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qui, 20/03/2014 - 20:31

Semana da Água: dia 4 no Parque Estoril

O Parque Estoril é uma Unidade de Conservação Urbana, localizada no Riacho Grande, conta com zoológico, parque infantil, praça de alimentação, espaço para trilhas e remanescentes de Mata Atlântica em trecho de Serra do Mar.

A atividade do quarto dia propunha uma "EcoRota" de visitação, conduzida pelo Claudinei Mello (biológo e gestor do Parque) e depois uma Roda de conversa. Nos dialógos que tenho tido com Claudinei, ele sempre enfatiza a necessidade do engajamento popular em projetos de pesquisas, envolvendo orgs e universidade para o Estoril ter legitimidade e sustentabilidade como uma UC  - e eu concordo.

Contamos com o apoio da Secretaria de Gestão Ambiental que concedeu o transporte do centro do Riacho ao Estoril.

Logo na chegada, os participantes deixaram seus pertences no saguão de eventos do Parque e seguiram com o Claudinei para a EcoRota.

Os relatos da EcoRota são de Amanda Wanderley e as imagens estão aqui:

"O grupo seguiu a trilha que fica às margens da represa e Claudinei contou como era o funcionamento do parque antigamente. Segundo ele, o parque era usado apenas para recreação, com encontros de grupos que organizavam churrascos com música muito alta (vinda dos carros) e nadavam na represa. Não havia nenhuma preocupação com a questão ambiental. Claudinei acha importante que o parque ofereça atividades para o envolvimento da comunidade com questões ecológicas e ambientais, para a própria preservação do parque. Mas, infelizmente, ainda é possível ver o descaso da população, que joga seu lixo no meio da trilha (foto em anexo). A professora Maria e Claudinei discutiram algumas possibilidades de projetos que poderiam ser desenvolvidos no parque com a UFABC. Chegamos então ao mini zoológico existente no parque, onde pudemos ver guaxinim, irara, jaguatiricas, macacos, tucano, araras, entre outros animais. Durante o retorno para o saguão não pudemos conversar muito porque uma chuva nos pegou no caminho".

Quando retornaram, mais uma vez, a mesma supresa: não pudemos fazer a apresentação em slides. Eu havia preparado uma apresentação, assim como a Amanda Wanderley e a María Valverde Brambila.

No modo low tech, cada uma comentou um pouco de como via seu trabalho relacionado às atividades do Estoril.

María Valverde Brambila, docente da UFABC, peruana, não conhecia a região do Riacho, nem o Estoril. Ela trabalha especificamente com indicadores de vulnerabilidade e afirmou ter bastante interesse em desenvolver junto com a população local um mapeamento para a identificação de áreas vulneráveis no Riacho, assim como atividades didáticas no Estoril.

Amanda Wanderley, biológa, desenvolve projetos de divulgação científica e mantém o blog Universo Plural. Amanda comentou sobre a importância e a possibilidade de empoderamento para a população local ao usar e desenvolver projetos de ciência cidadã, utilizando ferramentas digitais.

No final, comentei sobre o IoTDay Riacho e a possibilidade de iniciarmos projetos de monitoramente e inventário da biodiversidade local.

4637 leituras blog de mairabegalli
qua, 19/03/2014 - 20:31

Semana da Água: dia 3 na Biblioteca Machado de Assis

A Bliblioteca Machado de Assis fica localizada no bairro central do Riacho, Rio Grande, bem em frente a Subprefeitura. Possui fácil acesso às escolas, transporte público e um "quintal" incrível: praça com coreto, um espaço muito agradável que pode ser facilmente usado para projeções e milhares de coisas legais. Foi reformada recentemente, e conta com acesso a internet (mas não wi-fi), amplo acervo da temática socioecológica, sala para atividades (com TV, projetor, caixas de som) e muita disposição da diretora em conceder o espaço para oficinas e projetos. Contudo, tem sido subutilizada.

A intenção era trazer os relatos de alunos da graduação da UFABC que moram na região do ABC aos alunos do último ano do Ensino Médio da rede pública dos colégios do Riacho. Já que a maioria dos jovens  do Riacho "acaba" os estudos quando termina o ensino médio. Assim, contar sobre como "prestar o ENEM" e quais novas perspectivas poderiam se abrir com a vida universitária poderia ser uma proposta interessante...E também uma forma de apropriação desse equipamento público.

