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sex, 12/02/2010 - 17:38

Tudo em Ação: The Internet of Things

The Internet of Things teve para mim primeiro um caráter didático,  devido a noções/nomes como Computação Ubíqua e Ambient Intelligence (AmI). Li a introdução e o capítulo 1 ainda em setembro de 2009, quando ganhei o livro do efeefe. Fiquei fortemente interessado na conversa que estava sendo comunicada ali, mas outras coisas foram me exigindo tempo e aí terminou o ano, começou 2010, veio fevereiro eu  e ainda não tinha retomado a leitura. Semana passada, numa reflexão pro #mutsaz,  coloquei como um dos "quereres" o término da leitura para passar pra frente o livro, algo que eu entendi que ficou mais ou menos acordado quando o recebi. Não deu para ser naquela semana, mas consegui teminar ontem.

Voltei um pouco aqui as páginas para passar o olho no começo da leitura. Então revi o resgate que Kranenburg (p. 10)  faz da Phronésis, o que me lembrou de imediato um artigo de Koike e Mattos  que influenciou bastante minha forma de ver as coisas durante o mestrado. Esse resgate de algo do tipo "saber prático"  acho que é uma coisa que me toca, me chama a atenção, está de alguma forma sintonizada em alguma coisa de mim.

There is no no more public, only audience  (p.18). Confesso que ainda não entendi, aí toquei pra frente. Em várias partes do texto o autor fala sobre a questão de não podermos mais mexer em nossos equipamentos que tiveram várias funções substituidas por software, dando o exemplo inclusive da nova mecânica de carros (p. 27 e outras). Vi esse tipo de coisa quando trabalhei numa concessionária Jhon Deere. Lá, apenas os mecânicos treinados na fábrica e de posse de certos equipamentos computadorizados conseguiam diagnosticar problemas dos tratores. Isso tava causando um belo rebuliço entre os clientes e até no gerenciamento dá própria concessionária que estava tentando migrar para mão-de obra mecânica mais capacitada para lidar com essa realidade. Aliás, uma situação bastante complexa. Porém, fiquei pensando em que medida essa questão de mexer no carro antes da automação de funções via software e depois é um bom exemplo. Não sei, para mim não encaixou bem, mas também não sei dizer porque.

O capítulo 3. Bricolabs acho que foi o que mais me entusiasmou na leitura. De cara pela citação do Matt Ratto na abertura:

This is what Bricolabs shoud do - provide an alternative that encourages diversity and an educated and responsible citizenry by poviding kwowledge and artifacts to help local groups - wherever they are located - to develop innovative and culturally specific solutions.

Putz, quando eu li isso tive uma sensação boa. Pensei. Bricolabs é um caminho. Aí depois pensei. Não, não se trata de procurar caminhos em nomes. Acho que no começo eu tive um pouco dessa expectativa com MetaReciclagem. Mas, já tem um tempo que venho pensando: "MetaReciclagem é apenas um Nome". Assim como um vez já foi uma Idéia. Bricolabs também é apenas um nome. E Matt Ratto mais uma pessoa para eu assimilar alguma coisa. Aliás, Kranemburg (p. 28) me deu uma parágrafo muito instrutivo para começar a abrir caixas pretas:

Three main threads of origin can be discerned: a strong Brazilian conceptual focus by Felipe Fonseca, Stalker and descentro.org, the realism ingrained in the Gnu/Linux hacking attitude of dyne.org, Jaromil and the expertise of Aymeric Mansoux, and the strong conceptual ethnographic focus on ways of organizing and linking to policy and research by Bronac Ferran, Matt Ratto and Patrick Humphreys.

Principalmente a parte: "strong conceptual ethnographic focus on ways of organizing and linking to policy and research". Deu uma sensação que eu poderia achar afinidades e possibilidades por aí. Bem, só sentimentos. Nem sempre as coisas caminham na lógica dos sentimentos, não é?

O quarto capítulo,  How to Act, não desceu muito bem no começo. Tenho que reler em algum momento e tentar entender melhor porque, antes de fazer qualquer comentário precipitado sobre o assunto. Mas algumas coisas me chamaram a atenção positivamente, principalmente a informação sobre o DIFR (p. 53 e outras), que me passou uma dimensão bastante otimista da questão das negociações em torno da agência humana e  AmI. E outra coisa foi o nome Waag Society, que já vem chamando minha atenção faz um tempo, mas ainda não deu para estudar nada sobre. Chego lá, se for o caso.

Concluindo. Valeu Felipe,  foi uma leitura importante. Muitas referências que sinto que em algum momento terei que cruzar com elas. O assunto também é bem relevante e deixa alerta para uma atitude mais "ligada" nas possibilidades e armadilhas ao nosso redor com tecnologia. Vamos para a práxis. Nesse caso, a primeira coisa foi pensar: "para quem passar esse exemplar?". Criei uma série de critérios, pensei em algumas pessoas, mas acabei decididindo pelo @rafaeletc. Um cara que interagiu em vários momentos comigo em 2009 via Web e que tem umas contribuições lá na lista que sintonizaram com alguns pensamentos por aqui. Ahhh... e que tava disponível no Gtalk para eu perguntar se lia em Inglês e pedir o endereço.

 

 

 

 

 

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Comentários

blz, uma hora chega

A ídeía do espaço público. Tava pensando por aí. Mas quando ele fala do catch number 4 na p. 21 me confundiu. Aí desencanei. Essa outra possibilidade da construção do "externo", lembro que também pensei por aí, mas achei meio óbvio. Só que agora que me liguei que o cara tem uma influências de Gramsci, que eu conheço pouco mas, parece fazer sentido para um tipo de afirmação como esta.

Valeu.

público

"public" aí acho que tem que ser lido não só com o sentido que a gente usa comumente no Brasil (que certamente se confunde com a ideia de audiência) mas também com a ideia de construção do espaço público, da corresponsabilidade no que é de todos. gringxs estão viúvos desse tipo de construção, que dependia muito de uma sociedade homogênea e de "classe média" que cada vez existe menos. também tem todo o lance do que é "externo" ser construído cada vez mais pelo impacto e  pela superficialidade do espetáculo e do consumo, que acho outra maneira de analisar essa frase dele.