Chamada Mutsaz Gênero y Tecnologia - Cuñá
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nesse clima úmido e fértil desabrocha a potência do feminino, das conexões submersas e invisíveis. em época de fugas de sistemas proprietários e reconexões materiais na busca de viveres desautomatizados, sonhamos com tambores, cartas e cheiros. por nossos fluxos desdigitalizados cartografamos nossa vizinhança pós-gênero, pré-cósmica. nossa metarqueologia será, enfim, dançada.
no sub> sub > sub > sub > experimento de ser mulher dentro desta rede de redes, nos soa primeiro impróprio nos ligarmos por este antiquado padrão biológico, já que existem mutantes dinâmicas em cada ser, mas essas categorias sem dúvida trazem aproximações interessantes, já que lidamos com o imaginário comum humano. percebemos que ainda sofremos as consequências de um modo de pensamento totalitário, na nossa falta de destreza meritocrática, estabelecida em números de posts, enquanto fazíamos o jantar das crias. como uma pscicose colonizante, sexo, trabalhos domésticos, informática e maternidade convivem lado a lado nessa categoria. todavia, nesses últimos anos, muitas de nós mulheres nos relacionamos entre pares, em ambientes virtuais como listas de discussão e blogs, encontros espontâneos e informais, nos desprogramando em pequenos refúgios diante de outros ambientes "fervilhantes" e conservadores quanto à categoria gênero em que a discussão é rapidamente polarizada. metareciclagem, hardware, tecnocracia, espaços seguros e feminismo foram códigos comuns em nossas discussões mais íntimas. isso desde o sub-mundo digital que alguns chamam de "livre" mas que se faz livre somente por nossa negação perene de um livro, ou um cara fundador.
muito como no passado as mulheres tinham a responsabilidade sobre as sementes a a gestação, sendo a cria do mundo, muito pela ineficácia do modelo atual de civilização e da comunicação virtual, além do monopólio corporativo dos serviços e processos de entrada no mundo em rede, faz-se ainda mais necessário um ambiente de aprendizado horizontal e propício à gentil colaboração. à germinação livre das químicas e pesquisas científicas. a mulher deve ser sim particularmente incentivada a participar da cultura hacker, não somente porque foi historicamente afastada e ainda vive num mundo pleno de requícios opressores, mas porque o incentivo pode ser determinante para a descolonização de saberes - um aprendizado-diálogo-escuta em que se abre a caixa-preta do sistema-mundo. sim isso acontece desde dentro de nossas casas com nossas mães e filhas - também!
as conversas sobre parentalidade, sexualidade, a opressão tecnocrática ou a gélida carga de violência ancestral de nossos pares tornam-se então pequenos ritos de dor, onde muitas vezes recriamos o amor dentro, fazemos graça, e outras tantas irritamos. à união proposital de qualquer grupelho de mulheres ouve-se com muita frequência: exclusão! nunca o ouvimos quanto o microfone é esquecido na voz do bem-articulado inflado de respeito por seus pares institucionais, sem hesitação mas também sem nenhum êxito, talvez, pois a história oficial se escreverá por este que não é uma pessoa, um homem, mais um mundo-sistema. nesse sentido todxs estão convidados independente de "gênero", "etnia", "cor".
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a proposta que viemos fazer é resgatar e instigar o revelamento, desvelamento e a escritura de histórias de envolvimento de mulheres com tecnologias livres. refletir sobre a sua iniciação ao linux, ao mundo da informática, da netcultura. suas experiências boas e más com esses mundos, e por fim, se a categoria ainda reflete alguma coisa relevante para o mundo contemporâneo pós-gênero.
a sua contribuição pode se dar através de um fragmento de áudio, vídeo, texto, imagem ou artesania até o dia 20 de março (equinócio primavera-outono). envie sua contribuição por esta página. se preferir envie um email para a lista metareciclagem-AT-lists.riseup.net ou direto para tati wells. se sua contribuição já está publicada na rede e você quer só mandar o link, insira-o na página MutSazCunaColetanea ou envie-o pelo formulário.
a edição MutSaz gênero será construída colaborativamente pelo MutGamb, às vésperas do Encontrão Hipertropical de Metareciclagem.
lembrando que a história da mulher não vai aparecer nos noticiários e mídias oficiosas. narre, ouça a história de um(x) amigx para ela existir. aliás, é nesse fazer que ela se constrói.
(nossa xamã catadora ensaia meeeeeeeeee, weeeeeeeeeee.....:)
tati wells
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Comentários
Video inspirado em Cuñá
Inspiração em Cuñá.... chamada-convite aqui: http://www.youtube.com/watch?v=lW8G5odnHnU&feature=g-upl&context=G24ee15...