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ubatuba

qui, 07/11/2013 - 16:56

Quilombo da Fazenda (3)

Consdireações pessoais sobre o processo 1º Tropixel / Quilombo da Fazenda de outubro de 2013.

Em minha visita ao Quilombo da Fazenda na penúltima semana de outubro de 2013, muita gente que estava no evento Tropixel foram até o quilombo e parte da comunidade se reuniu para receber xs visitantes.

Eu, que tenho a mania de fugir do coquetel de inauguração e procurar o chiclete atrás do corrimão pra ver que gosto tem, sondei, especulei, questionei e concluí que um dia de trabalho era pior do que nem ter ido até lá em primeiro lugar.

Afirmei veementemente que estaria lá no dia seguinte, quinta feira.. Pois na quinta feira cheguei lá e o meu contato lá na comunidade estava me aguardando com o esquema pronto pra me receber, assim como também estava lá a pessoa do Tropixel que também estava apoiando a ação direta.

Dois dias provaram ser insuficientes para deixar o telecentro funcionando, e porque eu não poderia voltar no dia seguinte, afirmei novamente que segunda feira eu estaria lá.

Na segunda feira, feriado de aniversário do município de Ubatuba, cheguei no Quilombo cedo conforme prometido. A comunidade não estava me esperando com balões e champagne, e era exatamente isto que eu esperava.

Uma das quilombolas me relatou que não concordava com a postura da comunidade, e segundo a sua interpretação, eu deveria ter sido tratado como uma pessoa importante digna de atenção constante de muitos moradores da comunidade.

Eu então aceitei a interpretação dela sem julgar e relatei que ela podia concordar que a comunidade não estava acostumada com esta dinâmica, e a reação à minhas intervenções na comunidade não poderia ser mais natural.

A dinâmica que o Quilombo da Fazenda está acostumado é a seguinte:

Pessoas vão até lá, ficam fascinadas, enxergam todas as possibilidades, relatam que vão fazer e acontecer, que vão salvar o mundo, dizem que vão voltar no dia seguinte e nunca mais são vistas.

Ou então alguém faz algum estudo, pesquisa, garimpo, oitiva, ou qualquer registro, e levam as coisas mais preciosas que o quilombo tem para fazer qualquer coisa menos ajudar a comunidade.

O telecentro, por exemplo, como deve ser do conhecimento de algumas pessoas que já viram alguns deles, teve que contar com inúmeros projetos e artifícios do governo federal para chegar até lá da forma que eu encontrei.

A mobília era de um ministério, os computadores de outro, software de outro, máquinas foram instaladas por um programa/projeto, software por outro, reformulado por outro, a antena GESAC veio através de outro programa/projeto/decreto, etc. Tem muito mais coisas pra relatar sobre a história de qualquer telecentro semelhante, mas quem não conhece não vai entender e quem conhece não quer mais saber. Vou me ater ao que eu experienciei na Fazenda.

Eu não percebi em tempo hábil, mas agora eu vejo que talvez o fator significativo que fez a comunidade levar fé que eu ia ser "diferente" e fazer alguma coisa no quilombo, foi o fato de eu ter saído no primeiro dia e a conexão à internet ficou funcionando e de volta no ar, e de eu ter saído na quinta-feira e alguns computadores ficaram dando sinal de vida e também ficou alguma coisa para as pessoas pensarem sobre no fim de semana. A comunidade, e também pessoas de fora da comunidade associaram a minha presença a estas coisas, como se estas coisas tivessem acontecido como consequência da minha ida até o quilombo. Só fui perceber isto depois que eu saí de lá.

No primeiro dia em que eu fui no quilombo eu dei a declaração explícita. Usei todas as palavras necessárias para deixar claro que eu não tenho como ter simpatia por aquele quilombo. Eu não sou quilombola, não nasci em Ubatuba, não moro lá e não há nada indicado que determine que eu vá sair de Porto Alegre tão cedo. Porque é que eu vou me importar com um lugar onde eu fiquei alguns dias e vou demorar pra voltar, se é que eu vou voltar?

Eu declarei explicitamente que eu queria interferir o mínimo possível naquele local, também declarei que eu estava fazendo o possível para garantir que o telecentro ia voltar a funcionar e ia se manter funcionando, mas que isto significa que a mesma porta que se abre para coisas boas é uma porta que se abre para que entrem novos problemas para a comunidade.

