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Blog de felipefonseca

dom, 11/08/2013 - 19:20

Infralógica - reunião

Dando sequência à conversa sobre a infraestrutura de comunicação da rede MetaReciclagem, nos reunimos na noite de quarta-feira passada no canal IRC #metareciclagem do freenode.org. Estivemos presentes e conversando efeefe, iuriguilherme, B3ZN05, deniszubieta, josenetomg, simba_, elenaralelex e adr___, acompanhados ainda de alguns usuários inativos e robôs.

A reunião serviu como um primeiro momento de contato e levantamento de caminhos para avançar. Falamos sobre o elgg/lorea, sobre a necessidade de desenvolver uma política de governança e sustentabilidade para uma eventual nova infralógica. Pensamos em configurar um piloto de rede lorea para a metareciclagem para experiências - contribuindo com o esforço de desenvolvimento da plataforma, mas também adaptando-a para algumas de nossas particularidades. Sugeriu-se investigarmos a possibilidade de criar um metagrupo que se comunique através dos outros, e falou-se sobre a necessidade de atenção especial a arquitetura de informação e experiência de uso, como fizemos com o site da metareciclagem em drupal (ver os anexos no fim da página aqui).

Até o momento, minha sugestão pessoal é que criemos uma instalação do lorea em algum subdomínio da metareciclagem.org, documentando extensivamente cada etapa do processo (documentação esta que será disponibilizada publicamente) e passemos a fazer testes em cima dela. Mas antes de começar, quero conversar mais e entender se esse é realmente o melhor caminho.

Log completo segue em anexo.

2355 leituras
qua, 31/07/2013 - 23:55

Limpando as teias

O site da MetaReciclagem tem uma história. Seu formato atual é fruto de uma série de discussões que marcaram um episódio importante da vida da rede. Mas hoje ele parece um prédio abandonado: mostra aqui e ali traços de tempos passados. Existe ainda um ou outro habitante eventual. Mas está longe de cumprir a ambição que já teve, de refletir um pouco das dinâmicas da rede, atrair a documentação de ações e proporcionar a articulação de projetos.

A própria MetaReciclagem também mudou bastante nos últimos anos. O processo do fim do mundo foi bastante significativo. Na minha leitura, ele denotou o esgotamento da tentativa de criar uma só voz para a rede, de tentar encontrar uma coerência não só para as opiniões mas para o próprio sentimento de pertencimento, para as multiplicidades e as constantes mudanças desse boteco feito de vapor. Me parece significativo também que eu escreva este post no blog do mutgamb, e não na conectaz da infralógica. Sinto até alguma culpa, como se estivesse desistindo de algo. Mas sei que não estou sozinho (na verdade, estaria sozinho se insistisse no contrário). Tão culpado me senti, que mudei de ideia e resolvi publicar no site atual da rede mesmo.

Ainda assim, não acho que a MetaReciclagem tenha desaparecido. Eu continuo chamando muito do que faço de MetaReciclagem, e trocando com outras pessoas - e para mim isso já é sinal de existência da rede, ainda que bem menos estruturada do que já imaginei. As conversas, tenho certeza, continuam acontecendo. Só que estão espalhadas e fragmentadas. Na melhor das hipóteses, as pessoas estão documentando as ações em seus próprios blogs e wikis. Na pior, como todxs sabemos, estão usando as grandes redes sociais corporativas - onde não podem ter nenhuma certeza de que suas informações vão continuar disponíveis amanhã.

É por essas e outras que eu e Adriano Belisário estamos propondo, através do MutGamb, debater e planejar os caminhos futuros para uma infralógica da MetaReciclagem. Queremos descobrir se é viável reinserir a MetaReciclagem na busca de soluções autônomas e seguras para a comunicação entre grupos, para a documentação de ações e para a articulação de atividades colaborativas.

Colo abaixo um pequeno texto que rabisquei pensando nessas questões.

A ideia de uma infraestrutura autônoma que funcionaria como espaço de identidade e documentação para ações e projetos, além de promover o intercâmbio entre as diferentes iniciativas, sempre habitou o imaginário da rede MetaReciclagem. Ao longo da última década, fizemos um série de experiências nesse sentido. Foram pelo menos quatro gerações de servidores, e talvez uma dezena de combinações de serviços de rede, CMSs e websites. Esses serviços sempre funcionaram como espaços de memória e articulação, mas em todas suas encarnações faltavam muitas coisas.

