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Blog de o2

dom, 01/12/2013 - 20:01

Reuso de recipientes de Arla32

Arla32 é um dos nomes comerciais de um produto obrigatório atualmente para uso em certos veículos mais novos com motor diesel. Basicamente é 32% de Uréia +  68% de Água.

Me deparei com a bombona do Arla32 como uma possível solução para mini reservatórios de água para minhas plantas, instalando um sistema de equipamento de soro.

Mas a instrução na bombona é clara: não reutilizar!

Então antes de montar o sistema fui procurar tudo que eu pudesse de informação sobre o Arla32 (e o nome comercial internacional -adBlue). Pesquisei em português,espanhol e inglês para saber possíveis riscos de contato com a substância e não achei nada que me parecesse justificar o não reuso para fins como esse.

 
O que me preocupa agora?
É que mesmo tendo lido que o líquido não é tóxico, tendo lavado a bombona com sabão e bastante água (que reutilizei para lavagem de chão), tendo deixado alguns dias com água apenas para depois reutilizar como reservatório, eu não entendo nada de química e fico pensando nos porquês de não poder reutilizar. Entendam, eu consigo achar sensata a não reutilização de vasilhames que originalmente portavam líquidos tóxicos. Mas, por tudo que pesquisei, este não é o caso do Arla32.
 
E então, essa determinação de não reutilização é só pro forma? Especificação necessária para evitar que as pessoas usem, por exemplo, para transportar água para fins de consumo direto?
 
Alguém por acaso entende mais dessa relação entre essas bombonas plásticas, as químicas e riscos?
 
Alguém afim de fazer testes?
 
Estou sendo imbecil pensando no reuso para um negócio que a indústria diz especificamente para não reutilizar?
Acho que tem um monte de implicações filosóficas e políticas nessas perguntas, mas, se eu for tentar falar disso agora acho que o post vira um livro.
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ter, 12/11/2013 - 19:11

Hudson fala sobre lixo eletrônico em Sorocaba

Na lista metareciclagem: 

http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/60910

Vou comentar o que rola em Sorocaba, onde a Prefeitura faz o que chamam de "Metareciclagem / Metarreciclagem", onde qualquer empresa / instituição entra em contato com a Secretaria de Parcerias (Separ) e forma um convênio onde poderá "transferir" o seu lixo eletrônico ao município, pois existe quatro cooperativas, sendo uma exclusiva em trabalhar com este material.
 
Onde são separados e vendidos as empresas que compram sucatas e algumas máquinas novas são doadas a instituições de Sorocaba. 
 
Na cooperativa Reviver trabalham 3 cooperados que desmancham estas máquinas e revendem as empresas de São Paulo e Suzano estes materiais. Esta cooperativa é gerida por Julio Andrade que tem uma empresa de resíduos sólidos que recebe verbas municipais para realizar esta ponte, onde uma parte deste lucro vai para sua empresa, outra parte para cooperativa.
 
A cada seis meses repassam um pouco mais de 100 computadores as instiuições sociais da cidade e a cada três meses no espaço que chamam de Metareciclagem realizam cursos de word, excel, webdesigner e manutenção para a população em geral com este material recebido da cooperativa.
 
Neste ano, a Prefeitura de Sorocaba assinou com  a empresa  ERS Serviços de Reciclagem de Eletrônicos para investir aproximadamente R$ 10 milhões em sua planta, gerando inicialmente 160 empregos, sendo 40 de forma direta, para reciclar cerca de 98% do lixo produzido e oferece aos clientes uma extensa linha de serviços para eliminar de forma ambientalmente correta, os equipamentos eletrônicos obsoletos. (http://nave.wordpress.com/2013/02/20/sorocaba-ganha-a-primeira-empresa-v...)
 
Na minha opinião este modelo será utilizado para trabalhar com o lixo eletrônico nos municípios paulistas.
 
Aqui tem mais informações do projeto Metarreciclagem da Prefeitura de Sorocaba: http://metareciclagemdesorocaba.blogspot.com.br/ e aqui o que foi divulgado nas mídias sobre Metareciclagem em Sorocaba: http://nave.wordpress.com/tag/metareciclagem/.
 
