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dom, 26/09/2010 - 20:02

Pozimi - o processo

Lançamos anteontem a edição de inverno do MutSaz, inspirado por Pozimi. Pela primeira vez eu participei do processo de diagramação do material. Olhando para as edições anteriores, eu sentia falta de ter versões diferenciadas para ver na tela, imprimir e acessar em dispositivos portáteis. E chato como sou, sempre via algum problema no resultado final: ou arquivo pesado, ou ilegível, ou difícil para imprimir em casa. Nas últimas semanas eu já vinha pesquisando plataformas e softwares livres para diagramação, e parecia uma boa oportunidade de fazer alguns testes mais concretos.

Depois que terminamos a blogagem coletiva e que a Mariel revisou todos os textos, comecei a montar a publicação no Lyx. Comecei pelas configurações do documento: escolhi a classe KOMA-Script book. Deixei a Times Roman como fonte padrão. Configurei o espaçamento para 1,5 linha. Para a primeira versão, usei o formato A5, vertical. Mudei o idioma para português. Nas opções de PDF, selecionei o suporte hyperref, preenchi os metadados, selecionei as três opções de hiperligações. No preâmbulo latex, adicionei os seguintes parâmetros:

\date{ }

\usepackage{microtype}

O primeiro para não inserir automaticamente a data na página de título, e o segundo para usar o pacote microtype, que harmoniza um pouco o espaçamento da fonte. 

Fiz a separação de cada capítulo usando os estilos capítulo, autor e endereço direita (para a URL). Transformei todas as URLs de posts em links. Também em cada um dos links que havia no meio dos textos, criei notas de rodapé hiperlinkadas. Nos títulos dos textos de abertura Sintonizando a estação e Chamada eu usei o estilo Capítulo*, que evita com que eles sejam numerados e entrem no Sumário.

Transformei todas as imagens em EPS, já no tamanho final que desejava. Sília mandou uma linda versão de corpo inteiro de Pozimi. Demorei um monte para conseguir posicionar a imagem na capa e também a página de créditos.  Era uma ilustração sangrada, que não consegui fazer de maneira nenhuma - o Lyx insiste em me obrigar a criar margens brancas, o que não faz muito sentido para publicações online. Aparentemente, o Lyx é bom para fazer o miolo, mas não as capas. No fim das contas, a Silia me mandou imagens sem as bordas, o que facilitou uma gambi por ali. Mesmo assim, precisei tomar algumas medidas nas duas páginas com imagens (e depois na contracapa, também com uma imagem):

  • Inseri o ERT (evil red text)
    • \thispagestyle{empty}
  • Criei um float de imagem e deletei a legenda
  • Dentro do float, inseri o ERT
    • \centerline{
  • Inseri a imagem
  • Depois da imagem, inseri o ERT
    • }

Usei os estilos Título para o nome da publicação, Data para data e versão e Editores para o link mutgamb.org.

No primeiro artigo inseri mais ERT para definir a numeração de páginas, porque a página de rosto/título não é contada automaticamente (vai entender):

\setcounter{page}{4}

Durante todo o processo, fui mandando para a Sília e o pessoal envolvido, sempre gerando PDFs para visualização. Ainda precisei cortar algumas linhas manualmente para evitar desalinhamentos.

Depois que fechamos a versão A5, passei para montar as outras versões. Comecei com a versão telacheia. Escolhi uma fonte sem serifas (Latin Modern Sans) com tamanho-base 12, configurei o documento com 30cm x 20cm na horizontal, estabeleci as margens (15mm em cima, 10mm em todos os outros lados). Nas propriedades PDF, mandei abrir em tela cheia. No preâmbulo LaTeX, adicionei o seguinte parâmetro para utilizar o pacote multicol, que permite posicionar o texto em mais de uma coluna:

\usepackage{multicol}

Antes do primeiro artigo, inseri o ERT para correr o texto em duas colunas a partir dali:

\begin{multicols}{2}

Ao fim do último artigo e antes da contracapa, encerrei a parte em duas colunas com esse ERT:

\end{multicols}

Depois aumentei o tamanho de todas as imagens no meio do texto, para ficarem mais equilibradas na tela. 

Depois parti para a versão para impressão em casa. Configurei de novo para fonte padrão Times Roman com corpo 12. Nas propriedades do PDF, tirei as "cores de links".

Para a versão que seria transformada em diversos formatos de ebook, peguei a versão A5, exportei como LaTeX. Depois usei um script para transformar de tex em html. Adicionei o arquivo HTML à biblioteca do Calibre e mandei exportar para um monte de formatos: epub, mobi, fb2 e txt. Alguns deles deram problemas de espaçamento e quebra de linhas, mas isso fica pra resolver no futuro. Já aproveitei e subi o arquivo PDF A5 para serviços como o Issuu e Scribd. Tentei subir para o Bookess, mas não deu certo - o sistema diz que o livro está sendo atualizado (há dois dias!).

Os resultados podem ser vistos (e baixados) no site MutGamb:

http://mutgamb.org/mutsaz/2010/Pozimi

 

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Comentários

Obrigado

Parabéns pelo resultado final e obrigado por todo trabalho e dedicação. Seria interessante, em um futuro trabalho, rastrear o que dali foi feito (pelos autores) em software livre e o que foi feito em software proprietário. Digo: todos autores usaram Gimp ou outro SL para edição de imagens em suas casas? E o que foi feito em SL na edição dos textos, em casa? E o que não foi?

Se bem que não sei se o MutGamb é o local para estes questionamentos... Espera-se que todos - ou pelo menos a maior parte das pessoas envolvidas tenham essa preocupação (ou nem tenham mais pois já são usuárias de SL há tempos)... Nesse caso, fico me sentindo um herege usando Mac...