Por volta de 2009, quando ganhamos o Prêmio de Mídia Livre, decidiu-se dividir a aplicação dos recursos em algumas áreas: o que veio a se tornar MutGamb como esforço de documentação no sentido de oferecer uma alternativa narrativa para a demanda de explicitação de algum tipo de limite (ainda que fluido) para a MetaReciclagem; o eixo MetaRecursos / MicroReciclagem que pretendia oferecer orientação para projetos em busca de recursos, além de promover um programa de microfinanciamento de ações de MetaReciclagem; e por fim a Infralógica, que configuraria uma série de ações para melhorar as ferramentas de comunicação da rede.

Desde meados de 2007, já havíamos trocado praticamente todos os sites que tínhamos simultaneamente antes (um site estático em HTML, um planet, uma instalação coletiva de wordpress-mu, um moodle, um scuttle, talvez outros) por um site em drupal (só mantivemos o scuttle, administrado até hoje pelo wille em um servidor separado). À época, muitas iniciativas de MetaReciclagem haviam se atomizado - criavam seus próprios blogs, mas não dialogavam entre si nem pela lista nem por outras ferramentas. A aposta no drupal estava naturalmente relacionada à familiaridade com o sistema que alguns de nós tínhamos. Mas era também uma tentativa de integrar grande parte das necessidades da rede em um sistema integrado e abrangente. É possível que tenha sido nessa época que tentamos criar um vocabulário comum (esporos, conectazes, infralógica, etc.). De certa forma, me parece que tudo isso foi uma busca por integração de ações que se denominavam MetaReciclagem, na sequência de uma perda de identidade depois que muitxs de nós havíamos trabalhado em grandes projetos de governo, oferecido oficinas, feito experiências diversas. Existia ali uma posição algo paradoxal: para reforçar a importância das ações espalhadas pelo Brasil, o site assumia uma grande centralização: o wiki foi jardinado (até certo ponto), as ferramentas todas tinham uma interface comum, a administração e manutenção do site ficaram na minha mão. Centralização para criar espaço comum, e possibilitar que as pontas se apropriassem dele. Foi uma aposta, que não sei dizer se estava certa.

Esse impulso inicial em busca de articulação e criação de base comum influenciaria grande parte do que tentaríamos fazer depois de receber o prêmio Mídia Livre. A partir de 2009, então, organizamos um grupo de trabalho que alcançou algumas coisas: saiu da aletta (servidor mantido pelo descentro) que então já mostrava sinais de exaustão, padronizou a instalação e atualizou a versão do drupal para uma mais recente; fez um estudo de recursos do site, interface e usos; otimizou uma série de detalhes; desenvolveu um frontend e telas; montou um theme do drupal. Havia um questionamento sobre a pertinência de continuarmos imaginando a lista como espaço privilegiado de interação, quando sabíamos que os emails condicionam as conversas a um determinado tipo de retórica e impostação que já ficavam ultrapassadas para a molecada que chega hoje na rede. Ficava claro também que a lista era também um espaço complicado para se pensar em arquivo, memória e busca. Fizemos um monte de reuniões via IRC, alguns encontros presenciais de trabalho, uma reunião no Bailux durante o Encontrão Transdimensional. Algumas pessoas trabalharam para implementar aquelas mudanças iniciais, e elas deram uma nova cara para o site.

Havia muitos outros planos, mas fomos atropelados por uma série de coisas. As duas mais difíceis foram o falecimento de dpadua no fim de 2009, e o desaparecimento de mais de um terço dos recursos do prêmio por dificuldades com a associação proponente. Essas duas situações imobilizaram tanto o eixo Infralógica quanto o MicroReciclagem. MutGamb encontrou caminhos, no ano seguinte ganhou a segunda edição do Prêmio e o resto todxs que leem isso já conhecem. Já a Infralógica perdeu aquele ímpeto inicial, e hoje nem seria adequado tentar retomar do ponto onde paramos. Além de toda a transformação no cenário, no papel das ferramentas colaborativas e nos recursos técnicos disponíveis, a própria MetaReciclagem passou por uma profunda virada do avesso, com todo o processo do MutGamb Fim do Mundo.

