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seg, 04/07/2011 - 23:46

3d setas

No fim do ano passado publiquei aqui um relato do Exercício de Identidade MetaRecicleira que rolou durante o segundo Fórum de Cultura Digital, em São Paulo. Naquele post, contei sobre a brincadeira que a F4bs e o Pitanga possibilitaram, modelando e depois fabricando na makerbot o logo da MetaReciclagem. No dia, pedi ao pitanga que copiasse os arquivos para meu pendrive, mas algumas semanas depois percebi que o pendrive tinha dançado. A F4bs também não encontrou os arquivos, e só meses depois lembrei de pedir ao Pitanga que tentasse encontrá-los. Pois bem, ele achou.

Está em anexo um arquivo .zip com todos os arquivos, para quem quiser fazer suas próprias explorações. Pitanga explica:

  • blend é o arquivo do blender
  • .stl é o arquivo 3D exportado do blender e que pode ser importado no replicatorg para imprimir
  • .gcode é simplesmente o .stl "compilado" para a impressora (só funcionaria em um modelo equivalente ao nosso)

Atualizando em 08/02/2012: publiquei também o .stl no thingiverse e no shapeways.

1796 leituras blog de felipefonseca
seg, 04/07/2011 - 17:41

mistura de diversos ativismos horizontais

"A lista da metareciclagem pra mim é isso: a mistura de diversos ativismos horizontais, onde cada um tem a liberdade para se colocar e ser ouvido e ser reinterpretado, dando novos significados e novos propósitos, reforçando ainda mais a vontade de continuar. O próprio significado de ativismo é metareciclado aqui na lista..."

Bruno Freitas na lista metareciclagem: http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/45166

 

1337 leituras blog de o2
dom, 03/07/2011 - 02:28

Joaquim Izidro & O Espelho D'água: Tempos Vindouros

"Acorda o tempo,  em linhas brancas

brandura mansa, coração

a mão desliza num som de cordas

o sonho vaza na escuridão"

Um novo trabalho que abre sensacionalmente, apenas isso, sensacionalmente! "Tomba devagar, vento de chuva, venta molha.... Mil galhos...". 

Isto é muito Joaquim Izidro, e muito a banda maravilhosa que constrói junto esta produção. Lembrando do O Andor e as Horas, dá até para arriscar ver uma identidade. "Gigante de Folhas com seus batalhões."

Mas eu "já nem sei mais explicar". Apenas que há uma energia, uma força, uma beleza, uma magia que emana do trabalho de Joaquim Izidro e que não se prende em classificações, generalizações. Antes disso, se solta em "lugares além do mar". " Coisas que a gente não vê passar". Porque "a vida marca" e "o chão demarca". Não dá pra fugir.

"já foi... Tão logo chegue o amanhecer"

 

 

1788 leituras blog de o2
ter, 28/06/2011 - 20:40

Uma data

28 de junho outra vez. Hoje fazem exatos nove anos que, em uma noite de resfriado & frustração, trocando conversas com um subcomandante, jogamos no mundo uma semente que se chamava projeto Metá:Fora. A semente brotou, viveu, apodreceu & virou adubo. Mas essa história já foi contada mil vezes.

Hoje estou quietinho, mas quero propor uma festa para daqui a um ano. A década de metá:fora vai ser comemorada com brincadeiras, homenagens e invenções. Todxs estão convidadxs.

1527 leituras blog de felipefonseca
qua, 22/06/2011 - 15:46

Stalker, onde leio alguma coisa tua?

>Stalker, onde leio alguma coisa tua?

Na revista Doc On-line http://www.doc.ubi.pt/08/artigo_braulio_neves.pdf Na Semeiosis http://www.semeiosis.com.br/imagens-camera/ E no Estúdio Livre, quando o site voltar on-line, o texto "ciberbarricadas", (que também foi aceito no último congresso da ABCiber, <http://www.abciber2010.pontaodaeco.org/trabalhos> e na I Jornada de Pesquisa sobre Documentário na Unicamp. >

>Aquele "diálogos na casinha" é uma boa referência?

