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qui, 21/01/2016 - 00:47

Servindo arquivos com ipfs

breve tutorial sobre como servir arquivos com ipfs (InterPlanetary File System), protocolo que a meu ver tem potencial para substituir em um futuro próximo o http

de forma parcial e resumida, o ipfs é uma mistura de git com torrent, então vou assumir certa familiariedade com o uso de termina aqui...

o primeiro passo é instalar: https://ipfs.io/docs/install/

então, no terminal,  abre uma pasta de arquivos e digita:
 

ipfs init

ipfs daemon
 

basicamente isto prepara nossa pasta trabalhar com o ipfs e nos conecta a uma rede (editável) de peers confiáveis
 
depois, abre outro terminal (ou coloca este processo em background) aí na mesma pasta, utilize o comando abaixo para incuir todos arquivos que você quer compartilhar:
 
ipfs add -r .
 
este comando vai gerar um hash (identificador único) pra cada arquivo e um para pasta toda. se você passar este hash para outra pessoa, ela pode baixar os arquivos simplesmente com:
 
ipfs get [hash]
 
e automaticamente virar um seed daquele conteúdo, tornando possível distribuir sites de forma descentralizada. por enquanto, funciona apenas para sites estáticos, mas já há muita discussão de como trabalhar scripts e consultas à banco de dados em servidores por APIs, por exemplo...
 
seria possível acessar também via http aquele conteúdo:

ipfs.io/ipfs/[hash]

o IPNS é interessante e complementar, mas já é outro assunto. obviamente é possível compartilhar apenas um arquivo ao invés da pasta, bem como realizar outras coisa com o software, mas o intuito aqui é apenas divulgá-lo em pt-br (parece não ter sido notado ainda no Brasil) e incentivar mais pessoas a pesquisarem e se envolverem...

outro projeto interessante do mesmo desenvolvedor que irá sair em breve é o Filecoin

aqui tem um vídeo onde ele explica (em inglês) um pouco dos projetos

1238 leituras blog de adrianobf
sab, 21/11/2015 - 02:09

A culpa é de quem, hein?

Me lembrei de anos atrás, quando estava no cinema, vendo as primeiras cenas de "A Culpa de Voltaire" e ter pensado: taí, a Metareciclagem é como a França. Parece querer reivindicar para si a invenção da liberdade.

Apesar de tudo isso acontecer no século XXI, há um certo anacronismo e não linearidade nas memórias e acontecimentos. O filme ganhou o prêmio em Veneza no início, na década seguinte fez parte das salas de exibição no Brasil e a lista metarec ainda funcionava como um espaço de conversa, mas eu já pensava 'bem' antes de começar ou participar de alguma delas e por isso guardei essa interpretação comigo. Estamos mais perto da terceira década, esse site milagrosamente resiste e o assunto requer atenção, mais do que nunca.

O filme trata da vida de um imigrante tunisiano e começa com diálogos ensaiados para a entrevista do visto de permanência no país da liberdade, igualdade e fraternidade. Não vou dizer como termina, é claro. Mas isso é claro também, com a sutileza que a arte permite e a vida, nem sempre.

Diz-se que Voltaire teria nascido em 21 de novembro. Viveu muito pros padrões do século XVIII. Defendeu as liberdades civis, se insurgiu – através de sua obra – contra o poder do governo e igreja ao mesmo tempo em que aconselhava monarcas. Polêmica e contradição o rondavam, como é peculiar aos humanos, especialmente os que se atrevem.

Nenhum intuito de exaltar Voltaire. Até porque, depois de mais de dois séculos, é evidente que suas ideias requerem revisão e crítica. Reler cartas é sempre uma experiência singular. Mas trata-se de um personagem e tanto, que dá nome ao filme e aparece mesmo sem dar as caras.

