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Ainda estudando as possibilidades

=  1. São Paulo =

 * Oficina de MetaReciclagem no centro de formação campo/cidade
 * Formação de esporo de metareciclagem

=  2. DF =

 * Oficina nacional dos pontos de cultura

1. APRESENTAÇÃO

O planejamento da Oficina Nacional está sendo desenvolvido desde o início do projeto da Cultura Digital no programa Cultura Viva. Desde então, a Oficina Nacional tem sido pensada como um momento de agrupamento de quase toda a equipe de articuladores contratada como bolsistas pelo IPTI. Ela será realizada na região do Distrito Federal, onde deverão ser entregues os equipamentos obtidos através de licitação dos 100 primeiros kits multimídia, para teste e montagem, e posterior distribuição aos Pontos de Cultura até o fim de 2005.

Este documento apresenta o planejamento da Oficina Nacional, iremos começar refletindo sobre o resultado de uma oficina piloto que foi realizada no Piauí, posteriormente apresentando uma metodologia consistente que foi reforçada e aprimorada de acordo com estas reflexões. Iremos falar também do papel das Oficinas Regionais e Locais na metodologia de implantação de Cultura Digital nos Pontos de Cultura.

Como parte do processo de preparação para a Oficina Nacional, foi programada uma Oficinas Beta, onde fizemos um teste piloto dos conceitos da oficina de Cultura Digital. Esta oficina foi pensada no planejamento do projeto como um momento para reunir integrantes de Pontos de Cultura em torno das possibilidades de troca de informações e experiências, e apropriação de tecnologias ligadas à Cultura Digital. As atividades desta Oficina fazem parte do processo de envolvimento entre os Pontos de Cultura, facilitando e fortalecendo a criação de uma rede de colaboração entre eles, e de preparo para a implantação dos kits.

Além desta oficina, que serve de modelo para a Ofina Nacional, planejamos mais encontros que serão realizados em Oficinas Regionais, nas diferentes regiões do Brasil, e deverão servir como oportunidade de identificar as habilidades de cada integrante da equipe da Cultura Digital, para que só então, seja definida a composição de cada uma das equipes de 5 pessoas que seguirão a implantação de Cultura Digital nos Pontos de Cultura. A Oficina Nacional funcionará também como uma preparação para as equipes que a partir de outubro viajarão por diversas cidades do Brasil, realizando caravanas de Oficinas Locais, chegando aos Pontos junto com um kit multimídia, em até 100 Pontos de Cultura até o final de 2005.

Vamos detalhar o cronograma proposto para a oficina, apresentando as diferentes palestras e workshops que serão realizados. Iremos discutir também questões ligadas aos testes e a distribuição dos kits multimídia e a produção da Oficina Nacional.

2. PLANEJAMENTO DA OFICINA NACIONAL

A necessidade técnica de teste no recebimento de todos os equipamentos dos 100 kits de tecnologias, que serão distribuídos aos Pontos de Cultura até o final de 2005, deu origem à idéia de realização de uma grande Oficina Nacional, ao longo de uma semana, com o intuito de capacitar os integrantes da equipe contratada pelo IPTI na implementação de uso dos kits pelos Pontos de Cultura. Iremos aproveitar a ocasião de reunião de todos os técnicos da equipe para fazer esta homologação, necessária ao processo de licitação, em conjunto com a Oficina Nacional.

Esta grande oficina, anterior às viagens das equipes de implementação dos kits pelo país, será um marco no cronograma de implantação do projeto. Estima-se reunir cerca de 80 pessoas da Cultura Digital, incluindo-se aí as 10 pessoas da Cultura Digital que estão alocadas no Ministério da Cultura em Brasília, além de outros integrantes da SPPC - MinC, todos replicantes regionais (ver relatório do produto II.1), alguns convidados de Pontos da região do Distriro Federal e demais parceiros, como os integrantes da equipe do programa GESAC, por exemplo.

2.1 Metodologia

Após reflexões sobre o andamento “Primeiro Encontro de Conhecimentos Livres dos Pontos de Cultura”, nossa oficina piloto em Teresina, determinamos algumas características que são essenciais para o bom andamento da oficina e aproveitamento pelos envolvidos. Estas características formam a base da metodológia que pretendemos usar em todas as oficinas de Cultura Digital, e em particular nesta Oficina Nacional.