É boa referência para os assuntos e pra dar uma visão geral da abordagem. Mas, como tudo que rolou na Casinha da Luminárias, está ainda meio confuso.

> Como você vê a tua fala ali e naquele período?

Eu estava começando a usar a abordagem etnometodológica da tecnociência do Bruno Latour, então estava ainda meio deslumbrado com as idéias gerais da "antropologia simétrica" que ele inventou. Depois, eu vi que apesar de muito pertinente e sedutora, a idéia de "atores rede" não podia depender tanto dos operadores analísticos que vem da tradição da teoria da narrativa estruturalista, como são os "grafos sociotécnicos" e depois o método de análise de controvérsias. Afinal, a narratologia estruturalista é completamente cartesiana. Ainda estou para inventar os recursos de traçagem das "trajetórias" dos "atores-rede" a partir do pragmaticismo. Ou seja, sem nenhum pressuposto de descontinuidade entre sujeito/mente cognoscente e objeto/mundo cognoscível. O caminho para isso é um método bem exotérico de notação inventado pelo Ch.S. Peirce, chamado "grafos existenciais".

> Acho que gosto dessas coisas que você anda lendo, hehe!

Pode ser muito legal você ler "A esperança de Pandora" (Latour) e, em seguida, "From Cause to Causation" (Hulswit). Por caminhos diferentes, eles chegam à conclusões bem parecidas sobre as mazelas da epistemologia moderna. Isto é especialmente importante para quem tá envolvido com tecnopoeses politicas/tecnopolíticas poéticas. 

http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/41745/focus=41858

 

 

1306 leituras blog de o2
seg, 20/06/2011 - 14:22

TecnoMagia: Códigos

Há um desejo, um anseio, uma pretensão de demiurgo em todo escritor – como, de resto, em todo artista. Deixemos de lado (se é que é possível) a arrogância e o ego superinflado; há, no entanto, alguns que legitimamente têm o direito de se aventar a, com toda a propriedade, se dizerem Criadores. Em primeiro lugar, são aqueles que têm o domínio e o poder totais sobre a matéria-prima com que trabalham: se fazer do ofício a língua, o código, conhecer a ferramenta e saber operá-la – a pá e a lavra, ou a palavra, com todas suas nuances e sutilezas, explorando toda a potencialidade de cada combinação de letras e símbolos, dando forma e sentido harmônicos a o que, em suma, é a mesma fonte do caos. Este, o Caos, talvez o pai de toda criação.

E, no processo de (re)criação, sempre, remeter-se ao Caos: só quem pode e tem o direito de subverter a ordem, em princípio, é quem a domina e pode tratá-la intimamente. Só quem faz da sintaxe o sentir natural, a respiração, o fluir imanente do tudo arrisca-se, em algum momento, a quebrá-la ou subvertê-la – humildemente, é ciente da heresia potencial que comete, mas assume o risco lúdico de, mais e mais, (re)criar. É esse (ar)riscar que justifica nossa existência – que sejam poucos os que o fazem; são os que nos redimem a todos.

É para quem o “código”, com tudo o que tem de secreto, divino, misterioso, torna-se familiar, cotidiano, expressando-se e sendo expresso em cada detalhe. O poder alquímico de transmutar sintaxes, baldear parágrafos intransponíveis em busca de veredas redentoras, desvendar os intrincados labirintos espelhados dos símbolos primordiais, extrapola o consciente – mas, em algum momento, a lucidez embaça a própria consciência: momento mágico que se desvela no conjunto de signos, significados e significantes, como que numa revelação absurda daquilo que ofusca por ser tão claro.


http://www.alfarrabio.org/index.php?itemid=3356

2767 leituras blog de Bicarato
sab, 18/06/2011 - 14:13

Yupana Kernel #Wiqua: Diz aí Wander Selva

Na lista metareciclagem: http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/44821 metareciclagem

 

Fiquei curioso pra saber os porquês das escolhas em torno dessa mitologia Inca!
 