Meus dois cents....

 

 

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sex, 09/11/2012 - 19:49

Projeto Interação Web: Agricultura Familiar Orgânica

Empolgado aqui com o Orgânicos do PIVAS começando a se apropriar do Wordpress e de como produzir "notícias". Aproveito para deixar o um registro da produção do site. Parte I, de muito que ainda está por vir. 

Importante registrar também que o trabalho da Denise Lima, que é quem está conversando com os agricultores sobre produção da informação, está sendo fundamental nessa fase, Parte II, que está em andamento. 

O Site

 

Passamos alguns meses num processo de pesquisa e produção de visual e  informações mínimas para dar uma volume inicial ao site
Mas "conteúdo" mais adequado à realidade percebida pelos agricultores está sendo planejado junto com Andrade e Edinaldo. O que precisa ser acrescentado? O que precisa ser retirado?
 
Algumas informações para quem quiser replicar a experiência:
 
1. O Sistema de Gerenciamento de Conteúdo
Nós usamos o  Wordpress, que é um sistema de gerenciamento de conteúdo feito em Software Livre e simples de ser gerenciado. 
Entendemos que usar o Wordpress significa que em pouco tempo as próprias famílias estarão podendo adicionar conteúdo no site e manipular as informações de forma simplificada. É essa autonomia que buscamos .
 
2. A Identidade Visual.
A identidade visual de um site em wordpress pode ser trabalhada de diferentes maneiras, mas geralmente (para não programadorxs) seguindo um padrão em torno de: cabeçalho, fundo da página, rodapé e colunas laterais a partir de um modelo, que no Wordpress é chamado de "template".
Então fizemos uma busca por um template que já tivesse algo associado a meio ambiente, ecologia etc.
Decidimos pelo template Graphene, que é o mesmo que o Ministério do Meio Ambiente usou para o seu site da Rio+20. As personalizações que foram feitas no Graphene do Site do MMA RIo+20 foram nossa inspiração inicial, inclusive adotamos a mesma idéia de fundo de site
 
Tínhamos o desafio de criar um site que a Identidade Visual remetesse ao produto que o consumidor encontra nos supermercados. Por isso intensificou-se uma pesquisa de cores, marca, posição, imagens, texto, tudo para alcançar este objetivo. Ao mesmo tempo, queríamos dar um visual  que comunicasse a importância de Inovação na prática da Agricultura Familiar no Semiárido. A seguir apresentamos alguns detalhes desse planejamento e resultados
 
a) Identidade Visual no Cabeçalho
Os arquivos em Vetorial originais da Marca dos Orgânicos  estavam em Corel Draw, que é software proprietário, portanto não tínhamos como manipulá-los. Tivemos então que recriar todas as imagens em Software Livre. Usamos para isto os Softwares: Inkscape e Gimp.
 
Criamos uma réplica do sol com a estrada arada, que inicialmente  está nos rótulos da APIVAS, asssim como uma "fita" com fundo verde e bordas brancas com o nome "Orgânicos" dentro. Essa fita tenta se assemelhar àquela do novo rótulo, assim como o texto "Perímetro Irrigado Várzeas de Sousa", que está no rótulo dos produtos em vermelho e com fundo branco. Trabalhamos uma  imagem de fundo para dar uma ideia de horizonte longínquo. Juntamos esses elemento em uma composição com certos destaques e textos complementares. 
 
Todos os verdes definidos no processo gráfico estão na cor HEX #005500 ou em degradês por ela compostos. Os verdes dos menus e do fundo do site acompanham esta padronização. Todo o texto no cabeçalho está na fonte, também livre, "URW Palladio L".
 
b) Identidade Visual no Fundo
O fundo do site foi desenvolvido em Inkscape usando um degradê do verde HEX #005500 e o traço do "Sol / Arado" branco,  rasterizado a partir de um bitmap. O efeito usado para a multiplicação do sol arado é o de clonagem em ladrilho. O tamanho da Imagem de fundo de de 1920 X1080 px. A imagem foi otimizada para Web no Software GIMP, reduzindo assim o seu tamanho de 600Kb para 113KB, deixando-a mais rápida para ser carregada na Web.
 