Já sobre a Tunísia, pouco sei. O diretor do filme é de lá e vive na França desde criança. Do quase nada que conheço do mundo árabe, acho que gosto mais da ideia de escrita como desenho levada às últimas consequências. Seu nome fica bonito assim: عبد اللطيف كشيش. Não sei se sua dupla nacionalidade o ajudou a ganhar a Palma de Ouro em Cannes recentemente, mas a lista de contemplados tem pouca variação de países de origem. Algo, no mínimo, suspeito.

Sobre a Argélia, sei menos ainda. De lá que o personagem principal afirma ter vindo. E nessa conexão África-mundo árabe chegamos a hoje, 20 de novembro, feriado em São Paulo e alguns outros municípios. Um dia que tem gente capaz de querer intitular “Dia da Consciência Humana”, numa espantosa falta de senso do ridículo nas 'redes sociais'. Mais até do que postar foto de bebedeira na madrugada. Porque, pior do que não lutar por nada ou apenas por seus próprios interesses, é não compreender a luta do outro. Mesmo que racionalmente, através daquele entendimento raso da vida: o conhecimento que se adquire nos livros didáticos pra lá de controversos quando a sensibilidade de observar o dia a dia falta.

E nesse cotidiano contemporâneo que cansa, lembrei de Umberto Eco e sua recente declaração apocalíptica, sobre o poder das redes sociais “dar voz a uma legião de imbecis”. Como se a culpa fosse da tecnologia e não da condição humana... prova de que intelectuais não são deuses...

Difícil descobrir qual a maior imbecilidade presente nas redes sociais, mas certamente a prática de comparar e ranquear tragédias, cobrar ou acusar o outro por estar deste ou daquele lado – como se a terra não fosse redonda e a vida, um ciclo – está no topo da minha lista de hits.

Fácil entender porque uns assuntos têm mais visibilidade que outros: monopólio dos meios de comunicação, concentração de poder político, interesses corporativos, privatização da vida pública, o choque e a audiência que a violência direta, extrema e explícita provoca, o tal do meio ambiente que está em tudo e por isso se torna pouco perceptível, embora de 'meio' não tenha nada...

A cor da lama é de uma estética dura, rude e cruel, mas nem por isso menos bela. Glauber Rocha já mostrou isso faz tempo e seu filho Erik, em “Campo de jogo”, não nos deixa esquecer (a propósito, ali tem material suficiente pra pesquisar os caminhos do DNA num viés bem pouco biológico ou 'científico', só que isso é assunto pra outra hora).

*frame de “Campo de Jogo"

 

Curioso que a igualdade seja branca, uma cor que é a 'reunião' de todas as outras num misto de ausência e presença conceitual. Previsível que a fraternidade seja vermelha, como o sangue que vem de dentro, que impulsiona e mantém a vida. Intrigante que a liberdade seja azul, como o céu e sua amplitude distante.

Duas cores primárias e uma soberana na tela principal e outra telinha com a cor resultante da soma de muitos pincéis no mesmo copo, aquela cor-não cor. Uma contém essência, que faz gerar as outras cores-luz e tem a força de um símbolo. Toda vez que se ataca um símbolo, nossa vulnerabilidade fica muito mais evidente. A outra tem os elementos terra e água como essência, numa cor matéria. O que é denso nunca é simples de lidar.

E nesse dia a dia contemporâneo que cansa, chovem convites para estar nas ruas, desaguam motivos para ali permanecer: lama que devasta, água que falta, escola que se faz necessário ocupar, avenida que abre e se divulga fechada, manipulação das prioridades, proliferação das intolerâncias, parlamentar reencarnando direto da idade média pra idade mídia, vigilância dos corpos alheios, ainda a desigualdade de gêneros, de novo a guerra, mais uma vez as pequenas grandes batalhas...

Se fugir do chativismo sempre foi uma meta pessoal, o ativismo nunca foi uma ambição. Tanto pela escolha de não-rótulo quanto pela multiplicidade de causas e a dificuldade de escolher uma. Mas a urgência não permite a omissão. E se tem algo que aprendi aqui é a diferença entre essas duas posturas e que tipo de ativista desejaria ser, caso algum dia queira. Continuo com a perspectiva de defender a humanidade, como um todo, com a tática da persistência e a estratégia da sutileza radical – por mais esquisito que isso soe.

