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qua, 16/09/2009 - 23:03

Encontrão - resumão

O encontrão foi totalmente diferente do que eu esperava. Confesso que no percurso a Arraial d'Ajuda eu estava até um pouco frustrado - tinha ainda a expectativa de que desenrolasse o edital de intercâmbio do Minc, que permitiria que pelo menos mais meia dúzia de pessoas comparecessem. Cheguei a achar que o ritmo ficaria um pouco truncado por conta da ausência de tanta gente importante.

Foi só chegar em Arraial, depois de quatro horas de ônibus, noventa minutos de avião, um táxi e uma balsa rápidos e uma van que me deixou na porta da pousada - uma viagem curta se comparada a algumas pessoas - pra começar a mudar. Não só o clima da cidade é muito agradável, mas a energia que emanava do Régis era fantástica. Ele realmente conseguiu criar uma coisa especial por lá, totalmente na raça - sem apoios "oficiais", sem salários ou bolsas, sem grandes parcerias, mas com muita empatia e vontade de fazer acontecer. Um exemplo é a pousada onde ficamos hospedados, a Aquarela do Brasil. Graças ao relacionamento do Régis com o Eduardo - que além de dono da pousada também foi um dos pioneiros no provimento de acesso à internet no Arraial-, conseguimos ficar todos juntos em um ambiente muito aconchegante e tranquilo.

À medida que as pessoas foram chegando, o encontrão foi tomando forma. E senti que estava tudo do jeito certo, mesmo com Dpadua e Orlando tendo me acordado às duas e meia da manhã, e termos conversado até às quatro para depois o Ruiz mandar me acordar quando chegou às sete e meia pra saber em que quarto ficaria.
Na manhã, as conversas começaram com os antigos rituais - apresentações, definições, expectativas. Novos rostos, as versões tridimensionais dos avatares digitais. Todo mundo se apresentou. Além do bando em peso, Regis também convidou alguns parceiros locais importantes para trocar ideia, como o secretário de Cultura da cidade e o alemão Jurgen, programador permacultor. Uma micro-oficina rolou ali no canto, desmontando uma máquina e olhando-a por dentro.

À tarde, visitamos o Bailux. Rolou alguma ação por ali, a galera batalhava o wi-fi, uns papos mais conceituais aconteceram. Fiz uma pequena demonstração de síntese de voz no Linux: "#espeak hair geez by looks" (tsc, tsc, tsc, magicizando a tecnologia...). Saindo de lá, vimos uma rápida apresentação de fogos na banquinha da tapioca - nunca peçam o sabor "bombada". Mais tarde, na pousada, mais conversas e alguns vídeos - tenho que admitir que eu não tinha assistido todo o vídeo indiano que passei lá e não sabia que ia ser tão chato ;). Mais tarde, brincamos mais um pouco de síntese de voz ("Fernanda, o site tá pronto") e conversamos de maneira longa - e meio atribulada - sobre a infralógica e o site.

É difícil manter a linearidade do relato a partir do sábado. Muitas conversas paralelas, muitos assuntos a tratar, decisões a tomar. Triagem com Rafael, Diego e o bando, determinismo tecnológico e BIOS com Ruiz, projetos e recursos com Tati, vídeo com Tininha, pintura de gabinetes com aerógrafo com Paulo Bailux. Notícias de que Mbraz, lá no Bailux, tinha conseguido configurar a wi-fi. A conexão da pousada também funcionava melhor (mas não suficiente para baixar alguma distro, e isso fez falta). Alguma coisa foi estrimada. Enquanto isso, a ala mais jovem do bando ficou ali no canto pirando com seus celulares wi-fi e com o netbook do Orlando.

Eu, pessoalmente, gastei algumas horas na bancada, fazendo o protótipo de plataforma etérea rolar (queria mostrar alguma coisa pro pessoal). Criei uma rede ad-hoc chamada "transdimensao" e instalei um wiki nela. Mais tarde, uma longa conversa com o pessoal das voluntárias da Bahia sobre a expectativa que alguns deles tinham com o encontro e que não se cumpriu. Não foi muito agradável, mas acredito que tenha sido útil para gente gerenciar melhor o relacionamento com esse tipo de organização: eles querem saber mais sobre divulgação, números, "meninos carentes" e "gente pobre".

No domingo, o mesmo ritmo de várias coisas acontecendo em paralelo. Três ou quatro atividades simultâneas espalhadas. Definições sobre microreciclagem com a Tininha, oficina de webrádio do Ruiz, mediação de conversas, piscina, uma mini-quase-oficina de rede mesh. Muitas conversas boas, troca de sensações e impressões com o camarada Bica e de figurinhas com Orlando. Logo mais o clima de despedida e a sensação de que o encontrão tinha sido muito curto. Nem consegui me despedir de muita gente. Mas em breve a gente se vê de novo, nénão?

Abraço do bando!

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Comentários

ENCONTRÃO

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Oi Galera

 
Sinceramente, o ENCONTRÃO superou as minhas expectativas, eu estava focada na pesquisa da metodologia de ENGENHARIA REVERSA  e PINTURA DE MAQUINAS.
Na verdade eu descobri que METARECICLAGEM É MUITO MAIS QUE ISSO.
E graças ao todos participantes, eu percebi que estava no caminho errado e fatalmente eu acabaria criando projetos sociais que formariam “robozinhos”
MUITO OBRIGADA A TODOS, especialmente ao REGIS- grande batalhador
Gostaria de contar com o apoio de todos, pois recebi duas propostas para criar Esporos : um no subúrbio de PERIPIRI e outro em Conceição de Almeida(interior da Bahia)
Espero que a nossa contribuição de 20 CPUs  espalhe mais e mais sementes do nosso movimento.
 
 
Um forte abraço
 

Rita Neves