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ter, 13/09/2011 - 10:55

MetaReciclagem Uma Mudança de Mentalidade

1. Introdução


A informática passou a fazer parte no dia a dia das pessoas, seja nas transações bancárias, em ambientes escolares, no trabalho e no lazer.  Cada vez mais o computador se mostra presente no cotidiano. Apesar da alta produção na tecnologia da informação, no Brasil, o acesso ao computador e à internet é ainda escasso para alguns indivíduos. Programas de inclusão digital são elaborados para esta parcela, atualmente excluída da dita sociedade da informação, porém estes programas são criticados por especialistas por não atenderem de forma eficaz às demandas do que  é chamado de exclusão digital. Em contraponto com as pessoas sem acesso a estes meios, outra parcela da população, com um maior poder aquisitivo, consome cada vez mais um computador de última geração ou algum gadget de última moda. O consumo desenfreado, numa sociedade onde pessoas trocam de celular duas vezes ao ano, que trocam componentes de seus computadores sempre que um novo mais veloz ou com maior capacidade é lançado, não é acompanhado por uma pergunta básica: para onde vai o lixo tecnológico gerado?


No Brasil, surge um grupo de nome MetaReciclagem, que tem como proposta reciclagem do lixo eletrônico para a transformação social. De acordo com o grupo, também é possível reciclar mentes para esta transformação e a inclusão digital se dá por um processo de apropriação tecnológica e não apenas “usar o computador”. Este grupo, de origem em São Paulo, está presente em todo o Brasil, de forma descentralizada e auto-organizada, inclusive tendo uma forte atuação no Governo Brasileiro (Ministérios da Cultura e Ciência e Tecnologia) com questões pertinentes a tudo que perpasse pelo computador, redes, equipamentos tecnológicos, cibercultura e sociedade.
Este trabalho consiste na investigação da importância de contribuição da MetaReciclagem à questionamentos sobre o lixo eletrônico que está sendo descartado pelos rápidos avanços tecnológicos.

2. Justificativa


Conhecendo mais esse grupo, suas propostas e sua atuação, podemos entender mais  processos como: sociedade da informação, lixo eletrônico, compartilhamento, comunidades virtuais, cibercultura, exclusão digital e liberdade na internet. Estes processos são de suma importância para entendimento de nossa sociedade que, através desse grupo, é observada por uma diferente ótica e assim trazendo à tona questionamentos pertinentes à academia para um maior entendimento de nossa sociedade, visto que este grupo traz uma relação de usuário de tecnologia crítica ao uso e desuso de tais equipamentos.

3. Problematização


Saber ao fundo, rotulando o que seria o grupo de MetaReciclagem é uma questão complicada, pois os participantes do grupo narram que não existe uma história verdadeira do grupo ou todas são verdadeiras. A história é narrada por pessoas que colocam, ou tiram, pontos pessoais e sendo assim o grupo prefere não se agarrar a uma única narrativa. Apesar desta dificuldade de enquadramento do surgimento do grupo, podemos usar os dados destas versões e construir um histórico apontando pontos em comum relevantes ao surgimento do mesmo.


MetaReciclagem é definida como uma rede,  atuando desde 2002, no desenvolvimento de ações de apropriação de tecnologia de maneira descentralizada e aberta.  Esta rede tem como base a desconstrução do hardware, que seria uma forma de desconstruir peças de um computador para entendimento de funcionamento das mesmas; utilização de software livre  e uso de licenças abertas, que garante o uso, alteração, compartilhamento e divulgação de uma forma livre. Como a rede é descentralizada, ela aglutina pessoas de diversos lugares do Brasil. Basicamente, ela tem como estrutura um site e uma lista de discussão. No site os usuários podem participar lendo os materiais que são postados em formato de blog, bem como ter acesso a tudo que foi discutido na lista de discussão. O interessante do site é que qualquer um pode se inscrever e contribuir com o site, alimentando-o com novas postagens e/ou interagindo com o que foi postado. A lista de discussão serve como um canal em tempo real, onde as pessoas enviam e respondem e-mails sobre diversas questões, gerando uma discussão entre os membros inscritos. É importante frisar que as discussões na rede “metarecicleira” (termo usado pelos participantes) não se restringe apenas ao assunto computador, internet e lixo eletrônico, mas tudo que seja relativo ao social: governo, resistência indígena, artes, feminismo, sociologia, antropologia, enfim tudo que é importante, ou julgado importante para algumas pessoas.


O foco deste projeto de pesquisa é se aprofundar nas contribuições do grupo à sociedade, visto que eles vão além de passivos usuários de tecnologia, pois buscam questionamentos sobre a importância da mesma em nossas vidas. O principal questionamento da rede é sobre o descarte do lixo eletrônico, gerado pela velocidade da produção de artefatos tecnológicos. A sociedade atual tem passado por rápidas mudanças na sua relação com a tecnologia, exemplo: um celular antes servia para fazer e receber chamadas; hoje em dia entra na internet e pode ser ligado a um teclado e a uma televisão. Estes avanços geram questionamentos por uma pequena parte da sociedade, por exemplo: onde estão os celulares antigos, em desuso? Sabemos que países mais pobres servem de escoamento para uma nova categoria de lixo gerada por nossa sociedade, o lixo eletrônico. Este tipo de lixo se torna convidativo a parcela mais pobre da população pois ele pode conter peças com algum valor comercial: cobre, ouro entre outros metais. Mas que também certas partes como baterias, que não servem para estas pessoas, são descartadas no meio ambiente e são perigosas pois contém metais pesados e produtos químicos que poluem e afetam diretamente a saúde humana.


Para Bauman, há a hipótese de que todo esse descarte de lixo, que é indesejado pela sociedade, é escoado para uma parcela da população que é chamada por ele de lixo. Um exemplo são programas de inclusão digital que recebem computadores velhos, destinados a pessoas de baixa renda que não fazem minimamente tarefas cotidianas. Podemos lançar a questão: de fato é inclusão digital você oferecer ferramentas que não estejam alinhadas com a atualidade? Para a rede MetaReciclagem é importante saber separar e preparar essa tecnologia obsoleta, tendo cuidado com termos como inclusão digital. Para eles as empresas ou pessoas que se desfazem dos seus aparatos tecnológicos obsoletos devem ter a consciência de um descarte adequado dos mesmos e ter a responsabilidade deste pós-uso. Infelizmente, algumas ONG's, que não têm este aprofundamento, servem de escoadoras de lixo eletrônico, visto que recebem este tipo de lixo de empresas que por sua vez repassa-os para comunidades pobres que irá compor projetos de inclusão digital ou serão destruídos para aproveitamento das partes citadas acima.


Portanto, o objetivo desta pesquisa é uma busca de como o grupo de MetaReciclagem pode contribuir para trazer à tona tanto a academia quanto a sociedade para questionamentos acerca de todo o lixo tecnológico gerado pela sociedade atual.