20 de novembro pra mim, aqui, é um dia de pensar sobre liberdade. Dia 21 começou como um dia de escrever cartas, portanto. Algumas estranhas, como essa. Porque a culpa – essa coisa católica – não é de ninguém, mas a responsabilidade é nossa.

Agora preciso ir ali, entregar umas flores... evocar mais energias positivas e pedir ajuda pralgum tipo de iluminação de outro mundo...

*frame de “La faute à Voltaire"

1508 leituras blog de tatirprado
dom, 03/08/2014 - 08:15

Experiências Sonoras

E a interessante saga dos descobrimentos sonoros caseiros continua. Finalizando mais algumas brincadeiras com áudio captado entre 2006 e 2014, recortes de músicas inventadas e barulho de mato. Grande parte editado com 256mb de memória + Puppy Linux + Audacity, só coisa pouca.

Tem outras a subir, o resultado é mais ou menos isso:

 

https://soundcloud.com/mondegrass/fim-de-tarde-no-bugio

 

(E eu gostei, btw)

:)

Inté.

9072 leituras blog de mondegrass
ter, 08/07/2014 - 16:43

Redes sociais livres ou alternativas?

Reposta na lista de e-mails labsurlab de aktivix.org, copiado para as listas de e-mails metareciclagem e comunicacaodebaixo de riseup.net, e por consequência disto, disponível em: http://permalink.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/62374.

Publicado no meu blog "Paradoxo Injusto" em http://azul.iuri.blog.br/resposta-a-fabi-borges/

 leia mais

5262 leituras blog de iuriguilherme
seg, 30/06/2014 - 15:04

Prêmio do Objeto Brasileiro, drones, DIY

Durante o mês de junho e julho estamos realizando (eu, o pessoal da Aldeia e alunos da UFABC), a confecção de um drone junto com os jovens da Clínica de Recuperação "Uma Nova História" para concorrer ao concurso do objeto brasileiro, na categoria "produção comunitária". Aqui, algumas imagens :)

5080 leituras blog de mairabegalli
ter, 03/06/2014 - 02:38

Dividir para multiplicar

Até que eu passasse a perceber como funciona isto para as outras pessoas,

considerava eu que a vontade de querer me identificar com algo ou alguém, e estar próximo das pessoas que eu me identifico, era algo natural e inquestionável.

Assumindo que era este um mal ao qual estávamos fadados, dediquei-me a aprender tudo o que tem para aprender sobre isto.

Observei as pessoas da rede metareciclagem.

Eu queria morar em uma aldeia metarec com essa gente toda, e começar e terminar todos os dias de mãos dadas em roda com todxs.

Mas se tem algum poder superior decidindo o que é melhor para o Universo nas atuais circunstâncias, este decidiu que é melhor que metarecs estejam espalhadxs por aí, metareciclando.

Seria a vontade de estarmos juntxs, unida com a distância que nos é imposta, a fórmula que nos matém unidxs e em sincronia telepática?

4845 leituras blog de iuriguilherme
qui, 10/04/2014 - 08:22

O que rolou no IoTDay Riacho

Aconteceu na última quarta-feira, 9 de abril de 2014, no Parque Estoril, Riacho Grande - SBC, a primeira edição do IoTDay Riacho.

A ideia surgiu a partir de um post na lista do grupo IoT Council,  e as discussões envolveram a questão da qualidade ambiental do manancial da Billings e de como as tecnologias de monitoramento DIY trazer novas perspectivas para a região. IoTDay Riacho contou com a participação de cerca de 30 pessoas, entre população local e alunos da UFABC.

Dan Robson chegou mais cedo e fez algumas medições com seu novo equipamento. Ele relatou que as águas superficiais no braço da Billings apresentam condições adequadas, mas não sabemos os dados do material encontrado no fundo da represa.

