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mutgamb

ter, 13/11/2012 - 17:13

Metatude - Das mãos e Costuras

A presença dos processos analógicos no desenvolvimento de estruturas literárias tem sido questiano desde o surgimento de plataformas que possibilitam outras formas de interação.

Entretanto, nenhuma delas supera a afetividade do cheiro, do toque e do processo de abrir e fechar.

O livro Metatude, que preza pelo processo de construção de mãos que objetivam tocar outras mãos atavés da passagem dessa energia por uma estrutura literária, está na fase da costura.

E semana que vem vai para outras mãos. Quem se habilita a receber o Metatude, intervir e mutiplicar seu conhecimento enviando para outro espaço?

Junto segue lista de lugares que podem receber o livro!

 

 

1272 leituras blog de siliamoan
qua, 29/08/2012 - 14:15

Capa Metatude

Desenvolvendo protótipo de livro que vai circular o Brasil com

conversas da rede metareciclagem. Todxs os textos

e páginas podem/devem receber intervenções do

detentxr provisórix do livro.

Segue anexo.

1364 leituras blog de siliamoan

HiperTropicalDocumentando

Documentação do EncontraoHiperTropical de MetaReciclagem:

MutGambPublicacaoDigital

Passados alguns anos de atividade do Mutgamb, coletivo editorial nascido em meio às reverberações da MetaReciclagem, cheguei (efeefe) a uma metodologia de publicação online que acredito fazer sentido para os nossos propósitos. A partir da edição atual do Mutsaz optamos por ter editorxs convidadxs, que têm autonomia total sobre formatos e liberdade de experimentação. As publicações podem sair em PDF, em hotsites dedicados, em coletâneas de mp3 ou no que for. Mas também devemos manter uma versão padronizada em formatos múltiplos. No mínimo, uma versão epub e uma versão navegável pelo site mutgamb. O EPUB é um padrão aberto, baseado em HTML e compatível com uma grande quantidade de dispositivos - leitores de livros eletrônicos, telefones celulares, tabuletas e programas para computadores em praticamente todas as plataformas. A versão navegável utiliza o módulo book do drupal - sistema em que foi montado o site mutgamb - e permite a criação de seleções hierarquizadas de conteúdo.

Montando o ebook

Cheguei a testar diferentes alternativas para gerar as versões ebook (ver documentação dos testes em PlataformasPublicacao). A opção mais simples até agora tem sido utilizar o Sigil, software livre (GPL) de edição de ebooks. Ele cuida de todos os aspectos superficiais da formatação, e tem um editor de código-fonte para quem quer se aventurar a coisas avançadas ou debugar problemas no código.

Em geral, preciso partir de uma versão formatada dos textos. Copiar e colar de editores de texto é sempre complicado. No processo de converter o legado do Mutgamb para ebook, enfrentei diferentes situações: algumas edições me possibilitaram gerar um arquivão HTML que eu depois abria direto no Sigil. Foi o caso do Histórias de/da MetaReciclagem, que eu tinha editorado (!) originalmente no OpenOffice.org. Depois de testar diversas formas, optei pela mais prosaica: mandei o OOo "salvar como"... HTML. Depois foi só quebrar os capítulos com Ctrl+Enter (tomando o cuidado de deixar uma linha em branco ao fim de cada capítulo, senão ele deixava o título do capítulo para trás). Já tinha passado um monte de capítulos quando fui verificar o código-fonte de um deles. Tinha um monte de lixo ali gerado pelo OOo: uma confusão de folhas de estilo e informações desnecessárias. E o pior é que ele repetia o código sujo em cada capítulo. Acabei começando do zero: abri outra vez o HTML, tratei de limpar o código na mão e só depois comecei a quebrar os capítulos.

Em outras ocasiões, como o mutsaz primavera 2009, os originais só existiam em PDF, e precisei copiar e colar cada capítulo (e revisar um monte de vezes para encontrar linhas quebradas por hifens, discrepâncias de formatação com negrito/itálico e um monte de outras coisas). Demorei uns três meses (entre vários outros projetos, é claro) para terminar essa edição em particular.