4. Quadro Teórico


Bauman traz importantes somas a este projeto de pesquisa pois é um grande pensador sobre a modernidade e suas relações, principalmente ao se tratar destas relações levando em conta  consumo, que segundo ele tem aumentado a uma velocidade incrível na modernidade.
O autor traz uma visão muito interessante sobre o que seria o lixo, ampliando seu significado, uma vez que é dada, ao mesmo, uma dimensão sociológica indo além do habitual que é pensar o lixo como apenas aquilo que não serve mais. Bauman vai além nesta ampliação, citando que alguns setores da sociedade estão sendo encarados como lixo, ou seja, descartados, indesejados como podemos observar


“Desesperados, não aceitariam a simples verdade de que odiosos montes de lixo só poderiam não existir se, antes de mais nada, não tivessem sido feitos (por eles mesmos, os leonianos!). Eles se recusariam a aceitar  que (como diz a mensagem de Marco Pólo, que os leonianos não ouviram.), “à medida que a cidade se renova a cada dia, ela preserva  totalmente  a si mesma na sua única forma definitiva: o lixo  de ontem empilhado sobre o lixo de anteontem e de todos os dias e anos e décadas.” (CALVINO apud BAUMAN, 2005, p.9).

A sociedade atual agrava mais ainda essa situação, pois o consumo por tecnologia está avançando rápido demais e são criadas necessidades por uma certa atualização destes equipamentos. O computador que não está “rodando” a mais nova versão de determinado software, aquele celular que não tem as novas funções que todos os mais novos têm e também os apelos publicitários que estimulam o consumo de tais equipamentos, “é a novidade de hoje que torna a de ontem obsoleta, destinada ao monte de lixo.” (BAUMAN, 2005).


5. Objetivos


Agora podemos trazer a discussão e colocá-la na forma de objetivos para serem perseguidos neste projeto:

5.1 Objetivo Geral


Analisando o grupo MetaReciclagem investigaremos propostas de mudança de mentalidade no que concerne à questão do lixo eletrônico, oriundas de novos atores sociais que utilizam a tecnologia como proposta de inclusão social.

5.2 Objetivos Específicos


1. Entender a atuação descentralizada do grupo pesquisado;
2. Identificar suas contribuições à sociedade;
3. Descobrir como a MetaReciclagem pode contribuir para a mudança de mentalidade dos atores envolvidos direta e indiretamente.

6. Questões de Pesquisa


1.a) Qual o perfil dos atores que atuam o grupo MetaReciclagem?
1.b) Como se dá a auto-organização do grupo?
2.a) Quais os impactos das contribuições da MetaReciclagem de forma direta à sociedade?
2.b) O grupo traz discussões efetivas à questão do lixo tecnológico?
3.a) Como se dá o processo de transformação social proposto pelo grupo?
3.b) Quais são os resultados satisfatórios acerca da mudança de mentalidade? Baseado em pontos tocados pelo próprio grupo.

7. Metodologia


A pesquisa dar-se-á, inicialmente, pelo acompanhamento do grupo em seus dois veículos de discussão: Portal e Lista de Discussão. Onde serão colhidos dados das discussões promovidas por seus usuários. Os dados coletados serão analisados e  documentados em diário de campo. O pesquisador decidiu se apresentar ao grupo e aproveitando que, pela descentralização do mesmo, há pessoas em diversas partes do país, inclusive nordeste, fará entrevistas presenciais com pessoas envolvidas no estado de Pernambuco ou em outros próximos (dependendo da disponibilidade de ambos).
Serão aplicados questionários on-line ao grupo, buscando atingir uma boa quantidade de membros do grupo, bem como atingir diferentes regiões do Brasil. Este questionário buscará sondar possíveis diferenças e também elaborar tipos de perfis, levando em conta região, escolaridade, tempo no grupo, experiências práticas e experiências teóricas.

2844 leituras blog de yzak
qui, 12/08/2010 - 16:22

Capturas de algo em Dalton Martins

Os fluxos da minha pesquisa estão inevitavelmente ligados à MetaReciclagem. Em certo momento eu simplesmente queria era entender os movimentos estratégicos entre a meta e as coisas gov, mas hoje já não sei mais. Mas esse aprendizado que é ir assimilando, quase que totalmente pela Internet, as conversas de grupos, de pessoas que aparecem mais aqui e ali e outras que nem tanto, de nomes, de espaços, de termos, de práticas, está sendo um grande laboratório para em algum momento chegar à etnografia que vai ser desenhada para atender, dentre outras coisas, aos requisitos acadêmicos. E assim é que vou juntando pedacinhos de coisas, de falas, imagens, texto etc. Coisas que fui tuitando pra registrar, recortes de outros registros e coisas semelhantes. Esse aqui, com coisas do Dalton,  tava guardado esperando para ser contextualizo e virar um post no reacesso. Mas aí ele olhou pra mim hoje e disse: "Cê tá esperando muito. Cê tá com isso aí parado pra quê?" Então resolvi soltar aqui, quer lugar melhor?

Fragmentos de Dalton Martins

"A gente tem que ver a forma como as corporações se organizam como um campo fluídico onde a gente pode penetrar e interagir lá dentro, e rearticular o sistema produtivo, e não ver como um embate."

O que nos interessa quando a gente tá falando em Rede Social é uma abertura de linguagem @ dmartins http://ow.ly/wnDG

Ouça @dmartins aqui:http://ow.ly/wnF7

– Veja o PPT aqui: http://ow.ly/wnEW

Redes Sociais

Como é que eu consigo ver essas conexões? @dmartins http://ow.ly/wnDG

A busca sempre foi pelas conexões ocultas. Como uma coisa se conecta com a outra? @dmartins http://ow.ly/wnBt

A interdependência permite que a gente entenda a co-emergência: nós nos construindo o tempo todo @dmartins http://ow.ly/wnB1

A gente cai nas mesmas tendências que a gente combate com uma facilidade muito grande @dmartins http://ow.ly/wnyW

Aonde eu tô? A quem eu sirvo? O que que eu tô fazendo mesmo? @dmartins http://ow.ly/wnyF

Como a visualização da info ajuda a desenvolver uma consciência do processo que eu tô inserido @dmartins http://ow.ly/wny1

A minha busca, pela visualização dos dados, da informação, é por um processo de consciência. @dmartins http://ow.ly/wnwo #mrec #reacesso

2199 leituras blog de o2
dom, 07/03/2010 - 20:00

Representar e Ser MetaReciclagem, Rede

Por que eu penso que o trabalho de Hernani Dimantas requer uma atenção especial do bando, independente das posições políticas e ideológicas de cada um? E isso importa?