3) Áreas e Classificação de Conteúdo.
Foram criadas Áreas de Conteúdo para a Página Inicial com slide de Notícias + Destaque aos Produtos + Informação Geral e do Projeto.
A preocupação com o conteúdo da Página Inicial se centrou em dar principalmente uma conotação COMERCIAL para o site, que entendemos ser importante para os negócios dos agricultores, mas, ainda há muito a ser planejado e principalmente no tocante a como colocar as informações sobre o processo de produção. Para o slide de notícias não estamos usando o original do template Graphene, mas sim o plugin SlYder do wordpress.  Há muita coisa ainda a ser discutida  sobre conteúdo e organização no site
 
4) Menu Superior
O menu superior guia para as principais informações no Site sobre os Orgânicos do PIVAS e leva a um Formulário de Contato, que se preenchido retornará uma mensagem para uma conta que foi criada no gmail especificamente para estes fins. Para o formulário foram feitas personalizações no plugin Simple Ajax Contact Form (SACF).
 
5) Informações do Rodapé.
No Rodapé, informamos a licença Creativ Commons 2.5 By S.A. que é a que permite até uso comercial do conteúdo, desde que seja liberado com a mesma licença e que os créditos sejam dados para o Site dos Orgânicos do PIVAS, mais detalhes aqui: http://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.5/br/deed.pt_BR
O canto direito, que já é padrão em sites wordpress, faz menção ao uso do wordpress, tema Graphene e as personalizações feitas pela iniciativa Webnos.

 

 

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qua, 18/07/2012 - 20:03

Abertura da Cicag Semiárido: Percepção em Ação

 

Tarde da terça-feira,  12 de junho de 2012, chegamos naquela estranha construção em desenvolvimento no meio de um enorme descampado no Alto Sertão da Paraíba, tudo muito marrom, nos lembrando que estávamos numa das piores secas dos últimos 40 anos nesse  território chamado de Semiárido. Nos prédios esparsos, ainda não interligados por movimentos de gente, ainda com ar de coisa inacabada, ainda definitivamente não ocupados, projetos de biblioteca, auditório e salas administrativas estavam se transformando em espaços de convivência para a I Conferência Internacional em Gestão Ambiental Colaborativa, a Cigac Semiárido. Toda uma parafernália de fios, instalações, gente de olhos espantados correndo de um lado para o outro para deixar prontos os inúmeros pequenos detalhes da 1ª Cigac .
 
"Como assim, o ar condicionado do auditório ainda não tá instalado?", exclama alguém com os olhos esbugalhados, alguém dentre as tantas pessoas que mais tarde me diriam que até a hora da abertura não acreditavam que aconteceria alguma coisa ali, tamanha a aparência de desolação que o ambiente transmitia, tamanha a expectativa que criou-se em torno de um nome "Conferência Internacional". Nesses dias, de véspera, a tensão com o pensamento no desenrolar de tudo que estaria por vir se misturava com a felicidade de ver que as pessoas estavam chegando e que então não tinha mais jeito, estava acontecendo.
 
Lembro de poucas vezes ter podido parar pra ouvir alguma palestra,  ensaio convidado,  apresentação de trabalho acadêmico, oficina, mini curso, roda de conversa, o que quer que fosse da programação oficial da conferência. O correr de um lado pro outro não me permitiu focar em nada por mais que alguns minutos, além é claro da Visita Técnica ao Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa - PIVAS, que  foi conduzida por mim junto com o Valber Matos,  da Articulação do Semiárido. Foram boas 4 horas do meu tempo destinadas ao que pra mim foi uma das atividades mais significativas da Cigac Semiárido. Principalmente porque o PIVAS é um microcosmo de disputas onde o que a vista alcança está muito aquém do que a práxis produz. Mas o PIVAS é assunto pra outra hora. Aqui, minha missão é deixar registrado  um breve olhar sobre a Roda de Conversa da Abertura da Cigac Semiárido.
 