Conexão à internet é a tal da fonte que tem água doce e salgada. Por isto a primeira coisa que eu fiz questão de fazer foi integrar pelo menos uma pessoa à rede metareciclagem, que era a única coisa que eu tinha pronta naquela hora pra apresentar. É um vínculo tímido mas condição suficiente para integrar aquele quilombo à REDES DE PESSOAS (Copyleft hd / dpadua) que podem se interessar, ajudar, acompanhar, bater palmas, chorar, se irritar, odiar, amar, lamber, torcer, orar e de qualquer forma, participar do processo.

Se eu morrer agora já fiz minha parte, mas continuo vivo e incomodando e fazendo mais e mais porque eu sou perfeccionista (me ajudem a inventar um termo melhor - por exemplo: "obstinado" (by Lelex)).

Resumindo então, considerando as circunstâncias, posso afirmar o seguinte:

  • A comunidade quilombola da Fazenda é interessada e disposta a receber todos projetos e pessoas que forem lá para somar.
  • A comunidade quilombola da Fazenda é calejada e cética em relação a projetos e pessoas que não cumprem o que prometem. Não estão para conversas, estão para atitudes.
  • Porque eu produzi um sinal preliminar de que eu estava falando sério (mesmo sem ter me dado conta disto), a comunidade depositou a sua confiança e esperança em mim.
  • Fiz a maior parte do trabalho "sozinho" - isto é, com ajuda limitada ou inexistente de pessoas de fora do quilombo, mas com ajuda quase total das pessoas de dentro do quilombo - e não fiquei reclamando que o governo não estava mandando meu salário, meu benefício, meu vale transporte e alimentação, não fiquei reclamando que xs "parceirxs" não estavam pegando junto, etc. (veja bem, não estou criticando ninguém e entendo perfeitamente as limitações de outras pessoas, projetos e processos que acontecem pelo Brasil, e tampouco estou pedindo troféu, medalha ou coisa parecida. Infelizmente faz-se necessário relatar isto desta forma e infelizmente tem que ser pelo meu punho. Ou talvez não seja, se alguém puder me ajudar a diminuir o constrangimento que eu tenho que passar escrevendo isto, me ajude que eu preciso.)
  • Abraçar a Maira é melhor do que sonhar em abraçar a Maira.
  • Se tudo der certo em março de 2014 eu to lá de novo. Mandem forças. Sarava.
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Desinauguração do Telecentro

Telecentro do Quilombo da Fazenda de Ubatuba- SP desinaugurado

 

Telecentro Telecentro Telecentro

 

Insegurança e falta de garantia

 

Telecentro Telecentro Telecentro

 

Software Livre

 

Telecentro Telecentro

 

Behold! GESAC funciona!

 

Telecentro Telecentro

 

O elemento mais importante de todo e qualquer telecentro: PESSOAS

 

Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro

 

Crianças brincando com o Cheese (...e enviando para "rede social"...)

 

Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro

 

Nova organização e lei estabelecida pela COMUNIDADE e não por agentes externos

 

Telecentro Telecentro

 

Telecentro reocupado

 

Telecentro Telecentro Telecentro Telecentro

 

Tecnologia é mato

 

Telecentro Telecentro Telecentro

 

Saravá, Ubatuba!

qua, 30/10/2013 - 19:14

Quilombo da Fazenda (2)

Passei três dias aqui no Quilombo da Fazenda em Ubatuba - SP,

De uma conexão GESAC do Telecentro desta comunidade que foi reativado:

  • Criei o esporo/grupo Quilombo da Fazenda (http://rede.metareciclagem.org/grupo/Quilombo-da-Fazenda);
  • Ensinei e induzi o Joselino, morador do quilombo, a criar uma conta na rede (http://rede.metareciclagem.org/pessoa/joselino-lino);
  • Ensinei e induzi o Joselino a criar página ou páginas wiki aqui no site da rede (http://rede.metareciclagem.org/wiki/estalacao-do-telecentro);
    • Juntamente a isto conversei várias vezes sobre a necessidade de registrar as coisas em texto, fotos, vídeos;
  • Ensinei e induzi o Joselino a entrar na lista Metareciclagem (metareciclagem[arroba]lists.riseup.net);
    • Induzi o Joselino a mandar e-mail para a lista se apresentando, relatei que gente ia se emocionar com isto, e no outro dia de manhã abrimos a caixa de entrada e minha profecia estava cumprida. Sem nenhuma combinação prévia, a solidariedade sincera metarec se manifestou-se;
    • Lembrei sobre a necessidade de manter contato e prometi que sempre teria gente disponível para ajudar no que der e vier, principalmente se der pra ajudar à distância :D
  • Ensinei o Joselino a instalar Debian Wheezy, filmei isto, e ajudei ele a instalar o sistema operacional nos onze computadores do telecentro. Registramos em vídeo o máximo possível deste processo.
  • Registramos em vídeo diversos procedimentos que eu realizei para eu aprender, ensinei o Joselino, e deixei ele fazer sozinho depois, como por exemplo:
    • Instalação das impressoras e scanner;
    • Cópia e impressão de documentos com scanner (atividade comum aqui no Quilombo e que era dificultada por questões técnicas e limitação de equipamentos);
    • Instalação de pacotes .deb com DVDs no Synaptic (gerenciador de pacotes do Debian) - tal procedimento faz-se necessário em decorrência da conexão à internet lenta;
    • Fotografia com câmera USB que o Felipe doou e envio das fotografias pela rede para o pessoal enviar as mesmas para "redes sociais" (fiz questão de não participar nesta parte do processo, parece que o Joselino se virou sozinho ensinando a turma);

O estado atual do telecentro é: todos computadores estão sendo UTILIZADOS pelas pessoas durante o dia inteiro.

Debian Wheezy com GNOME é intuitivo, estável e com certeza os DVDs que eu deixei aqui vão garantir um sistema operante, estável e simples de utilizar por muitos anos.

O aprendizado é mútuo e coletivo. Eu ensinei muito pouco aqui, apesar de algunxs quilombolas insistirem em afirmar o contrário.

Fotografias serão publicadas nos meus blogs, porque o servidor da rede não tem espaço de armazenamento suficiente e eu vou botar os links aqui. Vou fazer upload provisoriamente de algumas hoje em uma das minhas contas Google só pra mostrar aqui na terceira publicação.

Vídeos ficaram aqui nos computadores, principalmente os "screencasts", o Joselino ficou muito feliz quando entendeu que eu estava filmando a tela e narrando com o recordmydesktop. Ele entendeu que isto será extremamente útil toda vez que ele precisar relembrar alguma coisa, ou ensinar para outra pessoa. Assim que eu voltar pra Porto Alegre mando todos vídeos para o Vimeo, e se alguém solicitar, para o Youtube.

Os moradores me acolheram estes dias, vão me acolher mais dois, não faltou almoço, janta, alface orgânico, banana, chuveiro quente, colchão e nem café desde segunda feira :D

Quem conhece meu estado emocional dos últimos meses vai entender isto: estou alegre.

Eu sou o processo. Sou parte do processo. Eu influencio o processo. Sois vós. Vós sois umx comigo. Vós sois x processx. Somos todxs x processx.

Mais relatos virão.

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estalacao do telecentro

Passo 1: Criar página de Wiki e escrever

Relato do Joselino:

o telecentro estava parado e estamos estalando o debian nos computadores eu e o iuri ,ja estamos dois e estamos estalando mas nove a comunidade esta muito agradecida.

o iuri esta aqui me ecomodando para mim escrever mas,porque e muito enportante que tem alguem aqui na comunidade que nao deixe este trabalho parar

Passo 2: Registro visual

Sugestão de o2

Fotografias serão hospedadas em algum serviço de hospedagem de arquivos nos Estados Unidos e links serão publicados aqui

Passo 3: Registro audiovisual

Filmagem do processo de instalação do Debian

Neste momento estamos registrando em vídeo o processo para que fique disponível na comunidade, garantindo que as duas pessoas envolvidas neste processo não serão as únicas com acesso a esta experiência, e mais pessoas interessadas que virão poderão ter uma ideia de como proceder com a instalação do sistema operacional nos computadores.