Colecionando dicas então, para alimentar um futuro tutorial do Sigil:

  • Publicações que já estão inseridas no drupal com o módulo book podem ser exportadas em um HTML completo (através do módulo para versões de impressão, email e pdf, se não me engano). Também precisam de limpeza depois, mas é pouca coisa.
  • Publicações editoradas com o Lyx podem ser exportadas para HTML. Aparentemente o próprio Lyx usa para a conversão o elyxer, software que também pode ser acionado via linha de comando. Vale a pena fazer testes com diferentes maneiras de gerar o HTML.
  • Uma vez inserido todo o texto, é bom verificar a formatação de cada um dos capítulos. Para facilitar a geração do TOC (índice), o ideal é que cada capítulo se inicie com um título, formatado como <h1> ou <h2> no HTML (a interface gráfica do Sigil resolve isso de maneira fácil, oferecendo as folhas de estilo (Normal, Heading 1, 2, 3...).
  • Eu gosto de prestar atenção à coerência na maneira como são exibidos os diferentes elementos. Não é necessário um padrão entre as diferentes publicações, mas se a URL ou o nome do autor estão formatados de determinada forma em um capítulo, acho interessante manter essa formatação em todos.
  • Imagens devem ser redimensionadas com um programa adequado (GIMP, mogrify, etc.) para um tamanho médio (a maior parte dos dispositivos tem telas com resolução limitada, e quanto maiores as imagens maiores os arquivos resultantes). Atualmente tenho usado 500px de largura. As imagens também devem ser inseridas no epub. Na coluna da esquerda do Sigil existem um monte de pastinhas: Texto, Estilos, Imagens, Fontes e Misc. Clique com o botão direito em Imagens, e escolha "Acrescentar arquivo existente". Depois, é só ir no capítulo em que a imagem vai ser inserida, posicionar o cursor e clicar na opção de inserir imagem da barra de ferramentas do Sigil.
  • Uma vez revisado todo o texto, verificados os títulos, imagens e formatação, passamos à estrutura do epub. A coluna da direita exibe o índice. Clicando em "Gerar TOC a partir dos títulos", o Sigil vai gerar um índice correspondente aos títulos e subtítulos dentro dos capítulos.
  • Depois vêm as metainformações: clique em "Edit > Meta Editor". Insira o título da publicação, autorx (no nosso caso, Coletivo Mutgamb) e idioma. Eu costumo também clicar em "Adicionar básico" e escolher "Direitos", depois na coluna da direita escrever "Copyleft".
  • Por último, vou em "Arquivo > Validar EPUB". Ele geralmente vai encontrar inconsistências e malformações de código. Gosto de corrigir essas coisas para evitar eventuais problemas com algum dispositivo.
  • Depois disso é só salvar o arquivo e pronto, o ebook está montado. Vale a pena testar em diferentes aparelhos para saber se está funcionando bem.

Montando a versão navegável no site mutgamb.org

Agora que já temos a versão Ebook, podemos publicar a versão navegável no site do Mutgamb (a ordem não precisa ser essa: podemos começar publicando no site, e depois exportar o HTML para aproveitar no Sigil e fazer o ebook. Tudo depende do que temos para começar).

Para começar, precisamos criar um livro novo. Vou em "criar conteúdo > livro", insiro um título e o conteúdo (capítulo abaixo sobre como copiar o conteúdo do epub para o site). Depois, opção importante: "book outline", e selecionar "novo livro". Por fim, tenho o costume de mudar a URL de acordo com a publicação em "opções de endereço". No caso do mutsaz primavera 2009, escolhi o endereço "mutsaz/09-primavera/sobre".

Se simplesmente abrirmos o epub em algum programa para ebooks ou mesmo no Sigil, na hora de copiar e colar no browser ele vai perder a formatação (pelo menos aqui no meu PC atualmente rodando Linux Mint 12 com ambiente gráfico Mate, browser firefox e o editor CKeditor no drupal). Encontrei uma maneira de driblar isso: descompactar o arquivo epub em um diretório temporário ($ unzip livro.epub -d /tmp/livro). Ele vai criar uma estrutura de arquivos, dentro da qual fica um arquivo .xhtml para cada capítulo (em OEPBS/Text). Acesso cada um deles no browser e mando visualizar o código-fonte. Daí é fácil copiar o código formatado, depois ir na página que estou editando no drupal, clicar em "Source" no editor WYSIWYG e colar. Ocasionalmente, perdi a formatação de uma linha em negrito, mas todos títulos, URLs e itálicos migraram sem problemas.