Meu olhar é muito recortado, obviamente. A subjetividade do caracterizar de uma realidade que só existe se conseguimos narrá-la e que pode tornar-se qualquer coisa com os usos desta narrativa. Tecnologia, Social.  Os minutos de contemplação vão sendo assimilados e ocupando espaço na narrativa na medida em que me desloco de uma ação para outra, para providenciar  um fio, checar algum credenciamento, conversar rapidamente com algum convidado, verificar a conexão do streaming e toda sorte de atividades operacionais que não tínhamos quem executasse além de nós mesmos da pequena equipe de organização.
 
A primeira Roda de Conversa da Cigac Semiárido questionou "por que Gestão Colaborativa?", ou, "O que é Gestão Ambiental Colaborativa"? Ouvi um pedaço das falas de Valber Mattos, da ASA-PB, e de Ricardo Poppi, da Secretaria Geral da Presidência da República. Francisco Cicupira, o outro conividado da roda, assim como o  restante das falas de todos, ainda vou assistir no vídeo da primeira roda de conversa da Cigac Semiárido,  que já disponibilizamos online.
 
Valber Matos é um ícone da cultura sertaneja e seu trabalho com a Articulação do Semiárido -ASA está numa dimensão de conhecimento dos problemas locais que requer interlocução privilegiada,  para o alcance de qualquer coisa que possa ser chamada então de Gestão Ambiental Colaborativa para o Semiárido.  Por isso sua presença nesta primeira roda de conversa tem toda uma relevância prático-simbólica. Valber era ali um dos poucos que podia traduzir a voz das comunidades locais em sua fala. Ele e  Francisco Cicupira, do IFPB, um sertanejo representante de um dos braços oficiais da Ciência e Tecnologia locais, davam ao caldo da Cigac Semiárido a mistura que nós havíamos idealizado ainda em projeto: "Todos os saberes juntos por um Semiárido sustentável". E talvez ninguém melhor do que Ricardo Poppi para completar esse caldo,  representando de certa forma  todo o esforço que a Primeira Cigac fez para trazer gente relevante,  visionários em áreas de  colaboração, para dialogar com o local.
 
Poppi,  generosamente emcampando nossa ideia, declarou sua empolgação em estar presente na Cigac Semiárido, porque em sua opinião se tratava do tipo de ação legítima e relevante para o desenvolvimento de soluções para as questões que pretendíamos discutir ali. Ele,  como outras pessoas que vieram a Sousa para participar da Cigac, percebeu de imediato que trazer para o Coração Sertanejo do Semiárido uma discussão como a da Cigac era algo bem diferente da mesmice das discussões vazias sobre as mesmas temáticas que circulam normalmente nas capitais e grandes cidades.
 
Sousa, a três horas do aeroporto mais próximo e para o qual os vôos são bastante limitados, só poderia ser escolhida como palco de uma discussão internacional por interesses diferentes dos que normalmente guiam outros empreendimentos desta natureza. E neste caso, reconhecendo também ao mesmo tempo o esforço de várias pessoas e  entidades se complementando para produzir a Cigac, é quase impossível não creditar à Rede MetaReciclagem boa parte da força capaz de fazer coisas deste tipo acontecerem. Desconstrução de Tecnologia para Transformação Social.
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dom, 04/12/2011 - 12:31

MetaReciclagem no Festival Cultura Digital.Br

Terceiro dia do Festival Cultura Digital.Br e programação "oficial" com MetaReciclagem às 16h no encontro de Redes. Isso te diz alguma coisa? Ontem numa das conversas alguém disse que rede era o modelo de organização política do século XXI. Quase que imediatamente olhando para todos os lados, com bocas, narizes e orelhas, vieram os questionamentos. Por que modelo? E por que século  XXI?

Talvez uma das armadilhas mais estranhas dentre as tantas nas quais caímos diariamente seja a de começar a tocar remixes conceituais como realidades dadas. Essa mistura de compreensões que gira em torno do termo "rede", tomada como algo novo, "o novo", é problemática. Aliás, nem precisa associar com o novo. Rede,  às diferentes práticas, técnicas, metáforas, metodologias e tudo mais não se comunicam tão obviamente. Logo, que rede é essa que você está falando?

