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Jardins e a infralógica metarecicleira
Mandei um post na lista na thread que o mbraz começou sobre Bauman, trazendo um pouco a conversa sobre jardinagem pro contexto da infralógica metarecicleira:
só trazendo mais um elemento pra isso tudo, e desviando pra conversa infralógica... ontem tava passando os olhos numa caixa com três livrinhos que recebi do pessoal do virtueel platform de amsterdam. um deles se chama "walled gardens" - jardins cercados em português. uma crítica frequente às redes sociais online é que elas criam jardins fechados, que não interagem com o resto do mundo. como era o orkut e ainda são muitas outras redes. tipo isso (em inglês)
http://en.wikipedia.org/wiki/Walled_garden_(technology)
a alternativa a isso seria a criação de redes com permeabilidade negociada, que abrem suas bases para conversar com outras redes em alguns pontos, de preferência a critério das pessoas que a usam. não tem muito a ver com as analogias do bauman aqui, mas me faz pensar em como a gente teve influência da imagem do "jardineiro" nos nossos wikis, e me questiono se essa é a metáfora mais apropriada.
a existência de uma pessoa que assume o papel de jardineiro não deixa de levar a alguma alienação - eu não mexo no meu jardinzinho porque o jardineiro vai vir depois e fazer melhor do que eu. tiro minhas mãos da terra, e perco o contato com o jardim. por outro lado, a própria ideia de pensar na nossa infralógica como um jardim - um canto organizado em contraste com o caos geral da rede - também pode restringir um pouco a apropriação da rede. se vitorio não se sente à vontade pra mexer ali porque pode estragar o jardim - porque existem regras não explicitadas às quais só o jardineiro está habituado, e vitorio não quer atrapalhar - é porque tem alguma coisa errada com o próprio jardim.
aí entre a floresta caótica e o jardim zen, fico pensando em um caminho intermediário na linha da permacultura - estimular um tipo de sensibilidade em que todo mundo possa interferir e adicionar pitadas de ordem ao caos natural - plantar gengibre no meio da mata atlântica, misturado à vegetação nativa; ou então pitadas de caos à ordem - observar as características do ambiente, aprender com elas e integrá-las ao jardim.
enfim, pensando por metáforas...
efe
Comentários
continuo não tendo lido o Bauman
Lembro que nessa época da trhead do Bauman eu fiquei um pouco grilado porque tava começando a construir umas idéias em torno de MetaUtopia e de alguma forma havia uma discussão sobre utopias e Bauman. Posso estar confundindo a thread, não dá pra buscar agora porque o RiseUp tá com problemas, mas, não importa.
Continuo não tendo lido o Bauman, não por falta de vontade. Mas o assunto aqui me parece essencial. Pensando nisto:
"se vitorio não se sente à vontade pra mexer ali porque pode estragar o jardim - porque existem regras não explicitadas às quais só o jardineiro está habituado, e vitorio não quer atrapalhar - é porque tem alguma coisa errada com o próprio jardim."
jardinando
pois é. a gente tá concentrando agora em fevereiro pra propor um projeto de paisagismo novo pra essa pracinha caótica aqui. sei da ansiedade que muita gente tem de querer pôr a mão na massa desde agora, mas ainda estamos no momento da concepção do barato todo, que precisa de mais reflexão e aprofundamento do que vqv. pelos planos atuais, no começo de março devemos ter alguma coisa consistente pra apresentar.
sobre a thread, quando o riseup está fora sempre dá pra pesquisar nos arquivos.
:)
:)
ferramentas
isso tem muito a ver com nichos particulares,
acabamos que sempre temos casa, jardins, plataformas, tudo em nichos,
outro dia convidei uma vizinha para fazer uma horta comigo,porque ela mora em 20 metros quadrados e tem 200 espécies de plantas a mais do que eu que moro em 400 metros! mas ela disse que não se sente bem, além de eu ter cachorro e ela não sabe o que vai acontecer se de repente arrancar um florzinha, ( ela só planta o que é comestível) aí eu falei que existiam flores comestíveis.. ficamos assim: qq hora ela vem aqui e me ajuda com o terreno, mas ainda não veio :(