Para isso, entrei em contato com as escolas do Ensino Médio, visitei, fiz convite, deixei folder. E, com os alunos da UFABC com ajuda da aluna do BC&T Suzane Melo.

Os alunos do Riacho se mostraram animados no dia em que visitei suas salas (isso, na semana anterior). Passaram emails e contatos para saber mais informações. Porém, ontem, o público alvo da atividade não foi o esperado.

14 das 15 vagas foram preenchidas. Mas a maioria por crianças :D

A dinâmica que havíamos pensado (eu, Jessica Jorge e Suzane) mudou. Nos apresentamos, falamos da semana da água, perguntamos qual a importância da água na vida deles e explicamos a dinâmica da oficina. Não fazia muito sentido eu fazer essa apresentação para eles...

Saímos a pé até a prainha, nos dividimos em grupos, sendo que cada participante faria 2 fotos de coisas importantes que estava vendo ali. 

O processo foi bem legal. Voltamos nomeamos as fotos, e expliquei que estariam disponíveis em uma plataforma de compartilhamento com pessoas do mundo todo, e que havia uma grande possibilidade de se tornarem obras de uma exposição internacional em abril, articulada pelo artista Wolf Gang.

O resultado das imagens, com o nome dos autores? Procure aqui por "Riacho Grande".

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ter, 18/03/2014 - 20:30

Semana da Água: dia 2 na Aldeia SOS

Saímos da subprefeitura do Riacho, às 14hs, com a van concedida pela Secretaria de Gestão Ambiental rumo à Aldeia SOS. O plano inicial seria levar 20 pessoas  que viriam de Paranapiacaba e de outras regiões do pós-balsa para atividade. Mas como o número de pessoas interessadas foi mais do que o dobro, a professora Jane (de agroecologia) decidiu articular o trajeto com um ônibus escolar - mesmo assim algumas pessoas tiveram que viajar em pé. As pessoas que saíram da sub conosco souberam da atividade por conta do Guia da Cidade. E mesmo sendo moradores de São Bernardo do Campo conheciam superficialmente o Riacho Grande, e nunca haviam estado na região do pós balsa.

O céu estava bastante nublado e com muitos trovões quando saímos. Pensei que teríamos uma tempestade no caminho...mas por sorte o céu "abriu" do outro lado da balsa :)

Durante o caminho conversei bastante com o motorista da van, funcionário público, residente da região desde a década de 1960. Ele relatou as mudanças socioecológicas da região ao longo dos anos, e principalmente a perceptível redução do nível da água da represa.

Penso que um outro projeto bem interessante seria fazer documentários, ou mesmo uma pesquisa aplicada sobre a história do Riacho sob a perspectiva do conhecimento ecológico local da população.

Quando chegamos, as pessoas já nos aguardavam no quiosque em frente à casa destinada para estudos de agroecologia na Aldeia. Atualmente são oferecidos cursos básicos para a população do entorno. Contudo, apesar de receberem as instruções de plantio e cultivo não possuem articulação para a comercialização desses alimentos e muitos produtores acabam descartando ("jogando no lixo") suas safras ou oferecendo como alimento para animais.

Eu havia preparado uma apresentação bem didática envolvendo conceitos e possibilidades de projetos PSA (aqui para baixar), mas não rolou, pois não havia projetor. O que não foi um problema. Ao contrário: todas as pessoas fizeram muitas perguntas e comentários para mim e Angelica. Todo mundo registrou seus contatos em uma lista de presença e explicitou o interesse em ter oficinas de projetos, como: fossas biodigestoras, arquitetura ecológica, construção de mini-estação de tratamento, entre outros (para oferecer esse tipo de serviço na região). Assim como de trabalhar e atividades de compensação ambiental, cedendo suas propriedades para o plantio de espécies nativas, desenvolvendo produção agroecológica orgânica e viveiros de mudas para projetos de recuperação de biodiversidade.

Conversamos sobre muitas possibilidades, inclusive da articulação imediata para a comercialização desses produtos na feirinha de domingo no centro do Riacho. E, também, no desenvolvimento de uma linha orgânica de doces e pães em parceria com o projeto da padaria artesanal que já existe lá - E QUE NOS PRESENTEOU COM UM CAFÉ DA TARDE MARAVILHOSO, com direito a chá de erva-cidreira colhido na hora ;)

Além disso, a Aldeia possui muitos prédios e áreas ociosas que poderiam ser ocupados, inclusive como centros de pesquisa para UFABC.