A partir da primeira página do livro, vou criando "páginas-filha". Atenção: não é criar uma página-filha de cada um dos textos: todas devem ser criadas como páginas-filhas da primeira página do livro. Atentar sempre para o "book outline", onde se verifica que ela é filha da página certa e o peso relativo (que define a ordem dos capítulos: quanto menor o número, antes a página é exibida); e para a "configuração de endereço", que sempre deve repetir a estrutura da página do livro (por exemplo, "mutsaz/09-primavera/uma-frase").

sex, 02/03/2012 - 05:05

da Babel ao Papel

"Os feiticeiros sempre tiveram a posição anômala, na fronteira dos campos ou dos bosques. Eles assombram as fronteiras. Eles se encontram na borda do vilarejo, ou entre dois vilarejos. O importante é sua afinidade com a aliança, com o pacto, que lhes dá um estatuto oposto ao da filiação. Com o anômalo, a relação é de aliança. O feiticeiro está numa relação de aliança com Yupana como potência do anômalo." (mil platôs v4 - deleuze && guatarri)

 

 

 

"Parece agora que as questões das diferenças/semelhanças entre o tempo que eu chamava de meu e este estão desaparecendo. Será? #ficeu

unhhh, idéias, #mutsaz #ficeu – Engraçadíssimo. Graça. Filologia? (volte ao raciocínio anterior e não se empolgue diz uma voz interior)

O cotidiano presente vai apagando alguma coisa de um cotidiano passado. Registros. #formas #ficeu Paro por aqui."

 

 

 

"É possível que os deuses não me negassem o achado de uma imagem equivalente, mas este relato ficaria contaminado de literatura, de falsidade. Mesmo porque o problema central é insolúvel: a enumeração, sequer parcial, de um conjunto infinito. Nesse instante gigantesco, vi milhões de atos prazerosos ou atrozes; nenhum me assombrou tanto como o fato de que todos ocupassem o mesmo ponto, sem superposição e sem transparência. O que viram meus olhos foi simultâneo; o que transcreverei, sucessivo, pois a linguagem o é. Algo, entretanto, registrarei." (Borges - O Aleph)

 

3105 leituras blog de glerm

MutSazCunã

O MutSaz, ou Mutirão Sazonal, é uma publicação colaborativa online desenvolvida e publicada pelo coletivo editorial Mutirão da Gambiarra. Aceitamos propostas de contribuições de qualquer pessoa interessada em debater assuntos relacionados à apropriação crítica de tecnologias, ativismo de mídias, cultura digital experimental, construção de imaginários colaborativos e ações em rede. Todas as edições são disponibilizadas no blog para download.

O Mutirão Sazonal Verão-Outono 2012 é inspirado pela Cunã - a semeadora.

Contribuições serão aceitas até o equinócio, dia 20 de março de 2012, em que o Verão dá passagem ao Outono, através desta página.

Chamada Mutsaz Gênero y Tecnologia - Cuñá

MutSazCuna > Chamada

nesse clima úmido e fértil desabrocha a potência do feminino, das conexões submersas e invisíveis. em época de fugas de sistemas proprietários e reconexões materiais na busca de viveres desautomatizados, sonhamos com tambores, cartas e cheiros. por nossos fluxos desdigitalizados cartografamos nossa vizinhança pós-gênero, pré-cósmica. nossa metarqueologia será, enfim, dançada.