Armadilha 2. Talvez o impulso seja dizer o que é a "rede" que tá passando pela cabeça, corpo, espírito, tudo junto. Vamos desviar dessa também? Um conjunto de elementos, coletivo fluído, de teorias, gente, máquinas e coisas que não conseguimos rotular ou classificar quase que pedem no consciente para não fazer isso. Me diga o que "a rede" faz. Aliás, se "a rede" falasse por ela própria, o que diria?

Começei falando das impressões aqui do festival pela questão da consciência [http://reacesso.webnos.org/2011/12/03/ficd-br-comecando/] e o mote segue. Podemos buscar outras palavras para ajudar nessa conversa? Hoje o que queremos? Sabemos o que queremos? Como é esse querer coletivo? Como que a gente se relaciona entre o interesse coletivo e o individual? No despertar contínuo desses questionamentos as palavras, as imagens, o capturar da pegada digital de hoje é apenas um conjunto de elementos. Não  sabemos do todo, não vemos um todo, que é fluído descentrado, que são muitos. Mas esse fazer compõe um todo. Com consciência, ou outras palavras.

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sab, 24/09/2011 - 01:07

Coopermiti by Regiane Nigro

 

Visitei em São Paulo a Coopermiti, primeira cooperativa de tratamento de lixo eletrônico. Muito bom encontrar pessoas que já estão com a mão-na-massa e ver que os problemas são parecidos, segue...
 
A cooperativa surgiu de um grupo de pessoas que já mantinha um museu de tecnologia em São Paulo, o Alex, que me recebeu lá tinha idéia de formar pessoas na área de manutenção de computadores. Depois de muito pensar o grupo inicial decidiu que o perfil do projeto era mais pra cooperativa, que trás em si a idéia de beneficiar os associados, não visando o lucro. 
 
Depois de um ano na luta, conseguiram firmar um convênio com a prefeitura de São Paulo, que lhes garante um galpão de quase 2000m2, mas que em troca controla a missão de formação e educação, feita em escolas e com os próprios cooperados, as formas de divulgação. Esse convênio permite o contato com as subprefeituras de São Paulo, que são importantes para a modalidade de coleta que estão implementando, como digo abaixo.
 
Outro importante apoio que conseguiram foi da Fundação Banco do Brasil que vai doar máquinas pra operação da triagem e algum beneficiamento. A planta da cooperativa vai permitir a operação de empilhadeiras e outros equipamentos e mais ainda, a circulação de pessoas para que seja também uma exposição viva do processo de reciclagem, que funcione como educação ambiental - achei muito boa essa idéia. 
 
A atividade principal ainda é desmontagem e venda dos recicláveis, no entanto há custos para se tratar peças que não tem aplicação industrial em reciclagem como os monitores, pilhas, baterias e alguns plásticos. Por isso, Alex que me recebeu lá foi enfático - lixo eletrônico não dá lucro, não é um bom negócio quando se trata de forma correta de todos os materiais e não apenas os que dão lucro. Quando se sai da "garimpagem urbana" para um sistema responsável de tratamento, ele precisa ser subsidiado.
 
Concordo com ele, a reciclagem é um serviço ambiental prestado e pra isso precisamos que a PNRS esteja funcionando, ou seja, que os produtores arquem com esse custo. A Coopermiti ainda não gera boa retirada para os cooperados, mas segundo ele, pelo menos pararam de tirar do bolso o investimento e não teriam como investir sozinhos nas melhorias que os equipamentos da FBB vai trazer.
 
Dos equipamentos que trazem custo pra quem quer reciclar, os monitores de tubo são um grande problema, junto com pilhas, baterias, geladeiras e outros equipamentos com gás CFC, lâmpadas florescentes. Para todos eles seria necessário investimento para diminuir custos e possibilitar a reciclagem em si. No caso dos monitores, por exemplo, precisamos que haja mais pesquisas e investimento tanto na construção de máquinas para se desmontar com segurança, como para descobrir aplicações industriais do vidro com chumbo presente no tubo. 
 