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seg, 17/03/2014 - 22:06

Abertura da Semana da Água no Lago Azul

Tudo começou assim

A Suzon Fuks postou na lista Bricolabs a chamada da semana da água, no final de 2013. Eu achei interessante, mas naquela época estava muito envolvida com outras demandas, e passou... Semanas depois, a Raquel Rennó, do PAEC-UFJF (grupo que colaboro) que organizou o Tropixel, encaminhou a mesma mensagem da Suzon em email privado pra mim. Dessa vez, com mais tempo para ler, achei que seria uma boa oportunidade para começar uma articulação em rede, com projetos internacionais para o Riacho e testar a minha hipótese da tese: o "co-manejo", ou manejo colaborativo, o manejo de escalas horizontais.

Pensei numa proposta bem simples, low-cost, baseada no que vivencio desde fevereiro de 2013, nas reuniões mensais da subprefeitura realizadas por Sergio Hora e Wagner Lino toda última segunda-feira do mês (agora vamos documentá-las nesse blog). Poderia ter articulado algo como a CIGAC, o Tropixel, ou Submidialogias - levando as pessoas das redes, da universidade, em larga escala para o Riacho. Mas acreditei que nesse primeiro momento seria mais viável trazer 2 ou 3 pessoas "de fora" para conversar com a população que "já estava articulada" e "já tinha muitas reivindicações" - AND se mostrava tão engajada nas reuniões de segunda-feira.

Em dezembro de 2013 tive a primeira conversa na subprefeitura que decidiu apoiar o evento. Assim, seguiram uma série de outras conversas e reuniões com secretarias e ONG's que aderiram e ofereceram apoio de divulgação e infraestruturas. Contudo, houve um erro de divulgação. Em janeiro eu enviei para o pessoal da "Promoção da cultura" a versão pré-alfa da programação. Lá a abertura seria no Clube dos Bancários. Mesmo, dias depois, passando a versão correta, indicando o Lago Azul não foi corrigido, pois era quase impossível fazer isso com todo material impresso... E, desse modo a informação foi amplamente divulgada...

Do Clube dos Bancários ao Lago Azul

A cerca de dois meses, em janeiro de 2014, começei a pesquisar possibilidades de articulação com a Secretaria de Gestão Ambiental para delinear com populações locais uma Política para Prestação de Serviços Ambientais. Assim, seria mais coerente ao invés de uma cerimônia cheia de formalidades, uma roda de conversa, linkando um nó de pessoas (org) com o poder público (gov). Isso era que eu pretendia na abertura. Não aconteceu. Talvez pela divulgação errada, ou pela não divulgação. Btw, não aconteceu.

Por conta de outras demandas Wagner Lino não conseguiu comparecer na abertura, o Secretário de Gestão Ambiental enviou Gabriela Priolli, com quem tenho conversado bastante sobre parcerias para o Riacho.

Porém, existe um hiato entre o que ouvi muitas vezes na reunião de segunda-feira e a realidade. O presidente da associação de bairro do Lago Azul - org que atualmente possui um terreno-sede não utilizado e também ocupa uma área que tinha sido escola de lata  - disse que a população envolvida na associação tinha interesse em projetos e que havia uma carência enorme. A minha proposta: começar uma articulação, ou seja, você chama essas pessoas todas interessadas e eu chamo o .gov, com quem tenho conversado para delinearmos propostas de forma horizontal. Ok. isso pareceu bem claro.

Abrindo os trabalhos

Na minha perspectiva o que existe é uma certa esperança messiânica, de que o .gov possa mudar o contexto da vida de todomundo e consiga resolver universalmente os problemas do Riacho. Talvez, por isso as reuniões de segunda-feira lotem, para cobrar demandas e não para oferecer propostas. Infelizmente na cultura brasileira perdura o "apoio em forma de dinheiro" e não o apoio para realizações espontâneas que envolvam  auto-organização e cooperação efetiva das partes envolvidas.

Na abertura, eu fiz uma breve apresentação sobre a semana da água, citei estrutruras como Bailux, Puraqué e até mesmo os containers do Pixelache (muito parecidas com o Lago Azul), e disse que o problema não é ter uma superproposta, mas sim vontade e desejo das pessoas (e falei um pouco do Baixo Centro).

