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qui, 16/07/2009 - 21:02

Ainda no pensamento, ainda na batalha: Tântalo Caiçara - RN

 

 

 

 

Pode parecer redundante estar falando de corporações e lixo eletrônico, especialmente frente ao trabalho que o pessoal do  http://lixoeletronico.org/  já está fazendo.

Pode ser que eu esteja olhando para o problema muito atras ainda de onde ele realmente já está.

O que sei é que existe uma indústria de faturamento com essa estória de CERTIFICAÇÃO. Certificação para isso, certificação para aquilo, ISO 9000 blá, blá, blá....

E outra coisa que eu sinto é que quem lida com essas coisas tá nem aí pra o BEM do que quer que seja. As pessoas querem é  GRANA.

Ok, grana é importante para viver, mas, porque o cara não pode ganhar dinheiro como consequência? Será que isso é possível? Será que quando o dinheiro começa a aparecer ele passa a ser o motivo e não a consequência?

Acho legal partilhar isto aqui no ambiente metareciclagem. Porque, se não partilho não dá para as pessoas adivinharem o que estou pensando. Ainda que eu tenha uma certa consciência que isto seja uma coisa muito complicada. Porque, onde fica o limite entre o partilhar e o se deixar invadir?

Bem. Enfim. O que quero dizer é que esse lance aqui de Corporate Track tem a ver com isso: Expertise em Lixo Eletrônico atendendo Governos e Corporações. Algumas horas acho que é nisso mais ou menos que o pessoal do lixoeletronico.org pensa como uma forma de contribuir para o bem estar da sociedade. Por outro lado, como nem tudo está claro, acho que não custa falar.

Para mim, só faz sentido interesse comercial numa coisa como estas, se ele caminhar orientado para primeiro para o problema: o bem da humanidade. E aí tem que ter alguma ideologia por trás, não?!

Ou seja. Em algum momento alguém vai estar lucrando com essas coisas. Porque estamos na sociedade do consumo. Mas, se nós temos ação política para estarmos à frente dessa lucratividade sem fundamento, ou seja, fazendo a mesma coisa que esses caras, mas não pelo lucro e sim pelo ideal, aí a coisa é diferente. Muito diferente, não?! Aliás, não vamos estar fazendo a mesma coisa que os caras. Porque não precisa nem ser muito perspicaz para ver que quando um negócio é puramente BUSINESS,  NÃO SE SUSTENTA EM IDEAIS.

O que resta saber é se ideais podem assumir o lugar do business. E assim irmos aos poucos deixando o mundo menos Industrial.

Quem sabe se eu conseguir ainda este ano visitar aquela mineração lá do Rio Grande do Norte (https://lists.riseup.net/www/arc/metareciclagem/2009-04/msg00681.html) eu jogue algo na rede que constitua aliados, quem sabe, quem sabe....

Abraços

 

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Comentários

Exercício de futuro: como será o mundo em 2079?

Acho que aqui tem um pouco mais sobre como poderia ser:

http://www.lne.es/sociedad-cultura/2009/08/03/sociedad-nativo-tecnologic...

O que a Gambiarra soluciona? 

http://desvio.weblab.tk/blog/outros-caminhos :)

Ganhar dinheiro X fazer algo relevante

orlando, uma vez, a daisy grisólia, mentora e grande amiga, me disse que existe um problema no Brasil de achar que trabalho social (ou, no nosso caso, socialmente responsável) não deve ser cobrado. as pessoas tem vergonha de ganhar dinheiro trabalhando em ong. tem que ganhar muito pouco e se sentir bem por estar fazendo coisas realmente relevantes. 

eu não acho que o presidente do greenpeace ganhe pouco. ou da oxfam. ou da ashoka. São organizações que trabalham por ideais, mas que remuneram seus trabalhadores.

talvez por isso seja difícil encontrar um caminho sustentável para iniciativas no br. mesmo no mundo de telecentros, à primeira menção sobre cobrar por serviços provoca uma reação horrorizada de diversos lados.

enfim, tudo isso pra dizer que acho importante ser crítico com essa nossa relação com o dinheiro e o lucro, se não, fica complicado de envolver pessoas. que podem sim ser muito boas, comprometidas, mas que sim, também querem ganhar dinheiro. e isso não necessariamente significa que os valores estão invertidos (que o dinheiro é a motivação e não a consequência).

Combatendo a realidade XX5

Dani,

valeu mesmo você comentar aqui.

Eu já tive vários contatos com versões dessa colocação da tua amiga.  E acho que não está em nada incompatível com o que falei.

O peso talvez da minha fala seja porque tento combater a lógica  dominante com a mesma força que ela me oprime.

Tudo é tão agressivamente assimilado e processado pela lógica da produtividade que eu vou te contar uma estórinha, a do do seu XX5 no fictício ano de 2019. 

Seu XX5, um velhinho de 70 anos,  aposentado com um SM. De repente necessita de cuidados médicos especializados e se dirige a um suposto centro de atendimento público para o caso.  

Neste ano, o sistema de saúde pública já está tão caótico e desmantelado, que seu XX5 é apenas um número, na verdade mais um ativador das micro-receitas que só fazem sentido num sistema de produtividade.

O médico "atendende" 300 velhinhos ao mesmo tempo, "olha-os" um a um sequencialmente em uma sala minúscula e registra  "twitts" de diagnósticos  em seu "diagcaptor". São mais ou menos 5 segundos para cada velhinho e mais 5 para cada twit.  Enquanto isso pelo menos mais 3000 velhinhos estão do lado de fora, num corredor apertadíssmo e mal iluminado, esperando para entrar.... Corta

Já é mais ou menos a décima vez no mês que seu XX5 e seu clone acompanhante vão ao serviço de saúde. O clone ciborgue tem uma uma sensação de que algo está errado, mas, o que eles podem fazer? Essa é a única alternativa que têem.

Mas os sensores ciborgues do clone acompanhante  captam o método. Esses velhinhos passam por alí o máximo de vezes legalmente possíveis  em um determinado período, para que cada passagem gere uma nova parcela de receita. Aliás, o sistema todo é orientado para isto, o que os velhinhos estão fazendo lá e que está registrado em seus protocolos está cheio de desencontros. Mas isso não importa.  Corta

Alguns meses depois....

XX5 clone está em uma lista do cibermundo tentando colaborativamente chegar a um meio de lidar com o sistema. Desmascarar injustiças, divulgar opções etc Mas isto tem que ser feito com muita cautela. Porque nesse tempo, os preconceitos e privilégios estão ainda mais presentes nas relações sociais. Ainda que tudo agite para todos os lados a bandeira da liberdade....

continua....

 

mais XX5

Eu fico pensando, por que será que toda história sobre o futuro é meio catastrófica? :)

Como seria a história "perfeita" do XX5? Como seria o futuro ideal?

Na verdade, pensando um pouco mais nessa pergunta, acho que ela é bem relevante. Quero dizer, a proposta da Gambiarra não é realmente fazer Gambiarra, mas afirmar a Gambiarra como solução.

Onde está a continuação da história? ;)

XX5 é Catástrofe

A continuação você já começou a escrever. :)

Futuro? Catástrofe? Ideal?

Atemporal. Focado. Possível.

E o que a Gambiarra soluciona?