Eles tem 3 formas de coleta: entrega voluntária na própria cooperativa, agendamento para grandes quantidades que são coletadas in loco e o "cata bagulho eletrônico" que são dias agendados e bem divulgados nas escolas (escolha por trabalhar a conscientização com as crianças) dos bairros de São Paulo, em que um caminhão passa pegando o lixo eletrônico deixado em frente da casa das pessoas. 
 
São 20 pessoas trabalhando, sendo que têm conseguido tratar 20 ton/mes. Mas têm capacidade para 100 ton/mes. Como sempre, o problema está na coleta, na falta de consciência das pessoas e empresas. Mas estamos todos trabalhando por isso. Outras atividades como arte usando peças de eletrônicos estão iniciadas e vão inclusive expor essa produção na feira da Pompéia no próximo fim de semana.
 
Importante salientar que eles não fazem recondicionamento de equipamentos. Alex salientou que isso é um problema grande quando se depende de empresas, vai contra o que eles pensaram no início como formação, mas as empresas não querem saber de equipamentos seus sendo consertados e voltando ao serem usados. E viva a obsolescência programada! 
 
Isso é um problema pra metareciclagem, inclusive o governo faz recondicionamento de computadores. Como vamos lidar com isso? Não teríamos que ter representantes da metareciclagem no grupo que discute os acordos com produtores para tratamento do lixo eletrônico?
 
Se tiverem mais perguntas sobre a Coopermiti, vou respondendo o que souber, mas vale outras visitas e mais contato com essa experiência, que alia a Economia Solidária com lixo eletrônico.
 
 
Abraço 
Regi
 

http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/46389/focus=46397

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sab, 06/08/2011 - 03:23

Android, um novo Windows?

Na opinião do Liquuid o bicho tá mais pra um novo windows, veja: 

Não lembro do android ter sido vendido como projeto open-source de comunidade e talz, como o Eclipse. Ele é parte de um negócio multi-bilionário que não trouxe nada de novo pro mercado  mobile a náo ser o fato de usar a mesma estratégia que microsoft usou pra detonar a apple nos anos 90, licenciar o SO pra ganhar mercado e criar um eco-sistema em volta dele.

Pra fins de inação o android é nulo, é inegavel que sua comunidade e o número de usuários tá bombando, mas o fato do google tomar as decisões e deixar a comunidade de fora não afeta ninguém. O Android não foi um SO feito para as massas ele foi desenvolvido para os fabricantes o customizar em seus aparelhos, android é uma meta distribuição linux :P

Tanto o Android não é feito para pessoas comuns que ele não vem com drivers, é o fabricante que o desenvolve, e no geral os fontes dos drivers não são liberados, até pq no geral, diferente dos pcs onde existe um padrão e consorcios pra garantir interoperabilidade dos componentes, os celulares e tablets tem arquitetura própria.

Sei lá se garantir que o Android receba pitacos da comunidade seja algo realmente importante, sistemas como o falecido maemo foram muito mais relevantes do que o android no sentido de ter uma comunidade atuante no projeto.

Sendo direto, Android não é uma distro linux, é um modelo de negócio baseado em um sistema que usa, apesar não precisar disso, o kernel linux. É um meta-produto que deve ser finalizado pelos fabricantes dos aparelhos, e para tornar isso possivel, tem seu código aberto, e só ... desencana, android não vai ser um novo debian, tá mais pra ser um novo windows.

Liquuid 

http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/4568...

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sab, 23/07/2011 - 13:56

CRIAR - ARCA, Itaparica - Ba

O CRIAR é um Centro de Referência e Investigações Artísticas da ARCA que é uma Associação  Cultural e Ambientalista, localizada na Ilha de Itaparica na Bahia. Aqui desenvolvemos um trabalho com a comunidade através de cursos de inglês, espanhol, yorubá, cultura baiana, violão, teatro, dança, capoeira.

Buscando sempre o empoderamento através do conhecimento metareciclado, estamos construindo a nossa sede com uso de garrafas pets no lugar de tijolos, a nossa sede fica numa Reserva ecológica (de fato e não de direito), um bolsão verde nesta Ilha tão castigada pelo turismo predatório. Aqui na Reserva fazemos trilhas rústicas, meditação, arteterapia, encontros xamânicos, rodas de conversas, emfim buscamos autoconhecimento junto a natureza, conservando, preservando, realizando palestras com crianças e jovens da rede pública e particular do Município.