Pelo que sei o Hernani está nas conversações e ações de muito do que hoje é "conhecido" como MetaReciclagem desde o comecinho do comecinho do comecinho. Ou seja, as pessoas que partilharam conversas, maquinaram juntas, propuseram e executaran as primeiras ações que compõem boa parte do que MetaReciclagem representa hoje. Eu disse "representa" e não disse "é", certo? Aliás, o que MetaReciclagem "é" continua sendo um jogo dos mais interessantes. Nessa conversa precisei pedir até ajuda no twitter para conseguir usar o verbo "ser", o que acabou resultando em algo que o mbraz escreveu e que merece ser registrado:


dasilvaorg: qdo digo que algo representa a metarec digo: é uma representação da metarec. Se eu quiser dizer que algo é a metarec, direi?
mbraz: responderei por mim mesmo, ok, nao pela metareciclagem. Uso o verbo fazer, algo faz a metareciclagem e etc. Poderia ser produzir tambem, pois e' diferente de trabalho, representacao do produzir. Já' usei tambem 'acontecer', pois processo e nao produto. Ex, o encontrao de pessoas em Arraial 'aconteceu' na metareciclagem. Nao sei se ajudo, mas preciso acontecer metareciclagem em sp agora, ok ?


Quando eu falo em "representação", intuitivamente, sem nenhum contexto teórico acadêmico, penso em "imagem mental", "significação subjetiva", "apropriação particular e contextual". Quando eu falo em "Ser" aí tudo fica mais complicado e intrigante. E se eu pensar no nome "rede" essa complicação começa a ficar ainda mais intrigante e instigante.

Até agora não me resolvi ainda com esse "Ser" rede. As conversas que vi em torno de Redes Sociais não me convencem. E a conversa que mais tem me convencido até agora, que é a das redes da Actor-Network Theory (conhecida por mim basicamente pelo trabalho de Bruno Latour) requer associações com as quais eu ainda tenho bastante dificuldade em trabalhar com. Aparências de inconsistência de um lado e aparências de consistência de outro, sendo isto algo altamente subjetivo (aliás o que é o objetivo?) melhor voltar às questões do começo do texto.

Já falei que o hd está no núcleo inicial da construção da coisa (MetaReciclagem). Mas não é só isso. Ele permanece sendo respeitado, ouvido e considerado por outros que também estavam por lá e podem, a partir do que dizem os registros na Internet, ser considerados o núcleo inicial de toda esta "representação" do que temos aqui. Penso que só isso já seria um bom motivo para refletirmos sobre a importância ou não de de colaborar com seu trabalho. Mas tem mais que isso. E para ampliar esta estória quero acrescentar mais dois nomes: Felipe Fonseca e Dalton Martins.

Hernani Dimantas, Felipe Fonseca e Dalton Martins têm mais alguma coisa em comum do que "MetaReciclagem". O que? O Weblab.tk. Penso que esse é um ponto que merece destaque na conversa. Aqui ou acolá toco no nome Weblab.tk, mas sempre evito dar ênfase porque a forma como vejo isto me parece ainda fortemente associada a um contexto século XX. Mas aqui e agora me parece o lugar e o momento certo de falar disto pensando em clarear visões juntos. Ainda que atualmente eu esteja um pouco desencantado e não espere mais que alguém que pudesse a vir a clarear isto junto chegue a ler este texto e interagir (muito texto, pouco status do escritor), o que me faz insistir na escrita talvez seja esta noção de que fatos são construções e, portanto, se for fato de que MetaReciclagem seja (agora o verbo ser) algo diferente, em termos da administração, do que eu interpreto como século XX way, isto é também uma construção.

Indo direto ao ponto. Existem três pessoas, as que eu já mencionei, que estão fortemente associadas às "representações" MetaReciclagem. Ao mesmo tempo, estas três pessoas hoje trabalham juntas em algo que tem o nome de Weblab.tk. Quando eu começo as associações por aí vejo uma "Rede" interessante e, na minha percepção, altamente influente em algumas coisas que se combinam a partir dos nomes: Políticas Públicas, Inclusão Digital e Cultura Digital (só pra sintetizar em 3), e que que merecem no mínimo ser discutidas por quem está aqui numa "representação" MetaReciclagem.

Esta é uma chance de jogarmos luz em algumas coisas, penso eu. Weblab.tk é certamente só uma dimensão. Dimensão? Uma das que me chamou a atenção dentre outras como: des).(centro, Estudio Livre ou Orquestra Organismo, por exemplo e para ficar em nomes de "conjuntos" apenas, e não  continuar na cilada de listar pesssoas. Porque sei que tem tanta coisa que não vejo aí, não é mesmo? Aliás, nisto se configura a pertinência da conversa em torno do trabalho do hd. Ou seja, talvez seja apenas um querer egoísta. Mesmo assim,  não cedendo às aparências,  venho aqui e registro. Tem relevância? Ah... Isso, sozinho eu não tenho como dizer.

 

2869 leituras blog de o2
ter, 13/11/2012 - 22:55

O que Brasília te diz?

A gente cresce com o imaginário de Brasília invisível, terra de políticos e lugar de ternos. Era assim que eu imaginava, até conhecer a terra do Calango e perceber que existem muitas saias coloridas por lá.

Essa parte do cerrado carrega uma mutiplicidade cultural que traz congada, mamulengueiro, quilombolas, que com muita honra alimentam tradições seculares e cheias de força.

E foi nessa cidade que aconteceu a Desconferência Metarecicleira, que nasceu como “Encontrinho Informal METARECS@DF” e organicamente se tornou “Encontro na Terra da Calaganda/ Peregrinação dos Des_finados pelo Fim do Fim do Mundo”, no dia de finados, 02 de novembro de 2012.

Um encontro no centro do Brasil?
Os últimos dois encontros da Rede Metareciclagem aconteceram no Rio de Janeiro e em São Paulo. Duas cidades que são consideradas grandes polos pela quantidade de capital que gira dentro delas. Entretanto, pessoas que estão do outro lado do Brasil não tem tanta facilidade de chegar até essas cidades e a ideia de encontros descentralizados, como o que aconteceu em Brasília, possibilita que mais econtros, desse jeito, possam acontecer e mais pessoas possam se encontrar em lugares diversos. Afinal de contas, a rede metareciclagem está alé dos desenhos de mapas ou conexões astrais.


E quem estava lá?
Pois é, metarecicleirx também é metarecicleirx sem saber, pois é esse sentimento surge do coração e e de uma série de-devires que só aparecem quando estamos abertos ao acaso. Tem gente que escolhe essa abertura como premissa, e essa é uma das coisas que mais achamos no cerne da Metareciclagem: o saber acelerar/desalecerar o passo na hora da novidade. O saber lidar com o imprevisto. O incorporar o erro e transformar em potência. O…


E entre todas aquelas 20 pessoas (número aproximado) deu para sentir a magia do encontro, a importância de reunir não só quem está na lista da Metareciclagem, não só quem nasceu ou mora em Brasília, mas também  gente que está em outros estados, e em outras redes, e que pode pensar junto com os moradores da cidade algumas soluções a partir da mescla de experiências de gente com referências diferentes.
É o caso de Webert Oliveira, que apresentou no encontro fotos e relatos sobre um espaço abandonado no Parque da cidade e jogou a pergunta: “como podemos ocupar esse espaço?”