E se outro calendário renascido das cinzas gerar os mesmos problemas: inserirmos a natura em algum processo histórico até cozir cultura novamente sufocando natura? De onde emitir um mantra sobre a subjetividade da coletividade?

yupana é também o nome de um ábaco inca, que segundo o último hoax utilizava sistemas de numeração binários e de outras bases diferentes da decimal, como o numero 144, cuja a raiz quadrada é 12. Quantas tautologias precisamos?

yupana é também nome de um supercomputador selvagem que só existe como método númerico, como alfabeto, mas não como industria. Turing quer ser psicografado pra reencarnar como traço solto num garrancho iletrado.

O manifesto antropofágico vacilou quando dizia "Tupi or not Tupi" pois esquecia-se do Tapuia, do Quechua, do Inuit, do Celta, do Visigodo, do Marciano, do Pária e sobretudo de que Nheengatu era uma construção de escribas... Não basta devorar o estrangeiro, é preciso ser devorado pelo nativo da fronteira perdida que está prestes a redescobrir sozinho o fogo, a escrita, a roda, os espelhos. É preciso perder-se para sempre.

Estaremos mais além dos tropicalistas, qualquer-coisa-modernistas, ufanistas messiânicos, positivistas, alternâncias de poder e suas negociações. Não queremos redenção, queremos O Banquete completo.
O grito da década milagrosa já foi dado pra além dos dados e seus administradores de sistemas, não queremos mapas, nem equadores nem meridianos, queremos ainda mais que os oceanos da lua de Júpiter e navegar sem rumo reinventando cosmologias - virgens Tietês, Xingus, Tigres, Eufrates, Ganges... o nome que seja do mesmo fluxo, todos com água potável. 
Não interessa qual a bandeira, bandeirante, termo-parente a ser lido em MMXI ou XII XIII XIV IV... XX... seremos indigestos para os que nos devoram sem comungar-nos, estejam estes com coroas, capacetes ou cocares, chutaremos suas barrigas por dentro até nascermos de novo, sem nome, sem mapa, sem culpa, sem data, sem limites.

 
Ps. ahhh, e se alguém falasse um pouco mais desses códigos pros leigos geral tb não seria mal. Ou como a galera das antigas daqui inventou,  "xemelizar"!
 


O código utiliza algumas bibliotecas python e pythonismos para remixar links da wikipedia, e é só um primeiro experimento pra quem quiser brincar com algoritmos e computabilidade da vertigem (ou um último experimento para quem quiser exorcizá-los). Liturgia laica? Inutensílio.

acredito que tem mais gente por aqui que pode comentar este código idiossincrático e ajudar a pensá-lo como o cerne de alguma coisa nova pra nascer...

o que seria? O que viria?

>reboot

 

1658 leituras blog de o2
seg, 30/05/2011 - 18:44

Modelos de negócios baseados em conhecimento livre

Massimo Menichinelli, do openp2pdesign, desenvolveu nos últimos meses um estudo sobre modelos de negócios para hardware aberto, artesanato faça-você-mesmo e fablabs para o projeto Goteo, sob encomenda do Platoniq. O resultado foi uma série de artigos que ele publicou em inglês no openp2pdesign e deve aparecer em castelhano no site youcoop. Uma leitura excelente, sugerindo diversas de maneiras de organizar e bancar a produção colaborativa.

O primeiro artigo versa sobre hardware aberto, tratando de suas características específicas, contando o case do Arduino, falando sobre os Hackerspaces como espaços para inovação e troca de conhecimento, e falando sobre modelos de microcrédito e crowdsourcing para financiar a inovação.

O segundo artigo retoma um pouco da história e das implicações do desenvolvimento dos fablabs ("laboratórios de fabricação digital", sobre os quais eu também comentei ontem no blog redelabs), e como eles podem apontar para novas maneiras de gerar inovação, fabricar coisas e comercializá-las. Esses dois primeiros textos têm como maior mérito a organização de informações que de certa forma já estão latentes nas redes ligadas ao conhecimento livre.