Me parece que hoje em dia não faz mais sentido almejar um vocabulário e uma infraestrutura focados na integração ou no reforço do comum. A MetaReciclagem ganhou tração como uma espécie de força pendular - as pessoas por vezes se aproximam, se identificam, organizam encontros e usam esse nome; e outras vezes se afastam, fragmentam - e isso é adequado às condições de hoje. Mas o site atual não reflete isso. A intenção deste projeto é propor e buscar caminhos mais apropriados (pessoas, recursos, tecnologia) para implementá-los.

Hoje, mais do que nunca (e ainda mais reforçado pela paranoia pós-Snowden), parece ser a hora de retomar a importância de ter uma infraestrutura autônoma, gerenciada coletivamente, que possibilite a diversidade e ofereça segurança e estabilidade para as pessoas e grupos fazerem suas próprias articulações e documentação. É importante buscar a possibilidade de hospedar o sistema em algum servidor (ou mais de um) no Brasil. É importante documentar as soluções técnicas, compartilhar o código, explicar as decisões conceituais, garantir a governança do sistema.

No caminho vamos descobrir se essa conversa toda é relevante para mais alguém. Se for, ótimo: vamos precisar de ajuda de todas as pessoas que tenham algo a contribuir. Senão, pelo contrário, também é bom saber: largamos a nau ao vento e seja o que o futuro quiser.

1869 leituras
sex, 01/03/2013 - 01:52

WSL - Workshop de Software Livre no FISL

Repercutindo por aqui... foi estendido o prazo para envio de trabalhos do Workshop de Software Livre, evento "científico" que vai acontecer durante o FISL. Eu vou enviar um trabalho, e acho que seria uma boa oportunidade para fazer uma reunião do grupo AcademiaLivre da MetaReciclagem. Bora?

Mais info aqui. Envio abaixo também a descrição e chamada de trabalhos.

Apresentação

Para além das pioneiras comunidades de compartilhamento de software criadas em torno do Unix e da comunidade de hackers do Emacs, o desenvolvimento de Software Livre e de fonte aberta (FOSS) tem crescido exponencialmente, seguindo a popularização e ampla disseminação do uso de computadores pessoais e da Internet. Não apenas as comunidades FOSS se expandiram globalmente, mas também o corpo de literatura a seu respeito, tornando-se extremamente relevante para cientistas e engenheiros da computação, bem como para pesquisadores das ciências humanas. Na última década, a pesquisa em FOSS consolidou-se em torno de questões como motivações individuais, práticas colaborativas, questões de escala, governança e coordenação de esforços de desenvolvimento, assim como em torno de problemas de economia política envolvendo o estudo de modelos econômicos e formas de mobilização política em torno do Software Livre.

Nosso principal objetivo nesse workshop é avaliar o estado da arte da pesquisa interdisciplinar, explorando aspectos técnicos, legais, socioeconômicos e culturais do FOSS. Deteremo-nos sobre os tópicos de pesquisa mencionados, discutindo contribuições recentes à literatura. Convidamos pesquisadores de qualquer disciplina acadêmica nos tópicos seguintes e assemelhados a submeterem seus artigos:

- Licenciamento e aspectos legais relacionados, disputas de direito autoral, patentes de software, adequação à GPL, propriedade individual ou coletiva de código;

- Engenharia de Software Livre, desenvolvimento de metodologias, métricas de código-fonte e avaliação da qualidade de software;

- Estudos culturais, sociais e econômicos envolvendo abordagens qualitativas e quantitativas de comunidades ativistas e de desenvolvimento;

- Estudos de caso: análise aprofundada de casos de implementação, migração, sucesso ou fracasso de projetos de FOSS em várias partes do mundo;

- Expansão e transformação do Software Livre em curso: para além do desenvolvimento de software e em direção à Cultura Livre, Hardware Aberto, Open Access, jornalismo online independente e projetos colaborativos baseados na Internet.
Sobre o FISL e o WSL

O Workshop Internacional de Software Livre (WSL) é um evento científico que acontece no âmbito do Fórum Internacional Software Livre (FISL). Desde 2000, o FISL é organizado por ativistas do software livre em Porto Alegre, Brasil, e representa uma das maiores e mais importantes conferências de FOSS do mundo.