E de roda em roda o tema foi circulando, junto com as outras conversas que estavam rolando anteriormente, os particpantes do encontro começaram a imaginar soluções para a ocupação desse espaço, que possibilita o desenvolvimento de projetos relacionados a àgua, vídeo, dança, arte, tencnologia, pela sua relação com a natureza e com a cidade.

Senti um ar de um dia de Submidialogia, atuando nas camadas de um lugar desconhecido, tentando entender o que está acontecendo naquele espaço para pensar maneiras de fortalecer as ações.

Peraê, mas como foi a chegada em Brasilia?
Peguei o mesmo voo que Rafael Beznos, e encontramos no aeroporto de Brasilia Magnus Magno e Webert Oliveira. É divina a sensação de conhecer pessoalmente pessoas que você vê na lista, verdinho no jabber e até já te despertou vários sentimentos sem que você tenha olhado nos olhos dela.
Webert contou a importância daquele encontro acontecer em Brasília, a quantidade de nodos que estavam desconectados e precisavam uma situação como essa para estarem juntos.
Muitas vezes a gente acha que é necessário um motivo para encontrar as pessoas, mas a saudade não é tida como um  motivo plausível. Acho que esse encontro vai despertar saudade em muita gente e saudade consumada é óleo da engrenagem da vida.


Domingo Imaginativo de Resoluções para o Mundo…
Redes federadas, construir nossa própria casa, plantar nossos alimentos, fazer nossa música e tomar banho de cachoeira. E assim passamos o domingo: eu, Fabiana Goa, Farid Abdelnour, Daniel Prado, Leonardo Barboza e Fred Vazquez. A agulha da conversa era a frase “vamos fazer um mundo mais do nosso jeito” , de Zumbi dos Palmares. A linha que ia costurando era o sonho de cada um de um mundo baseado na economia solidária, no amor e nas possibilidades de continuar juntos a caminhada. Inicialmente usar um computador e plantar uma semente são ações completamente desconectadas, mas quando começamos a tentar entender o processo de construção daquele computador, como os softwares são produzidos e quem pode ter acesso, também percebemos que com as sementes não é diferente: como serão plantadas? Como será o seu processo de crescimento? Com ou sem agrotóxicos? E quem poderá comer essas plantas?  Essa reflexão surgiu em uma roda de pessoas muito diferentes, mas que tem como premissa fazer um mundo mais do nosso jeito… Salve Zumbi!


Segunda, Sol, Beco e papelão!
O feriado foi todo de chuva em Brasília, mas na segunda o sol deu as caras em Taguatinga. E foi para lá que fui! Encontrar Farid, que carinhosamente me apresentou o Mercado Sul, conhecido como Beco da Cultura.

Conheci Dona Nen, costureira que estava fazendo as camisetas para o Blender-Pro e toda riqueza que o beco agrega, pois envolve culturas outras, como um violeiro que faz viola caipira e um artista plástico chamado Virgilio Mota, que recria com saco de cimento e papelão. Com o material recriado ele produz cadeiras, mesas e outros objetos. O espaço se chama Tempo Eco Arte.

O mais bacana é que essa galera do Beco está fazendo uma séria de produções no Blender-Pro e mostra de forma concreta que é possível desenvolvermos jeitos de construção pautados pela economia solidária com base na união da comunidade. Uma costura daqui, outro faz a serigrafia ali, outra faz o orçamento ali..e assim, de um jeito gostoso que só, Dona Nen grita da casa vizinha: Farid, vem escolher o azul da camiseta! E lá vou eu junto e já participo da escolha, sem que Dona Nen peça minha identidade e referências anteriores para estar ali…ô jeito leve de fazer as coisas..


Para fechar a viagem, aprendi novos rituais de energização e ouvi um susurro no meu ouvido sobre a importância de estar atenta aos sinais, afinal “eles estão aí o tempo todo, na nossa frente”.

E Brasília, o que te diz?

1520 leituras blog de siliamoan
dom, 11/11/2012 - 17:29

Facebook, MetaReciclagem e a Questão Central

 

Uma (re)produção/tradução/traição de uma thread polêmica na lista MetaReciclagem.
 
7.11
Já quase no finzinho da Tarde  Yzak, talvez por confiar numa consciência crítica das pessoas na lista metareciclagem, expoẽ a sua percepção de bizarrice  sobre uma imagem/texto que está circulando no Facebook.  Que para mim é uma dessas coisas que mais mistificam as "mídias sociais" do que ajudam a compreender como essas coisas podem (ou não) de fato se relacionar com poder.
 
Fabbri quase na mesma hora responde, levando a a questão para uma discussão do uso ou não uso da ferramenta/mídia/espaço, alegando que o uso deve ser feito também para a crtítica ao uso e que estar ausente desse processo não faz ninguém melhor em nada.
 
Mbraz responde algumas horas depois  e não entra no mérito da discussão sobre uso ou não do Facebook. Enfatiza  o problema maior, que é a questão central a qual a imagem/texto está associada. Sua percepção é de que o pressão total precisa ser feita. 
 
Lelex,  já bem mais tarde, mais que  sete horas depois da primeira mensagem, chuta o pau da barra e desconta um acúmulo de percepções num ser genérico.
 
8.11
Yzak  interpreta a colocação da Lelex como sendo uma crítica a ele e responde  logo pela manhã se declarando triste com a atitude.
 
Umas duas horas depoisa a Lelex pede desculpas e diz que era com o Geraldão e sobre uma percepção geral.
 
9.11
Fabbri, retoma a trhread mais de 24 horas depois, como alguém que está entendendo os movimento acumulativos da lelex , tranquiliza o Yzak e diz que nada daquilo era com ele, mas fala em  "cutucada" e "tapinha" genericamente, como se fosse pra uma galera real/imaginária da qual o Yzak, segundo o Fabbri, não faz parte.
 
Lelex  responde alguns minutos depois que se declarando aliviada por alguém a ter entendido.
 
Cleber, lá pelas duas da tarde, mais ou menos também duas horas depois da resposta da Lelex, volta para a Imagem, refraseia o texto, faz uma observação sobre pessoas e tecnologia.
 
José Joaquim, uma horinha depois, segue o retorno à imagem e coloca duas questões cŕiticas genéricas sobre o contexto da imagem/texto.
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Antonio, lá pela mesma hora que o Yzak postou a imagem mas uns dois dias depois, aproveita a imagem/texto para fazer uma crítica à inutilidade do Facebook. Ou à sua utilidade apenas para os "marketeiros".
 
10.11
Fabs entra na discussão já no final da tarde do sabadão. Mais de 24 horas depois do último post na thread,  com uma percepção de que há ali um problema com fato do Yzak ter postado o link na lista. E diz que não entende o porquê. Além disso, a cutucada e o tapinha, foram entendidos pela Fabs como tendo sido dados direto no Yzak e não num ser genérico.
 
Fabbri, já no começo da noite, umas duas horas depois do e-mail da Fabs,  reafirma: "o tapa e cutucao nao foi nele nem pra ele."
 