Já o terceiro artigo, focado no artesanato faça-você-mesmo (DIY), explora caminhos de inovação livre em áreas que geralmente não fazem parte do nosso repertório. São áreas em que existe pouca preocupação com propriedade intelectual. O exemplo óbvio é o artesanato tradicional, que tem muito a ganhar com a circulação livre de ideias. Mas para mim o exemplo mais surpreendente (também presente no estudo do FCForum sobre o qual comentei aqui) é a indústria da moda. De fato, é um mercado em que o remix é amplamente aceito. Menichinelli aponta um vídeo de Johanna Blakley no TED sobre isso. Depois fala sobre plataformas focadas na cauda longa da produção artesanal, como o Etsy. Também fala de outras iniciativas que propõem novas leituras do mercado da moda: microcrédito, laboratórios ("sewing cafes") e compartilhamento de moldes.

O mais interessante dos artigos de Menichinelli é que eles não tentam sugerir uma solução definitiva: trazem dezenas de casos que funcionaram sob recortes específicos e em contextos específicos. Uma excelente inspiração para quem está pesquisando caminhos colaborativos de viabilização de projetos (como é o caso aqui no grupo Metarecursos).

 

3031 leituras blog de felipefonseca
qui, 26/05/2011 - 20:01

MetaEncontro em Recife: #ôxe!

O encontro de metarecicleirxs em Recife nesta quinta feira,  25 de novembro de 2010, reforçou para mim uma aliança moral em torno das replicações metareciclagem pelo mundo afora.

Este relato é o segundo que faço sobre aquele encontro. O primeiro se perdeu entre um bug do site e alguma burrada minha em paralelo. Mas, talvez esta seja uma boa oportunidade de reelaborar todo um texto carregado de percepções principalmente sentimentais.

Cheguei quase duas horas atrasado, então o pessoal já me recebeu no bar e isto eu acho que criou um clima mais camarada e menos formal que para mim foi muito importante. Porque não sei como seria primeiro discutir metareciclagem formalmente para depois partir para uma confraternização. E era essa a agenda que parecia estar se configurando. Mas meu atraso não foi proposital e durante todo o percurso de ida (de Intermares - Cabedelo até a frente da Torre Malakoff - Recife) minha cabeça esteve a mil por hora. O que sairia dali?  Depois fiquei curioso sobre o que pode ter sido conversado antes. Será que teremos mais relatos?

Me encontrei com o @yazius na Conde da Boa Vista e fomos para o apartamento da @raquellirax, depois de um rápido cafezinho saímos em caminhada para o Bairro do Recife. Chegando por lá fomos recebidos por @LulaPCosta@rbrazileiro@meirycoelho, @andreasaraiva, @lincoln, @cabraligor e mais uma galera que tava comendo e bebericando junto. O momento da materialização dos avatares é sempre muito legal. É impressionante como a gente desenvolve carinho e respeito por relações que se dão prioritariamente por interações online. E assim a noite seguiu agradável, regada a cerveja e num ambiente meio mágico, meio real, meio concreto, meio e inteiro. Energias do centro de Recife.

Das coisas que ainda estão martelando por aqui nos pensamentos trago algumas falas e alguns momentos. Seja para marcar possíveis interlocuções futuras daquela  conversa, seja apenas para registrar com carinho momentos muito agradáveis que passamos juntos. Ainda que nem tudo tenha sido carinho e agradabilidades. O tom político esteve forte em vários momentos deixando brotar as convicções, as ideologias e as marcas de vida das pessoas ali presentes.