Registramos em vídeo diversos procedimentos que eu realizei para eu aprender, ensinei o Joselino, e deixei ele fazer sozinho depois, como por exemplo:

  • Instalação das impressoras e scanner;
  • Cópia e impressão de documentos com scanner (atividade comum aqui no Quilombo e que era dificultada por questões técnicas e limitação de equipamentos);
  • Instalação de pacotes .deb com DVDs no Synaptic (gerenciador de pacotes do Debian) - tal procedimento faz-se necessário em decorrência da conexão à internet lenta;
  • Fotografia com câmera USB que o Felipe doou e envio das fotografias pela rede para o pessoal enviar as mesmas para "redes sociais" (fiz questão de não participar nesta parte do processo, parece que o Joselino se virou sozinho ensinando a turma);

Passo 4: Liberar o Telecentro pra uso

Na verdade o pessoal ficou usando o Telecentro ENQUANTO fazíamos todo o procedimento de instalação. Por consequência disto, eu e o Joselino estávamos juntos, acompanhando, eu vendo o Joselino se virar e todo mundo se virar de forma autônoma, eliminando a necessidade de voltar para ver se "deu certo", e somando no meu aprendizado e no da turma toda.

Novo relato do Joselino (ele escreveu sozinho, eu só to editando a página):

gente eu queria dizer muito obrigado por mim e pela comunidade ,os computadores estao todos funcionando ja estamos com bastante movimentos na sala ,vai te aula para as criancas e para os adultos ,o iuri me trenou muito bem detalhado agora daqui para frente e so` aproveitar e estudar

Passo 5: Continuar USANDO o Telecentro e documentando

Esta é uma tarefa para a comunidade do Quilombo da Fazenda. Eu, Iuri Guilherme, acompanharei à distância dando o máximo de suporte e axé possível. Perseverarei documentando meus sentimentos, minhas intepretações nos meios de costume e tentando alinhar minhas energias com o processo que continuará acontecendo aqui.

Publicações sobre esta instalação no blog:

http://rede.metareciclagem.org/blog/28-10-13/Quilombo-da-Fazenda-1

http://rede.metareciclagem.org/blog/30-10-13/Quilombo-da-Fazenda-2

 

seg, 28/10/2013 - 16:33

Quilombo da Fazenda (1)

Esta publicação está sendo escrita e enviada para a rede.metareciclagem.org diretamente do telecentro do Quilombo da Fazenda em Ubatuba-SP.

No momento estou usando um pendrive com Tails para escrever isto enquanto gravo os DVDs com Debian Wheezy que serão utilizados para instalar o sistema operacional livre Debian nas onze máquinas presentes neste telecentro.

Espero que a próxima publicação, ou as futuras, sejam escritas e publicadas a partir de um Debian instalado em um dos computadores do telecentro, e sejam escritas e publicadas por alguém desta comunidade. Este é um de meus objetivos.

Se esta publicação for ao ar dia 28 de outubro de 2013, é porque a conexão com a internet e os dispositivos de rede aqui estão funcionando conforme o esperado.

Estou aqui com uma pessoa que mora aqui no quilombo e está abraçando a causa do telecentro. Estou passando o máximo possível de informação, conhecimento técnico e experiências que eu consigo.

Existe esforço da comunidade para garantir o funcionamento do telecentro, existe vontade da comunidade para que o telecentro funcione, e existe a necessidade, por parte da comunidade, de um telecentro funcionando.

Semana passada o pessoal que veio para o Tropixel estava aqui, temos vídeos, fotografias e relatos que serão registrados aqui posteriormente.

Mais publicações virão.

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Quilombo da Fazenda

Telecentro do Quilombo da Fazenda
Situação do Esporo: 
funcionando

Localização

Quilombo da Fazenda
Ubatuba - SP
Brazil
23° 20' 31.9812" S, 44° 50' 23.7156" W
dom, 24/06/2012 - 23:31

Metareciclando em um HiperTropicalizado céu de ideias

 

Tux na praia
 
Nos dias 25, 26 e 27 de Maio de 2012, na cidade de Ubatuba (conhecida ironicamente como Ubachuva, mas não dessa vez) aconteceu o Encontrão HiperTRopical da Rede MetaReciclagem. Acompanhei com entusiasmo, desde outubro de 2011 através da lista de discussão dessa rede, as movimentações, empreendidas sobretudo por Felipe Fonseca, para a realização deste encontro. 
 
Participar disto foi minha maior inserção presencial nesta rede que já há algum tempo me provoca a refletir sobre algumas estruturas sociais presentes no Brasil e a função da tecnologia na promoção de condições mais sustentáveis de viver. 
 