A primeira característica importante é o uso de parcerias locais para reduzir custos e envolver, de forma mais direta e com contato mais próximo, as comunidades ligadas aos pontos de cultura. Esta prática é essencial a metodologia, e se mostrou muito proveitosa no Piauí, basta vermos a participação ativa e a articulada dos membros do MHHOB na oficina. Acreditamos que quando um parceiro local, um ponto de cultura, ajuda na produção da oficina, este dá mais valor ao evento, e por participar ativamente de sua organização, consegue se aprofundar mais na assimilação dos conceitos e tecnologias da Cultura Digital. Iremos citar adiante em mais detalhes quais são os planos de parceria local para a Oficina Nacional.

Outro fator que determinamos ser essencial para o bom andamento e aproveitamento das oficinas é o carater de aprendizado colaborativo e gestão compartilhada de todo o evento. No Piauí comprovamos que não fazer as oficinas seguindo o conceito de sala-de-aula, onde um professor divulga informações para muitos alunos, em uma via de mão única, é altamente eficiente. Ao invés deste modelo, nossa metodologia propõe um conceito mais aberto, onde alguns facilitadores criam um clima e um entorno de troca contínua, e os participantes, através de sua própria colaboração, praticam e compartilham conhecimentos com os outros participantes.

Finalmente, o último conceito essencial e comprovado também na oficina em Teresina, é o da participação ativa de pessoas ligadas a Pontos de Cultura. Isto se dá de duas maneiras. A primeira diz respeito aos replicantes provenientes de pontos que fazem parte da equipe como bolsistas (ver Produto II.1). Ao fazermos oficinas onde pessoas ligadas aos pontos fazem parte de nossa equipe, os participantes se identificam mais facilmente e vêem exemplos concretos de pessoas que são mais próximas de sua própria realidade e se apropriaram da metodologia, dos conceitos, e das tecnologias ligadas a Cultura Digital. A segunda permite que os próprios participantes comecem a compartilhar seus conhecimentos, podendo ministrar palestras ou workshops durante a oficina. No Piauí tivemos um retorno extremamente gratificante, foram realizadas oficinas de teatro, DJ, e até mesmo de horticultura, todas propostas por pessoas ligadas a outros Pontos de Cultura que estavam interessadas em compartilhar suas habilidades e conhecimentos.

Todos os integrantes da equipe de Cultura Digital convocados a participarem da Oficina Nacional podem sugerir oficinas sobre habilidades específicas. Da mesma forma, os demais convidados da Oficina poderão apresentar suas oficinas. Nas sugestões já enviadas constam desde técnicas de culinária alternativa, oficina proposta pelo Ponto Cooperativa de Reciclagem de Riacho Fundo” - DF, até oficinas de transmissão de sinais de rádio, de televisão e de internet wi-fi. A programação das oficinas será distribuída entre os seis dias de duração do evento e será apresentada adiante.

2.2 Cronograma dos Trabalhos

O cronograma de andamento da Oficina Nacional está estritamente ligado a data de entrega dos kits licitados. Assim que uma data concreta for apresentada para entrega dos kits poderemos fixar as datas abaixo. Em princípio, o item 1 acontece 3 dias antes desta data de entrega.

A Oficina Nacional prevê:

1) três dias para pré-produção, a ser realizada pela equipe de Brasília;
2) três dias para execução de rotinas de testes de recebimento de todos os equipamentos que comporão os 100 kits multimídia, a ser realizada por 12 integrantes da equipe técnica;
3) seis dias para a realização das atividades propostas pelos participantes da Oficina.

Os 12 responsáveis pelas rotinas de testes de recebimento dos equipamentos serão: Alexandre Freire (SP), Ananias Filho(DF), Cristiano Scabello (SP), Dalton Martins (SP), Fernando Henrique (SP), Felipe Machado (PE), Leonardo Germani (SP), Leonardo Marques (DF), Luís Fagundes (SP), Ângelo Moscozo"pixel" (BA), Rafael Diniz "Juba" (SP) e Rodrigo Belém (AM). Eles deverão permanecer no DF durante toda a Oficina Nacional. Os outros participantes devem comparecer somente aos seis dias de programação oficial.

