perspectives, Burlingame, CA, Vol. 9, No. 1, 1995.

7O festival Provos teve lugar em Belo Horizonte, em 2002. Em 2003, ocorreram em São Paulo o Mídia Tática Brasil e em Amsterdã o Next 5 Minutes. O Digitofagia teve sua programação divida entre São Paulo e Rio de Janeiro, em 2004. As quatro edições já organizadas do Submidialogia foram sediadas em Campinas (2005), Recife e Olinda (2006), Lençóis (Bahia, 2007) e Belém (2009). Por fim, o festival LIBRES foi promovido em Recife, em 2009. Mais informações em: CAETANO, 2006; DIMANTAS, 2006; METARECICLAGEM, 2010; DES).(CENTRO, 2010; LIBRES, 2009; NEXT 5 MINUTES, 200.

8Os Pontos de Cultura recebem apoio do Ministério da Cultura brasileiro, por meio do programa Cultura Viva. Mais informações em: http://www.cultura.gov.br/cultura_viva/. Os textos teóricos e as referências para as iniciativas de Bricolabs podem ser conhecidos em: http://bricolabs.net/.

9http://p2pfoundation.net/Mesh_Networks

10Grupo de MetaReciclagem formado por Dani Matielo, Dalton Martins, Drica Guzzi, Felipe Fonseca, Glauco Paiva e Hernani Dimantas. O Desvio promove ainda a iniciativa editorial Mutirão da Gambiarra, cujo objetivo é incentivar a produção distribuída de documentação, conteúdo crítico e experimentação de linguagem nas áreas de apropriação de tecnologias, ação social em rede e criatividade. Mais informações em: http://desvio.weblab.tk/

11http://www.softwarepublico.gov.br e http://www.softwarelivre.gov.br/

12Algumas informações sobre o assunto podem ser obtidas no repositório: http://lixoeletronico.org/

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