 
Mas antes de continuar, vale dizer que desde meados 2008 tenho dedicado parte considerável da minha vida a um projeto chamado Nós Digitais e que por conta disso, sempre que posso, me meto a tocar algum processo de formação (curso, oficina, palestra, roda de bate-papo, etc) voltado ao ensino de tecnologias de código aberto. Está no escopo do Nós Digitais a ideia de que não existe um eu-digital se relacionando com a tecnologia em separado de outros sujeitos pensantes de uma mesma comunidade (seja ela virtual ou real), mas sim, acreditamos que toda experiência de digital é precedida por um "nós", isto é, toda experiência é norteada (ainda que não-conscientemente) por uma ligação com um coletivo no qual o "Eu" é parte. "Nós" também podem ser pontos de circuito ligados a dois ou mais elementos, daí toda filosofia trocadilhesca da coisa... e esse projeto é voltado, em sobremedida, a formação de outros atores visando empoderamento e autonomia operacional na utilização der sistemas e aplicativos open source. 
 
Dada a ocasião do Encontrão HiperTropical, nada mais instigante do que gerar alguma ação de formação partindo desse lugar de apoio. E foi isso que acabou acontecendo. Chegamos lá pela madruga de quinta-feira (24/05), com a providencial e generosa carona de Talita Maiani, e já na sexta-feira estivemos na ETEC Ubatuba para uma intervenção sobre Tecnologias Livres e Sustentáveis, TecnoMetaRedes, Futuros Tecnológicos Possíveis e Software Livre. Sessenta jovens, de dezesseis a cinquenta anos, estiveram com a gente (Eu, Felipe Fonseca, Chico Simões e prof. Alvaro). Da parte institucional, Alvaro Golçalves, professor da ETEC Ubatuba, junto com Felipe Fonseca imaginaram a possibilidade dessa ação desde um encontro na Virada Digital, em Paraty-RJ, dias antes. Aliás, vale aqui um agradecimento pela receptividade. A ETEC Ubatuba não só esteve de portas abertas como disponibilizou uma estrutura bem adequada para a oficina. 
 
 
Felipe Fonseca abriu a atividade apresentando a rede MetaReciclagem e na sequencia falou um pouco sobre os desafios de pensar o uso da tecnologia num tempo no qual cada vez mais há descarte de equipamentos fruto de uma obsolescencia mercadológica. Falou também sobre apropriação cultural da tecnologia e os trabalhos que muitos dos membros da rede ajudaram a empreender. 
 
 
Na sequencia, eu o o Chico falamos um pouco sobre nosso trabalho no Nós Digitais e sobre o Lab Macambira e propusemos uma atividade prática de instalação e configuração de sistemas linux em máquinas antigas. 
 
Veja um pouco de como foi no vídeo abaixo:
 
Em Ubatuba, até a presente data, não há quase cursos universitários então só resta aos habitantes locais poucas opções privadas de graduação (ao que consta à distância em EAD)  ou cursos técnicos se assim desejarem algum tipo de formação para além da escola (ou mudar de cidade). Situação dificil, em diversos aspectos. Por essa ocasião da oficina, fizemos o que chamei de "GiantIntallFest". Abrimos máquinas, instalamos mini-distros linux (Lubuntu, Xubuntu, Fedora), entregamos alguns equipamentos nas mãos dos alunos a fim de que eles próprios pudesse registras seus processos fazendo assim um registro mais colaborativo (parte das fotos e dos vídeos do encontro foram registrados por eles).... foi bem interessante esse movimento. 
 
 
No sábado (26/05), fomos todos para a Fundação Alavanca, um espaço social voltado para atividades educacionais e artístico-culturais que tem estado fechado por falta de corpo humano e recursos financeiros para funcionar. A ideia de fazer o Encontrão lá foi pra casar duas oportunidades: dar conta de receber o grande número de pessoas que ia a Ubatuba, membros da rede MetaReciclagem, e dar apoio ao espaço fornecendo Internet 3g como contrapartida do uso do local, conectando-os. 
 