Gabriela trouxe as atividades que estão sendo feito nas áreas de manancial. E depois abrimos uma conversa sobre o que poderíamos fazer juntos  -  em alguns momentos essa conversa quase virou uma discussão e uma cobrança por assuntos difusos, como por exemplo, a poluição do Rio Tietê.

Resultado do Processo 1 de 1

Tenho trabalhado com processos colaborativos faz um tempo. Nem sempre as pessoas, que dizem se envolver amplamente em tudo, participam na hora. Por isso que o ativismo de sofá funciona tanto, pois com um clique você resolve tudo. Em um lugar como o Riacho a presença se torna essencial e isso envolve a participação sem escalas. Ou seja, entender as pessoas (das secretarias, a polícia, o agricultor, o pesquisador) como a si mesmo, como "um ser" que pode dar uma parte do todo que você precisa.

Sei que é um exercício complexo. Pensei que no Riacho estávamos uns passos a frente dessa questão.

Acho que outra coisa que incomoda um tanto é as pessoas (todas elas) não entenderem muito bem "quem é a semana da água". A tal da necessidade de institucionalização. Soa estranho ter um evento de "todomundo". No material oficial saiu que era da Water Wheel, como ONG - MAS a Water Wheel como ONG nem existe, é apenas uma TAZ, uma plataforma que é "eterna enquanto durar". Na entrevista da rádio Milícia, por exemplo, acharam estranho divulgar o domínio http://nebl.in/a. Também já citaram ser uma organização da Iniciativa Verde, da UFABC, e da própria prefeitura de SBC. Não é. Isso gera estranhamento, essa coisa de ser de muita gente, mas também não ser de ninguém. Tudo isso está documentado aqui, no clipping.

Hoje, terça-feira, vamos para Aldeia SoS. Vamos esperar o que teremos por lá.

 

4349 leituras blog de mairabegalli
qua, 05/03/2014 - 21:34

Presente do pretérito

O pretérito é um presente.

Não tenho medo do futuro.

Não preciso de televisão, o futuro eu vejo com meus próprios olhos.

Não tenho medo do que vai acontecer.

Tenho medo é do que já aconteceu.

Eu não tenho como não aprender com o que aconteceu.

Não tenho como fugir do que aconteceu.

Tenho certeza do futuro, o futuro está em meus olhos.

Tenho controle sobre o futuro, o futuro está em minhas mãos.

O passado é que é incerto.

O passado é que é maior do que eu.

Do passado, eu tenho medo.

Não fosse o medo do passado, eu teria certeza da vida.

Porque a vida é incerta, o medo é o único presente que eu poderia ter.

O presente do pretérito.

4197 leituras blog de iuriguilherme
sex, 17/01/2014 - 15:21

Mostra de Micrometragens "PassaPraMim"

Os desenhos de Bruna, Ana Alice e Daniel foram alguns dos trabalhos transformados em animações durante a 1ª Mostra de Micrometragens para Celulares, que aconteceu nos dias 23 e 24/08/2013, no Centro da Cidadania de Rio das Ostras. A Mostra “Passa pra mim” é um projeto da universitária Liana Ébano, da UFF, com apoio da Prefeitura e patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura.

Segundo a coordenadora do evento, "a tecnologia está cada vez mais presente na vida e as novas mídias transformam cidadãos comuns em comunicadores e produtores de conteúdo por meio da internet. Para isso, basta soltar a imaginação e usar de forma correta”, disse Liana.

Quem foi ao espaço pôde conferir a exposição fotográfica "Olhares do Território", que teve como fonte de criação a localidade do Âncora. Também foi distribuído o primeiro cartão postal da Avenida das Flores, a principal via pública do local. A programação contou com a apresentação "Sem Sujar os Dedos", do artista plástico Maurício Sagui. Já o produtor cultural Júlio Borges mostrou como os trabalhos realizados pelas crianças, em massa e borracha, poderiam ser transformados em Animação. Teve ainda a exibição de cerca de 40 vídeos produzidos e enviados pelo público, além de debates e mesas redondas com autoridades locais, professores da UFF e convidados.

De acordo com a promotora do evento, a Mostra quer despertar no jovem, principalmente os moradores do Âncora, local onde ela mora, que a arte pode ser feita ali mesmo e para os moradores da localidade. Para isso, basta ter imaginação e um pouco de conhecimento.