Iuri, alguns minutos depois,  entra no meio da confusão para posar de hacker Cool, que usa, mas não dá a mínima pro Facebook. (Iuri, eu não podia perder a piada, não é tapinha nem cutucão, certo?!)
 
Fabs, aparentemente pouco antes de sair para a virada cultural, lá pras 2Oh, retoma a discussão acentuando que não ficou claro que o tapinha e o cutucão não eram pro Yzak. Que se não eram pra ele parece que ele foi usado de escudo, o que seria pior segundo ela. Além disso ela levanta uma questão da discriminação quanto a usar ou não o facebook (o que que eu vou chamar aqui  de discriminação inversa ao fluxo).
 
Fabrri, seis minutos depois do e-mail da Fabs, diz que vai dar um tempo e outra hora responde. Diz que tá mais pra outros ares. Deseja uma ida em paz à virada cultural para a Fabs.
 
Lelex , já lá pras quase 11 da noite do sabadão, diz que quem tá dizendo que tem certos problemas na parada é porque está querendo ver e dá um recado pessoal para a Fabi. (Mais na frente a lelex vai confessar que estava falando dá e para a Fabi Borges. Pensando ser ela que estava pontuando a discussão do tapinha/cutucão).
 
11.11
 
7.23 da matina do domingão. Galera acorda cedo ou não foi dormir ainda. Iuri aproveita uma fala da lelex para problematizar a escrita e enaltecer a relação gente-cachorros.
 
Yzak, às 7.33 aproveita a deixa do Iuri e manda: ""E nós valorizamos cada vez mais a palavra e pouco ligamos ao movimento. E também à visão, que usa mais ou menos a metade do 1/3 restante do cérebro. Então, visão e movimento são tudo na vida, desde o nosso nascimento." Alguém citando Gaiarsa"
 
Maira, às 7.34 da uma alô e deseja bom dia!
 
Lelex, às 7.36,  também pega a deixa do Iuri e fala rapidamente sobre a sua boa relação com cachorros e sobre, genericamente mais uma vez,  estarem nos tirando a palavra: "pior que nos tempo da ditadura... cerceamento total da tal da livre expressão.".
 
Iuri, às 7.37, seguindo a jogada de bom humor feita pela Maira na na thread, deseja boa noite para quem é de boa noite.
 
Fabs, às 8.58,  interessantemente não notando que a Lelex estava falando anteriormente com uma Fabi, até passando recado pessoal sobre ligar e esperar em casa, dá uma escrachada chamando o papo de "papinho sabonete", que não assume para quem tá falando.  Mas, acho que o mais  importante, volta para o assunto maior, o problema central que vai apenas como consequencia de diversas relações, gerar a imagem/texto que foi criticada três dias antes pelo Yzak. O problema maior que até então apenas o Mbraz tinha abordado.  E aproveitando a deixa da conversa estar tratando de "Palavra, " joga um texto da Eliane Brun na lista, publicado na época.globo.com, que entre outras coisas fala o que é a palavra, na interpretação de alguns antropólogos para um determinado contexto.
 
Yzak, alguns minutos depois, retoma a crítica aos usos do facebook ("mídias sociais"), reforçando a questão do comportamento automático e da não assimilação da maioria das pessoas sobre o contexto. É um crítica interessantes, porque traz ao mesmo tempo a auto declaraão de usuário. ao mesmo tempo, Yzak acaba retomando assunto que parece que ficou mal entendido: "O Pedestal".
 
Lelex, uma meia hora depois do e-mail do Yzak, fala de seus não usos de msn etc. E  pergunta para "Fabi" (não a Fabs) sobre e para quem ela está falando.
 
Lelex, cinco minutos depois,  percebe que Yzak retomou o assunto  "O pedestal" como algo ainda não esclarecido. E faz uma série de perguntas pra ele sobre seus entendimentos.
 
Fabs, oito minutos depois do e-mail da lelex, mas aparentemente só tendo lido até o e-mail anterior do Yzak,  retoma também o assuno "O pedestal" e seu não entendimento sobre esta "cutucada/tapinha", assim como discorda de posições anteriores sobre o uso da escrita: "A falta de contexto eh que dah margem a tudo isso, e nao a escrita em si", segundo ela.
 
Fabs, cinco minutos depois, responde à pergunta da Lelex ( que ainda achava que estava falando com a Fabi Borges quando perguntou para quem esta estaria mandando recado) sem notar ou sem achar  relevante a questão da troca de identidades. A resposta da Fabs aponta Lelex e Fabbri , como as pessoas que: "distribuiram tapinhas e cutucoes, mas nao assumem quem realmente queriam cutucar. Geraldao que eu saiba nem assina essa lista."
 
Lelex, seis minutos depois do email da Fabs (às 10.14 para ser mais preciso),  propõe então  uma versão sobre  "O pedestal": "quem está no pedestal, sou eu. a critica foi uma autocritica, coisa que é dificil, eu sei, nem todos conseguem, mas eu faço minha auto-critica... peço desculpas se alguém tomou prá si, pois não era minha intenção, trata-se da minha compreensão e percepção do mundo que estou vivendo."
 
Yzak, três minutos depois (às 10.17 para ser mais preciso)  pede desculpas por ter retomado a questão "O pedestal", mas diz que estava meio que se protegendo e contextualizando principalmente por conta da molecada com quem trabalha que são também contatos seus no facebook.
 
Lelex, quase em cima do e-mail do Yzak enfatiza, para a Fabs, que a crítica é para ela mesma e complementa dizendo que quando precisa falar direto fala direto, mas que se alguém tomou para si o que achava que era pro Yzak isso é outro problema.
 
Lelex, uns 3 minutos depois responde ao pedido de desculpas do do Yzak. Diz pra ele  não se preocupar com ironia e menciona um exercício recomendado por Nietzsche que ela executa diariamente.
 
Mbraz então, às 10.28 do domingo,  retoma o que entendo como "a questão central", que foi o que me motivou (juntamente com a resposta seguinte da Lelex) a seguir os tempos e as ênfsases dessa thread. Vale ler direto do próprio Mbraz:  http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/56357/focus=56447
 
Yzak, no minuto seguinte, nitidamente não tendo tido qualquer contato com o e-mail do Mbraz,  segue o  diálogo com a Lelex do "uso de mídias sociais" e orkutização;
 
Lelex, uns vinte minutos depois, pontua rapidinho a elitização nas mídias sociais e então informa que estava só agora se deu conta de que quem tava falando ali era a Fabs Balvedi, não a Fabi Borges.  E aí entra o elemento/prática "troca do nome", que vem ocorrendo nos últimos meses em alguns lugares, em função do assunto central que a imagem/texto incial postadas pelo Yzak a quatro dias atrás, evoca.
Ela pede desculpas. Dá boas vindas de volta à lista para a Fabs e critica a proposição (que me parece foi feita pelo Mbraz) de que a movimentação, sobre o assunto central por trás da imagem/texto enviada pelo Yzaz nasceu nessa ou naquela rede social. E faz um breve relato mencionando Rodrigo, filho da Pi, falando sobre o que era e o que não é mais o FISL. Sobre o antes "as comunidades" e agora "os hackers estrelas".
 