Neste dia, houve convergência de uma série de assuntos, bate-papos e diversas situações simultâneas a tarde. Peixe fresco na brasa, comida vegetariana preparada a muitas mãos, antenas ouvindo satélites, adolescentes da ETEC ocupando o espaço para colaborar... Não há palavras suficientes pra descrever. Corre um pequeno veio d'água, quase um rio-nascente dentro da propriedade! Água corrente no meio de uma propriedade incrustada no Parque Estadual da Serra do Mar, local frequentado por beija-flores e colibris, com 5 coretos edificados em formato de hexagono, alguns cobertos de placas de caixa de leite reciclado, outros de garrafa pet, sendo um deles espaço de uma biblioteca com livros de ocultismo, ufologia, magia e xamanismo. 
 
 
 
Reverberando em boas sensações, ganhei um grande presente: o Vince, um italiano da Sicilia que está de volta ao Brasil fazendo trabalhos com a Rede Mocambos, me apresentou ao trabalho do Tinariwen. Eles fazem parte de um povo de uma dinastia muito antiga de moradores dos desertos da mãe África. O entoar de suas palmas, atabaques, cordas, de suas vozes e cânticos, conversa com as forças da criação num mantra profundo e ritmado. Através desses sons eles conversam com estrelas e com as energias da criação. Vale a pena ouvir e assistir:
 
 
No sábado fim da tarde, nos reunimos todos numa grande roda, ao ar livre, debaixo de um céu bonito e estrelado, com uma lua que não se intimidou em aparecer. Um verdadeiro #CeudeIdeias que, se a imaginação deixar correr nessa escrita, foi um dos responsáveis pelas convergências positivas do encontro. Conversamos sobre de como as tecnologias mudaram ordens dadas, do desejo de cidades de código aberto e de como precisamos de mais conexões, entre pessoas, entre espaços, entre sensações, entre afetos, pra buscar o tal mundo novo possível, terra prometida, por nós mesmos, que queremos. E no fim de tudo ainda aconteceu um ritual com palmas nas costas, circular, roda gira, roda gira.
 
 
 
 
No domingo explorações. Dia de pedalar em bando. BikeBeach com o BikeTux. Percorremos quase 30 km do parque da Serra do Mar até a Praia Vermelha ao som do coração batendo forte. Foi bom demais! 
 
 
Fotos aqui: 
 
 

 

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HiperTropicalDocumentando

Documentação do EncontraoHiperTropical de MetaReciclagem:

HiperTropicalPraticidades

Ubatuba

Ubatuba fica no litoral norte do estado de São Paulo, a cerca de 210 km da capital. Faz divisa com Paraty (RJ) ao norte e Caraguatatuba ao sul. É cortada pela rodovia Rio-Santos e pelo Trópico de Capricórnio. É conhecida pela costa recortada, que forma mais de oitenta praias contando continente e ilhas. Quase noventa por cento de seu território é composto por Mata Atlântica preservada, a maioria dela dentro do Parque Estadual da Serra do Mar.

Contatos

Quaisquer dúvidas, entre em contato com:

  • Felipe Fonseca, Ubalab/MetaReciclagem - (11) 8536.8091, @efeefe,
  • Milena Franceschinelli, Fundação Alavanca, (12) 9739-9422

Locais do Encontrão

  • Fundação Alavanca - vai sediar a maior parte das atividades do Encontrão. Fica no Horto Florestal, a oito quilômetros do centro da cidade, na beira da Serra do Mar. O acesso à internet é precário (estamos instalando uma rede wifi baseada em 3G como contrapartida do Encontrão), mas o entorno natural é delicioso.
  • Ruas de Ubatuba: serão percorridas por grupos de metarecicleirxs sem destino.
  • Programação paralela:
    • Câmara Municipal - local onde será lançado o programa Cidades Sustentáveis na noite de sexta-feira. Fica bem no centro da cidade, a poucos metros do Terminal Rodoviário Urbano.
    • ETEC - Centro Paula Souza Unitau - em paralelo ao Encontrão, o Pontão Nós Digitais vai oferecer uma oficina fechada aos alunos da Escola Técnica Estadual, que serão naturalmente convidados a participar do restante da programação na Fundação Alavanca.
    • (Centro de Visitantes do Projeto Tamar - sedia no sábado à noite a abertura do Festival da Mata Atlântica, com show de Xangai. Fica no Itaguá.)