O WSL aceita papers advindos de diferentes tradições disciplinares, oferecendo oportunidade para professores, pesquisadores, estudantes e outros profissionais de apresentarem e discutirem pesquisas originais desenvolvidas em centros de pesquisas, empresas e universidades que usam, disseminam e/ou refletem criticamente sobre FOSS em seus aspectos técnicos, legais, socioeconômicos e culturais.
Informações para os Autores

   - Os papers devem ser escritos em Inglês, Português ou Espanhol
   - Os papers devem conter no máximo 20 páginas impressas, incluindo resumo, figuras e referências
   - As submissões devem ser feitas em PDF (utilizando o template da SBC: http://tux.gseis.ucla.edu/template_SBC/)
   - Os papers devem ser enviados por email a luisfelipe/*/arroba/*/ucla.edu

Os papers serão avaliados por pareceristas acadêmicos com experiência de pesquisa em FOSS, considerando seu conteúdo técnico e relevância para o workshop. Todos os papers aceitos serão publicados nos anais do WSL e estarão disponíveis em um repositório aberto contido na página da comunidade WSL (http://softwarelivre.org/wsl) sob a licença Creative Commons Attribution 3.0 unported (CC-BY-3.0).

Para os papers redigidos em co-autoria, os autores deverão definir um apresentador para o WSL. O apresentador receberá um código promocional para registrar-se gratuitamente no FISL. Despesas de hospedagem e acomodação não serão pagas pelo FISL ou pelo WSL.
Datas Importantes

   - Prazo para submissão dos textos:
     Dia 20 de fevereiro de 2013 15 de março de 2013

   - Divulgação dos papers aceitos:
     Dia 29 de abril de 2013

   - Fórum Internacional Software Livre (FISL), Porto Alegre, Brasil
     De 3 a 6 de julho de 2013

   - Workshop Software Livre (WSL), Porto Alegre, Brasil
     De 4 a 5 de julho de 2013
 

Comitê Organizador

Coordenador Geral
   Carlos D. Santos (Universidade de Brasilia, Brazil)
Coordenador de Programa
   Luis Felipe R. Murillo (University of California, Los Angeles, USA)
Coordenador de Publicações e Organização Local
   Paulo Meirelles (Universidade de Sao Paulo, Brazil)
Coordenadores de Publicidade
   Imed Hammouda (Tampere University of Technology, Finland)
   Gregorio Robles (Universidad Rey Juan Carlos, Spain)
   Rafael Evangelista (Universidade Estadual de Campinas, Brazil)
   Veronica Xhardez (Flacso/CONICET - SoLAr, Argentina)
   Yuri Takhteyev  (University of Toronto, Canada)

Comitê de Programa

   Ana Cristina Matte (Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil)
   Andre Leme Fleury (Universidade de Sao Paulo)
   Anthony Wasserman (Carnegie Mellon University, USA)
   Antonio Terceiro (Universidade Federal da Bahia, Brazil)
   Célia Ralha (Universidade de Brasilia, Brazil)
   Christiana Freitas (Universidade de Brasilia, Brazil)
   Christopher Kelty (University of California, Los Angeles, USA)
   Daniel Batista (Universidade de Sao Paulo, Brazil)
   Fabio Kon (Universidade de Sao Paulo, Brazil)
   Gabriella Coleman (McGill University, Canada)
   Islena Garcia (Universidade Estadual de Campinas, Brazil)
   Jelena Karanovic (New York University, USA)
   Lilly Nguyen (University of California, Los Angeles, USA)
   Masayuki Hatta (Surugadai University, Japan)
   Tim Davies (University of Southampton, UK)
   Stefan Koch (Bogazici University, Turkey)

2278 leituras
sex, 30/11/2012 - 15:34

Academia Livre

Voltando a dar um pouco de atenção a este site... criei um grupo chamado "Academia Livre" para reunir pessoas interessadas em pesquisa estruturada ligada aos universos metarecicleiros...

