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ter, 15/06/2010 - 21:19

Regiane Nigro fala sobre a práxis lixo eletrônico no Ceará

A @regica da Ceará em Foco respondendo a um questionamento fala sobre a experiência do pessoal do Ceará com o lixo eletrônico. Segue a mensagem.

Oi Roger, 

 

 
Como você deve saber cada tipo de material vai pra uma indústria recicladora. 
As placas tem maior valor porque dela se extraem metais preciosos em processos indústriais pesados (não tentemos fazer isso em casa). Mas carcaças de plásticos, fios, fontes, carregadores, etc também tem valor. 
 
O problema mesmo são os monitores CRC. Chega muito pra gente e não há valor de reciclagem, pelo contrário, há custo. Pra mandar um CRT daqui pra Sampa onde pode ser aproveitado a gente pagaria 25,00 por unidade. Por enquanto estamos guardando. Queremos ter uma máquina para separar os tipos de vidro - vidro com chumbo e vidro "puro". A máquina é simples, citada no relatório da ONU e funciona com um fio quente que faz o serviço.
 
Então, já que a empresa de vocês vai lidar com lixo eletrônico, talvez vocês mesmos possam enviar para a indústria, mas isso demanda escala e portanto espaço e tempo de trabalho para se chegar à separação exigida, por exemplo abrir componentes como HDs e leitores de CD.  
 
Talvez esse não seja o foco, como não é o nosso aqui em Fortaleza. Mas a atividade certamente gera renda. Ainda mais se você estiver perto da indústria que se concentra em São Paulo. 
 
O que fizemos aqui foi uma parceria com uma empresa especializada em reciclagem de eletrônicos, que faz justamente o processo que descrevi acima e ainda cuida da logística de transporte. Ela é também intermediária, mas é necessária porque faz essa separação mais fina e destinação pra cada indústria, procurando melhores preços e garantindo que o destino seja a reciclagem. 
 
Eles pagam pelo nosso lixo, que é um jeito de sustentarmos o espaço e ainda deixam que a gente faça triagens eventuais no material que coletam. Em troca, ajudamos a organizar a coleta, pois somos pontos de recepção de material, divulgamos a causa e discutimos políticas públicas em conjunto, ou seja, tudo que é um grande nó pra eles. Ainda em alguns lugares, como instituições públicas, é preciso fazer doação, aí entramos também como ONG para receber o material.
 
Outra coisa, já visitei o CEDIR na USP. Faz o mesmo trabalho que vocês e que nós aqui, ou seja, aproveita peças para fazer novos computadores, e destina o lixo para reciclagem procurando as melhores empresas pra cada material. Mas vale a pena entrar em contato com eles para saber se receberiam "lixo mesmo" como você disse.
 
Bom, só um relato. 
Se puder ajudar a gente troca idéia por aqui.
 
abraço
regi

 

 

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