Fabs, quase na mesma hora do último e-mail da lelex, portanto respondendo a um e-mail anterior,  se explica sobre suas colocações enfatizando que a preocupação inicial era com a suposta proposição de uma discussão que nasce na lista metareciclagem depois migrar para o Fabebook.
 
Lelex, 18 minutos depois,  puxa a discussão para o uso de mídias sociais e contextos, novamente. 
 
Fabrri, às 11.27, aproximadamente umas 13 horas depois de ter dito que ia dar um tempo, retorna e então se explica apenas recolocando suas falas. Sobre a validade de no próprio Facebook falar sobre usos do Facebook, porque entende que a discussão do Yzak não ia nesse sentido.
 
Fabs, às 11.42,  em menção às boas vindas de volta da Lelex, diz que sempre esteve na lista. Com menos mensagens, mas nunca saiu. Fala sobre sua percepção de que a troca dos nomes (que tem a ver com a movimentação em torno do assunto vinculado imagem/texto nas mídias sociaiso) só ter ocorrido em sua maioria no Facebook.
 
Bem, enquanto eu terminava isso, lá pras 14.50, já haviam chegado mais duas mensagens: Uma da lelex  (13.58), que parece que confundiu denovo algo que a Fabi Borges fez com algo que teria sido feito pela Fabs. E outra da Fabs (14.42) que respondeu, dizendo que quem tinha afirmado algo sobre o que a Lelex disse tinha sido a Tati Wells, não ela. (Mas na verdade, acredito que a Lelex estava se referindo ao e-mail da Fabi Borges uns dias atrás dizendo que ia sair da lista por um tempo).
 
Enfim, o mané aqui que não tava com tempo pra nada não resisitu e acabou parando para fazer esse registro dessa conversa, e tirando minhas próprias conclusões:
 
a) Nós temos aqui e nas redes aliadxs uma questão mal resolvida com usos das mídias sociais, notadamente do Facebook, que não é de hoje e que se expressa em várias tredis por aí, Kill Facebook, Kill it now! é uma das que eu lembro agora. Aliás acho que isso pode ser uma #tagchave (viu Fabbri e Simone, Glerm Adriando) pra máquina do fim do fim do mundo. E falando nisso, cês perceberam que a Fabs falou em aproveitar o mundo na virada cultural antes do fim do mundo ?
 
b) Como é característico aqui na lista as discussões às vezes caminham para trocas de elogios ou de acusações, defesas e alegações sobre mal entendido etc. Não se desesespere carx leitorx, no meio disso aí há muito mais do que picuinha entre ox malucxs que brigam e fazem as pases. Nessa tredi aqui tem alguns contextos de informação importantes sobre o que eu chamei de "a questão central":
 
A aparente crítica a uma parte desse posicionamento pela Lelex: http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/56357/focus=56449
 
E o texto enviado pela F4bs que, ainda que publicado na época.globo.com, está bem estruturado, trazendo vozes que são reconhecidas como legítimas, para o assunto das "palavras", na "questão central": http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/56357/focus=56441
 
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E no final fico pensando se faz algum sentido esse trabalho todo aqui de colocar os tempos, tentar sintetizar o centro do debate em cada e-mail e dar uma outra visualização para as discussões  tredi.
 
Não sei, a empolgação no durante foi boa.
 
Ter parado pela primeira vez para ler alguma coisa sobre, após ter resistido nesses últimos meses a toda a prescrição de facebook, twitter, lista, o diabo à quatro, para que eu "entendesse" e me "envolvesse" com aquilo que eu chamo aqui nesse texto de "a questão central", também foi uma experiência interessante. Ainda que agora eu esteja bem mais atrasado com todas as minhas coisas do que estava na hora em que comecei a fazer isso.
 
 
Espero que sirva para mais alguém, além de mim, esse exercício.
Bjs.
 
 
 

 

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qua, 18/07/2012 - 20:03

Abertura da Cicag Semiárido: Percepção em Ação

 

Tarde da terça-feira,  12 de junho de 2012, chegamos naquela estranha construção em desenvolvimento no meio de um enorme descampado no Alto Sertão da Paraíba, tudo muito marrom, nos lembrando que estávamos numa das piores secas dos últimos 40 anos nesse  território chamado de Semiárido. Nos prédios esparsos, ainda não interligados por movimentos de gente, ainda com ar de coisa inacabada, ainda definitivamente não ocupados, projetos de biblioteca, auditório e salas administrativas estavam se transformando em espaços de convivência para a I Conferência Internacional em Gestão Ambiental Colaborativa, a Cigac Semiárido. Toda uma parafernália de fios, instalações, gente de olhos espantados correndo de um lado para o outro para deixar prontos os inúmeros pequenos detalhes da 1ª Cigac .
 
"Como assim, o ar condicionado do auditório ainda não tá instalado?", exclama alguém com os olhos esbugalhados, alguém dentre as tantas pessoas que mais tarde me diriam que até a hora da abertura não acreditavam que aconteceria alguma coisa ali, tamanha a aparência de desolação que o ambiente transmitia, tamanha a expectativa que criou-se em torno de um nome "Conferência Internacional". Nesses dias, de véspera, a tensão com o pensamento no desenrolar de tudo que estaria por vir se misturava com a felicidade de ver que as pessoas estavam chegando e que então não tinha mais jeito, estava acontecendo.
 
Lembro de poucas vezes ter podido parar pra ouvir alguma palestra,  ensaio convidado,  apresentação de trabalho acadêmico, oficina, mini curso, roda de conversa, o que quer que fosse da programação oficial da conferência. O correr de um lado pro outro não me permitiu focar em nada por mais que alguns minutos, além é claro da Visita Técnica ao Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa - PIVAS, que  foi conduzida por mim junto com o Valber Matos,  da Articulação do Semiárido. Foram boas 4 horas do meu tempo destinadas ao que pra mim foi uma das atividades mais significativas da Cigac Semiárido. Principalmente porque o PIVAS é um microcosmo de disputas onde o que a vista alcança está muito aquém do que a práxis produz. Mas o PIVAS é assunto pra outra hora. Aqui, minha missão é deixar registrado  um breve olhar sobre a Roda de Conversa da Abertura da Cigac Semiárido.
 
Meu olhar é muito recortado, obviamente. A subjetividade do caracterizar de uma realidade que só existe se conseguimos narrá-la e que pode tornar-se qualquer coisa com os usos desta narrativa. Tecnologia, Social.  Os minutos de contemplação vão sendo assimilados e ocupando espaço na narrativa na medida em que me desloco de uma ação para outra, para providenciar  um fio, checar algum credenciamento, conversar rapidamente com algum convidado, verificar a conexão do streaming e toda sorte de atividades operacionais que não tínhamos quem executasse além de nós mesmos da pequena equipe de organização.
 