2635 leituras
ter, 18/09/2012 - 10:42

Mídia zumbi

Encontrei aqui:

1) Somos contra a ideia de mídias mortas. Apesar de a morte da mídia poder ser útil como tática para opor-se ao diálogo que foca somente na novidade das mídias, acreditamos que as mídias nunca morrem. A mídia pode desaparecer em um sentido popular, mas nunca morre: ela decai, apodrece, reforma-se, remixa-se, e torna-se historicizada, reinterpretada e colecionada. Ou ela se torna resíduo no solo e no ar como mídia morta concreta, ou então é reapropriada por metodologias artísticas e fuçadoras ["tinkering"].

2) Somos contra a obsolescência programada. Como base da ecologia mental de circulação de desejos, a obsolescência programada mantém um impulso de morte ecologicamente insustentável que está destruindo nossos meios de vida.

3) Propomos uma despontualização das mídias e a abertura, entendimento e raqueamento de sistemas ocultos e caixas-pretas: seja como produtos de consumo ou arquivos históricos.

4) Propomos a arqueologia das mídias como metodologia artística que segue as tradições de apropriação, colagem e remix de materiais e arquivos. A arqueologia de mídias obteve sucesso em escavar histórias de mídias mortas, ideias esquecidas, alianças e narrativas menotres, mas agora é hora de desenvolvê-la de forma textual em uma metodologia material que leva em conta a economia política da cultura de mídia contemporânea.

5) Propomos que o reuso é uma dinâmica importante da cultura contemporânea, especialmente dentro do contexto do lixo eletrônico. "Se fecha facilmente, deve abrir facilmente". Concordamos que a cultura aberta e de remix deveria se estender a artefatos físicos.

1601 leituras
sab, 19/05/2012 - 00:26

Vaquinha - resultados parciais

No começo da semana, lançamos uma vaquinha para ajudar a realização do EncontraoHiperTropical, que acontece na semana que vem em Ubatuba. Até o momento, já arrecadamos R$ 500 de contrapartida em infraestrutura para a Fundação Alavanca (oferecida pelo projeto Ubalab), algum recurso (ainda a definir) para a reunião de trabalho do Mutgamb que vai acontecer por lá, além de R$ 1859 em doações pessoais (mais ou menos metade em doações online e a outra metade prometida para ser entregue em espécie durante o Encontrão), oferecidas por:

  • Conectiva;
  • Felipe Cabral;
  • Jeraman;
  • Bruno Vianna;
  • Dalton e os Brother;
  • Regis Bailux;
  • Drica Guzzi;
  • Daisy Braun;
  • Hernani Dimantas;
  • Ricardo Poppi;
  • Paulo Bicarato;
  • Hudson Augusto;
  • Leo BR.

Marcelo Bueno e Roque Gonzalez ofereceram apoio direto: hospedagem e mantimentos.

Para realizar tudo que queremos durante o Encontrão, ainda precisamos mais. Gostaríamos de chegar à sexta-feira que vem com oito mil reais em doações, mas sabemos que é uma longa corrida. Temos, é claro, planos alternativos - conseguiríamos fazer o Encontrão mesmo sem nenhum dinheiro. Mas quanto mais arrecadarmos, mais poderemos cobrir os custos que as pessoas vão ter para chegar a Ubatuba e ficar por lá. Ainda não descartamos, também, a presença do Busão Hacker, mas para isso precisamos acelerar as doações. Vamo lá pessoal, libera aquele vintão que já faz alguma diferença!

Enquanto isso, a programação do Encontrão está aparecendo.

4672 leituras
sab, 21/01/2012 - 14:18

Access Space

Nossos primos britânicos do Access Space fizeram um timelapse sobre dois dias de trampo por lá. Parece a rotina metarecicleira (não por acaso):

Now with added pizza! - Timelapse Video of Access Space Mega Recycle Mid-Weekend, March 2011 - V2 from Richard Bolam on Vimeo.