Tânia França - Coordenadora do Ponto de Cultura CRIAR

 Contato: taniademarcelo(at)hotmail.com

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seg, 18/07/2011 - 02:35

metalogos

 

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sab, 09/07/2011 - 02:33

Para Calar

Coloco o fone, abro abas, penso no que vou ouvir... Vejo o hootsuite, o último post do reacesso. Procuro pelo Tempos Vindouros no SoundCloud. Acho e começo a ouvir. Ao mesmo tempo vou escrevendo isto aqui, colocanco os links. E surge um "quote" de Izidro: "Mil bichos suspensos no ar esperando canções". Chega a ser profético, no momento em que tudo isto aqui é um ritual de despedida. Vou calar. Mas para calar primeiro vou falar. 

Fecho abas, abro outra, o famoso Gmail. Tem outro "quote" de Izidro que que encaixa direitinho: "medo, angústia e solidão". Inevitável ter que parar e responder algum e-mail. Mas neste caso nem tenho do que reclamar. Todas as listas estão fora da minha caixa de entrada e eu simplesmente não as vinha olhando mais. Voltarei. 

Enquanto lavava um pouquinho  de louça,  fritava a carne-de-sol e pensava neste post o pensamento que me vinha à cabeça era de dizer logo de cara:"tenho cada vez menos certeza de que falar é fácil e calar é fatal". É algo mais ou menos assim né? A máxima que vi pela primeira vez lá no Marketing Hacker, mas que não vou conferir agora.

Sou interrompido na escrita. Aproveito para beliscar a carne-de-sol. Desculpem-me meus amigos vegans, mas ainda não consegui chegar lá. Ainda não consegui chegar em um monte de lugares, mas, como eu mesmo aprendi a dizer por aí, o que importa é o caminho. Caminho tortuoso esse.

A Internet sempre foi solução e problema aqui em casa. Prazer e desprazer. Alegria e tristeza. Essas dualidades inseparáveis, contínuos em que uma ponta se apresenta mais do que outra em determinadas horas. Por isso vou calar: "O caos tá dentro de mim".

Nestes tempos de convivência metarecileira ví algumas pessoas calarem. Dá um vazio repentino, uma sensação ruim. Depois outras vozes continuam conversas e aquelas pessoas ficam em boas lembranças, aparecendo aqui e acolá e dando o ar da graça. O carinho sempre revive, ressurge, a vontade de estar junto de rever, de saber, de...

Vou terminar a cerveja terminando o post. É importante que ele seja aqui, na metareciclagem, e não em outro lugar.Procuro a imagem que deixo aqui. Acho esta, no mesmo processo de todas as imagens que utilizo e não são minhas. Busca no google ou no flickr com algum termo chave por aquelas que tem licença de reuso. Esta é  o primeiro resultado com a palavra chave "calar" e este critério de licença no Google.

Tá vendo, tem um adestramento ai. Um adestramento que tanto busquei, que tanto quis, que me é útil, mas ao mesmo tempo nocivo. Tô cansado, mas Gaspar e Dori chegam aqui e me animam com seus olhares, tocares, espíritos de sua benevolência. Algo de muito bom está presente quando eles estão por perto. Mas acho que isto é impossível de descrever, as palavras não vão dar conta. Aliás, ouvi um tempo atrás que a Donna Haraway tava estudando algo assim. 

E na busca por um link para Donna Haraway acabo chegando a um conjunto de vídeos com uma de suas palestras. Começando com este. Dado o avançado da hora, vou me dar ao prazer de parar esta escrita por aqui e assistir Haraway. Inicialmente pensei em falar muito mais. Falar sobre o momento atual e as angústias do netnografando e principalmente tentar falar sobre essa coisa da "facilidade" no falar (isto não existe) e do não dever "calar". Mas vou fechar mesmo este post por aqui terminando de ouvir a  última faixa do novo trabalho do Izidro e partindo para calar por enquanto. Até breve.

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