Mapa de pontos relevantes para o Encontrão em Ubatuba

http://g.co/maps/nu6pq

Hospedagem

  • A Fundação Alavanca oferece espaço para quem quiser acantonar (nos quiosques) ou acampar (no gramado). É necessário levar colchonetes, sacos de dormir, toalhas e no caso de acampar, barracas. As instalações têm banheiro e cozinha. Preço: na faixa.
  • Para quem vem de carro, um amigo ofereceu hospedagem solidária para quatro pessoas na Praia Vermelha do Sul. É uma casa-laboratório, totalmente voltada à Permacultura. Mas fica relativamente longe da Fundação Alavanca, então é inviável para quem depende do transporte público.
  • A Leda, aluna da  ETEC, ofereceu hospedagem para parte do grupo, no Itaguá.  Interessados entrem em contato com Felipe Fonseca.
  • Pousada recomendada: Recanto dos Pássaros, Rodovia Oswaldo Cruz, 6719 Km 87,5 - Horto Florestal - Tel.: (12) 3833-6313. Falem com Verônica. Fechamos um pacote em quartos triplos ou quádruplos, por volta de cem reais por pessoa o fim de semana inteiro. Café da manhã incluído. Fica ao lado da Fundação Alavanca. A pousada tem piscina e fica bem perto da borda do Parque Estadual da Serra do Mar (mas longe da entrada do Parque). Tanto a pousada quanto a Fundação estão a mais ou menos sete quilômetros do centro da cidade, oito quilômetros do mar.
  • Para quem prefere ficar na cidade, recomendamos o Aldeia Hostel. Rua Cunhambebe, 979, Centro. Fone 12 3832.2031. Falem com o Rubens. Ele disse que estão com preço de temporada: dormitório coletivo R$ 30 a diária; quarto coletivo (6 pessoas) com banheiro R$ 35. Como vantagem, está mais perto da praia, das rodoviárias e de outras facilidades da cidade. Talvez seja opção melhor para quem quer sair à noite. Mas  é longe do Encontrão e tem um clima mais de cidade interior do que de natureza.

Alimentação

O centro da cidade tem boas opções de comida por quilo a preços variados. Indicamos alguns no mapa (Ismael I e II, Sabor do Mar, Alentejano), mas existem muitas outras opções. No sábado, o plano é fazer um almoço coletivo na Fundação Alavanca, financiado pela vaquinha. Para as outras refeições, podemos armar expedições de busca de mantimentos, encomendar quentinhas ou outros acordos coletivos a combinar. Encontre pessoas que gostem do mesmo tipo de comida e organizem-se a esse respeito.

Outras coisas a visitar

Alguns pontos interessantes de Ubatuba, mas muito distantes para incluir na programação do Encontrão. Se estiver interessadx, entre em contato diretamente e verifique a disponibilidade de agendamento de visita.

Precauções e dicas

Não esqueçam de trazer:

  • Roupa de banho e protetor solar. Ubatuba tem mais de oitenta praias, uma mais bonita que a outra;
  • Repelente de insetos. Ubatuba tem bilhões de mosquitos, muitos deles transmissores de Dengue;
  • Capa de chuva ou guarda-chuva. Ou ambos. Ubatuba tem duas estações: a molhada e a menos molhada. Teoricamente, maio e junho estão entre os meses em que menos chove. Ainda assim, podemos ter um fim de semana bem molhado. Estamos negociando com os deuses da chuva, Tupã, São Pedro e Yansã - mas ainda não conseguimos assinar o contrato.
  • Alguma roupa mais quente para o caso de chover bastante e uma frente fria nos pegar.

Clima

Acompanhem a previsão do tempo ao longo da semana. Como a Fundação fica perto da Serra, estimem um ou dois graus centígrados a menos na estimativa de temperatura.