A Meiry Coelho frisou uma associação entre MetaReciclagem e movimentos. A necessidade da MetaReciclagem se assumir enquanto movimento e consequentemente a necessidade de ser divulgado um histórico neste sentido: "Vamos apresentar a rede", disse ela. Nesse momento Brazileiro, eu e Lula falamos do Mutirão da Gambiarra I. Mas ao mesmo tempo ponderei sobre o formato e o conteúdo desta publicação.  Contar uma história com fragmentos da lista e textos de diferentes pessoas mostra pluralidade ou diversidade, mas não deixa de ser apenas um recorte, e que nesse caso me parece centrado em contextos e grupos específicos.  O que podemos fazer para promover a produção das histórias MetaReciclagem com outros recortes, contextos e grupos então? E como essas produções inscrevem MetaReciclagem como movimento? O que deveria ser MetaReciclagem como um movimento?

Andréa Saraiva nos falou, emocionada, sobre as vivências MetaReciclagem da galera do Ceará. Sobre os momentos das percepções, das aprendizagens compartilhadas, dos sentimentos de acesso e descoberta dxs meninxs. Dos brilhos nos olhos. E no segundo seguinte emendou:  "É preciso fazer disso economia, sustentabilidade". MetaReciclagem enquanto economia é para mim o cerne da aliança moral da qual falo aqui. Daquelas coisas que rasgam a alma para a  responsabilidade que precisa ser assumida. É a prática de permitir que metarecicleirxs vivam como metarecicleirxs. Questão para a qual meu host Cyrano pode ser trazido para o centro da conversa, por sua  percepção da experiência com a vertigem metarec nesse ponto da sobrevivência e de como ele vem desenvolvendo isto. Enquanto que em termos de lixo eletrônico a experiência e-waste lá do Ceará que Regiane Nigro nos relata pode ser o foco das atenções para a construção de soluções. Afinal, que outro esporo metarec está numa dinâmica tão avançada de negociações e compreensões práticas do processo como este?

Com Ricardo Brazileiro fiquei "tirando onda", na melhor das intenções de trazer à fala as percepções do próprio sobre os RedeLabs e a Cultura Digital Experimental. Então sentenciei: "É produto! Você compõe um produto e é elemento valioso nessa composição". E essa minha compreensão do produto (que não quer dizer algo acabado nem fechado mas nesse caso em processo contínuo) e como isto está relacionado com mercado e com marketing acho que é uma coisa interessante de ser falada, visualizada e discutida. Até porque não me pareceu ser uma visão clara pra quem na hora estava ligado na conversa. O que me chama mais a atenção ainda para os processos não manifestos inscritos nas nossas ações diárias.  Brazileiro, claro,  muito elegantemente  colocou alguns questionamentos para uma compreensão geral da questão,  mercado - produto,   e ficamos no aberto para um papo que espero ainda role qualquer hora dessas.

Outro ponto interessante que se atiçou feito brasa no vento foi a percepção do Luiz P. Costa sobre um discurso meu,  centrado segundo ele em "estereótipos". Não sei realmente do que o Lula tava falando, mas achei na hora que devia ser referente a algum dos meus ataques à academia, questão sobre a qual a Fabiana Moraes (inteligente, bela e sentada entre os dois no  momento) ficou me aturando falar a partir de uma visão de construção da alteridade e do estádio do espelho em Lacan. Pode?! Ahh, e ainda aturou grosseria e dedo em riste meus. Fabiana, já me desculpei e agradeci sua paciência,  mas reitero aqui porque nunca é demais. Lula, vamos botar pra frente essa questão que você tá vendo ai!! Afinal, você é o grande parceiro do Encontro do Recife, por quem eu tenho muito respeito e estima.