Nos seis dias de programação oficial, as atividades abaixo foram propostas, além delas contamos com uma série de palestras sobre temas como “Cultura Digital”, “Software Livre” e “Generosidade Intelectual”. Lembramos que mais atividades serão propostas durante a oficina, por participantes de outros pontos de cultura. Portanto não existe um cronograma fixo do andamento da oficina. Como vimos acima, esta metodologia ágil se prova muito eficiente.

2.2.1 Oficina Sobre Internet, Comunidades e Colaboração

Esta oficina, intitulado “Se Joga na Rede”, tem como objetivo apresentar a Internet para que os participantes aprendam que existe algo além dos portais comerciais, sites pornográficos e sites de bate-papo na rede. A oficina é presencial e acontece em dois turnos de 3 horas, além de contar com módulos on-line que servem para posterior consulta ou acompanhamento pelos participantes.

Entre os tópicos trabalhados, apresentamos a colaboração como base da vida em sociedade, a fragmentação dos meios de comunicação e como encontrar as informações de interesse na Internet com o uso de mecanismos de busca. Apresentamos uma crítica ao uso de sites pornográficos em locais públicos, aos portais de bate-papo, e aos portais de grandes provedores ou grandes empresas. Apresentamos também uma série de ferramentas para colaboração e criação de comunidades na Internet, como e-mail, listas de discussão, fóruns e wikis.

2.2.2 Processo de MetaReciclagem

MetaReciclagem? é uma idéia de reapropriação de tecnologia objetivando a transformação social. Esse conceito abrange diversas formas de ação: da captação de computadores usados e montagem de laboratórios reciclados usando software livre, até a criação de ambientes de circulação da informação através da internet, passando por todo tipo de experimentação e apoio estratégico e operacional a projetos socialmente engajados.

Esta oficina busca transmitir, na prática, quais são todas as etapas do processo de metareciclagem, apresentando aos participantes como triar computadores usados, pintar gabinetes, instalar sistemas operacionais livres e montar telecentros usando máquinas recicladas, além de abordar o impacto ambiental do lixo. Ela acontece em 3 sessões de 4 horas.

2.2.3 Oficina de Produção de Áudio

Esta oficina presencial, acontece em três turnos de 4 horas e apresenta Música e Software Livre. Os tópicos trabalhados são a produção e circulação de bens culturais livres e como produzir colaborativamente, desenvolvimento tecnológico e desenvolvimento cultural, propriedade intelectual, direito de autor, licensas de uso, circulação da informação, rádio livre e transmissão via web (streaming).

Além disso, os participantes praticam questões relacionadas a gravação em estúdio, técnica e "som analógico"; hardware, software livre e "som digital"; audição, estilos e gêneros musicais, técnicas de produção, mixagem e arranjo, gravação, produção e publicação colaborativa em rede.

2.2.4 Oficina de Produção de Vídeo

O objetivo da oficina de vídeo dentro da oficina nacional é formar a equipe que irá implementar os kits nos Pontos de Cultura para que estejam aptas a auxiliar os Pontos na produção de vídeo com software livre. Ela acontece em
4 sessões de 4 horas.

Discutimos a produção livre de video, propondo um olhar crítico sobre os meios de comunicação e formas de distribuição ou transmissão; apresentamos conceitos de fotografia, iluminação, câmera e captura de áudio; captura e edição de materiais usando software livre e a produção final, onde mostramos compactação e formatos de vídeo para distribuição na internet e também criação de DVDs.

2.2.5 Oficina de Produção Gráfica

Com o objetivo de estimular o uso de tecnologias para produção de materiais gráfica, esta oficina acontece em dois módulos de 4 horas. Abordarmos os softwares livres usados para edição de imagens, edição de textos, diagramação, fechamento de arquivos, noção de colorimetria, obtenção de matrizes, impressão digital, além de conceitos sobre fotografia e captura de imagens. A oficina pretende estimular a produção de diversos tipos de midias gráficas através do uso de tecnologias livres.

Há também nesta oficina um módulo dedicado a xilogravura, onde os participantes podem praticar a gravação de matrizes. A partir da xilogravura podemos abordar a história dos processos de reprodução gráfica e iniciar discussões sobre arte, reprodutibilidade e noção de cópia, discussões que em muitos casos representam o primeiro passo na aproximação das pessoas com meios digitais.