A primeira Roda de Conversa da Cigac Semiárido questionou "por que Gestão Colaborativa?", ou, "O que é Gestão Ambiental Colaborativa"? Ouvi um pedaço das falas de Valber Mattos, da ASA-PB, e de Ricardo Poppi, da Secretaria Geral da Presidência da República. Francisco Cicupira, o outro conividado da roda, assim como o  restante das falas de todos, ainda vou assistir no vídeo da primeira roda de conversa da Cigac Semiárido,  que já disponibilizamos online.
 
Valber Matos é um ícone da cultura sertaneja e seu trabalho com a Articulação do Semiárido -ASA está numa dimensão de conhecimento dos problemas locais que requer interlocução privilegiada,  para o alcance de qualquer coisa que possa ser chamada então de Gestão Ambiental Colaborativa para o Semiárido.  Por isso sua presença nesta primeira roda de conversa tem toda uma relevância prático-simbólica. Valber era ali um dos poucos que podia traduzir a voz das comunidades locais em sua fala. Ele e  Francisco Cicupira, do IFPB, um sertanejo representante de um dos braços oficiais da Ciência e Tecnologia locais, davam ao caldo da Cigac Semiárido a mistura que nós havíamos idealizado ainda em projeto: "Todos os saberes juntos por um Semiárido sustentável". E talvez ninguém melhor do que Ricardo Poppi para completar esse caldo,  representando de certa forma  todo o esforço que a Primeira Cigac fez para trazer gente relevante,  visionários em áreas de  colaboração, para dialogar com o local.
 
Poppi,  generosamente emcampando nossa ideia, declarou sua empolgação em estar presente na Cigac Semiárido, porque em sua opinião se tratava do tipo de ação legítima e relevante para o desenvolvimento de soluções para as questões que pretendíamos discutir ali. Ele,  como outras pessoas que vieram a Sousa para participar da Cigac, percebeu de imediato que trazer para o Coração Sertanejo do Semiárido uma discussão como a da Cigac era algo bem diferente da mesmice das discussões vazias sobre as mesmas temáticas que circulam normalmente nas capitais e grandes cidades.
 
Sousa, a três horas do aeroporto mais próximo e para o qual os vôos são bastante limitados, só poderia ser escolhida como palco de uma discussão internacional por interesses diferentes dos que normalmente guiam outros empreendimentos desta natureza. E neste caso, reconhecendo também ao mesmo tempo o esforço de várias pessoas e  entidades se complementando para produzir a Cigac, é quase impossível não creditar à Rede MetaReciclagem boa parte da força capaz de fazer coisas deste tipo acontecerem. Desconstrução de Tecnologia para Transformação Social.
1732 leituras blog de o2
seg, 04/07/2011 - 23:46

3d setas

No fim do ano passado publiquei aqui um relato do Exercício de Identidade MetaRecicleira que rolou durante o segundo Fórum de Cultura Digital, em São Paulo. Naquele post, contei sobre a brincadeira que a F4bs e o Pitanga possibilitaram, modelando e depois fabricando na makerbot o logo da MetaReciclagem. No dia, pedi ao pitanga que copiasse os arquivos para meu pendrive, mas algumas semanas depois percebi que o pendrive tinha dançado. A F4bs também não encontrou os arquivos, e só meses depois lembrei de pedir ao Pitanga que tentasse encontrá-los. Pois bem, ele achou.

Está em anexo um arquivo .zip com todos os arquivos, para quem quiser fazer suas próprias explorações. Pitanga explica:

  • blend é o arquivo do blender
  • .stl é o arquivo 3D exportado do blender e que pode ser importado no replicatorg para imprimir
  • .gcode é simplesmente o .stl "compilado" para a impressora (só funcionaria em um modelo equivalente ao nosso)

Atualizando em 08/02/2012: publiquei também o .stl no thingiverse e no shapeways.

1795 leituras blog de felipefonseca
qui, 26/01/2012 - 14:01

Laboratórios Experimentais (CCE + Mutgamb) Curitiba

O que incentiva a experimentação? (veias, curiosidade, vontade, artérias e códigos)
Linhas tênues que diferenciam o processo de cada espaço e envolvem diversos indivíduos, que circulam por várias dessas conexões, afinal as pessoas estão (as pessoas não são, elas estão).
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Objetivo:
produção de 04 registros ou micronarrativas (máximo de 10 min) a convite do Centro Cultural da Espanha tendo como pauta experiências de Laboratórios Experimentais no Brasil.
Felipe Fonseca, responsavél pela curadoria dos vídeos, convidou o Mutgamb para produzir os vídeos.
Ao invés de dividirmos em regiões, que era a ideial inicial, percebemos que seria mais interessante focar em espaços de forte atuação na cena de Labs: IP, no Rio de Janeiro e Glerm Soares, Lucida Sans e demais espaços que estão envolvidos, em Curitiba.

Tati Wells ficou responsavél pela produção do documentário sobre o IP e eu sobre a cena de Curitiba.
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Base para desenvolvimento do roteiro:
Laboratórios Experimentais e Cultura Digital Brasileira:
Espaços que unem pessoas, valorizam o processo de criação a liberdade de experimentação.

Eixos:
-Cultura Digital Brasileira,
-Experimentação;
-Poética da tecnologia;
-Formas de sobrevivência;
-A não alienação tecnologica;
-Metareciclagem.
Espaços em que o processo de produção e experimentação em hardware e software é mais valorizado do que o produto. Aliás, aqui o produto deixa de ter a conotação de um objeto e passa a ser  instantes de efervescência de momentos de criação pautados por um grupo que se reúne com objetivo de disseminar novas formas de lidar com a tecnologia: amplificando a poética de seus sensores e modulando novas frequências a partir da ressignificação de objetos.
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Saímos 10 de Janeiro, dia nublado em São Paulo e pegamos a estrada com uma seleção musical diversa e divertida.

Horário de saída: 12:00
Horário de chegada: 18:00

Da ressignificação:Chegamos em Curitiba e fomos direto para Museu da Gravura, espaço em que estava acontecendo o Hacklab do Solar. Lá encontramos Glerm Soares, que nos mostrou o Toscolino e abriu as entranhas da programação do tal (visualizamos o patche) e nos explicou o que constituia o Toscolino: um controle joystick, que permite a manipulação de som pela pessoa que está com o mesmo em mãos.

Quem foi mesmo que disse que a cadeira foi feita só para sentar?

E foi essa essência que tentamos capturar durante as entrevistas: como se dá esse proceso inventivo e de subversão de objetos e conceitos, que torna a cena experimental Curitibana tão especial?

A busca:
Os elos que constituem e desenvolvem esses espaços em Curitiba circulam por vários grupos, o que enriquece a troca de conhecimento e potencialização do processo de surgimento de novas ideias.Por isso não chegamos lá com um roteiro fechado, e sim com o objetivo de des-formatar o estilo de construção de micro-documentários atual, e para isso meta-experimentamos no processo de montagem da linha de perguntas, entrevistados e espaços de filmagem.