no sub> sub > sub  > sub   > experimento de ser mulher dentro desta rede de redes, nos soa primeiro impróprio nos ligarmos por este antiquado padrão biológico, já que existem mutantes dinâmicas em cada ser, mas essas categorias sem dúvida trazem aproximações interessantes, já que lidamos com o imaginário comum humano. percebemos que ainda sofremos as consequências de um modo de pensamento totalitário, na nossa falta de destreza meritocrática, estabelecida em números de posts, enquanto fazíamos o jantar das crias. como uma pscicose colonizante, sexo, trabalhos domésticos, informática e maternidade convivem lado a lado nessa categoria. todavia, nesses últimos anos, muitas de nós mulheres nos relacionamos entre pares, em ambientes virtuais como listas de discussão e blogs, encontros espontâneos e informais, nos desprogramando em pequenos refúgios diante de outros ambientes "fervilhantes" e conservadores quanto à categoria gênero em que a discussão é rapidamente polarizada. metareciclagem, hardware, tecnocracia, espaços seguros e feminismo foram códigos comuns em nossas discussões mais íntimas. isso desde o sub-mundo digital que alguns chamam de "livre" mas que se faz livre somente por nossa negação perene de um livro, ou um cara fundador.

muito como no passado as mulheres tinham a responsabilidade sobre as sementes a a gestação, sendo a cria do mundo, muito pela ineficácia do modelo atual de civilização e da comunicação virtual, além do monopólio corporativo dos serviços e processos de entrada no mundo em rede, faz-se ainda mais necessário um ambiente de aprendizado horizontal e propício à gentil colaboração. à germinação livre das químicas e pesquisas científicas. a mulher deve ser sim particularmente incentivada a participar da cultura hacker, não somente porque foi historicamente afastada e ainda vive num mundo pleno de requícios opressores, mas porque o incentivo pode ser determinante para a descolonização de saberes - um aprendizado-diálogo-escuta em que se abre a caixa-preta do sistema-mundo. sim isso acontece desde dentro de nossas casas com nossas mães e filhas - também!

as conversas sobre parentalidade, sexualidade, a opressão tecnocrática ou a gélida carga de violência ancestral de nossos pares tornam-se então pequenos ritos de dor, onde muitas vezes recriamos o amor dentro, fazemos graça, e outras tantas irritamos. à união proposital de qualquer grupelho de mulheres ouve-se com muita frequência: exclusão! nunca o ouvimos quanto o microfone é esquecido na voz do bem-articulado inflado de respeito por seus pares institucionais, sem hesitação mas também sem nenhum êxito, talvez, pois a história oficial se escreverá por este que não é uma pessoa, um homem, mais um mundo-sistema. nesse sentido todxs estão convidados independente de "gênero", "etnia", "cor".

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a proposta que viemos fazer é resgatar e instigar o revelamento, desvelamento e a escritura de histórias de envolvimento de mulheres com tecnologias livres. refletir sobre a sua iniciação ao linux, ao mundo da informática, da netcultura. suas experiências boas e más com esses mundos, e por fim, se a categoria ainda reflete alguma coisa relevante para o mundo contemporâneo pós-gênero.

a sua contribuição pode se dar através de um fragmento de áudio, vídeo, texto, imagem ou artesania até o dia 20 de março (equinócio primavera-outono). envie sua contribuição por esta página. se preferir envie um email para a lista metareciclagem-AT-lists.riseup.net ou direto para tati wells. se sua contribuição já está publicada na rede e você quer só mandar o link, insira-o na página MutSazCunaColetanea ou envie-o pelo formulário.

a edição MutSaz gênero será construída colaborativamente pelo MutGamb, às vésperas do Encontrão Hipertropical de Metareciclagem.

lembrando que a história da mulher não vai aparecer nos noticiários e mídias oficiosas. narre, ouça a história de um(x) amigx para ela existir. aliás, é nesse fazer que ela se constrói.

(nossa xamã catadora ensaia meeeeeeeeee, weeeeeeeeeee.....:)

tati wells

sab, 18/06/2011 - 14:13

Yupana Kernel #Wiqua: Diz aí Wander Selva

Na lista metareciclagem: http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/44821 metareciclagem

 

Fiquei curioso pra saber os porquês das escolhas em torno dessa mitologia Inca!
 