2228 leituras
qua, 02/11/2011 - 14:16

Encontrinho em Sampa

A expressão popular "vai até chover" é geralmente associada a eventos raros. Foi o caso do Encontrinho de MetaReciclagem que aconteceu em São Paulo em 15 de outubro. Aproveitamos a sobreposição das várias agendas - algumas pessoas estavam na cidade para o Fórum da Internet, outras participariam de um debate sobre Lixo Eletrônico e Economia Solidária que o Mbraz organizava em Osasco. Organizamos o Encontrinho no SESC VIla Mariana, onde alguns de nós ajudamos a montar a exposição Pedaços da Terra.

Perto do meio-dia, a chuva castigava São Paulo, daquele jeito - ruas alagadas, farois piscando, pouca gente na rua. Às 14hs, horário combinado através da lista, começamos a chegar. Confesso que naquele momento achei que seríamos 2 ou 3. Mas foi chegando gente e chegando gente... algumas pessoas que eu nunca tinha encontrado pessoalmente, como o Vilmar e a Vanessa (e o Fabrício, que eu tinha conhecido dois dias antes), além de mais um monte de amigxs que há muito não revia - inclusive algumas celebridades do bando metarecicleiro ;)

Logo chegou Tati com comidas, bebidas e os imbatíveis brigadeiros no copinho acompanhados de chá de hortelã (pra facilitar a digestão). Regis trouxe presentes dos Pataxó de Porto Seguro.

Encontrim

Na foto: Felipe Cabral, Hernani Dimantas, Glauco Paiva, Vilmar Simion, Andrea Saraiva, Regi, Marcelo Braz, Vanessa, Regis, Fabbri, Sília Moan, Tati Prado, Kiki Mori e Fabricio Muriana. Eu estou atrás da câmera ;)

Nos apresentamos uns aos outros, uma vez mais. Conversamos sobre um monte de coisas - a rede, identidade, próximos encontros, Política de Resíduos Sólidos, projetos e aspirações. Levantamos questões. Nos reconhecemos.

O saldo positivo foi que nos dias seguintes a lista começou a esquentar de novo. Estamos aí, sempre requentando essa rede que insiste em continuar.

Até a próxima... e não esqueçam: maio de 2012 é Encontrão Hipertropical, aqui em Ubatuba!

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ter, 25/10/2011 - 11:18

Uma chamada ao exército do amor e ao exército do software

12 de Outubro de 2011

Por Franco Berardi e Geert Lovink

Tradução colaborativa por Felipe Cabral, Renato Fabbri, Iuri Guilherme dos Santos Martins, Felipe Fonseca e Naldinho Motoboy.

Original aqui.

A luta contra a Ditadura Econômica [1] está em erupção.

Os chamados “mercados financeiros” e seus serviços cínicos estão destruindo os fundamentos da civilização social. O legado do compromisso do pós-guerra entre a classe operária e a burguesia progressista está longe de desaparecer. Políticas neoliberais estão cortando custos da educação e do sistema de saúde pública e derrubando o direito a um salário e uma pensão. O resultado será o empobrecimento de grande parte da população, a precariedade das condições de trabalho (freelances em alta, contratos de curto prazo, períodos de desemprego) e a humilhação diária dos trabalhadores. O efeito da crise financeira ainda poderá ser visto através da violência, com pessoas evocando bodes expiatórios [2] e expalhando raiva aos quatro ventos. Limpeza étnica, guerra civil, a obliteração da democracia. Este é um sistema que chamamos o Nazismo Financeiro: FINAZISMO.

Agora mesmo, as pessoas estão lutando em muitos locais e de muitas maneiras. O Occupy Wall Street inspirou uma mobilização em massa em Nova Iorque, que está se expandindo pelos Estados Unidos a cada dia. Na Grécia, trabalhadores e estudantes estão okupando a Praça Syntagma e protestando contra a extorsão do Banco Central Europeu, que está devastando o país. Cairo, Madrid e Tel Aviv: a lista dos movimentos de praças está proliferando. Em 15 de outubro, cidades ao redor do mundo irão [2] lotar com pessoas protestando contra o roubo sistêmico.