A riqueza estava em como as coisas surgem, e não nos que elas se tornaram.

Chegamos com algumas perguntas base para conversar com cada entrevistado, mas elas eram modificadas de acordo com o teor e conteúdo que ia surgindo na conversa. Sinto a grande amplitude da gambiarra quando valorizamos os novos caminhos que são abertos durante a feitura de um projeto e nesse ponto elevamos ao máximo essa potência do processo desmistificado.

Nós quem? Desviando…Para mim uma das grandes experimentações do vídeo é convite que fiz para Marilia Rubio. Alguém que tem uma linguagem e processo de criação bem diferente das linhas que sigo e das propostas que me envolvo. O objetivo desse envolvimento é o de oxigenação de elementos e ideias, já habitualizadas, e potencialização de novas linguagens. Fomos construíndo nossos processos a partir de nossos erros, acertos e soma de algoritimos que inventamos a cada momento, aproveitando tudo que existia ao redor para nossas ins-pirações e mesclando nossos olhares sobre circuitos e mundos. Às vezes dava certo, às vezes dava errado. A parte mais legal é quando dava errado: aí mora a riqueza das diferenças, que somadas criam algo quase que inédito, que só encontramos na lacuna da transversal que cada um tem intimamente.

Eles quem? Nadando nas profundezas sensoriais…
Os entrevistados:
Patricia Valverde
Fernando Rosenbaum
Ana Gonzalez
Goto Newton
Glerm Soares
Simone Bittencourt

Teor da conversa:

As perguntas variaram bastante de pessoa para pessoa, mas existe uma linha que liga os momentos registrados, como a rede que existe em Curitiba, a questão de espaços de criação lúdica e tecnologica que tem curta duração fisica, mas longa em outros âmbitos, como listas de discussão, como fomentar esses espaços e a ocupação de espaços públicos como museus e espaços não governamentais. Afinal, como incentivar tudo isso?

E quando fica pronto?

Bom, agora vamos para uma nova fase da feitura do vídeo e a previsão de finalização é Fevereiro/2012

Links Interessantes:
Orquestra Organismo: http://organismo.art.br
Movimento dos Sem Satélite: http://devolts.org/msst
Circuitos Compartilhados http://www.circuitoscompartilhados.org/
Trânsitos http://transitos.org/
Bicicletaria Cultural http://www.curitibacultura.com.br/tags/bicicletaria-cultural
Hacklab Solar http://mutgamb.org/blog/Hacklab-Solar-Computacao-Poetica-e-Eletronica-Ar...
Jardins de Volts http://organismo.art.br/blog/?tag=jardim-de-volts

2238 leituras blog de siliamoan
dom, 04/12/2011 - 12:31

MetaReciclagem no Festival Cultura Digital.Br

Terceiro dia do Festival Cultura Digital.Br e programação "oficial" com MetaReciclagem às 16h no encontro de Redes. Isso te diz alguma coisa? Ontem numa das conversas alguém disse que rede era o modelo de organização política do século XXI. Quase que imediatamente olhando para todos os lados, com bocas, narizes e orelhas, vieram os questionamentos. Por que modelo? E por que século  XXI?

Talvez uma das armadilhas mais estranhas dentre as tantas nas quais caímos diariamente seja a de começar a tocar remixes conceituais como realidades dadas. Essa mistura de compreensões que gira em torno do termo "rede", tomada como algo novo, "o novo", é problemática. Aliás, nem precisa associar com o novo. Rede,  às diferentes práticas, técnicas, metáforas, metodologias e tudo mais não se comunicam tão obviamente. Logo, que rede é essa que você está falando?

Armadilha 2. Talvez o impulso seja dizer o que é a "rede" que tá passando pela cabeça, corpo, espírito, tudo junto. Vamos desviar dessa também? Um conjunto de elementos, coletivo fluído, de teorias, gente, máquinas e coisas que não conseguimos rotular ou classificar quase que pedem no consciente para não fazer isso. Me diga o que "a rede" faz. Aliás, se "a rede" falasse por ela própria, o que diria?

Começei falando das impressões aqui do festival pela questão da consciência [http://reacesso.webnos.org/2011/12/03/ficd-br-comecando/] e o mote segue. Podemos buscar outras palavras para ajudar nessa conversa? Hoje o que queremos? Sabemos o que queremos? Como é esse querer coletivo? Como que a gente se relaciona entre o interesse coletivo e o individual? No despertar contínuo desses questionamentos as palavras, as imagens, o capturar da pegada digital de hoje é apenas um conjunto de elementos. Não  sabemos do todo, não vemos um todo, que é fluído descentrado, que são muitos. Mas esse fazer compõe um todo. Com consciência, ou outras palavras.

2313 leituras blog de o2
qua, 02/11/2011 - 14:16

Encontrinho em Sampa

A expressão popular "vai até chover" é geralmente associada a eventos raros. Foi o caso do Encontrinho de MetaReciclagem que aconteceu em São Paulo em 15 de outubro. Aproveitamos a sobreposição das várias agendas - algumas pessoas estavam na cidade para o Fórum da Internet, outras participariam de um debate sobre Lixo Eletrônico e Economia Solidária que o Mbraz organizava em Osasco. Organizamos o Encontrinho no SESC VIla Mariana, onde alguns de nós ajudamos a montar a exposição Pedaços da Terra.

Perto do meio-dia, a chuva castigava São Paulo, daquele jeito - ruas alagadas, farois piscando, pouca gente na rua. Às 14hs, horário combinado através da lista, começamos a chegar. Confesso que naquele momento achei que seríamos 2 ou 3. Mas foi chegando gente e chegando gente... algumas pessoas que eu nunca tinha encontrado pessoalmente, como o Vilmar e a Vanessa (e o Fabrício, que eu tinha conhecido dois dias antes), além de mais um monte de amigxs que há muito não revia - inclusive algumas celebridades do bando metarecicleiro ;)

Logo chegou Tati com comidas, bebidas e os imbatíveis brigadeiros no copinho acompanhados de chá de hortelã (pra facilitar a digestão). Regis trouxe presentes dos Pataxó de Porto Seguro.

Encontrim

Na foto: Felipe Cabral, Hernani Dimantas, Glauco Paiva, Vilmar Simion, Andrea Saraiva, Regi, Marcelo Braz, Vanessa, Regis, Fabbri, Sília Moan, Tati Prado, Kiki Mori e Fabricio Muriana. Eu estou atrás da câmera ;)

Nos apresentamos uns aos outros, uma vez mais. Conversamos sobre um monte de coisas - a rede, identidade, próximos encontros, Política de Resíduos Sólidos, projetos e aspirações. Levantamos questões. Nos reconhecemos.

O saldo positivo foi que nos dias seguintes a lista começou a esquentar de novo. Estamos aí, sempre requentando essa rede que insiste em continuar.

Até a próxima... e não esqueçam: maio de 2012 é Encontrão Hipertropical, aqui em Ubatuba!

2879 leituras blog de felipefonseca