Eu também estive presente ao evento com a exposição "Metareciclagem", onde mostrei alternativas para o reaproveitamento de lixo eletrônico, além da oficina "Fonográfica Lúdica", que ensinou os participantes a transformar um disco de vinil em MP3 usando um notebook e um vitrola reciclada.

 

1340 leituras blog de vitorkerouac
sex, 10/01/2014 - 16:29

Horta no Apartamento

 
 

Quando em 2010 resolvi cultivar alimentos orgânicos, nada fiz. Quando em 2011 lembrei da promessa de 2010, comprei uns vasos de plástico e pedi pra moça que trabalhava comigo arranjar um pouco de terra do jardim. Daí enterrei algumas sementes que comprei numa loja e as vi germinar. Dias/semanas depois as plantinhas estavam mortas e eu triste pelo acontecido.

Em 2012 passei a levar meu lixo reciclável para o Parque dos Pássaros de Rio das Ostras. Havia um Ecoponto lá e isso me animou a tentar dar uma destinação ambientalmente adequada aos outros tipos de resíduos que gerávamos na minha casa. Então voltei minha atenção dessa vez aos orgânicos da cozinha. Fiz uma composteira com potes de sorvete e obtive um adubo bem bacana, marrom escuro, com cheiro de terra molhada. Mas o processo levou mais de dois meses para ser concluído, o que me obrigou a continuar mandando, nesse período, meu lixo orgânico para o aterro sanitário da cidade. Precisava então acelerar essa compostagem.

Peguei um caixote velho na rua, vedei suas fendas com embalagens recortadas de tetra-pack e silicone, passei uma tinta por cima de tudo e comecei a misturar meus restos de alimento com terra, dentro desse caixote. Então num período médio de duas semanas tudo que eu depositava e tapava com aquela terra "desaparecia" de forma impressionante. Não dava cheiro, nem moscas, nem baratas. Só um pouco de formiga e uns vermes simpáticos que os passarinhos das redondezas tratavam de comer. Meus restos de pó de café também iam na mistura. A terra ficava negra, húmida e com cheiro bom. Daí pra liberar espaço no caixote comprei outros vasos que receberam o resultado dessa adubação e passei também a depositar uma parte do que sobrava no jardim do meu condomínio. Ou seja, estava consolidada a técnica para a destinação ambientalmente adequada dos resíduos orgânicos gerados pela minha cozinha. Zero de lixo orgânico.

Semanas/dias depois notei que "coisas" brotavam daquela terra toda. Plantinhas que eu não sabia identificar. Mas eram muito variadas. Passei a regá-las e a observar seu crescimento. Vi o nascimento das primeiras flores e dos primeiros frutos. Eram tomates, pimentões, abóbora e cebolinha. Tem coisas que não identifiquei até hoje. Outras tenho certeza que foram os passarinhos que trouxeram. E tudo isso numa varandinha de 2ª andar de 1,5 metros quadrados.

Desde que comecei essa coisa toda estava decidido a não pesquisar muito. Quis aprender por tentativa e erro. Continuo aprendendo. Agora mesmo um dos pimentões está ficando amarelo. Não sei se colho logo ou espero. As folhas do pé de abóbora também estão amareladas. Só ficam verdinhas quando chove. Devo regá-lo mais? Não sei. Só sei que estamos gerando, apenas, duas sacolinhas de lixo por semana lá em casa. Quero reduzir para uma. E pretendo começar atacando agora o papel higiénico sujo do banheiro. Um minhocário daria conta dele?

Vamos descobrir.


1473 leituras blog de vitorkerouac
sex, 03/01/2014 - 08:01

A bicicleta que gera eletricidade

Alternadores são equipamentos que funcionam de acordo com o fundamento da indução eletromagnética, transformando energia mecânica em energia elétrica. São utilizados em diversas áreas, desde geradores de energia portáteis a automóveis e usinas hidrelétricas.

Energias Renováveis são as provenientes de fontes naturais, como sol, o vento, a chuva, as marés e a energia geotérmica, entre outras.

Barra Auto Escape é uma oficina automotiva situada à rua Gerônimo Gonçalves, número 1099, Centro, Barra de São João – RJ. Funciona desde 1995 e presta serviços de mecânica rápida, como troca de óleo, filtros, escapamentos e silenciosos. O telefone lá é (22) 2774-5635.