E se outro calendário renascido das cinzas gerar os mesmos problemas: inserirmos a natura em algum processo histórico até cozir cultura novamente sufocando natura? De onde emitir um mantra sobre a subjetividade da coletividade?

yupana é também o nome de um ábaco inca, que segundo o último hoax utilizava sistemas de numeração binários e de outras bases diferentes da decimal, como o numero 144, cuja a raiz quadrada é 12. Quantas tautologias precisamos?

yupana é também nome de um supercomputador selvagem que só existe como método númerico, como alfabeto, mas não como industria. Turing quer ser psicografado pra reencarnar como traço solto num garrancho iletrado.

O manifesto antropofágico vacilou quando dizia "Tupi or not Tupi" pois esquecia-se do Tapuia, do Quechua, do Inuit, do Celta, do Visigodo, do Marciano, do Pária e sobretudo de que Nheengatu era uma construção de escribas... Não basta devorar o estrangeiro, é preciso ser devorado pelo nativo da fronteira perdida que está prestes a redescobrir sozinho o fogo, a escrita, a roda, os espelhos. É preciso perder-se para sempre.

Estaremos mais além dos tropicalistas, qualquer-coisa-modernistas, ufanistas messiânicos, positivistas, alternâncias de poder e suas negociações. Não queremos redenção, queremos O Banquete completo.
O grito da década milagrosa já foi dado pra além dos dados e seus administradores de sistemas, não queremos mapas, nem equadores nem meridianos, queremos ainda mais que os oceanos da lua de Júpiter e navegar sem rumo reinventando cosmologias - virgens Tietês, Xingus, Tigres, Eufrates, Ganges... o nome que seja do mesmo fluxo, todos com água potável. 
Não interessa qual a bandeira, bandeirante, termo-parente a ser lido em MMXI ou XII XIII XIV IV... XX... seremos indigestos para os que nos devoram sem comungar-nos, estejam estes com coroas, capacetes ou cocares, chutaremos suas barrigas por dentro até nascermos de novo, sem nome, sem mapa, sem culpa, sem data, sem limites.

 
Ps. ahhh, e se alguém falasse um pouco mais desses códigos pros leigos geral tb não seria mal. Ou como a galera das antigas daqui inventou,  "xemelizar"!
 


O código utiliza algumas bibliotecas python e pythonismos para remixar links da wikipedia, e é só um primeiro experimento pra quem quiser brincar com algoritmos e computabilidade da vertigem (ou um último experimento para quem quiser exorcizá-los). Liturgia laica? Inutensílio.

acredito que tem mais gente por aqui que pode comentar este código idiossincrático e ajudar a pensá-lo como o cerne de alguma coisa nova pra nascer...

o que seria? O que viria?

>reboot

 

1658 leituras blog de o2
qua, 23/03/2011 - 21:23

Janxs - versão epub

Lançamos ontem a edição verão 2011 do MutSaz, inspirado por Janxs. Nas nossas publicações mais recentes, eu já estava flertando com formatos de ebook. Fiz algumas experiências convertendo com o calibre o HTML gerado pelo Lyx. Foram relatados problemas de encode, de quebra de capítulos e outros.

Para Janxs, resolvi retomar a pesquisa. Depois de ler dois livros lançados no formato epub (um padrão livre e aberto, com bons clientes em muitas plataformas), resolvi me concentrar nele. Cheguei até a elencar a busca de softwares para editar ebooks nas minhas prioridades para 2011.

Testei o módulo epub do drupal que poderia gerar ebooks automaticamente. O módulo é complexo demais, gerou um epub pesado e que não funcionava. Tentei debugar, mas acabei deixando de lado. Depois de pesquisar mais um pouco, encontrei o Sigil - um software que simples e objetivamente fazia exatamente o que eu precisava: formatar um epub de maneira clara e sem frescuras. E melhor: livre e multiplataforma.

Para editar Janxs, comecei usando o módulo book do drupal para montar os textos na ordem da publicação. Depois de tudo organizado e revisado, exportei o livro inteiro para HTML (é só acessar /book/export/html/NID, onde NID é o número do node do livro). Salvei o HTML, importei no Sigil e dividi os capítulos. Inseri os metadados e pronto, em pouco tempo o ebook estava pronto. Pelos testes que fiz aqui, está funcionando ok. Aceito ajuda de quem puder testar em outras plataformas além de Linux e Android. Baixem o epub aqui.

