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SemanaDaTerra

Relato de Ricardo Ruiz ([http://midiatatica.org Midia Tatica]), extraído [http://midiatatica.org/wakka/wakka.php?wakka=RelatoCulturaldaTerra daqui]:

Recife, PE

Fotos ->[http://www.midiatatica.org/mst/semanaculturaldaterra www.midiatatica.org/mst/semanaculturaldaterra]

= DIA 1 =
Apos encontro no anfiteatro entre boa parte das delegacoes do mst de todo o brasil e oficineiros presentes, partimos para encontrar com os inscritos na oficina de midia tatica e cultura digital em frente ao onibus concedido pela prefeitura de recife, estacionado temporariamente em frente ao anfiteatro principal da UFPE.

O onibus possui 13 computadores, 1 TV e VCR, radio e ar-condicionado. Porem os onibus nao foram usados para o primeiro encontro. Sistemas operacionais SuSE estavam sendo instalados nas maquinas pelo Fernando Henrique (metareciclagem).

Nos dirigimos com os companheiros para o gramado em frente ao teatro, a sombra de uma grande arvore, e comecamos com a apresentacao de todos da equipe. Cerca de tres ou quatro dos companheiros sao de centros de formacao, acampamentos ou regionais que irao receber os Pontos de Cultura. Outros dois ou tres trabalham em telecentros do movimento, alguns foram enviados pelas delegacias de cultura regionais e mais alguns foram por interesse. A grande maioria e paranaense, mas ha pessoas do rio grande do sul, brasilia, pernambuco, sao paulo, sergipe, goiania e mato grosso do sul, no total foram 17 inscritos.

Logo apos comecamos a trabalhar o conceito de cultura digital (o termo foi varias vezes usados e questionado o significado entre todos durante a apresentacao). Primeiramente, o siginificado do digital e sistematizacao binaria. xxxxxxxxxxxxxxx. Breve historia e porques do software livre. conversou-se sobre novas formas de interacao e comunicacao via web, a mudanca de paradigmas do atual momento social, midia,  midia e sociedade brasileira, manipulacao promovida pela midia, midia independente, necessidades de ocupacao e democratizacao dos meios, sistemas de controle e poder.

No final, soltamos a pergunta levantada no plano de aula, e tivemos algumas respostas sobre as demandas do movimento:
- retrabalhar (reciclar, utilizar-se de meios) midia
- capacitacao real em software livre, para pessoas que possam capacitar, entao, outras em seus acampamentos/assentamentos/regionais/etc. foi unanime a ideia de que comecar pelo linux seria melhor
- tecnicos para suporte nas plataformas livres
(vale notar em relacao a infralogica que os delegados das regionais sabem das necessidades ideologicas e legais para se usar codigo aberto, porem varais regionais tiveram problemas na migracao windows-linux, muitas voltaram atras (inclusive a nacional) e as pessoas comecaram a pegar "ranso" do sistema operacional livre.)

Uma das diretrizes em relacao aos telecentros jah existentes eh de que os mesmos sejam usados com funcoes educativa

Falou-se tambem sobre a relacao local x global e como neste sentido o movimento ja tinha uma estrategia propria.

A aula terminou com uma visita ao referido onibus, jah com quase todos os softwares instalados, e um batepapo final sobre o que faremos com a tecnologia disponivel.

= DIA 2 =
Encontramo-nos com os alunos no onibus, e alguns pequenos problemas surgiram. Em primiero lugar, a conexao com a internet nao estava funcionando. Varios procedimentos via software e hardware foram tomados, mas nenhuma luz do switch piscava, o que mostrava que a linha nao chegava ate o onibus.

Outro problema foi a quantidade de pessoas que atenderam a oficina. Como nao havia lugares suficientes, comecou-se um pequeno debate entre os do movimento para saber quem ficaria na oficina.

Sem internet funcionando, o ar-condicionado do onibus funcionando a 50% do total e com o barraco armado, resolvemos novamente fazer uma roda do lado de fora, na grama, sob a sombra da grande arvore.

La esperamos Ana Emilia, uma das responsaveis pelas oficinas, para a decisao de que somente pessoas indicadas pelos estados a fazerem a oficina, que vao receber Pontos de Cultura, poderiam participar da oficina. Enquanto a esperavamos, foi dado um breve introdutorio sobre mobilizacao on-line: como se da, quais as ferramentas (email, listas de discussao, blogs, sites colaborativos, orkut), analogias a situacoes mais plausiveis e uma pequena lista de links circulou entre todos (yahoogrupos, midiaindependente, etc.)

Finalmente voltamos ao onibus, e as coisas voltaram a dar certo.

Logo apos nossa re-entrada, os companheiros do Media Sana fizeram uma apresentacao de seu trabalho, passando na TV do onibus alguns de seus filmes que criticam a midia ou o sistema politico do pais, tudo feito com recortes de imagens da tv e sons.