José Alexandre de Freitas, mais conhecido como “Zé Tainha”, nasceu no dia 05 de dezembro de 1959, em Macaé – RJ. Recebeu esse apelido ainda na infância, pois quando seu pai ia mergulhar levava os filhos junto e os amarrava a uma corda, soltando-os na correnteza da foz do Rio São João para eles aprenderem a se defender. Eram os únicos que mergulhavam na Prainha! Como José Alexandre era o menor, magrelinho e comprido, os colegas do pai começaram a dizer que ele nadava feito uma tainhota, dai começou a história da tainha... Mais tarde, já trabalhando como mergulhador profissional, teve que ser readaptado pelo INSS diante dos problemas de saúde que adquiriu com a vida de embarcado, então virou mecânico. Nas horas vagas gosta de mergulhar e surfar. É casado com a professora Marcilene de Freitas há 26 anos e tem dois filhos.

Entre os dias 3 e 7 de junho de 2013, no Parque dos Pássaros de Rio das Ostras, promovemos a 3ª Edição da Exposição Consciência Sustentável, evento cuja documentação você pode conferir aqui. Entre as peças apresentadas, chamou a atenção de pessoas de todas as idades a bicicleta que gera eletricidade, tecnologia social facilmente replicável (como você pode ver na explicação que acompanha última foto dessa postagem), desenvolvida com materiais reaproveitados e retirados quase em sua totalidade da Barra Auto Escape, a oficina mecânica do Zé Tainha.

Esse post é uma homenagem e um agradecimento ao Zé, pois sem a sua ajuda não teríamos dado conta da tarefa de montar a bicicleta. Salve, Zé!

 

1914 leituras blog de vitorkerouac
sab, 28/12/2013 - 21:01

Considerações sobre anos findos e um quase findo...

Não sei se as observações que pretendo fazer nos próximos parágrafos podem se encaixar de forma natural nesse espaço. Mas como o ano está acabando e nos últimos dias tenho me colocado a ler mensagens da Lista referentes aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2012 (isso mesmo, 2012!) que estavam com leitura pendente, senti novamente a necessidade de participar desse blog coletivo. Deve ser a tal "sensação de pertencimento" que outrora experimentei e que nesse momento aparece com força e me instiga boas reflexões. Mas vamos lá:

Questionado pelo Valdir Rodriguez sobre o porquê de mais uma vez o encontro anual da antiga equipe de TI da Unesa não ter acontecido, lancei as justificativas costumeiras (embora verdadeiras) como falta de tempo, distância, etc; mas em seguida sugeri que, se não nos veríamos, que pelo menos relatássemos o que fizemos nos últimos dois anos. Eis então meu relato:

"...da última vez que realizamos nosso encontro (julho/2011) eu havia acabado de sair da escola onde trabalhei desde 2004. Estava fazendo estágio de meio ambiente na ong Guardiões do Mar, que fica ao lado do shopping sãogonça. Ao retornar pra Rio das Ostras fiquei ainda uns meses desempregado, então comecei a trabalhar como técnico ambiental numa empresa de saneamento que prestava serviço pra Cameron de Macaé. Fiquei por lá do final de 2011 a fevereiro de 2013.

Em 2012, me juntei com um pessoal que estudou e deu aulas pra mim e fundamos um Grupo. Atuei discretamente nele durante todo o ano de 2012, paralelamente ao meu trabalho, buscando nessa empreitada uma alternativa às frustrações profissionais que estavam sendo vivenciadas naqueles meses.

No início de 2013, atendendo a uma demanda cada vez maior de convites para eventos e ações de educação ambiental, resolvi fazer algo inesperado: larguei o emprego e passei a me dedicar em tempo integral a Ong. Com isso, tivemos alguns êxitos, como cobertura da imprensa em vários eventos que organizamos, entrada para o Conselho de Meio Ambiente do município e network bacana na região. Mas com o tempo as parcerias não se mostraram efetivas e muitas perspectivas não se realizaram, de modo que demos uma pausa nas atividades da instituição em setembro. De lá para cá passei a dar aulas em cursos técnicos aqui da região e nesse momento me encontro de férias. Enfim, não foi um ano ruim".

Bom, esse foi o meu pequeno relato. Pretendo estar ativo novamente na lista em 2014, compartilhando com o bando algumas experiências com lixo eletrônico que vivenciei nesse ano quase findo.

 

 

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