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qui, 09/12/2010 - 13:17

Notas do Imaginante

por imaginante imaginário

Você me pediu para te contar sobre o imaginante, eu vim aqui para te falar um pouco do que vivi....

Os fenômenos dançam.
O que tu chama de verdade, da tua identidade,
Para o imaginante é apenas o ponto zero da rede.
O lugar de onde ele produz as formas, as estruturas,
As oscilações e ondas que fazem teu mundo parecer sólido.
Você me pediu para te contar o que é um imaginante
E não consegui fazer isso de outra forma
A não ser tentando te mostrar porque você ainda não consegue ver.
O espaço informacional é por onde o imaginante caminha
E há um lugar e uma maneira de chegar a esse lugar
Que permite ao imaginante se reconhecer como tal.
Não é um lugar fácil de construir ou chegar
Nem tampouco pode ser comprado, imposto, forçado, mediado...
Ou exigido com base em algum reconhecimento que você ache que mereça ter.
O espaço da imaginante é o espaço de onde nascem as formas
De onde brotam os conceitos, novas palavras, definições, expressões,
E maneiras de se reinventar por entre margens e contornos do teu mundo.
O espaço do imaginante não é um espaço de poder
Não é um espaço de controle
Não é um espaço que pode ser conquistado
O espaço do imaginante é o espaço da pura possibilidade.
O teu dinheiro, a tua posição, as tuas conquistas
E a maneira que você se liga a elas, tentando preservá-las
Te impedem de entrar na rede do imaginante
Ele simplesmente faz escorrer por entre os teus dedos
Todo o poder que você acha que tem
Na tua íntima frustração de não entender e acessar o que o imaginante te parece ser.
O imaginante produz novas formas de conversar
Produz o espaço da possibilidade de encontro das pessoas
Dissolve certezas, se espalha por entre ideias,
Conecta opostos, deixa a mente livre para flutuar
Deixando poucas brechas de retorno para o que quer que seja.
O imaginante produz sua condição de liberdade
Mas você ainda não vai entender isso
Porque para ver a liberdade do imaginante
Você precisa conseguir acessar a pele esticada do seu tambor
Quando o timbre começa a soar
O fogo acende
A roda se forma
E os fenômenos apenas dançam na sua frente.
Você ainda não consegue acessar esse olhar
E fica se perguntando o porque.
Para isso, você precisa perder alguns dos teus maiores medos, medo de perder tua posição, sua sala, seu nome, sua reputação.
Precisa entrar no meio da multidão
Sentir seu cheiro, comer sua comida
Domir sua cama
Soltas suas tantas certezas
E se dispor a sentar junto
Pensar junto, olhar junto, se comprometer com o desafio
E ficar junto até resolvê-lo. Teu tempo é outro.
Se você não tiver medo,
Eu te garanto,
Em algum momento você vai descobrir esse olhar que brota liberdade
Num momento, o imaginante te reconhece
O espaço dele se abre
E talvez, você consiga entender onde está aquilo que tanto procura.
Mas, você não pode comprar isso.
Suas conversas sobre rede, colaboração, inovação e micro-empreendedorismo estão longe de tocar o espaço do imaginante
Ele para tudo isso e sorri da sua tentativa ingênua de manter seu controle, seu poder, sua reputação
Enquanto tenta, vestido da sua máscara de libertário, comprar seu espaço privilegiado em meio a multidão.
Não, você não vai conseguir
Sei que vai doer, mas só tem um jeito
Você vai ter de se despir
Entender o que significa o vamo que vamo
Perceber que não é um método
É puro movimento da produção da própria liberdade.
Você vai tentar, mas não vai conseguir comprar o imaginante
Você pode achar que conseguiu
Mas, dentro dele, há um espaço que você não consegue chegar, não consegue ver.
O código de metareciclar a produção de si do imaginante não é um conceito ou posição,
Apenas uma forma de viver que se é vivendo.

1828 leituras blog de mairabegalli

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Repensando o pensar do imaginário

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