2253 leituras blog de felipefonseca

Ressignificar a Administração

 

A primeira versão deste texto foi publicada num dos meus blogs de experimentações em agosto de 2008. Tudo relacionado à Internet estava em plena ebulição na minha cabeça e a Interação com a Rede MetaReciclagem apenas se iniciando. Tem muita ingenuidade aí. E certamente mais do que o que consigo ver agora. Mas de alguma forma ainda estou muito relacionado a este texto e ele a mim. Por isso retomo essa versão que formatei para a capa do meu site e coloco aqui, no calor desse verão Mutsaz. Pra Janxs,  que fecha e que abre.

Ressignificar a Administração

Há um problema na compreensão geral da administração, tanto da administração (prática) como da Administração (área do conhecimento). Administração é muito mais, mas muito mais mesmo do que tecnologia de gestão empresarial. Porém, as práticas discursivas na área são, compreensivelmente, reducionistas.

Uma esmagadora maioria está preocupada apenas com tecnologia de gestão empresarial (o que não é necessariamente ruim) e chama isto de Administração. Sim as tecnologias de gestão são uma parte, mas apenas uma parte de um todo, muito, muito, muito mais complexo.

Entenda. O que estou tratando aqui não se resume a diferenciar a natureza da organização ou do processo a ser administrado: Empresa Privada, Organização Pública, ONG etc Não é isto. Até porque o gerencialismo é uma realidade na Administração Pública.

Quero evidenciar é que há uma excessiva concentração de interesse e debate em torno de apenas um aspecto da Administração: as tecnologias de gestão empresarial. Esta concentração é tão expressiva que assume, às percepções ingênuas (ou nem tanto), o significado de Administração.

Para quem se preocupa com uma Administração, para além da Tecnologia de Gestão, há um efeito colateral desta substituição muito desgastante: estar a todo momento ressignificando* a Administração nas conversas. E aí, não só há o trabalho (às vezes muito complicado) de ressignificar a Administração, mas também de transpor essa percepção para uma série de conceitos e noções utilizados na área.

A coisa fica mais complicada  quando se analisa a natureza do conhecimento que alimenta as construções discursivas deste viés dominante na Administração. O pop-management, como O Monge e o Executivo, não é o pior. O mais grave talvez sejam as abordagens superficiais e às vezes distorcidas do conhecimento formal das Ciências Sociais e outras áreas do conhecimento. Assim, por exemplo, fala-se muito em burocracia mas poucos vão além do senso comum e das sínteses dos livros de Administração.

excelente artigo de Nicolini (que explica historicamente situação atual dos Bacharelados em Administração no Brasil) apresenta o que eu acredito ser um componente muito importante das causas do problema. Ou seja, cursos fundados e ainda hoje estruturados com base em importação de tecnologia de gestão, distanciamento da pesquisa e educação bancária.

Administração é  na verdade um conjunto de práticas imanente à vida do homem em sociedade. Lida com planejamento e organização de recursos, com provisionamento, com tomada de decisões para a vida. Em essência é prática política e, sendo assim, não deveria ser olhada e pensada apenas sob a ótica da tecnologia de gestão empresarial.

Por mais importantes que sejam (não podemos negar os méritos da tecnologia de gestão) as partes não podem ser vistas separadamente como o todo da Administração. Sob pena, como nos mostra Capra, de reduzirmos a complexidade da humanidade a leis gerais e generalizantes apropriadas da Física e da Biologia para explicar o comportamento social.

Acredito que há mais gente incomodada com esta questão, e  mais gente que gostaria de ver a Administração recebendo uma significação mais apropriada. E mais ainda, penso que há gente que gostaria de ver esta siginificação presente nas salas de aula dos cursos de Administração. Uma Administração ressignificada para algo mais integral.

Será a Internet, festejada pelo “poder” das mídias sociais, o meio que permitirá uma ressignificação amplamente conhecida da administração?

 

 

Conteúdo sindicalizado