Thiago Ceratti, pesquisador do grupo de Juan Pablo Julca Avila (UFABC), que desenvolveu um sistema robótico submarino para inspeção de estruturas oceânicas pela UFABC, comentou um pouco sobre o projeto e da possibilidade de desenvolver um drone de baixo custo, para medir a qualidade da água e coletar material do fundo da represa.

Amanda Wanderley

trouxe algumas definições dos conceitos de DIYBIO (biologia do faça você mesmo) e como a população local poderia usá-la para fazer medições e cobrar ações dos órgãos responsáveis.


No final discutimos algumas possibilidade de ações e projetos para o manancial...em breve contamos mais :)

5778 leituras blog de mairabegalli
sab, 22/03/2014 - 10:39

A viola elétrica

Não sei por que a viola elétrica ainda não passou por aqui. Meus primeiros registros de derretimento e gravação estão aqui, mais linear que em qualquer outro lugar.

Fazia tempo que não aparecia, ao reler posts vi que passou muita água. Mas a música resiste, de alguma forma. E sempre.

Tem umas experiências ao vivo aqui e aqui.

Caminhando agora pra terceira parte, gravar algumas histórias dessas em estúdio.

Devagar, claro.

Inté.

 

4863 leituras blog de mondegrass
sab, 22/03/2014 - 08:50

Semana da Água: Último dia e exibição na Prainha

O Riacho amanheceu sob garoa e neblina. Era o dia da inauguração oficial das obras da prainha. Pela manhã teve cerimônia oficial e tudomais.

Riacho às 14hs.

Deck da prainha às 18hs.

Chuva forte às 19hs

Com esse tempo a projeção virou quase uma missão impossível. O Javier (do CAJUV) tinha arrumado uma tenda. Mas os quiosques, os bares e restaurantes da orla (que normalmente funcionam até de madrugada) estavam fechando, porque não tinha ninguém por lá. Assim, além de não termos ponto de energia, também não teríamos público :(

Como desvio, usamos o espaço de um bar que permaneceu semi-aberto até terminarmos a projeção.

E, aqui, os filmes que exibimos:

De viver nos Rios, de viver nas Ruas

Entre Paredes de Concreto

Continua...

Não passamos esse vídeo na noite de projeção, mas achei interessante linká-lo pois fala um pouco da Lei Específica da Billings.

Também, pretendo escrever um trabalho sobre a Semana da Água aqui. Interessados em colaborar, entrem em contato, por favor.

5699 leituras blog de mairabegalli
sex, 21/03/2014 - 20:51

Semana da Água: dia 5 com Iniciativa Verde

A roda de conversa com Roberto e Isis estava marcada no coreto da pracinha em frente a Biblioteca Machado de Assis.

Esse era o tempo às 14hs, quando eles passaram lá para me pegar e seguimos para conhecer o pós-balsa.

Sugeri que chegassem um pouco antes para conhecer o Riacho Grande e as realidades distintas dos bairros urbanos e rurais. Atravessamos a balsa, percorremos algumas ruas do Tatetos e também visitamos rapidamente a Aldeia SOS. Voltamos...

Quando chegamos no centro do Riacho, um temporal impediu que a atividade fosse ao ar livre. Assim, usamos mais uma vez as instalações da Biblioteca.

Para quem não conhece a Iniciativa Verde é uma org que desenvolve projetos de prestação de serviço ambiental/pagamento por serviço ambiental (PSA). Recentemente eles lançaram essa publicação, que mostra mais detalhamente algumas das ações que realizam.

Desde o final de 2013 começei algumas conversas com eles buscando links para desenvolvermos parcerias no Riacho, buscando envolver a população local na prestação de serviços ambientais. Aos poucos estamos desenhando possibilidades

A Iniciativa Verde nos deu uma muda nativa de Mata Atlântica, que por enquanto está na minha casa. Assim que ela for plantanda, vou documentar e publicar aqui.

Espero que essa roda de conversa tenha sido uma semente, para novos e urgentes caminhos, de tudo que podemos fazer aqui.

4704 leituras blog de mairabegalli
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