Será que nossas demonstrações e ocupações vão parar a máquina Finazista? Não. A resistência não vai resistir, e nossa luta não vai parar os crimes legais. Vamos ser francos, nós não vamos persuadir nossos inimigos a parar seus ataques predatórios (‘vamos lucrar ainda mais com a pŕoxima queda’) pela simples razão de que nossos inimigos não são seres humanos. Eles são máquinas. Sim, seres humanos – gerentes, acionistas, negociadores – estão guardando o dinheiro que nós estamos perdendo, e predam os recursos que os trabalhadores produzem. Políticos assinam leis que entregam as vidas de milhões de pessoas para o Deus Todo-Poderoso do Mercado.

Banqueiros e investidores não são os verdadeiros tomadores de decisões, eles são participantes em uma economia de confusão gestual. O real processo do poder predatório se tornou automatizado. A transferência de recursos e riqueza daqueles que produzem para aqueles que não fazem nada a não ser observar os padrões abstratos de transações financeiras está embutida na máquina, no software que controla a máquina. Esqueça os governos e os partidos políticos. Estes fantoches que fingem ser líderes estão de conversa fiada. A opção paternalista que eles oferecem através de ‘medidas austeras’ enfatiza um cinismo galopante inerente aos partidos políticos: todos eles sabem que perderam o poder para o modelo de capitalismo econômico há anos. Desnecessário dizer que a classe política está ansiosa para controlar e sacrificar os recursos sociais do futuro através de cortes de orçamento para ‘satisfazer os mercados’. Pare de dar ouvidos a eles, pare de votar neles, pare de pular de raiva e amaldiçoá-los. Eles são apenas cafetões, e a política está morta.

O que deveríamos fazer? Viver com a violência Finazista, curvar-nos à arrogância dos algoritmos, aceitar a exploração crescente e o declínio dos salários? Não. Vamos lutar contra o Finazismo, pois nunca é tarde demais. Neste momento, ele está vencendo por duas razões. Primeiro, porque perdemos o prazer de estarmos juntos. Trinta anos de precariedade e competição destruiram nossa solidariedade social. A virtualização das mídias destruiu a empatia entre os corpos, o prazer de tocar o outro e o prazer de viver no espaço urbano. Perdemos o prazer no amar, por muito tempo devotado ao trabalho e às exigências virtuais. [ 3 ]  O grande exército do amor tem que acordar. Segundo, porque nossa inteligência tem sido submetida ao poder dos algoritmos em troca de um punhado de dinheiro de merda e de uma vida virtual. Por um salário miserável quando comparado aos lucros dos chefes de corporações, um pequeno exército de softwaristas estão aceitando a tarefa de destruir a dignidade humana e a justiça. O pequeno exército de programadores tem que acordar.

Há apenas uma maneira de acordar o amante que está escondido em nossos paralisados, assustados e frágeis corpos virtualizados. Há apenas uma maneira de acordar o ser humano que está escondido na vida diária miserável do softwarista: tomar as ruas e lutar. Queimar bancos é inútil, pois o poder real não está nas construções físicas, mas na conexão abstrata entre números, algoritmos e informação. Porém, ocupar bancos é bom como um ponto de partida para um processo de longo prazo de desmantelamento e re-escrita dos autômatos tecno-linguísticos que estão escravizando todos nós. Esta é a única política que conta. Alguns dizem que o movimento Occupy Wall Street não tem demandas claras e uma agenda. Esta observação é ridícula. Como no caso de todos os movimentos sociais, os contextos políticos e motivações são diversos, mesmo difusos ou muito frequentemente contraditórios. O movimento de ocupação não seria melhor com demandas mais realistas.

O que é emocionante agora é a multiplicidade de novas conexões e compromissos. Mas ainda mais emocionante é encontrar maneiras que podem pôr em marcha o “êxodo” coletivo da agonia capitalista. Não vamos falar sobre a “sustentabilidade” do movimento. Isto é chato. Tudo é transitório. Estes eventos de combustão rápida não nos ajudam a superar a depressão diária. Ocupar as praças e outros espaços públicos é uma forma de responder à curta duração das manifestações e passeatas. Estamos aqui para ficar.