Transporte em Ubatuba

  • Existem ônibus de linha que conectam o centro da cidade ao Horto, onde fica a Fundação. O ônibus sai do terminal rodoviário, na rua Hans Staden 488. A linha chama-se HORTO. Tem um ônibus por hora. Leva cerca de quinze minutos até a Fundação. O trajeto percorre a rodovia Oswaldo Cruz em direção à serra. Descer no ponto após o posto da Polícia Rodoviária.
  • O centro pode ser todo percorrido a pé. De lá até o Itaguá (onde fica a ETEC e o Tamar), são uns quinze minutos caminhando - o melhor e mais bonito caminho é pela orla. Andando mais uns quinze ou vinte minutos, dá pra ir até a Praia do Tenório e a Vermelha do Centro. Para o outro lado, a praia Perequê-Açu fica a cerca de dez minutos a pé desde o Terminal.
  • Existem algumas (menos do que o ideal) empresas que alugam bicicletas em Ubatuba. A Ubasadventure tem serviço de delivery: entrega e retira as bicicletas em algum lugar combinado, e já aluga com cadeado. Cobra R$ 20 por dia, mas o Renato topou fechar pacotes de R$ 15 se houver pelo menos cinco interessados em ter as bicicletas por três dias. Telefones dele: 12 3842.3947 e 12 9751.4631. Para quem vai ficar perto da Alavanca, as bicicletas podem ser uma opção cansativa: são oito quilômetros até o centro. Mas dá pra tentar alugar as bicicletas só por meio período para andar pelo centro e praias, ou encontrar algum lugar para estacioná-las perto do terminal de ônibus (isso pode inclusive ser combinado com o próprio Renato).

Transporte de/para Ubatuba

1. São Paulo- Ubatuba - São Paulo

Companhia Litorânea (associada à Pássaro Marron). Verificar horários no site ou por telefone: 0800 285 3047, 11 3775 38 50. As passagens também podem ser compradas pelo próprio site, ou direto na rodoviária. A viagem costuma demorar quatro horas. Se não houver um horário adequado, é possível tomar o ônibus até Caraguatatuba (existem alguns horários expressos, sem paradas) e depois outro até Ubatuba, que deve demorar cerca de uma hora.

Aeroporto de Guarulhos - Ubatuba - Aeroporto de Guarulhos

Eles levam mais tempo do que saindo do Terminal Tietê de Sampa porque têm uma escala em São José dos Campos, fica mais ou menos meia hora parado lá. O ônibus chega em Ubatuba no Terminal Rodoviário da Litorânea, a "nova rodoviária".

Guarulhos - Ubatuba: 5h10 de viagem
9h, 18h30.
Ubatuba - Guarulhos: 5h10 de viagem
5h50, 14h50.

Opção: Guarulhos - Caraguatatuba, demora umas 4h ou menos. Precisa depois ir de Caraguá para Ubatuba - mais ou menos uma hora de viagem, tem ônibus quase toda hora.
7h, 9h, 16h30, 18h30, 20h.
Caraguatatuba - Guarulhos
6h15, 7h20, 11h20, 15h20, 16h20, 20h20.

sab, 19/05/2012 - 00:26

Vaquinha - resultados parciais

No começo da semana, lançamos uma vaquinha para ajudar a realização do EncontraoHiperTropical, que acontece na semana que vem em Ubatuba. Até o momento, já arrecadamos R$ 500 de contrapartida em infraestrutura para a Fundação Alavanca (oferecida pelo projeto Ubalab), algum recurso (ainda a definir) para a reunião de trabalho do Mutgamb que vai acontecer por lá, além de R$ 1859 em doações pessoais (mais ou menos metade em doações online e a outra metade prometida para ser entregue em espécie durante o Encontrão), oferecidas por:

  • Conectiva;
  • Felipe Cabral;
  • Jeraman;
  • Bruno Vianna;
  • Dalton e os Brother;
  • Regis Bailux;
  • Drica Guzzi;
  • Daisy Braun;
  • Hernani Dimantas;
  • Ricardo Poppi;
  • Paulo Bicarato;
  • Hudson Augusto;
  • Leo BR.

Marcelo Bueno e Roque Gonzalez ofereceram apoio direto: hospedagem e mantimentos.

Para realizar tudo que queremos durante o Encontrão, ainda precisamos mais. Gostaríamos de chegar à sexta-feira que vem com oito mil reais em doações, mas sabemos que é uma longa corrida. Temos, é claro, planos alternativos - conseguiríamos fazer o Encontrão mesmo sem nenhum dinheiro. Mas quanto mais arrecadarmos, mais poderemos cobrir os custos que as pessoas vão ter para chegar a Ubatuba e ficar por lá. Ainda não descartamos, também, a presença do Busão Hacker, mas para isso precisamos acelerar as doações. Vamo lá pessoal, libera aquele vintão que já faz alguma diferença!

Enquanto isso, a programação do Encontrão está aparecendo.

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