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Ver Gambiarras
Gambiologia: de como o improviso é natural, sempre foi uma habilidade essencial. No Link do Estadão, o registro: *Entre os debates mais interessantes e originais da Campus Party, estavam a discussão sobre a brasileiríssima gambiarra como elemento de evolução tecnológica [...]* Um exemplo de como o Estadão, ao lado da TV Cultura, foi dos poucos veículos da “grande mídia” que souberam ver além a Campus Party. Sobre o verbo *ver*, aliás, sintonias finas: abro o reader hoje e dou de cara com um post do Cyrano:
Ver enxergar
É preciso atentar para as inverossimelhanças.
E, no espírito #mutsaz-gambiarra-cparty, o desafio de *ver*:
Ó p'cê vê: tautologia insistente, persistente, implora de maneira direta a que -- só isso! -- exercitemos um sentido vital de percepção do mundo. É como um clamor para que do sentido quase desprezado passemos à contemplação, percepção, interpretação, compreensão: o sentido além do sentido. Na corruptela, um resumo do possível-necessário.
Olhe, veja bem... da simplicidade da expressão popular à profundidade do(s) significado(s), qualquer verborragia – como esta – é vã. Até vil. O conselho-ordem exprime por si a urgência de não apenas se render às evidências, e encará-las, mas desembaçar a miopia, abrir-se às potencialidades do não-sensível, re-significar o invisível (o essencial?).
O senhor mire veja: tatear olfatos, degustar silêncios – é coisa perigosa. Viver é perigoso. Mas a mesma redundância reforça o pedido para que o outro compartilhe essas percepções. E exclama: “é óbvio”! Olhe, mire, veja! Verbos imperativos ou humildes pedintes? “Careço só de óculos não, doutor”, me lembra meu Miguilim.
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