Não estamos demandando uma reforma do sistema financeiro global ou do Banco Central Europeu. O retorno às moedas nacionais do passado, tal como requisitado pelos direitistas populistas, não irá tornar os cidadãos comuns menos vulneráveis às especulações monetárias. Um retorno à soberania do Estado também não é uma solução, e muitas pessoas já percebem isto. A demanda por mais intervenção, controle e supervisão dos mercados é um gesto desesperado. A verdadeira questão é que os humanos não estão mais no comando. Precisamos desmantelar as próprias máquinas. Isto pode ser feito de uma maneira muito pacífica. Hackear seus sistemas, publicar seus crimes através de iniciativas como o Wikileaks [ 4 ] e então deletar suas redes assassinas de negócios em tempo real, para sempre.

Mercados financeiros são feitos da política de velocidade e desterritorialização. Mas nós conhecemos  suas arquiteturas e vulnerabilidades. O mundo financeiro perdeu sua legitimidade. Não há mais consenso global de que o ‘mercado’ está sempre certo. E esta é nossa chance de agir. O movimento deve responder à altura. Desativar e reprogramar o software financeiro não é um sonho de uma sabotagem ludita da máquina. Regulação do mercado não irá fazer o serviço, apenas autonomia e auto-organização dos programadores pode desmantelar os algoritmos predatórios e criar programas de auto-empoderamento para a sociedade.

O intelecto geral e o corpo social erótico devem se encontrar nas ruas e nas praças, e unidos irão quebrar as cadeias do Finazismo.

Notas de tradução:

[ 1 ] No texto original o termo usado é “Ditadura Financeira”. No entanto, José Saramago, durante o documentário “Janela da Alma” já havia conceituado esse fenomeno como Ditadura Econômica, portanto acho mais prudente utilizá-lo aqui.

[ 2 ] É sempre importante lembrar a explicação e as implicações do significado do termo Bode Expiatório (com x). O bode expiatório era um animal que era apartado do rebanho e deixado só na natureza selvagem como parte das cerimônias hebraicas do Yom Kippur, o Dia da Expiação, a época do Templo de Jerusalém. Este rito é descrito na Bíblia em Levítico, capítulo 16.  Em sentido figurado, um “bode expiatório” é alguém que é escolhido  arbitrariamente para levar (sozinho) a culpa de uma calamidade, crime ou  qualquer evento negativo (que geralmente não tenha cometido). A busca  do bode expiatório é um ato irracional de determinar que uma pessoa ou  um grupo de pessoas, ou até mesmo algo, seja responsável de um ou mais  problemas sem a constatação real dos fatos. A busca do bode expiatório é um importante instrumento de propaganda. Um clássico exemplo são os judeus durante o período nazista, que eram apontados como culpados pelo colapso político e pelos problemas econômicos da Alemanha.  Atualmente, o uso de bodes expiatórios é cada vez mais combatido e,  quanto esta tendência é levada ao seu extremo, podem ser criadas regras  sociais de controle da linguagem, como no caso do politicamente correto.

[ 3 ] No caso do Brasil, vale destacar a iniciativa do Olimpicleaks ( http://olimpicleaks.midiatatica.info ), plataforma colaborativa para a publicação de documentos oficiais escondidos e materiais que detalham as reconfigurações do Rio de Janeiro para os mega-eventos globais, focando nos autoritários casos de remoções forçadas e ilegais. Antes escondidos, estes documentos agora estão digitalizados e disponíveis ao público

[ 4 ] Apesar de reconhecer a importância da tecnologia digital para a mobilização social, percebe-se que os autores não se desfazem do mito de que a Internet e comunicação eletrônica por si só afastam as pessoas.

1889 leituras
sab, 10/09/2011 - 01:53

CKEditor

Há algumas horas fui atualizar a página da Agenda da MetaReciclagem e incorri de novo em um bug que já tinha enfrentado há algum tempo - a página simplesmente não registrava nenhuma das alterações que eu fazia. Decidi fazer o mesmo que em outro site há algumas semanas: larguei o FCKeditor e instalei seu sucessor, o CKEditor. A instalação foi tranquila, seguindo o README: instalar o módulo, o editor e o ckfinder para upload de arquivos. Além de ter menos bugs e um visual mais bonitinho, o CKEditor tem recursos interessantes como a visualização em tela cheia.

2852 leituras
Conteúdo sindicalizado