A noitada dos metarecicleirxs em Recife ainda produziu várias surpresas agradáveis naquele dia. Já começou com o prazer de ter o Lincoln ali com a gente  pra recordar e celebrar Dpádua.   Depois a Maíra Brandão  apareceu por lá sorridente e atenciosa pra dar um abraço  e somar sua energia e forças. A valéria e o Seu Lira,  respectivamente companheira e pai da Raquel Lira também estiveram por lá. Valéria chegando de uma seleção para o mestrado em Antropologia na UFPE e com a cabeça meio ainda cheia de caraminholas. Seu Lira,  dentre outros assuntos dos tantos que domina,   nos passou um tutorial para churrasco sem fumaça. Metarecicleirx geral! Na sequencia quem chegou e esticou a noite conosco foi Beth de Oxum, com  tranquilidade e colocações precisas nas suas avaliações do processo de comunicação na rede de pontos e nos projetos com rádios que está a desenvolver. Beth, muito obrigado por no final da noite ainda oferecer um recanto para o descanso, que não pude aceitar porque não teria tempo para descansar naquele horário, já que em menos de 3 horas eu tinha um outro compromisso inadiável.

Além das pessoas que lembrei o nome aqui teve mais gente bacana que compareceu por lá e com quem troquei uma ou outra ideia. Uma figura muito gente boa que estava com Beth e  ficou me mostrando a sacação do painél da obra ao nosso lado. Dois camaradas que trampam com fotografia e com os quais conversei sobre tecnologia, poder e grana. E outros que estiveram presente, participaram ativamente das conversas, mas que por conta do momento informal acabei pecando em não pegar os nomes para seguirmos num papo posterior.  Ó, quem tava por lá e não teve o nome citado aqui, desculpa esse velho fanfarrão que geralmente não consegue sistematizar essas coisas muito bem. Só que os vários sorrisos cúmplices e carinhosos ainda estão aqui na cabeça. Valeu!

Por fim avalio como muito positivo este nosso encontro. Fortaleceu algumas vivências online e vai servir como base para os muitos desafios em torno da MetaReciclagem, ou do que eu estou gostando de chamar agora de Práxis MetaAfins, que temos por enfrentar juntos. Salve metarecicleirxs , cuja pronúncia pode ser metarecicleiréchs como propõe nosso metaduende. Aliás, lembrado na noite por sua poderosa compreensão mitológica da metareciclagem. Seguimos do mito para ação,  para o mito,  para ação...

 

 

 

3554 leituras blog de o2
qua, 18/05/2011 - 19:55

Dinheiro velho e dinheiro novo

Ainda falando sobre dinheiro, assisti ontem ao "Inside Job", um documentário que mostra os bastidores da crise financeira internacional que começou em 2008. É surpreendente ver a cara de pau de alguns economistas responsáveis pela propagação de dogmas contra a regulamentação de atividades financeiras e da crença de que os mercados se equilibram sozinhos. Eles alegam não ver conflito em receber somas vultosas para escrever estudos em que basicamente negam a realidade. É assustador vê-los testemunhando perante o Congresso americano e sugerindo que não existe nada de errado com o sistema atual, como sociopatas irresponsáveis que recusam qualquer associação de seus atos com a crise que se abateu sobre os países desenvolvidos. Um terapeuta de altos executivos entrevistado no filme associa as recompensas no mercado financeiro aos efeitos da cocaína, e isso faz bastante sentido. É deprimente, ao fim do filme, entender que as mesmas pessoas que causaram aquela crise continuam no comando das finanças norte-americanas.

Em contraste com esse universo, o vídeo "The Future of Money" (mais sobre ele no Emergence.cc) propõe um diálogo aberto com iniciativas que estão criando novas possibilidades de fazer recursos fluírem de forma colaborativa entre pessoas e projetos. Os entrevistados são

São diversas possibilidades que dialogam com moedas alternativas e projetos de crowdfunding (a exemplo do badalado kickstarter, do consciente ulule e do brasileiro catarse) que apontam para outras possibilidades de viabilização financeira de projetos. São boas referências para as iniciativas metarecicleiras que estão na batalha diária pela sobrevivência. Eu costumo dizer que todo dinheiro é sujo, porque a origem é sempre a mesma. Mas não deixam de ser promissoras essas maneiras de depender menos do capital das corporações e facilitar a circulação de recursos entre pessoas e projetos que compartilham visões de mundo.

The Future of Money from KS12 on Vimeo.

 

2804 leituras blog de felipefonseca
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