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qua, 30/06/2010 - 00:15

Fala, Brazileiro!

No último mês de abril estive em Pernambuco e tive a oportunidade de conversar com Ricardo Brazileiro. O papo começou com um rolê pelas ladeiras de Olinda. Entre um depoimento e outro sobre o modo como cada um se relaciona com a Metareciclagem e o que faz da vida, várias paradas pra olhar melhor aquilo que se sabe de forma superficial a respeito de uma cidade tão movimentada e, ao mesmo tempo, pacata como essa.

Do ponto onde os blocos se encontram no carnaval até o Guadalupe, onde ficam os mais antigos blocos de Carnaval de Olinda e o Ponto de Cultura Coco de Umbigada, muita conversa. Fui muito bem recebida pela Beth de Oxum, que contou um pouco sobre a corrida pros editais do Minc materializada dois dias antes, os trocentos projetos que rolam ali, com ou sem dinheiro. Já tinha visto uma apresentação desta turma na Teia em Brasília e aquela rua eu conheci virtualmente por conta de um link que o Glerm me mandou num dia em que estava procurando um site feito em software livre que não estivesse condenado a uma tabela subliminar.

Nessas, “ao vivo”, o tour se ampliou muitos graus, eles me mostraram o terreiro, a casa da Beth em construção, o ponto de encontro da comunidade sob o toldo em frente. Uma bisbilhotada na sala da rádio, uma olhada num projeto com um diagrama bem estruturado sobre o fluxo de atividades e circulação das pessoas ali no Ponto de Cultura, usando, entre outras coisas, os computadores que ficam na sala antes de chegar na cozinha, onde bebi água e pude olhar as plantas no quintal. Pensando no que ela tinha acabado de falar sobre os projetos ligados à saúde, ao uso das plantas, à cultura tradicional africana, vejo alguém lá em cima podando árvore e cortando folhas que seriam usadas nos festejos juninos, mês e meio depois, como Beth me explicou. O alguém era seu marido, depois apareceu a filha Aline, que faria oito anos no sábado seguinte e estava linda na foto-postal que me deram com carinho na hora da despedida.

O rolê continuou ladeira acima e abaixo até a Bodega do Véio, onde apareceu a Denise da Casa Brasil. Muita conversa sobre o que se faz lá e boas expectativas com sua viagem pra gringa no dia seguinte. Por conta disso e os preparativos que envolvem, ela ficou pouco tempo, mas o suficiente para deixar acontecer uma conversa tranquila, fluida e com boas energias. Mais um pouco de sobe e desce ladeira até o próximo boteco, onde eu o Brazileiro pudemos sentar para gravar um pouco do blablá. Dentre as quase oito horas de papo, que tornou visível alguns pontos em comum entre nós no que se refere à “arte e tecnologia”, pouco mais de uma hora taí pra compartilhar. Evidentemente não se trata de um resumo dos depoimentos em meio a tantas ladeiras, porque “ao vivo” a dispersão e a variedade de assuntos é muito grande, principalmente quando a minha curiosidade (que não é pouca) encontra disponibilidade e generosidade.

Dá pra ouvir e ler ao mesmo tempo porque a transcrição na íntegra tá logo abaixo (já fica o convite pra quem quiser editar ou começar novas conversas). Quer saber o assunto? Abre aí e escuta, mas tem bastante coisa sobre a dinâmica da Rede e o quê essa convivência gera; sobre experimentação, se tem a ver com arte ou não, como se vive, com isso, pra isso, disso, e tal. Brazileiro diz que não é muito de conversar, eu não acreditei muito nele, mas sei lá... vai que é verdade... é bom aproveitar essa oportunidade, então! Espero que um pouquinho da energia bacana de um dia feliz chegue também pra quem tá ouvindo!

Ah, e desculpem-nos por qualquer “redondância”, mas não é só guaraná e água que tinham na conta que o garçom trouxe pra colocar fim na conversa...

 

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Comentários

massa, Tati Super papo.

massa, Tati

Super papo. Espero que seja mais um pouquinho de luz pra esse lance da cultura digital experimental!

abraço