Na sequencia, tentamos montar emails para os que nao o tinham, porem o tempo jah estava se esgotando (o onibus precisa SAIR do campus as 17h00), e, do lado de fora do onibus, aproveitamos para conversar sobre o funcionamento dos proximos dois dias de oficina. Chegamos a conclusao que uma boa opcao seria levantarmos quais sao as demandas dos telecentros, mostrar quais as solucoes para aquela demanda e como trabalhar com ela. Alem disso, vamos propor a criacao de um forum e uma lista de discussao entre essas pessoas dos pontos de cultura no MST.

Vale notar que o movimento apresenta demandas especificas em relacao ao software livre. Ele tambem ja se organiza neste sentido, com um forum regional (sudeste) para suprir suas necessidades tecnologicas, que nao sao poucas. Ha relatos que falam da precariedade dos equipamentos doados, assim como da falta de um suporte mais regular no manejo destes. Os dois estados que parecem mais articulados neste sentido sao Parana e Rio Grande do Sul, com telecentros montados mas ainda parados ou pouco usados por falta justamente dessa assistencia tecnica, alem de conhecimentos mais especificos como um programa de editoracao (Rose/RS).

A expectativa de todos e muito grande em relacao a oficina pois esperam passar tudo o que aprenderao para seus respectivos estados.

= DIA 3 =
Pela primeira vez, comecamos a oficina com tudo funcionando direito. Durante a manha, construimos um forum para que pudesse ser usado pelos acampamentos que se tornarao pontos de cultura. Porem, assim que tentaram usar, o forum nao funcionou. Magnolia (SP) insistiu que tentassemos construir um outro forum. Apos 10 minutos, um novo sistema de forum funcionava em [http://www.midiatatica.org/forumtec_mst www.midiatatica.org/forumtec_mst] .

Durante todo este terceiro dia, os companheiros seguiram seus interesses para o trabalho, abrindo e-mails pessoais, testando programas, conhecendo ferramentas de pesquisa de texto e imagens (google), criando sites. Todos os que nao tinham criaram um endereco de email, assim como uma lista de discussao coletiva foi aberta por Marcelo (RS) com o endereco redeculturaldaterra@yahoogrupos.com.br . Foram tambem alimentando o forum criado com as duvidas e demandas de cada um, de cada estado e do movimento. A ideia e que o forum e a lista possam dar continuidade a oficina e assim criar uma plataforma comum para todos os estados que necessitem de auxilio tecnologico ou mesmo comunicacional.

Quem mais se utilizou do forum foi mesmo a magnolia, porem todos jah se cadastram. Rose (RS) passou a tarde estudando o software scribus, pois esta buscando uma solucao para a construcao de apostilas para as familias. Marcelo tambem testou alguns softwares, como o GIMP, o blender e o audacity. O companheiro do MS tambem utilizou o Gimp e ainda montou um website html no endereco xxxxx.

O dia de hoje foi muito produtivo e baseado principalmente nas habilidades pessoais de cada um com o computador, assim como mostrou a potencialidade de um uso coletivo das ferrammentas apresentadas.

= DIA 4 =
No ultimo dia de oficina, os companheiros, conforme entravam no onibus e tomavam seus lugares, jah iam acessando seus novos enderecos de emails. Uma pequena conversa deixou a lista de discussao ativa. O endereco da lista eh [http://br.groups.yahoo.com/group/pontoculturaldaterra http://br.groups.yahoo.com/group/pontoculturaldaterra] . Aproveitamos tambem para sanar algumas duvidas finais dos participantes, finalizar as paginas na web que foram montadas e conversarmos sobre alguns comandos em linux que serao uteis a todos, como mount e umount, cd e ls, eject, etc.

No final da aula, nos sentamos la fora para conversar e avaliar um pouco a oficina. Todos chegaram a conclusao que o tempo para a oficina foi muito pouco; muita coisa foi aprendida mas muitas outras coisas ainda precisavam ser trabalhadas. Sugeriu-se uma caravana itinerante pelos acampamentos que receberam pontos de cultura, para estadas mais compridas (duas ou mais semanas), onde os problemas dos pontos culturais da terra poderao ser sanados conforme as duvidas que surgem e onde os oficineiros possam trabalhar juntos aos responsaveis pelos pontos. Ficamos de preparar um projeto e apresentar para o Pascal, e tambem para alguns segmentos ministeriais, para podermos continuar as oficinas em cada estado.

O saldo final foi bem positivo. Realmente o tempo foi muito curto e cada estado apresenta pontos fortes e fracos especificos, portanto torna-se necessario acessar essas demandas mais a fundo, ou com mais dedicacao local. Ha muito interesse no aprendizado do Linux, assim como (foi dito), tambem resistencia entre militantes do movimento. O trabalho tem que ser um de desmistificacao, assim como o de mostrar novas possibilidades tanto para a comunicacao do movimento quanto para o aprendizado individual. A oficina nessse sentido cumpriu seus objetivos.